A ATIVIDADE FÍSICA COMO FERRAMENTA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA PARA PESSOAS IDOSAS

PHYSICAL ACTIVITY AS A TOOL TO PROMOTE HEALTH AND QUALITY OF LIFE FOR THE ELDERLY

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ma10202410140732


MORAIS, Cláudio Leonardo
TEIXEIRA, Mislene Silva
MELO, Vanessa Silva Teixeira


Resumo O envelhecimento demográfico define-se pelo aumento da proporção das pessoas idosas na população total. Esse contexto demográfico evidencia a necessidade de criar políticas e ações específicas para atender as demandas dessa população crescente. O presente estudo objetiva-se por revisar a literatura existente sobre o uso de atividades físicas na promoção de saúde e da qualidade de vida de pessoas idosas. No entanto, compreender as alterações fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento e os benefícios da atividade física para a melhora da qualidade de vida da população em questão. Portanto, este estudo justifica-se pela necessidade de fomentar ações que incentivem a prática de atividades físicas entre a população idosa, visando minimizar os impactos negativos do sedentarismo e promover o envelhecimento saudável e ativo. Esse artigo trata-se de uma revisão bibliográfica com abordagem qualitativa. O presente estudo analisou 20 artigos, cujos achados indicam a atividade física como uma importante ferramenta para a promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida em pessoas idosas. Com base na fundamentação teórica, foram discutidos os benefícios da prática de atividades físicas na melhoria das atividades básicas diárias, bem como sua relação com as alterações fisiológicas. As evidências mostram que a prática regular de exercícios físicos pode atenuar os efeitos da perda de massa muscular e o risco de doenças crônicas, além de melhorar a independência funcional e o bem-estar mental. Diante disso, a promoção de atividades físicas deve ser uma prioridade em políticas públicas, com incentivos concretos e uma abordagem integrada entre profissionais de saúde. Conclui-se que a inclusão do exercício físico no cotidiano não apenas previne doenças, mas também contribui para um envelhecimento mais saudável e ativo.

Palavras-chave: Envelhecimento saudável. Atividade Física. Qualidade de vida. Promoção da saúde.

Abstract – Demographic ageing is defined by the increase in the proportion of elderly people in the total population. This demographic context highlights the need to create specific policies and actions to meet the demands of this growing population. The aim of this study is to review the existing literature on the use of physical activity to promote health and quality of life in the elderly. However, to understand the recurring physiological changes of the ageing process and the benefits of physical activity for improving the quality of life of the population in question. Therefore, this study is justified by the need to encourage physical activity among the elderly population, with the aim of minimizing the negative impacts of sedentary lifestyles and promoting healthy and active ageing. This article is a literature review with a qualitative approach. This study analyzed 20 articles, the findings of which indicate that physical activity is an important tool for promoting health and improving quality of life among the elderly. Based on the theoretical foundation, the benefits of practicing physical activities in improving basic daily activities were discussed, as well as their relationship with physiological changes. Evidence shows that regular physical exercise can mitigate the effects of loss of muscle mass and the risk of chronic diseases, as well as improving functional independence and mental well-being. In view of this, the promotion of physical activity should be a priority in public policy, with concrete incentives and an integrated approach among health professionals. It can be concluded that including physical exercise in everyday life not only prevents disease, but also contributes to healthier and more active ageing.

Keywords: Healthy ageing. Physical activity. Quality of life. Health promotion.

Introdução 

O envelhecimento demográfico define-se pelo aumento da proporção das pessoas idosas na população total. As estatísticas existentes sobre a demografia estão em conformidade no que diz respeito ao aceleramento do envelhecimento da população, principalmente nos países considerados desenvolvidos e em desenvolvimento. A senescência afeta os aspectos físicos e cognitivos de forma progressiva. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a terceira idade começa entre os 60 e 65 anos, mas este é um limite instituído apenas para fins de pesquisa. O envelhecimento depende de três tipos de fatores principais: biológicos, psíquicos e sociais, sendo estes fatores que podem acelerar ou adiar o aparecimento de doenças e sintomas típicos da idade madura (Martins, 2024).

