A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NO ENSINO TEÓRICO E PRÁTICO NOS CURSOS DA MEDICINA: USO DA FERRAMENTA CONSCIENTIZAÇÃO DA PRÁTICA DE UMA ROTINA SAUDÁVEL PARA PREVENÇÃO DE DOENÇAS.

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202410132133


Romário Mascena Amorim Lopes ¹; Markinokoff Lima e Silva Filho ²; Débora Larissa Rufino Alves³; Kleber Vinicius Rodrigues de Vasconcelos4; Klary Gheorgia Silveira Medeiros Melo4; André Cordeiro de Sousa Absalão4; Márcio José de Carvalho Lima4; Louise Santana de Carvalho4; João Bosco Antunes Teixeira Neto5; Loreanne Gomes Nascimento5; Suzy Mary Ferreira Pereira5


RESUMO: A educação nos cursos da área da saúde pode ser compreendida como um conjunto de saberes teóricos passados em sala de aula e práticas em laboratório, sendo ainda possível acumular experiências ainda como acadêmico, para além das horas de estágio regular, por meio de projetos voltados para atender a comunidade,  prevenção de doenças e promoção da saúde. (SILVA, et al. 2007; BRITO, 2021). Essas práticas educativas nesta área devem ser direcionadas para o desenvolvimento de capacidades individuais e coletivas visando do acadêmico, bem como para população à melhoria da qualidade de vida e saúde e melhora no autogerenciamento, principalmente quando relacionamos as doenças crônico-degenerativas. (BARROS, CARNEIRO, 2011).OBJETIVOS: Descrever o que é projeto de extensão universitária e os benefícios para o ensino superior, acadêmico e comunidade.  METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão de literatura em bases indexadas SciELO, PubMed, LILACS, utilizando os descritores Formação em saúde; Ensino, Pesquisa e Extensão; Interdisciplinaridade; Humanização do cuidado, Medicina, no período de 2004 a 2024.  RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os artigos selecionados corroboram com a cerne dessa revisão que a trabalhos em grupos para realizar educação em saúde e favorecer a inter-relação profissional-usuário-família, e resultados positivos em auxiliar os mesmos a enfrentar de forma mais adequada às doenças crônicas e possibilitando o empoderamento de seu autocuidado. (SANTOS. 2011; NOVAES, 2021). CONCLUSÃO:É inquestionável que a Extensão Universitária  dispõe  de  um  potencial transformador das estruturas acadêmicas e sociais, uma vez que, as instituições garantem que os discentes obtenham uma formação mais integral, com o devido alinhamento do tripé: Ensino, Pesquisa e Extensão. 

Palavras-chave: Formação em saúde; Ensino, pesquisa e extensão; Interdisciplinaridade;Humanização do cuidado, Medicina

INTRODUÇÃO 

A educação nos cursos da área da saúde pode ser compreendida como um conjunto de saberes teóricos passados em sala de aula e práticas em laboratório, sendo ainda possível acumular experiências ainda como acadêmico, para além das horas de estágio regular, por meio de projetos voltados para atender a comunidade,  prevenção de doenças e promoção da saúde. (SILVA, VASCONCELOS, et al. 2007). Essas práticas educativas nesta área devem ser direcionadas para o desenvolvimento de capacidades individuais e coletivas visando do acadêmico, bem como para população à melhoria da qualidade de vida e saúde e melhora no autogerenciamento, principalmente quando relacionamos as doenças crônico-degenerativas. (BARROS, CARNEIRO, SANTOS. 2011). Durante a graduação é possível exercer mais práticas que as oferecidas regularmente pelas instituições de ensino superior, por meio dos projetos de extensão universitária.

A  extensão universitária é  um  componente  da  formação   que  possibilita  uma  aprendizagem  teórico prática, maximizando  o  ensino  obtido  em  sala  de aula  (SANTOS et al, 2016),  além  de promover  a  integração  entre a academia e a sociedade, através da realização de atividades de assistência à população (RODRIGUES  et al., 2012).Trata-se  de  um  processo  que  envolve  interdisciplinaridade,  cultura,  educação,  ciência  e  política,  visando interagir e transformar tanto a universidade, quanto os outros setores sociais apoiados por ela. Neste contexto, as  ações  de  extensão  podem  ser  compreendidas  também  como  práticas  que  unem  o  ensino  e  a  pesquisa, promovendo assim, os valores democráticos, a equidade e o desenvolvimento social (MUSSE, 2021). 

