OS BENEFÍCIOS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DE ABDOMINOPLASTIA EM MULHERES: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA¹

THE BENEFITS OF MANUAL LYMPHATIC DRAINAGE IN THE IMMEDIATE POSTOPERATIVE PERIOD OF ABDOMINOPLASTY IN WOMEN: AN INTEGRATIVE LITERATURE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202410191623


Elizângela Gomes Ribeiro2;
Rosilene Queiroz de Oliveira Araújo3


RESUMO: A abdominoplastia é um procedimento cirúrgico que remove a gordura do abdômen do paciente, podendo desenvolver possíveis complicações, mas que podem ser prevenidas quando orientado no pré e pós-operatório pelo profissional especializado. Particularmente, essas complicações locais podem solicitar tratamentos como a Drenagem Linfática Manual (DLM). O objetivo deste trabalho foi demonstrar os efeitos da DLM nas mulheres em pós operatório imediato de abdominoplastia.  Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura mediante a busca pelos dados científicos nas seguintes plataformas: LILACS, MEDLINE, PubMed, SciELO e o Portal de Periódicos da Capes, sendo publicados entre os anos de 2016 a 2024. Resultados e discussões: Foram selecionados sete artigos que têm como objetivo a utilização de recursos e técnicas disponíveis no tratamento de complicações decorrentes do pré e pós-operatório de da abdominoplastia em mulheres. Considerações Finais: Evidencia-se que os recursos e métodos fisioterapêuticos são eficazes para a redução e/ou recuperação das complicações decorrentes das cirurgias plásticas de abdominoplastia, tendo como tratamento predominante a drenagem linfática manual e o linfotaping, todavia são necessários novos estudos sobre os recursos decorrente dessas complicações.

Palavras–Chave: Abdominoplastia; Drenagem Linfática Manual; Mulheres.

ABSTRACT: Abdominoplasty is a surgical procedure that removes fat from the patient’s abdomen, which may develop possible complications, but which can be prevented when guided pre- and post-operatively by a specialized professional. Particularly these local complications may require treatments such as DLM. The objective of this work was to demonstrate the effects of MLD on women in the immediate post-operative period of abdominoplasty.  Methodology: This is an integrative review of the literature through the search for scientific data on the following platforms: LILACS, MEDLINE, PubMed, Scielo and the Capes Periodicals Portal, being published between the years 2016 to 2024. Results and discussions: Seven articles were selected that aim to use available resources and techniques in the treatment of complications arising from the pre-and post-operative period of abdominoplasty in women. Final Considerations: It is clear that physiotherapeutic resources and methods are effective in reducing and/or recovering complications arising from abdominoplasty plastic surgeries, with manual lymphatic drainage and lymphatic drainage as the predominant treatment, however, new studies are needed on the resources resulting from these complications.

Keywords: Abdominoplasty; Manual Lymphatic Drainage; Women.

1 INTRODUÇÃO

A busca pelo corpo ideal continua sendo uma preocupação para muitas pessoas que buscam se encaixar nos padrões de imagem determinados pela sociedade e embora a percepção sobre o padrão corporal tenha sofrido notáveis transformações com o passar dos anos, a busca pelo corpo perfeito ainda é comum, fazendo com que a procura por procedimentos estéticos e cirúrgicos seja crescente (TOMAZ RC, et al., 2020; MELO LSM e SANTOS NML, 2020).

Dentre os procedimentos mais procurados está a abdominoplastia que é um procedimento cirúrgico realizado por cirurgiões plásticos que tem como objetivo corrigir a região abdominal, retirar o excesso de tecido adiposo e de pele. É destinado a pessoas com excesso de gordura localizada, flacidez por perda de peso rápida, estrias, hérnias, diástase abdominal, além de outras condições (DA SILVA et al., 2012 e LEAL et al., 2022).

A abdominoplastia é um dos procedimentos estéticos mais populares em todo o mundo, totalizando cerca de 2 milhões de operações realizadas no ano de 2021 (ISAPS, 2023). No mesmo período, o Brasil foi considerado o líder global em cirurgias plásticas, com mais de 1,4 milhões de procedimentos cirúrgicos estéticos realizados (Farias, 2023). No ano de 2020, o país contabilizou 112 mil abdominoplastias, ocupando o segundo lugar logo atrás da blefaroplastia (cirurgia de pálpebras), que registrou 143 mil procedimentos (AMORIM, 2023).