Esse contexto demográfico evidencia a necessidade de criar políticas e ações específicas para atender as demandas dessa população crescente. É de conhecimento geral que a população idosa tem grande importância na sociedade, contribuindo com suas experiências de vida e princípios familiares mesmo com todos os obstáculos enfrentados ao decorrer da vida. As redes de apoio podem ajudar nas mudanças para que a sociedade desenvolva uma longevidade através de planejamentos que envolvam a saúde, tendo em vista as associações relativas para que o processo de envelhecimento seja bem-sucedido. O envelhecimento ativo é uma proposta para a participação de pessoas idosas no meio social, sem que o mesmo perca seu valor (Ramos et al., 2021). 

Ainda nesse cenário de envelhecimento, observamos que o estilo de vida desempenha um papel fundamental no processo de envelhecer com saúde. Foi a partir dos anos 70 que se passou a dar uma maior importância à necessidade de se alterar comportamentos individuais para estilos de vida mais saudáveis, nomeadamente ter uma dieta mais equilibrada, praticar exercício físico, controlar o peso corporal e o não consumo de álcool e tabaco. Este período proporcionou mais informação para a aquisição de hábitos saudáveis. A sociedade atual tem apresentado diversas mudanças metabólicas devido às mudanças no estilo de vida, como hábitos alimentares menos saudáveis, stress causado pela adaptação às grandes cidades, sedentarismo, entre outros. Estes fatores favorecem o surgimento de doenças como obesidade, dislipidemia e hipertensão arterial sistêmica (Martins, 2024).

Para promover o envelhecimento saudável, é necessário compreender do que exatamente esse processo discorre, sendo ele atrelado ao conceito de saúde que é um bem-estar físico, mental e social. O processo de envelhecer com saúde é um desafio que engloba ações de promoção de saúde pelo governo, profissionais e familiares que precisam estar ativos no desenvolvimento dos membros do lar, para ter bons resultados posteriormente (Rodrigues et al., 2024).

Nessa direção, envelhecer bem e de modo saudável, conforme preconiza a Organização Mundial da Saúde, pressupõe desenvolver e manter a capacidade funcional, que permite o bem-estar na idade avançada. (Konrad, Ferretti, 2023). A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) reforça a ideia de que o conceito de saúde para a pessoa idosa, se traduz mais pela sua condição de autonomia e independência do que pela presença ou ausência de enfermidades (BRASIL, 2006). 

Considerando a relevância dessas discussões, o presente estudo objetiva-se por revisar a literatura existente sobre o uso de atividades físicas na promoção de saúde e da qualidade de vida de pessoas idosas. No entanto, compreender as alterações fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento e os benefícios da atividade física para a melhora da qualidade de vida da população em questão. Portanto, este estudo justifica-se pela necessidade de fomentar ações que incentivem a prática de atividades físicas entre a população idosa, visando minimizar os impactos negativos do sedentarismo e promover o envelhecimento saudável e ativo.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Alterações fisiológicas no envelhecimento

O processo de envelhecimento acarreta diversas alterações fisiológicas e comportamentais. Comumente se constata o declínio nas capacidades funcionais e, consequentemente, alteração nos aspectos psicológicos envolvidos e decorrentes destas perdas graduais e contínuas pode ainda ser verificada diminuição significativa da atividade motora, resultante, em parte, da degeneração fisiológica, fatores ambientais, doenças, estilo de vida ou a combinação desses elementos (Nascimento et al., 2021).

No livro “Neuropsicogeriatria: Uma abordagem integrada”, Costa e Guimarães (2023) descrevem as mudanças fisiológicas do envelhecimento, que são progressivas e aumentam a suscetibilidade a diversas doenças. O capítulo aborda alterações na composição corporal, incluindo a pele, além de mudanças nos sistemas sensorial, imunológico, nervoso, gastrointestinal, respiratório, urinário, cardiovascular, hematopoiético e endócrino. Essas transformações fisiológicas ampliam a vulnerabilidade a doenças comuns no envelhecimento.

