HYDROCEPHALUS: TREATMENT AND IRREVERSIBLE DAMAGE
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202410211717
Jamilly Lino Marques1
Isabelly Hermes Silva1
Nathalia Pinheiro Minini de Castro1
Chimene Kuhn Nobre2
RESUMO
A hidrocefalia é uma condição médica em que há um acúmulo excessivo de líquido no cérebro, resultando em aumento da pressão intracraniana, essa condição pode ser causada por diversos fatores, incluindo defeitos congênitos, lesões cerebrais, infecções e tumores cerebrais. O tratamento da hidrocefalia geralmente envolve a colocação de um shunt, um dispositivo médico que ajuda a drenar o excesso de líquido do cérebro para outras partes do corpo. Abordar sobre a hidrocefalia, seu tratamento e os danos irreversíveis que pode causar é importante por diversas razões, em primeiro lugar, a hidrocefalia é uma condição médica séria que pode afetar pessoas de todas as idades e pode ter consequências graves se não for tratada adequadamente, sendo assim, o tratamento precoce é fundamental para prevenir danos cerebrais irreversíveis e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Esta pesquisa teve como objetivo geral investigar a hidrocefalia e seus tratamentos, bem como os danos irreversíveis que podem ocorrer se a condição não for tratada adequadamente, a fim de aumentar a conscientização sobre a condição e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. As bases de dados utilizadas para a escrita do artigo foram: Google Acadêmico, Medline, PubMed, Scielo e Biblioteca Virtual em Saúde. Os resultados foram: maior conscientização sobre a hidrocefalia e seus efeitos, melhor compreensão dos tratamentos disponíveis, desenvolvimento de novas terapias e redução dos danos irreversíveis.
Palavras chaves: Hidrocefalia; Shunts; Função cognitiva; Lesões cerebrais.
ABSTRACT
Hydrocephalus is a medical condition in which there is an excessive accumulation of fluid in the brain, resulting in increased intracranial pressure. This condition can be caused by a number of factors, including birth defects, brain injuries, infections and brain tumors. The treatment for hydrocephalus usually involves placing a shunt, a medical device that helps drain excess fluid from the brain to other parts of the body.
Addressing hydrocephalus, it’s treatment and the irreversible damage it can cause is important for several reasons, firstly, hydrocephalus is a serious medical condition that can affect people of all ages and can have serious consequences if not treated properly, therefore, early treatment is essential to prevent irreversible brain damage and improve patients quality of life. This research had the general objective of investigating hydrocephalus and its treatments, as well as the irreversible damage that can occur if the condition is not treated properly, in order to increase awareness about the condition and improve patients quality of life. The databases used to write the article were: Google Scholar, Medline, PubMed, Scielo and Biblioteca Virtual em Saúde. The results were: greater awareness about hydrocephalus and its effects, better understanding of available treatments, development of new therapies and reduction of irreversible damage.
Keywords: Hydrocephalus; Shunts; Cognitive function; Brain injuries.
1 INTRODUÇÃO
A hidrocefalia é uma condição médica em que há um acúmulo excessivo de líquido no cérebro, resultando em aumento da pressão intracraniana. Essa condição pode ser causada por diversos fatores, incluindo defeitos congênitos, lesões cerebrais, infecções e tumores cerebrais. Verificou-se que para fazer a escolha do tratamento da hidrocefalia é necessário analisar o estado geral de saúde do paciente bem como a causa subjacente da doença, dessa forma, foram analisados individualmente cada tipo de tratamento que geralmente envolve a colocação de um shunt, um dispositivo médico que ajuda a drenar o excesso de líquido do cérebro para outras partes do corpo, realização de cirurgia endoscópica, neuro estimulação cerebral profunda, medicamentos e terapia de reabilitação (SOUZA, 2022).
Embora o tratamento possa ser eficaz na maioria dos casos, a hidrocefalia pode causar danos irreversíveis ao cérebro, especialmente se não for tratada precocemente causando uma série de sintomas, como dor de cabeça, náusea, vômito, visão turva e dificuldades cognitivas, sem tratamento adequado, a pressão intracraniana pode aumentar, levando a danos cerebrais irreversíveis, como a atrofia do cérebro e a perda de função cognitiva e motora, epilepsia, perda permanente da visão por danos nos nervos ópticos, danos no sistema nervoso central e em recém nascidos e crianças pode levar a um retardo no desenvolvimento, convulsões e problemas na coordenação (BRASIL, 2021).