O pós-operatório de abdominoplastia pode trazer consigo algumas complicações, as quais podem ser evitadas por um bom acompanhamento nesta fase, onde os profissionais competentes, entre eles o fisioterapeuta, laçam mão de inúmeros métodos e técnicas afim de amenizar e reduzir tais risco e complicações. (BENEVINUTO et al., 2020)

Dentre as várias técnicas utilizadas nos pós-operatório de abdominoplastia está a drenagem linfática manual (DLM), a qual pode ser realizada na fase aguda, desde o primeiro dia de pós-operatório e é benéfica ajudando na redução de edemas, na melhora da textura da cicatriz, e da sensibilidade, acelerando assim a recuperação, a além de reduzir possíveis complicações, contribuindo para um retorno mais precoce do paciente às suas atividades de vida diárias (BENEVINUTO et al., 2020).

A DLM tem como objetivo movimentar o líquido intersticial, aprimorando a motilidade dos vasos linfáticos e a congestão tecidual, resultando na melhora do desconforto doloroso, o que é de grande importância no pós-operatório de cirurgia plástica. Principalmente quando combinado com a tecnologia de ultrassom, aumenta a temperatura dos tecidos, a taxa metabólica local e a atividade enzimática, promovendo o processo de cicatrização (CARVALHO; OLIVEIRA, 2022).

Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo geral demonstrar com base na literatura científica os efeitos da Drenagem Linfática Manual no pós-operatório imediato abdominoplastia em mulheres.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

A revisão integrativa da literatura tem como objetivo identificar e sintetizar os resultados de estudos que investigam os benefícios da drenagem linfática manual (DLM) no pós-operatório de abdominoplastia, fornecendo uma visão ampla sobre a eficácia dessa intervenção. Esse tipo de estudo permite uma análise abrangente de evidências existentes, utilizando uma abordagem sistemática para responder à pergunta de pesquisa proposta (SOUZA; SILVA e CARVALHO, 2010).

A seleção dos artigos foi realizada nas bases de dados eletrônicas: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), PubMed, Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Portal de Periódicos da CAPES. Foram utilizados descritores padronizados em saúde (DeCS/MeSH): “Abdominoplasty” e “Manual Lymphatic Drainage”, combinados entre si com os operadores booleanos “AND” e “OR” para garantir a abrangência e precisão na busca dos estudos relevantes.

Os critérios de inclusão aplicados foram: estudos clínicos completos que abordassem a utilização da drenagem linfática manual no período pós-operatório de abdominoplastia, publicados entre 2016 e 2023, em português ou inglês, e que apresentassem como desfechos a redução de edema, fibrose, complicações pós-operatórias ou melhorias na qualidade de vida dos pacientes. Foram excluídos teses, dissertações, monografias, artigos duplicados, revisões sistemáticas e estudos que focassem em outras intervenções cirúrgicas.

Inicialmente, foram identificados 132 artigos. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, 7 artigos foram selecionados para a análise final. A triagem e seleção dos artigos seguiram o modelo conforme descrito no fluxograma PRISMA a seguir.

Elaborada pela autora 2024.

3. RESULTADOS

Para uma melhor organização dos dados, os artigos selecionados foram dispostos em dois quadros. No Quadro 1, foram diferenciados os autores, ano de publicação, título e estrutura metodológica dos estudos. No Quadro 2, foram organizados a amostra, as intervenções realizadas e os resultados relevantes. Esses dados extraídos serviram como base para a elaboração desta pesquisa.

Quadro 1 – Caracterização dos estudos

AUTORTITULOTIPO DE ESTUDO
1Abreu, T. et al/2019.O Efeito da drenagem linfática manual associada à argila verde no pós-operatório de abdominoplastiaEstudo descritivo.
2Maningas, T. et al /2019.Drenagem Linfática Manual em Paciente Pós-Operatório de Abdominoplastia com Lipoaspiração grossa.Estudo prospectivo e comparativo
3Chi, A. et al/2016.O uso do linfotaping, terapia combinada e drenagem linfática manual sobre a fibrose no pós-operatório de cirurgia plástica de abdomeEstudo experimental de abordagem quantitativa e qualitativa.
4Santos, N. et al/2020.Percepção das pacientes sobre a atuação profissional e os procedimentos realizados no pré, no intra e no pós-operatório de abdominoplastia.Estudo transversal e observacional.
5Chi, A. et al /2017.Prevenção e tratamento de equimose, edema e fibrose no pré, trans e pós-operatório de cirurgias plásticas.Ensaio clínico controlado.
6Bassolobre, et al/2020.Alterações no Padrão de Drenagem Linfática Superficial do Abdômen após Abdominoplastia.Estudo transversal e observacional
7Pontes, J. et al/2019Eficácia da drenagem linfática manual no pós-operatório de abdominoplastia: sob a percepção de pacientes na qualidade da recuperação.  Estudo descritivo e exploratório