Com o avançar da idade, ocorre uma perda da massa muscular, acompanhada de aumento da gordura corporal, especialmente visceral e intramuscular, além de uma redução da densidade e do conteúdo mineral ósseo. Essas mudanças predispõem o desenvolvimento de sarcopenia, obesidade e osteoporose, respectivamente. A redução da força muscular e da capacidade funcional tornam as pessoas idosas mais frágeis e vulneráveis a desequilíbrios, quedas, lesões e fraturas. Esse conjunto de fatores reduz o nível de atividade física (AF) habitual, enquanto eleva o aumento do comportamento sedentário entre as pessoas idosas, dois importantes fatores de risco à saúde associados ao aumento das taxas de prevalência e incidência de doenças crônico-degenerativas, resultando em elevados custos com a saúde, em virtude da necessidade do uso crescente de fármacos, combinado com o aumento do número de consultas médicas, internações e cirurgias (Coelho-Ravagnani et al., 2021).

O comportamento sedentário, por sua vez, acelera o declínio dos sistemas corporais, elevando o risco de disfunções cardiometabólicas, vasculares e musculoesqueléticas. De maneira oposta, pessoas idosas fisicamente ativas apresentam melhor percepção de sua qualidade de vida do que aqueles inativos, pois a atividade física proporciona maior independência nas atividades diárias. Portanto, torna-se fundamental identificar métodos e instrumentos adequados para avaliar o nível de atividade física entre as pessoas idosas. Esses dados são essenciais para estudos epidemiológicos que associam morbidade e mortalidade ao nível ideal de atividade física. Além disso, essa informação é crucial para a formulação de políticas públicas que promovam um estilo de vida mais ativo e combatam o sedentarismo e o declínio funcional em pessoas idosas (Aguiar, Passos, Matsunaga, 2021).

As alterações do envelhecimento afetam as respostas de agentes estressores, tornando-o mais suscetível a lesões, perda de massa muscular e massa óssea elevando o risco de fraturas. Além disso, ocorre um aumento na incidência de doenças cardiovasculares, assim como deficiência cognitiva, piorando as condições de saúde e promovendo um declínio na capacidade funcional limitando progressivamente a pessoa idosa a realizar as atividades diárias (Oliveira et al., 2020).

A perda de massa e força muscular ao longo dos anos contribui para o desenvolvimento da sarcopenia, uma condição multifatorial que inclui fatores como progresso da resistência anabólica, turnover de proteína muscular, a absorção lenta de aminoácidos, alterações no sistema endócrino, modificações da junção neuromuscular assim como motivos pertinentes ao comportamento e a doenças (Araújo, 2021).

O declínio funcional, causado pela atrofia muscular e redução da densidade mineral óssea, aumenta o risco de quedas e dificulta a realização de atividades cotidianas. No sistema cardiorrespiratório, acontecem alterações na captação/transporte de oxigênio e na demanda metabólica corporal, influenciando a funcionalidade da população idosa. Essas mudanças afetam não apenas a capacidade funcional, mas também têm implicações significativas para a família, a comunidade e o sistema de saúde. A perda de autonomia e a maior dependência resultam em uma diminuição do bem-estar físico e mental do idoso, o que impacta diretamente sua qualidade de vida (Guimarães et al., 2021).