Mesmo que o shunt seja o tratamento mais comum para a hidrocefalia, ele pode apresentar alguns riscos, como infecções, obstruções e mau funcionamento do dispositivo, além disso, o shunt pode precisar ser ajustado ou substituído ao longo da vida do paciente (PINTO FILHO, 2021). Para lidar com os danos cerebrais causados pela hidrocefalia, é importante que o tratamento seja iniciado o mais cedo possível e é fundamental que o paciente seja monitorado regularmente por um médico especialista em hidrocefalia, para que quaisquer complicações possam ser detectadas e tratadas rapidamente (ALBUES, 2018).
Dentro deste contexto, afirma-se que a hidrocefalia é uma condição médica séria que pode ter consequências graves se não for tratada adequadamente e precocemente. Embora o tratamento possa ser eficaz, também pode apresentar riscos e complicações, sendo de suma importância que o paciente seja monitorado de perto por um médico especialista (ROSSETO, 2020). Nesta pesquisa serão explicadas as principais questões relacionadas ao tratamento da hidrocefalia e aos possíveis danos que podem ocorrer se a condição não for tratada adequadamente.
2 MATERIAL E MÉTODOS
O presente artigo classifica-se como uma pesquisa de caráter bibliográfico sistemático, sendo que como critério de inclusão foram selecionados artigos publicados em revistas digitais dos anos de 2018 a 2023. No que tange aos critérios de exclusão, abrangem-se artigos datados há mais de cinco anos e que não tiveram relevância com a temática proposta. Como base de dados utilizada para o desenvolvimento da escrita foram: Google Acadêmico, Medline, PubMed, Scielo e Biblioteca Virtual em Saúde, utilizando-se os seguintes descritores em saúde: Hidrocefalia. Shunts. Função cognitiva. Lesões cerebrais; Hydrocephalus. Cognitive function. Brain injuries. No que se refere a sistematização dos critérios de análise e coleta de dados, realizou-se um fichamento para a seleção dos referidos artigos utilizados para o desenvolvimento do trabalho. O projeto foi elaborado a fim de abranger a população de todas as regiões do Brasil e de variada faixa etária.
3 HIDROCEFALIA
A hidrocefalia é uma condição médica caracterizada pelo acúmulo excessivo de líquido cefalorraquidiano (LCR) dentro do cérebro, o que pode levar a um aumento da pressão intracraniana e danos cerebrais. A hidrocefalia pode afetar pessoas de todas as idades, desde recém-nascidos até idosos, e pode ser causada por uma variedade de fatores, incluindo defeitos congênitos, lesões traumáticas, tumores cerebrais e infecções (PINTO FILHO, 2021).
Segundo o neurologista americano Charles D. Bluestone, “A hidrocefalia é uma síndrome que ocorre quando há um desequilíbrio entre a produção e a absorção do líquido cefalorraquidiano, resultando em um aumento da pressão intracraniana e distensão ventricular.” A hidrocefalia pode ser congênita, adquirida ou idiopática e, dependendo da causa, pode ser classificada como hidrocefalia de pressão normal (HPN) ou hidrocefalia de pressão elevada (HPE) (SOUZA, 2022).
A hidrocefalia pode causar uma variedade de sintomas, incluindo dores de cabeça, náuseas, vômitos, dificuldade de concentração, convulsões e alterações de comportamento. O diagnóstico geralmente envolve exames de imagem, como tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM), e a terapia depende da causa subjacente da hidrocefalia. Atualmente, as opções de tratamento incluem a colocação de um shunt para desviar o excesso de LCR do cérebro para outras partes do corpo, a realização de uma ventriculostomia endoscópica ou a realização de uma terceira ventriculostomia. No entanto, esses tratamentos podem apresentar complicações, como infecções ou obstruções do shunt, o que pode levar à necessidade de cirurgias adicionais (RAMOS et al., 2018).
Em resumo, a hidrocefalia é uma condição médica complexa que pode afetar pessoas de todas as idades e causar uma ampla gama de sintomas. Os tratamentos atuais têm como objetivo aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, mas ainda há muito a ser descoberto sobre a causa e o tratamento da hidrocefalia (ALBUES, 2018).
A hidrocefalia é uma condição médica complexa que requer tratamento cuidadoso e personalizado. Embora as opções de tratamento atualmente disponíveis possam ajudar a aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, ainda há muito a ser descoberto sobre a causa e o tratamento da hidrocefalia. As pesquisas atuais estão ajudando a avançar o conhecimento sobre a doença e a desenvolver novas terapias e tecnologias que possam melhorar os resultados clínicos.