Quadro 2 – Detalhamento dos artigos encontrados

AMOSTRAINTERVENÇÃORESULTADOS MAIS RELEVANTES
1Amostra: 10 mulheres Idade média: 40 anosForam separadas em 2 grupos, grupo A e grupo B, resultando 5 pacientes em cada grupo. No grupo A foi realizada as sessões de drenagem linfática manual associada á 20 minutos de argila verde. No grupo B foi realizada somente as sessões de drenagem linfática manual. Nos 2 grupos foram realizadas 10 sessões em cada paciente com duração de 1:30 hora por atendimento.Dentre as pacientes selecionadas ambos os grupos obtiveram bons resultados, contudo o grupo A teve maior eficácia na qual foi realizada a drenagem linfática manual com a associação da argila verde.
2Amostra: 20 mulheres Idade média: 41anosAs participantes foram submetidas a abdominoplastia e lipoaspiração foram divididas em dois grupos: tratamento e controle. Ambos os grupos usaram uma vestimenta de compressão, mas o grupo de tratamento, DLM duas vezes por semana, enquanto o grupo controle não recebeu esse tratamento.A redução média de edema entre as semanas 6 e 8 foi de 9,8 cm no grupo de tratamento e 6,8 cm no grupo controle. Embora o grupo de tratamento tenha mostrado maior redução, não houve diferença estatística significativa entre os grupos (P = 0,11).  
3Amostra: 10 mulheres Idade média: 46 anosO tratamento fisioterapêutico, composto por 10 atendimentos, com duração média de 90 minutos cada, 2 vezes por semana, com intervalos de 2 ou 3 dias, foi dividido em dois grupos conforme a fase de reparo tecidual. Na fase proliferação, após 7 dias foi realizada DLM pelo método Leduc em todo o corpo e linfotaping. Na fase de remodelagem, após 20 dias de pós-operatório, foi realizada DLM e linfotaping associados a terapia combinada (ultrassom e corrente Aussie) na região abdominal.Os protocolos propostos, DLM associada ao linfotaping para fase proliferativa do reparo tecidual e DLM associada à terapia combinada e ao linfotaping, para a fase de remodelação mostraram resultados eficientes no tratamento de fibroses secundárias a cirurgias de abdominoplastia associadas ou não a lipoaspiração. Na fase de remodelação o protocolo utilizado pré-programado no aparelho como pós-cirúrgico tardio (modo contínuo, frequência portadora de 1 KHz, frequência de modulação da corrente de 50Hz, e intensidade a máxima tolerada pela paciente).
4Amostra: 354 mulheres Idade média: 39 anosPacientes submetidos à abdominoplastia de forma isolada ou associada a outro procedimento cirúrgico nos últimos 12 meses, para s analisar os períodos – Pré-operatório; Intraoperatório e Pós-operatório. (61%, n=216) relatou que não realizou procedimentos pré-operatórios. Quanto ao tempo de início do tratamento pós-operatório, observou-se que 36.4% (n=119) iniciaram entre 1 a 3 dias e 27.8% (n=91) entre 4 a 7 dias, sendo que 35.7% (n=115) realizaram o tratamento 3 vezes na semana, 32.6% (n=105) 2 vezes na semana e 19.6% (n=63) 4 ou mais vezes na semana.O tratamento foi feito com uma frequência de 3 vezes na semana (35.7%). Quanto aos procedimentos utilizados pelo profissional, destaca-se a indicação da DLM foi utilizada (87%) e do ultrassom terapêutico (51.7%). Acredita-se que ambos sejam recomendados para recuperação do tecido, para prevenção e diminuição de edema, da fibrose e das aderências, prevenção da retração cicatricial e eliminação da dor no pós-operatório. A DLM é a técnica mais indicada pelos cirurgiões plásticos
5Amostra: 20 mulheres Idade média: 37 anosOs recursos terapêuticos utilizados em todas as sessões foram: drenagem linfática manual com o método Leduc em membros inferiores, membros superiores, abdome e flancos, micro corrente (frequência: 250Hz, intensidade: 150µA) durante 20 minutos em região de abdome, LED vermelho (650-959nm) durante 20 minutos em região de abdome e aplicação de taping na área operada com o corte escolhido de acordo com a alteração encontrada (edema, equimose ou fibrose), sendo utilizado o corte “web” ou “basket” para fibroses, corte “fan” ou “polvo” para edema e corte “hashtag” para equimoses, mantendo-se de 3 a 5 dias com descanso da pele de 1 dia para a próxima aplicação quando necessário.Que o tratamento no pré, trans e pós-operatório reduz o edema, a formação de equimose e principalmente a formação de fibrose no pós-operatório. Também diminui o número de sessões fisioterapêuticas e acelera o restabelecimento do paciente no pós-operatório das cirurgias abdominais.
6Amostra: 20 mulheres Idade média: 39 anosPara avaliar a drenagem linfática superficial da parede abdominal foi aplicada em 20 pacientes do sexo feminino na fase pré-operatória e 1 e 6 meses após a abdominoplastia a injeção Linfocintilografia intradérmica com dextrana 500–99m, para a realização do exame de imagem.Antes da cirurgia, todos os pacientes apresentavam drenagem linfática abdominal em direção aos linfonodos inguinais. Um e 6 meses após a abdominoplastia, apenas 15% exibiram a mesma via de drenagem. A drenagem em direção à cadeia linfonodal axilar ocorreu em 65% dos pacientes, 10% exibiram uma via de drenagem em direção aos linfonodos axilares e inguinais e a drenagem linfática foi indeterminada em 10% dos casos.
7Amostra: 10 mulheres Idade média: 40 anos80% das mulheres entrevistas realizaram a abdominoplastia completa. (10%) desenvolveu o seroma e (20%) apresentaram o quadro de fibrose e rachadura no umbigo e a outra o quadro de seroma e edema. A maior parte das mulheres entrevistadas começaram a realização das sessões de DLM entre 1 (20%) e 3 (30%) dias após a cirurgia de abdominoplastia. (70%) das mulheres realizaram 10 sessões de drenagem linfática no pré e pós-operatórioA DLM é eficaz no pós-operatório da abdominoplastia, visto que 60% não desenvolveu complicação no pós-operatório e um dos principais benefícios é diminuir a retenção de líquido, já os 40% restante relataram que a DLM foi essencial pós cirurgia, proporcionando alivio e bem-estar após realização da DLM. Observou-se que todas as entrevistadas (100%) realizaram DLM com um profissional habilitado.  