Benefícios da atividade física para pessoas idosas 

A prática adequada de atividade física pode reduzir a incidência de hipertensão, e novas diretrizes sugerem que pacientes hipertensos sejam tratados também com intervenções não farmacológicas. A falta de cumprimento das recomendações sobre atividade física está associada a condições como obesidade, diabetes, hipertensão e síndrome metabólica, importantes fatores de risco cardiovascular. Entre os inúmeros benefícios da prática de atividade física, destacam-se o alívio da dor, a redução do peso por pessoas idosas hipertensas, além de melhorias no humor, como aumento da sensação de felicidade e disposição. Dessa forma, a atividade física pode ser capaz de facilitar as interações sociais e contribuir para melhoria da saúde física e de condições que afetam a saúde mental. Além de atuar de forma preventiva e como tratamento complementar de doenças crônicas, a prática regular de atividade física é fundamental para a manutenção da capacidade funcional, proporcionando mais autonomia às pessoas idosas nas atividades diárias e melhorando a percepção de qualidade de vida (Silva et al., 2022).

A prática de atividades físicas na população idosa, visa o aumento da sua autossuficiência, reduzindo os efeitos deletérios que podem ser observados com o avançar da idade. Sendo assim, a sua prática regular melhora a saúde e a qualidade de vida, promovendo a melhora da capacidade funcional, autonomia e melhora da saúde mental das pessoas idosas (Nascimento et al., 2021).

Mesmo atividades físicas não estruturadas, como lazer e tarefas domésticas, proporcionam benefícios significativos em comparação ao sedentarismo, ajudando a reverter declínios físicos, psíquicos e sociais associados ao envelhecimento inativo. Contudo, mesmo com a clara evidência dos benefícios da atividade física, ainda há pouca promoção desse hábito por parte dos profissionais de saúde (Faustino e Neves, 2020).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) identifica a inatividade física como o quarto fator de risco global para a mortalidade, sendo um dos principais fatores que influenciam para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis no Brasil. Estudos indicam que a prática de atividade física regular pode retardar o desenvolvimento e progresso de doenças crônicas, além de preservar o funcionamento físico e assim reduzir o processo fisiológico do envelhecimento (Faustino, Neves, 2020).

A prática de atividade física oferece vários benefícios emocionais, como a redução do estresse, ansiedade, irritabilidade e depressão, além de proporcionar uma experiência agradável e de lazer. A compreensão do movimento corporal vai além dos benefícios biológicos e orgânicos, promovendo melhor cuidado e promoção da saúde física, mental e social, prevenindo diferentes doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), permitindo a todos os cidadãos uma participação de forma plena e igualitária nas atividades (Oliveira et al., 2023).

Durante a prática de exercícios, o corpo libera substâncias como endorfina, serotonina, dopamina e oxitocina, que não apenas promovem o alívio da dor, mas também proporcionam bem-estar e equilíbrio emocional, regulando as emoções (Guimarães et al., 2021).

Nesse contexto, Guimarães et al., (2021) destacam que a prática de atividades físicas contribui para um envelhecimento saudável. Pesquisas indicam que idosos que praticam exercícios físicos regularmente apresentam melhorias nas funções físicas, psicológicas e sociais, como aumento do bom humor, redução da ansiedade e estresse, melhora da autoestima, diminuição da fragilidade muscular e prevenção de quedas. Os benefícios do envelhecimento ativo estão, portanto, ganhando cada vez mais relevância.

Atividade física e qualidade de vida na terceira idade

A qualidade de vida pode ser entendida, de maneira simplificada, como a satisfação pessoal em relação à vida. Esse conceito abrange diversos fatores, incluindo a manutenção da capacidade funcional, a situação socioeconômica, o bem-estar e o estado de saúde. Portanto, qualidade de vida relacionada à saúde não é apenas ausência de doenças, mas, bem-estar físico, psicológico e emocional para as tarefas do dia a dia (Andrade, Melo, 2022).

A qualidade de vida também foi definida como a “sensação íntima de conforto, bem-estar ou felicidade no desempenho de funções físicas, intelectuais e psíquicas dentro da realidade da sua família, do seu trabalho e dos valores da comunidade à qual pertence”. De fato, existem inúmeras definições, no entanto, não existe nenhuma definição de qualidade de vida que seja amplamente aceita. Atualmente, os conceitos de qualidade de vida tendem a incorporar múltiplas dimensões em uma abordagem holística (Martins, 2024).