Além disso, a hidrocefalia pode ter um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes e suas famílias, incluindo desafios físicos, emocionais e financeiros. Como resultado, muitos pesquisadores estão investigando maneiras de melhorar a qualidade de vida dos pacientes com hidrocefalia e suas famílias (PINTO FILHO, 2021).
Algumas áreas de pesquisa em qualidade de vida incluem o desenvolvimento de programas de reabilitação, terapias ocupacionais e de fala para pacientes com hidrocefalia. Estudos também estão examinando o impacto da hidrocefalia na vida social e emocional dos pacientes e suas famílias, bem como a eficácia de intervenções psicossociais (SOUZA, 2022).
Finalmente, é importante destacar que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado da hidrocefalia são fundamentais para evitar danos cerebrais e melhorar os resultados clínicos. Por isso, é essencial que os pacientes com sintomas de hidrocefalia busquem atendimento médico imediatamente para obter um diagnóstico preciso e iniciar o tratamento adequado (ALBUES, 2018).
A hidrocefalia é uma condição médica complexa que requer tratamento cuidadoso e personalizado. As pesquisas atuais estão ajudando a avançar o conhecimento sobre a doença e a desenvolver novas terapias e tecnologias que possam melhorar os resultados clínicos e a qualidade de vida dos pacientes. É fundamental que os pacientes com sintomas de hidrocefalia busquem atendimento médico imediato para garantir um diagnóstico precoce e um tratamento adequado. A conscientização sobre a hidrocefalia é fundamental para ajudar as pessoas a entender a natureza da doença e o impacto que ela pode ter na vida dos pacientes e suas famílias (SOUZA, 2022). Existem vários grupos de apoio e organizações sem fins lucrativos que fornecem recursos e informações para pacientes com hidrocefalia e suas famílias, como a Hydrocephalus Association e a Associação Brasileira de Hidrocefalia. Essas organizações oferecem suporte emocional, informações sobre tratamentos e pesquisas em andamento, além de ajudar a conectar pacientes e familiares com outros que estão lidando com situações semelhantes (PINTO FILHO, 2021). É importante destacar a importância da pesquisa contínua e do desenvolvimento de novas terapias e tecnologias para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com hidrocefalia. A colaboração entre pesquisadores, médicos, pacientes e suas famílias é fundamental para avançar o conhecimento sobre a doença e encontrar novas soluções para seus desafios (ALBUES, 2018).
A hidrocefalia é uma condição médica complexa que requer um diagnóstico precoce e um tratamento adequado para evitar danos cerebrais e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. As pesquisas atuais estão ajudando a avançar o conhecimento sobre a doença e a desenvolver novas terapias e tecnologias que possam melhorar os resultados clínicos e a qualidade de vida dos pacientes. A conscientização sobre a hidrocefalia e o apoio a pacientes e suas famílias também são fundamentais para garantir o bem-estar dos pacientes e uma melhor compreensão da doença (SOUZA, 2022).
Azevedo et. al, (2019) destaca que as principais causas da hidrocefalia incluem malformações congênitas, infecções cerebrais, traumatismos cranianos, tumores cerebrais e hemorragias intracranianas. Outros fatores de risco incluem doenças neurológicas crônicas, como a esclerose múltipla, e complicações decorrentes de procedimentos cirúrgicos ou terapias de radiação.
A hidrocefalia pode ser classificada em diferentes tipos, dependendo de sua causa e características clínicas. Por exemplo, a hidrocefalia comunicante ocorre quando há obstrução ou reabsorção inadequada do LCR, enquanto a hidrocefalia não comunicante é caracterizada por uma obstrução do fluxo de LCR dentro dos ventrículos cerebrais. Já a hidrocefalia de pressão normal é uma forma de hidrocefalia em que há aumento de pressão dentro do crânio, mas sem dilatação dos ventrículos cerebrais.
Além das causas e tipos de hidrocefalia, é importante considerar também os fatores de risco associados à condição. Pousa (2021) relata que a hidrocefalia na infância pode ser classificada em duas formas, sendo elas a hidrocefalia congênita e a hidrocefalia adquirida. A congênita está presente no nascimento, com ausência de causas externas evidentes, porém associadas a defeitos do desenvolvimento do cérebro e ventrículos. Por outro lado, quando a origem está associada a outras condições externas, como hemorragia, infecção ou neoplasia, são chamadas de adquirida. Em resumo, as causas e fatores de risco associados à hidrocefalia são diversos e variados. Compreender esses fatores pode ajudar a prevenir ou detectar precocemente a condição, permitindo um tratamento mais eficaz e melhorando a qualidade de vida dos pacientes afetados.