O estudo analisou o impacto de diferentes intervenções terapêuticas em um total de 444 mulheres, com idades entre 37 e 46 anos, submetidas a cirurgias estéticas, como abdominoplastia e lipoaspiração. A Drenagem Linfática Manual (DLM) foi o recurso mais amplamente utilizado e recomendado em todos os grupos, seja isoladamente ou combinada com outros métodos como argila verde, ultrassom terapêutico, microcorrentes, LED vermelho e taping. Os resultados indicaram que, em geral, a DLM proporcionou benefícios significativos, como a redução de edema, fibroses e retenção de líquidos, além de acelerar a recuperação pós-operatória. Nos grupos em que a DLM foi associada a outros tratamentos, como a argila verde ou linfotaping, a eficácia foi ainda maior, com melhorias evidentes na redução de complicações como fibroses e equimoses.

Esses achados ressaltam a importância de adaptar os tratamentos fisioterapêuticos de acordo com as mudanças no sistema linfático no pós-operatório. De modo geral, a DLM foi reconhecida como uma técnica essencial na recuperação dessas pacientes, especialmente no alívio de sintomas como dor, fibroses e edema.

4 DISCUSSÃO

Uma das intervenções cirúrgicas que pode apresentar riscos e complicações é a abdominoplastia. Entre os possíveis problemas estão hematomas, seromas (bastante comuns), formação de cicatrizes anormais, infecções e outros. Essas complicações podem ser prevenidas através de uma correta avaliação para indicação da cirurgia, respeitando os princípios técnicos envolvidos, além dos cuidados necessários no antes, durante e depois da intervenção. (SILVA, et al., 2019).

Diante dos resultados, os autores (ABREU et al., 2023); destacam que no grupo de pacientes em que a técnica de DLM após abdominoplastia foi associada a argila verde obtiveram maior eficácia do que o outro grupo, no estudo (Maningas, et al. 2019), os participantes do grupo de tratamento usando uma técnica chamada Método Vodder apresentaram uma maior redução no edema.