Um recurso, no qual, o conhecimento científico produzido na área da saúde pelos profissionais  e acadêmicos que ali atuam, atinge a vida cotidiana das pessoas por meio da compreensão dos fatores condicionantes do processo saúde-doença, oferecendo subsídios para a adoção de novos hábitos à saúde. (SILVA, VASCONCELOS, et al., 2007)

As práticas extensionistas promovem alterações consideráveis no âmbito estudantil e na sociedade, favorecendo o surgimento de novos métodos de pesquisa, novas percepções pela aproximação da teoria e prática, além da compreensão dos problemas sociais, econômicos e também políticos. Assim, um verdadeiro sedimentador de conhecimento teórico e prático aprendido pelo discente, bem como traz ganhos para sociedade. Assim a formação extra acadêmica foca em intervir e aplicar métodos que focam na reeducação, objetiva-se em oferecer informação e modificar o estilo de vida que interfere na saúde e bem estar dos indivíduos.  (SANTOS, 2016)

As instituições de ensino ao disponibilizarem projetos de extensão, sejam elas públicas ou privadas, oferece aos alunos a experiência em primeiros socorros e conhecimentos em educação em saúde para desenvolver atendimentos nos diversos setores, como pediatria, geriatria, clínica médica, psiquiatria, ginecologia, ortopedia, dentre outros,  com o intuito de compartilhamento de experiências vivenciadas entre os alunos envolvidos, que eleva o nível acadêmico dos socorristas integrantes, como também o nível de saúde coletiva e social da população beneficiada.

O saber teórico e prático dos acadêmicos pode ser implementado em programas de extensão acadêmica, que visam também à inclusão social de crianças ,adolescentes, adultos e idosos em situação de vulnerabilidade social. Essas iniciativa coletivas contribui para os jovens resgate da autoestima e da cidadania, estimulando e reforçando os vínculos com a escola, família através da prática de esportes como: futebol, futsal, natação, dança, capoeira, judô, voleibol, basquete, handebol, atletismo e dentre outras que fazem partem da grade curricular do curso de Educação Física. Assim como para adultos e idosos, integram as atividades participam ativamente de atividades e exercícios físicos integrados na Academia.

Essa necessidade de incorporar mais práticas voluntárias aos acadêmico da área da saúde surge como necessidade de quebra do modelo mecanicista centrado na figura do médico como “curador;’, nas últimas décadas, as instituições de ensino, em consonância com os avanços no setor da saúde e com o papel regular do Ministério da Saúde e do Conselho Nacional de Saúde, passaram a refletir sobre a formação em saúde, buscando produzir novos conhecimentos e práticas de cuidado. Nessas novas práticas as escolas de saúde têm buscado produzir conhecimentos socialmente comprometidos, fruto de uma maior integração entre a comunidade acadêmica e a sociedade, bem como a readequação de processos de ensino-aprendizagem de graduandos, pós-graduandos e trabalhadores em serviço (NOVAES, 2021) 

Diante de tudo anteriormente exposto, fica evidente que as instituições de ensino superior têm o papel de formar  profissionais preocupados  com  sua  realidade  social,  haja  vista que  é,  também,  papel  das  instituições desenvolver  estratégias  para  atender  as  necessidades  do  país por meio de práticas educacionais, dentre essas práticas está o projeto de extensão universitária.

2 OBJETIVOS GERAL 

Tem como objetivo descrever o que é projeto de extensão universitária e os benefícios para o ensino superior, acadêmico e comunidade

2.1 OBJETIVO ESPECÍFICO

Uso da ferramenta conscientização da prática de uma rotina saudável para prevenção de doenças.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Programas de extensão e sua relevância para a experiência universitária.

 A constituição Federal de 1988, em seu artigo 5, determina que a educação é direito de todos e dever do Estado, na prática exercendo colaboração e fomentando incentivo da sociedade, dessa forma o profissional terá preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 2023). Nesse embasamento, a formação profissional se concretiza não somente com o empenho do acadêmico em práticas obrigatórias de todos os cursos, mas, com o apoio de entidades governamentais e principalmente numa aliança participativa da sociedade. A constituição entende essa necessidade de apoio constitucional  para garantir a formação acadêmica, então no artigo 207, onde se contempla o princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, afirmando o comprometimento com a transformação social para o pleno exercício da cidadania. Nesse artigo há o fortalecimento da formação técnica e científica, por meio de práticas de ensino e extensão como ferramentas fortalecedoras do processo educacional.