3.1 PRINCIPAIS CAUSAS E FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À HIDROCEFALIA
O líquido cefalorraquidiano (LCR) é produzido nos plexos coroides dos ventrículos cerebrais, predominantemente através da filtração passiva do sangue e de secreções ativas, com o importante papel de proteção do sistema nervoso central contra possíveis traumas ou lesões (Soares, 2023). O excesso do líquido cefalorraquidiano (LCR) se acumula nos ventrículos cerebrais, levando a um aumento da pressão intracraniana e aumento do volume ventricular, devido ao desequilíbrio entre a produção e a absorção do LCR, o que pode resultar em danos cerebrais. (VARA, 2020). Essa produção excessiva pode ser causada por tumores, infecções ou outros problemas de saúde.
Além das causas mencionadas, existem vários fatores de risco associados à hidrocefalia, como por exemplo a idade avançada, hemorragias ou sangramentos intracranianos, traumatismos cranianos, infecções como a meningite, malformações cerebrais, pela presença de tumores e cistos. Esses fatores aumentam a probabilidade de um indivíduo desenvolver hidrocefalia. (AZEVEDO, 2019)
Destaca-se que a hidrocefalia pode ser uma condição que acompanha outras doenças neurológicas, como a hidrocefalia de pressão normal, cuja é uma doença que acomete principalmente a população idosa e se manifesta por meio de alteração da marcha, demência e incontinência urinária, denominados de tríade clínica, onde a fisiopatologia ainda é contestável, existindo algumas hipóteses relacionadas com a etiologia da doença. (ALVARENGA, 2018)
A hidrocefalia é uma condição médica complexa que pode ser causada por uma variedade de fatores, incluindo obstrução do fluxo de LCR, produção excessiva de LCR e anomalias congênita, além dos fatores de risco associados à hidrocefalia, incluindo idade avançada, infecções do sistema nervoso central, tumores cerebrais, lesões traumáticas, hemorragias cerebrais, doenças neurológicas degenerativas e malformações congênitas. O conhecimento dessas causas e fatores de risco é fundamental para um diagnóstico e tratamento precoces, evitando danos cerebrais, melhorando os resultados clínicos e aumentando a qualidade de vida do paciente.
4 OS TRATAMENTOS DISPONÍVEIS PARA A HIDROCEFALIA
As intervenções de tratamento para a hidrocefalia incluem superar uma obstrução fluxo de LCR, usando neuro endoscopia ou colocação de um shunt para efetuar o desvio do LCR da produção dentro do ventrículo para a absorção em uma cavidade corporal, sendo mais comum o abdômen na região peritoneal, átrio ou cavidade pleural. O procedimento de desvio definitivo do LCR está associado a um alto risco de falha e muitas vezes necessita de reintervenção cirúrgica. O tratamento permanente padrão ouro para hidrocefalia é a derivação do LCR por meio da colocação de um shunt. (VELOSO, 2024)
O tratamento da hidrocefalia depende da causa subjacente da condição e do estado de saúde geral do paciente (RAMINA; MATOS, 2021). Além disso, os avanços na tecnologia têm permitido o desenvolvimento de novas abordagens para o tratamento da hidrocefalia. A neuro endoscopia é uma das alternativas atuais de sucesso para o tratamento de alguns tipos de hidrocefalia, sendo considerada uma técnica minimamente invasiva, onde é realizada uma confecção de pequenos orifícios no interior dos ventrículos cerebrais, formando vias alternativas para o LCR. Esta técnica consiste numa cânula metálica e fina, com potente iluminação, onde são introduzidos instrumentos para realizar perfurações em membranas encefálicas. (BESERRA, 2024)
Por fim, percebe-se que os tratamentos disponíveis para a hidrocefalia incluem a colocação de um shunt cerebral, cirurgia endoscópica, terapia de reabilitação, a escolha do tratamento depende da causa subjacente da hidrocefalia e do estado de saúde geral do paciente, com o intuito de melhorar a sua qualidade de vida.