Na pesquisa de (Chi, A. et al. 2016), a DLM foi realizada em duas fases: a proliferativa associada ao linfotaping do reparo tecidual e a remodelação associada à terapia combinada e ao linfotaping mostraram resultados eficientes no tratamento de fibroses secundárias a cirurgias de abdominoplastia associadas ou não a lipoaspiração.

Segundo os autores (SANTOS et al. 2020 e (CHI et al.2017), os procedimentos mais utilizados no tratamento pré, trans e pós-operatório realizados sob a supervisão de um fisioterapeuta dermatofuncional foram a DLM e o ultrassom terapêutico, e os resultados foram satisfatórios na redução do edema, e a formação da equimose e fibrose no pós-operatório.

No estudo de (BASSOLOBRE et al., 2020), afirma que a drenagem linfática abdominal relacionada aos linfonodos axilares e inguinais, houve somente mudança significativa na via de drenagem linfática na região infraumbilical, a drenagem axilar foi predominante em contraste com a inguinal, porém 35% dos casos mostraram drenagem alternativa.

Conforme (PONTES et al., 2019), todas as entrevistadas (100%) realizaram a DLM no pós-operatório com um profissional habilitado e se sentiram melhor após tal procedimento, onde os principais benefícios são (60%) relataram que a DLM diminuiu a retenção de líquido, já os (40%) relataram que a DLM foi essencial pós cirurgia, proporcionando alivio e bem-estar.

A partir das pesquisas de RISSARDI et al. (2017), SILVA (2020), SOUZA (2020), ANDRADE (2022) e SANTOS (2022), constata-se que a Drenagem Linfática Manual (DLM) após a abdominoplastia é benéfica, pois reduz o inchaço, alivia a dor e a ansiedade, previne o surgimento de hematomas, seromas e fibroses, além de favorecer a circulação sanguínea e linfática.

São muitas as vantagens e resultados positivos após a cirurgia de DLM, como aumentar a oxigenação dos tecidos, eliminar toxinas, melhorar a circulação sanguínea e linfática, reduzir edemas, diminuir hematomas, ou seja, a drenagem linfática promove melhor cicatrização (MONTEIRO, et al., 2022).

Em procedimentos como a abdominoplastia, muitos fatores podem contribuir para o edema pós-operatório que persiste além da fase de recuperação. Por exemplo, o sistema linfático superficial pode ser danificado durante a lipoaspiração por golpes de cânula quando o tecido adiposo é removido (SILVA; MARQUES, 2020).

Valente (2020) constatou em seu estudo de caso qualitativo e descritivo que o uso da Microcorrente no pós-operatório de abdominoplastia levou a uma melhora dos movimentos na área de sutura e o retorno acelerado às atividades diárias.

Segundo Chi et al. (2018), abdominoplastia e lipoaspiração são intervenções que levam a complicações como fibrose, edema intenso e equimoses, que são as intercorrências mais comuns, sendo um grande desafio para o fisioterapeuta dermatofuncional. Na busca por um tratamento eficaz nos últimos anos para o pré e pós-operatório mostram a importância deste trabalho, além disso, para evitar possíveis problemas no pós-operatório, tais como: seroma, edema crônico, equimoses resistentes e dores intensas, o tratamento pós-cirúrgico deve ser iniciado o mais rápido possível.

5 CONCLUSÃO

Portanto a reabilitação pós-operatória de cirurgias plásticas, com ênfase na abdominoplastia, evidencia que a DLM é essencial para prevenir complicações como dor, hematomas e seromas. A DLM se destacou como o recurso mais relevante e eficaz, tanto de forma isolada quanto associada a outras terapias, contribuindo significativamente para a recuperação tecidual e a redução de complicações comuns no pós-operatório de cirurgias estéticas, promovendo uma recuperação mais rápida e segura para as pacientes.

REFERÊNCIAS

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1Artigo apresentado ao curso de Bacharelado em Fisioterapia da Unidade de Ensino Superior do Sul do Maranhão- UNISULMA.

2Acadêmica do Curso de Fisioterapia pela Unidade de Ensino Superior do Sul do Maranhão- UNISULMA.E-mail:ribeiroeli234@gmail.com.  

3Professora Orientadora: Rosilene Queiroz de Oliveira Araújo do Curso de Fisioterapia da Unidade de Ensino Superior do Sul do Maranhão- UNISULMA. E-mail:rosilene.aeaujo@unisulma.edu.br