Desse modo, o conceito de qualidade de vida é essencial para analisar o estilo de vida da pessoa idosa, uma vez que reflete o nível de bem-estar biopsicossocial, espiritual e econômico do indivíduo, podendo estar associado ou não às comorbidades que surgem com o envelhecimento. Em geral, uma idosa saudável não é aquela isenta de morbidades, mas aquele que participa ativamente da sociedade e mantém sua capacidade funcional íntegra. A preservação dessa capacidade é crucial para garantir a independência e a autonomia, além de promover um engajamento ativo com a vida (Menezes et al., 2020).

À medida que um indivíduo envelhece, sua qualidade de vida é fortemente determinada por sua habilidade de manter autonomia e independência. Para que ocorra um envelhecimento saudável é importante priorizar a qualidade de vida ao longo de toda a trajetória de vida, e não apenas a partir dos 60 anos. A saúde física, o estado psicológico, o nível de dependência, as relações sociais, as crenças e a interação com o ambiente ao redor dependem não apenas dos riscos e oportunidades ao longo da vida, mas também da qualidade de vida que o indivíduo cultivou ao longo de sua jornada (Figueiredo, Souza e Chaud, 2021).

Metodologia 

Esse artigo trata-se de uma revisão bibliográfica com abordagem qualitativa. Para Gil (2002) a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Enquanto a pesquisa qualitativa se aplica ao estudo da história, das relações, das representações, das crenças, das percepções e das opiniões, produtos das interpretações que os humanos fazem a respeito de como vivem, constroem seus artefatos e a si mesmos, sentem e pensam (Minayo, 2010).

O levantamento bibliográfico foi à primeira etapa desta pesquisa e ocorreu entre os meses de agosto a setembro de 2024, nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americano e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientifique Electronic Library Online (SciELO), utilizando-se os seguintes descritores: envelhecimento saudável; atividade física; qualidade de vida; promoção da saúde. O uso de diferentes descritores nas diferentes bases de dados se deu pelo fato de que, utilizando apenas um descritor, não foi possível encontrar artigos relacionados ao tema, sendo necessários mais descritores para ampliar as buscas. 

Os critérios de inclusão para a seleção das publicações foram: publicações acadêmicas dos últimos cinco anos, nos idiomas Inglês, português e espanhol, que atendessem aos critérios de inclusão e pesquisas que respondessem à pergunta problema. Foram excluídas produções que não apresentaram relação direta com um ou mais de um dos assuntos centrais do presente trabalho. 

Do material obtido, resultando em 45 artigos, procedeu-se a leitura minuciosa de cada artigo, destacando aqueles que responderam ao objetivo proposto por este estudo. Seguindo os critérios de inclusão, 20 artigos foram selecionados para análise, os quais são referenciados e utilizados para o desenvolvimento e embasamento teórico do presente trabalho. 

O presente estudo não envolveu questionários e ou entrevistas para base de dados, portanto não precisou passar pelo Comitê de Ética, logo, foram utilizadas informações de domínio público para complementar a pesquisa e todos referenciados no presente texto. A pesquisa não reconhece nenhum conflito de interesse, falsificação, falta de cuidado com a coleta e análise de dados, bem como, manipulação de dados e resultados. A mesma dispõe de dados verídicos e cumpre com as exigências legislativas e regulamentadoras.

Resultados e discussões 

O presente estudo de revisão de literatura analisou 20 artigos, cujos achados indicam a atividade física como uma importante ferramenta para a promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida em pessoas idosas. Com base na fundamentação teórica, serão discutidos os benefícios da prática de atividades físicas na melhoria das atividades básicas diárias, bem como sua relação com as alterações fisiológicas que influenciam a qualidade de vida dessa população.