4.1 O uso de shunts, os riscos e complicações
Compreender os riscos e complicações associados ao uso de shunts é fundamental para o tratamento bem-sucedido da hidrocefalia. Embora a Derivação Ventrículo-Peritoneal, ou shunt, seja considerada uma intervenção e procedimento eficaz e bastante utilizada, sua aplicação em pacientes pediátricos está associada a diversas complicações e riscos que podem levar a impacto significativo na evolução clínica e no prognóstico desses pacientes. Entre as complicações mais comuns encontradas e relatadas na literatura incluem-se a disfunção valvular, infecção, distúrbios eletrolíticos, sangramentos intracranianos e crises epilépticas pós-cirúrgicas. (Da Silva et al., 2021)
De acordo com Ghritlaharey et ak,. (2023), as complicações do uso de shunts, especialmente durante o primeiro ano após a cirurgia, incluem infecção, obstrução, deslocamento e mau funcionamento. A infecção ocorre em até 15% dos casos pediátricos, podendo ser causada por bactérias ou fungos em qualquer parte da implantação do shunt. O mau funcionamento do dispositivo distal frequentemente necessita de revisões cirúrgicas, além de outras complicações como vazamento de LCR.
A A obstrução do sistema de shunt é a segunda complicação mais comum, com uma taxa de incidência de 7 a 43%. A obstrução pode ocorrer devido a coágulos de sangue, tecido cicatricial ou material estranho. O deslocamento do shunt pode ocorrer devido a uma variedade de fatores, incluindo trauma, crescimento do paciente e erros na colocação do shunt. O mau funcionamento do sistema de shunt pode ser causado por problemas mecânicos ou elétricos (JIMÉNEZ-RODRÍGUEZ et al., 2018).
Os autores também observam que o tratamento de pacientes com hidrocefalia requer uma abordagem individualizada, levando em consideração a idade do paciente, a causa subjacente da hidrocefalia e o estado de saúde geral do paciente. Além disso, a seleção adequada do tipo de shunt e sua colocação precisa podem ajudar a reduzir os riscos e complicações associados ao seu uso (JIMÉNEZ RODRÍGUEZ et al., 2018).
Os riscos e complicações associados ao uso de shunts cerebrais incluem infecção, obstrução, deslocamento e mau funcionamento. É importante que os pacientes e suas famílias estejam cientes desses riscos e discutam cuidadosamente com seus médicos as opções de tratamento disponíveis para a hidrocefalia.
5 DANOS IRREVERSÍVEIS QUE PODEM OCORRER SE A HIDROCEFALIA NÃO FOR TRATADA ADEQUADAMENTE
Segundo o neurocirurgião brasileiro Ricardo Ramina, a hidrocefalia não tratada pode levar a danos cerebrais permanentes, como comprometimento cognitivo, distúrbios motores e epilepsia. Em casos graves, pode ocorrer um acúmulo excessivo de líquido no cérebro, levando a um aumento da pressão intracraniana e à morte.” (RAMINA, 2021). O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para prevenir danos cerebrais irreversíveis.
A hidrocefalia pode afetar qualquer faixa etária, mas é particularmente preocupante em recém-nascidos e crianças pequenas, pois seu cérebro ainda está em desenvolvimento. A hidrocefalia em recém-nascidos e crianças pequenas pode levar a um retardo no desenvolvimento, convulsões e problemas de coordenação. Se a hidrocefalia não for tratada adequadamente, podem ocorrer danos irreversíveis no cérebro (FERNANDES, 2019).
Averigua-se que a hidrocefalia é uma condição médica grave que pode levar a danos cerebrais permanentes se não for tratada adequadamente. Os danos irreversíveis incluem comprometimento cognitivo, distúrbios motores, perda de visão e até mesmo a morte. A conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado é fundamental para prevenir danos cerebrais irreversíveis e garantir o bem-estar dos pacientes e suas famílias.
5.1 Atrofia cerebral
A atrofia cerebral é uma condição médica caracterizada pela perda de células cerebrais e redução do tamanho do cérebro, que pode levar a sintomas como perda de memória, demência e alterações comportamentais. Embora a atrofia cerebral não esteja diretamente relacionada à hidrocefalia, a hidrocefalia pode causar atrofia cerebral se não for tratada adequadamente (DE MIRANDA, 2019).
A hidrocefalia pode levar a atrofia cerebral por dois mecanismos principais. O primeiro mecanismo é o aumento da pressão intracraniana causado pelo acúmulo anormal de líquido cefalorraquidiano (LCR) no cérebro. Esse aumento da pressão pode levar à compressão e danos nos tecidos cerebrais, levando a uma redução no tamanho e perda de células cerebrais. O segundo mecanismo é a interrupção do fluxo de LCR, que pode impedir a circulação adequada do fluido e levar à acumulação de toxinas no cérebro, causando danos e atrofia cerebral. A hidrocefalia não tratada ou mal tratada pode levar a um aumento da pressão intracraniana, causando danos nos tecidos cerebrais e atrofia cerebral. O tratamento adequado da hidrocefalia é fundamental para prevenir a atrofia cerebral e seus efeitos prejudiciais na função cerebral (RAMOS, Júlio César et al.).
O tratamento adequado da hidrocefalia pode incluir a colocação de um shunt cerebral ou uma cirurgia endoscópica para remover obstruções do fluxo de LCR. O tratamento precoce é fundamental para evitar danos cerebrais irreversíveis, incluindo a atrofia cerebral. Dentro deste contexto, embora a atrofia cerebral não esteja diretamente relacionada à hidrocefalia, a hidrocefalia pode levar à atrofia cerebral se não for tratada adequadamente. O aumento da pressão intracraniana e a interrupção do fluxo de LCR são os mecanismos principais pelos quais a hidrocefalia pode causar atrofia cerebral. O tratamento adequado e precoce da hidrocefalia é fundamental para prevenir a atrofia cerebral e seus efeitos prejudiciais na função cerebral (RAMOS, Júlio César et al.).
5.2 Perda de função cognitiva e motora
O aumento da pressão intracraniana na hidrocefalia pode levar à compressão e danos nos tecidos cerebrais, afetando regiões cerebrais responsáveis pela função cognitiva e motora. Os danos nos tecidos cerebrais podem afetar a memória, o raciocínio, a tomada de decisões e a capacidade de realizar atividades cotidianas. Além disso, a hidrocefalia pode causar problemas motores, incluindo problemas de coordenação e marcha (DE MIRANDA, 2019).
A hidrocefalia pode levar a danos cerebrais irreversíveis, incluindo a perda de função cognitiva e motora. A compressão e danos nos tecidos cerebrais causados pelo aumento da pressão intracraniana podem afetar a capacidade do cérebro de funcionar adequadamente, levando a sintomas como perda de memória, demência, alterações comportamentais e problemas motores (RAMINA, 2021).
O tratamento adequado da hidrocefalia é fundamental para prevenir a perda de função cognitiva e motora. O tratamento pode incluir a colocação de um shunt cerebral ou uma cirurgia endoscópica para remover obstruções do fluxo de LCR. O tratamento precoce é fundamental para evitar danos cerebrais irreversíveis e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com hidrocefalia (RAMOS, Júlio César et al.). Sendo assim, a hidrocefalia está relacionada à perda de função cognitiva e motora devido à compressão e danos nos tecidos cerebrais causados pelo aumento da pressão intracraniana. O tratamento adequado e precoce da hidrocefalia é fundamental para prevenir a perda de função cognitiva e motora e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com hidrocefalia (DE MIRANDA, 2019).
5.3 Formas de prevenir ou minimizar esses danos
A hidrocefalia é uma condição médica que pode causar danos cerebrais irreversíveis se não for tratada adequadamente. No entanto, existem várias formas de prevenção e minimização dos danos causados pela hidrocefalia. Uma das principais formas de prevenção é o diagnóstico precoce. É fundamental detectar e tratar a hidrocefalia o mais cedo possível para evitar danos cerebrais irreversíveis. Os sinais precoces de hidrocefalia podem incluir dor de cabeça, náusea, vômito, problemas de visão e equilíbrio. Quando esses sintomas são observados, é importante buscar ajuda médica para realizar os exames necessários e iniciar o tratamento adequado (RAMINA, 2021).
Outra forma de prevenção é o tratamento adequado. O tratamento da hidrocefalia pode incluir a colocação de um shunt cerebral ou uma cirurgia endoscópica para remover obstruções do fluxo de LCR. O tratamento adequado e precoce é fundamental para prevenir danos cerebrais irreversíveis e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com hidrocefalia. O acompanhamento médico regular também é importante para prevenir e minimizar os danos causados pela hidrocefalia. É importante que os pacientes com hidrocefalia recebam um acompanhamento médico regular para monitorar a condição e ajustar o tratamento, se necessário (RAMOS et al., 2018).