Os dados demonstram que é evidente que o processo de envelhecimento traz consigo uma série de alterações fisiológicas que impactam diretamente na qualidade de vida da população idosa, mas que podem ser minimizadas através da prática de atividade física regular. Nascimento et al. (2021) destacam que o declínio das capacidades funcionais e o aumento do sedentarismo são consequências da degeneração fisiológica, fatores ambientais e doenças, o que reduz a capacidade de movimento e eleva o risco de disfunções metabólicas e cardiovasculares. Ao mesmo tempo, a literatura analisada aponta que a atividade física pode reverter alguns dos efeitos negativos do envelhecimento, como a sarcopenia e a obesidade, melhorando a saúde funcional e a independência das pessoas idosas.

Costa e Guimarães (2023) detalham como as mudanças fisiológicas no envelhecimento afetam diversos sistemas corporais, aumentando a vulnerabilidade a doenças crônicas e degenerativas. Essas alterações podem ser intensificadas pela inatividade física, como descrito por Coelho-Ravagnani et al. (2021), que ressalta a perda progressiva de massa muscular e densidade óssea, fatores críticos para o desenvolvimento de sarcopenia e osteoporose. Contudo, como evidenciado por Aguiar, Passos e Matsunaga (2021), pessoas idosas fisicamente ativas apresentam maior independência em suas atividades diárias e uma melhor percepção de qualidade de vida, sendo essencial o desenvolvimento de políticas públicas que incentivem o exercício físico nesta população.

A prática regular de atividade física, além de sua função preventiva, também atua como complemento no tratamento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Silva et al. (2022) salientam que a atividade física auxilia no controle da hipertensão, alívio da dor e melhora do humor, além de facilitar a interação social entre pessoas idosas. Em consonância com essas afirmações, Faustino e Neves (2020) reforçam a importância de incluir a atividade física na rotina das pessoas para combater o sedentarismo e promover um envelhecimento saudável e ativo. Embora os benefícios sejam amplamente conhecidos, ainda há uma carência de incentivo adequado por parte dos profissionais de saúde, o que evidencia a necessidade de intervenções mais eficazes.

De forma semelhante, Guimarães et al. (2021) destacam o papel da atividade física na liberação de hormônios como endorfina e serotonina, que contribuem para o bem-estar emocional, além de melhorar a função cognitiva e prevenir a fragilidade muscular e quedas. A manutenção da força e da mobilidade é essencial para preservar a independência da pessoa idosa e reduzir o impacto de doenças crônicas, sendo que a prática de atividades físicas pode atuar como um importante fator de proteção, conforme observado por Oliveira et al. (2023).

A conexão entre atividade física e qualidade de vida é reforçada por Andrade e Melo (2022), que definem qualidade de vida não apenas como a ausência de doenças, mas como o bem-estar físico, mental e social que permite a pessoa idosa desempenhar suas atividades diárias com autonomia. Para Martins (2024), o conceito de qualidade de vida inclui múltiplas dimensões, mas não existe uma amplamente aceita pela sociedade. Menezes et al. (2020) analisa o estilo de vida como qualidade de vida e este reflete o estado biopsicossocial e econômico do indivíduo. Assim, é fundamental que a prática de atividades físicas seja incorporada ao estilo de vida ao longo de toda a trajetória de vida, como defendem Figueiredo, Souza e Chaud (2021), garantindo que o envelhecimento seja acompanhado de uma preservação da capacidade funcional e do engajamento social.

Conclusão 

O presente estudo reforça o papel crucial da atividade física na promoção da saúde e qualidade de vida de pessoas idosas. As evidências revisadas mostram que a prática regular de exercícios físicos pode atenuar os efeitos do envelhecimento, como a perda de massa muscular e o risco de doenças crônicas, além de melhorar a independência funcional e o bem-estar mental.

Diante disso, a promoção de atividades físicas entre os idosos deve ser uma prioridade em políticas públicas, com incentivos concretos e uma abordagem integrada entre profissionais de saúde. Conclui-se que a inclusão do exercício físico no cotidiano dessa população não apenas previne doenças, mas também contribui para um envelhecimento mais saudável e ativo, fortalecendo sua autonomia e qualidade de vida.

Referências

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