A fisioterapia pode ajudar a minimizar os danos motores causados pela hidrocefalia, melhorando a coordenação e a marcha. Por fim, um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada, exercícios regulares e redução do estresse, pode ajudar a prevenir ou minimizar os danos causados pela hidrocefalia. Assim, existem várias formas de prevenir ou minimizar os danos causados pela hidrocefalia, incluindo diagnóstico precoce, tratamento adequado, acompanhamento médico regular, fisioterapia, terapia ocupacional e estilo de vida saudável (DE MIRANDA, 2019).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É notório o fato de que a Hidrocefalia é uma doença de caráter importante no que se refere a sua incidência e os danos que pode causar a população de forma geral se não tratada adequadamente e precocemente. De acordo com a patogênese da doença, o líquido se acumula nos ventrículos cerebrais o que leva a um aumento instantâneo da pressão intracraniana e distensão ventricular gerando danos ao cérebro.
A produção excessiva do líquido cefalorraquidiano é um dos principais fatores que levam ao desencadeamento da patologia, podendo ser causado principalmente pelo surgimento de tumores, infecções e outras afecções à saúde. Idade avançada, infecções no sistema nervoso central, lesões traumáticas, hemorragias cerebrais, doenças neurológicas degenerativas e malformações congênitas são fatores de risco de grande relevância.
O principal tratamento utilizado nos dias atuais para a condição patológica hidrocefalia é a colocação de um shunt cerebral, sendo implantado no cérebro para efetuar a drenagem do excesso do líquido cefalorraquidiano para outras partes do corpo, como por exemplo: coração, abdome ou qualquer cavidade que possa ser absorvido. A cirurgia endoscópica para remover obstruções no trajeto do LCR tem sido bastante utilizada em situações cabíveis.
Por ser uma patologia severa, algumas complicações irreversíveis podem surgir de acordo com o quadro clínico de cada paciente. O comprometimento cognitivo juntamente com distúrbios motores e epilepsia são os danos mais comuns observados nos pacientes. O aumento excessivo de LCR pode elevar a pressão intracraniana de forma severa, levando a perda parcial ou total da visão e em casos mais graves a morte.
REFERÊNCIAS
ALBUES, Poliani Ferreira. Importância da fisioterapia em crianças com diagnóstico de hidrocefalia: atuação no retardo do desenvolvimento neuropsicomotor. Trabalho de conclusão de curso, Centro Universitário Estácio de Belo Horizonte, Belo Horizonte, 2018. Disponível em: https://repositorio.pgsscogna.com.br/bitstream/123456789/20383/1/POLIANI%20FE RREIRA%20ALBUES.pdf. Acesso em: 04 mar. 2023.
AMARAL, Isabela Barros; Volkweis, Fabiana Sperb. Tratamento de hidrocefalia adquirida em um canino: Relato de caso. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v. 21, n. 2, p. 213-219, 2019. Disponível em: https://dspace.uniceplac.edu.br/handle/123456789/583. Acesso em: 13 mar. 2023.
Alvarenga, N. V. A., Sotto-Maior, C. R., Antoniol, T., Ribeiro, C. V., Balbi Filho, W., Torres, R. A., … & Soares, C. Q. G. (2018). Hidrocefalia De Pressão Normal: Relato De Caso Clínico.
Azevedo, Amanda Santana, and Nathália Barbosa do Espírito Santo Mendes. Hidrocefalia: Aspectos clínicos, etiologia e fatores associados. Biológica-Caderno do Curso de Ciências Biológicas 2.1 (2019). Disponível em: https://seer.uniacademia.edu.br/index.php/biologica/article/download/2288/1515. Acesso: 04 mar. 2023.
Desenvolvimentos em neurocirurgia: técnicas emergentes em neurocirurgia, incluindo neuroestimulação e intervenções para transtornos como parkinson e epilepsia. (2024). Revista CPAQV – Centro De Pesquisas Avançadas Em Qualidade De Vida , 16(1), 8. Disponível em: https://doi.org/10.36692/V16N1-59. Acesso: 03 mar. 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Saúde Brasil 2020/2021. Anomalias congênitas prioritárias para a vigilância ao nascimento. 2021. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1373344. Acesso em 12 mar. 2023.
DA SILVA, Renan Binatti et al. Infecção na derivação ventriculoperitoneal: síntese das principais evidências clínicas. International Journal of Health Management Review, v.7,n.2, 2021. Disponível em: https://www.ijhmreview.org/ijhmreview/article/view/247. Acesso em 11 mar. 2023.
RAMOS, Júlio César Rissoli et al. Hidrocefalia aguda: uma revisão bibliográfica. Rev. Salusvita (Online), p. 1019-1028, 2018. Disponível em: https://secure.unisagrado.edu.br/static/biblioteca/salusvita/salusvita_v37_n4_2018/sa lusvita_v37_n4_2018_art_16.pdf. Acesso em: 11 mar. 2023.
DE MIRANDA, Anna Clara Correa et al. Hidrocefalia de pressão normal e infantil. Revista Interdisciplinar Pensamento Científico, v. 5, n. 4, 2019.
KUPERSMITH, Mark J. Tumores cerebrais. In: Schmahmann, Jeremy D.; Greenberg, Mark S. (orgs.). Manual de Neurocirurgia. 9ª ed. Nova Iorque: Thieme, 2020. p. 833- 849.
FERNANDES, Sara Correa; SILVA, Karoline Costa Alves. Qualidade de vida da criança portadora de hidrocefalia: uma revisão da literatura. 2019. Disponível em: http://45.4.96.19/handle/aee/8589. Acesso em: 10 mar. 2023.
PINTO FILHO, Washington Aspilicueta. Perfil de biomarcadores inflamatórios de hidrocefalia infantil tumoral e não-tumoral: influência da etiologia na resposta sistêmica. Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2021. Disponível em: https://repositorio.ufc.br/handle/riufc/60255. Acesso em: 12 mar. 2023.
POUSA, Marcelo Sampaio. Avaliação do tempo de permanência da derivação ventriculoperitoneal em adolescentes com hidrocefalia congênita. 2021. 79 f. Dissertação (Mestrado em Saúde da Criança e da Mulher)-Instituto Nacional de Saúde da Mulher da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2021. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/54311. Acesso em: 07 mar. 2023.
RAMINA, Ricardo. Hidrocefalia. In: MATTOS, João Paulo (org.). Neurocirurgia: diagnóstico e tratamento. São Paulo: Atheneu, 2021. p. 234-250.
RAMOS, Júlio César et al. Hidrocefalia aguda: uma revisão bibliográfica. SALUSVITA, Bauru, v. 37, n. 4, p. 1019-1028, 2018. Disponível em: https://secure.unisagrado.edu.br/static/biblioteca/salusvita/salusvita_v37_n4_2018/sa lusvita_v37_n4_2018_art_16.pdf. Acesso em: 11 mar. 2023.
ROSSETO, Laryssa Petrocini. Terapia com ozônio no controle de lesões cerebrais em ratos neonatos com hidrocefalia experimental. Dissertação de mestrado, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2020. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/vtt-220569. Acesso em: 10 mar. 2023.
SEKHAR, Laligam N. Malformações arteriovenosas cerebrais. In: Lawton, Michael T.; Spetzler, Robert F. (orgs.). Manual de Neurocirurgia. 9ª ed. Nova Iorque: Thieme, 2021. p. 455-467.
Soares, F. de F. R., Sá, N. J. de, Lopes, V. J. C., Pinto, L. H. S., Vieira, J. de O., Santos, R. R. dos, … Beserra, F. F. (2023). Hidrocefalia: Tratamento Precoce Da Hidrocefalia Em Crianças. Revista Ibero-Americana De Humanidades, Ciências E Educação, 9(10), 1226–1238. Disponível em: https://doi.org/10.51891/rease.v9i10.11611. Acesso em: 15 abr. 2024.
SOUZA, Elizana Andrade. Intervenções fisioterapêuticas voltadas para o desenvolvimento neuropsicomotor de crianças com hidrocefalia: uma revisão integrativa. Trabalho de conclusão de curso, Faculdade Vale do Itapecuru, Paripiranga, 2022. Disponível em: https://repositorio.animaeducacao.com.br/items/0feb3a5c-2247-498c-963fdd4dce71e7b7. Acesso: 12 mar. 2023.
Vara, M. d. F. F., Cidade, R. E. (2020). Conhecimentos básicos da deficiência física para o atendimento educacional especializado. Brasil: Editora Intersaberes.
Veloso, E. K. da C., & Santiago, R. F. (2024). Assistência De Enfermagem À Paciente Com Hidrocefalia Congênita: Um Relato De Experiência. Revista Saúde Multidisciplinar, 16(1). Disponível em: https://doi.org/10.53740/rsm.v16i1.758. Acesso em: 11 mar. 2023.