Não é de hoje que o processo de extensão é uma prática reconhecida e fortalecida pelo poder público da educação, há 27 anos foi criado o Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras – FORPROEX, favorecendo ao reconhecimento legal das atividades extensionistas e tornando mais fácil a comunidade acadêmica redefinir a Extensão Universitária. Dessa maneira ficou mais fácil caracterizar os programas da seguinte forma (FURTADO, 2023)

A Extensão Universitária fortalece o conhecimento teórico e prático, surge como uma via de mão-dupla, assegurando um caminho à comunidade acadêmica, que achará, na sociedade, a oportunidade de elaboração da prática de um conhecimento universitário. Os alunos que se dispõem a serem extensionistas em projetos retornam para sala de aula com aprendizado para além dos livros, são capazes de refletir teoricamente. Nesse tipo de experiência o acadêmico trocar saberes com a comunidade e corpo docente que acompanha tais práticas, bem como a partir dessas vivências os alunos expõem esses saberes adquiridos para além da carga horária básica, em congressos acadêmicos, disseminando o saber e democratização do conhecimento acadêmico e a participação como indivíduos atuantes da comunidade na Universidade. (FORPROEX, 1987)

A participação em projetos de extensão enriquece o currículo do acadêmico, pois inicia uma trajetória para transformação da sociedade, transforma-se a si mesma e transforma sua relação com os outros “fazeres” acadêmicos – ensino e pesquisa -. (SERRANO, 2013) O reconhecimento dos programas de extensão já ocorrem em todo país há mais de 20 anos e consegue firmar sua importância quando estabelece uma relação entre instituições e comunidade, propiciando a troca de conhecimentos entre professores, alunos e população, fazendo com que as experiências vivenciadas favoreçam a todos que se unem a esse processo de ensino-aprendizagem a partir de práticas cotidianas, realizando um confronto da teoria com o mundo real. (HENNINGTON, 2005)

Na relação universidade/sociedade os atores não trocaram de papéis ou perderam sua identidade, mas devem gerar mudanças, transcender, assim a Universidade que vai não será a mesma que volta, do mesmo modo se repete a comunidade. (SERRANO, 2013) Na área da saúde, assumem particular importância na medida em que se integram à rede assistencial e podem servir de espaço diferenciado para novas experiências voltadas à humanização, ao cuidado e à qualificação da atenção à saúde. (HENNINGTON, 2005)

Na relação entre Pesquisa e Extensão, abrem-se várias possibilidades de articulação entre a Universidade e a sociedade. Objetiva-se à produção de conhecimento e sustenta-se principalmente em metodologias participativas, no formato investigação-ação, que priorizam métodos de análise inovadores, a participação dos atores sociais e o diálogo. Apenas ações extensionistas com esses formatos permitem aos atores nelas envolvidos a apreensão de saberes e práticas ainda não sistematizadas e a aproximação aos hábitos, valores e princípios que orientam as comunidades. (POLÍTICA DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 2012)

A prática extensionista se coloca como campo de aprendizagem não só dos discentes, mas dos docentes e demais sujeitos, pois, para se aprender, é preciso vivenciar o mundo, e não só ter teorias. (SILVA, RIBEIRO, SILVA JÚNIOR, 2013) As atividades de Extensão Universitária constituem aportes decisivos à formação do estudante, seja pela ampliação do universo de referência que ensejam, seja pelo contato direto com as grandes questões contemporâneas que possibilitam. (POLÍTICA DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 2012).

3.2 A extensão usando como ferramenta de trabalho médico o fortalecimento das práticas de atividade física e vida saudável: fundamentos da extensão. 

Um estilo de vida saudável é a principal área de atuação do extensionista, uma vez que a literatura já mostra como certeza que prática regular de atividade física, é condição desejável e representa aspecto importante na prevenção de diversas doenças. Nos últimos anos houve uma redução importante do índice de atividade física no dia a dia da população, devido a rotina diária dedicada ao trabalho/estudo e aos transportes motorizados que evitam a disposição para caminhadas. Tal afirmação ganha relevância frente às importantes mudanças relacionadas à transição demográfica, caracterizada pelo envelhecimento da população, bem como pela preocupação demonstrada pelo Ministério da Saúde do Brasil para combater os índices de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). (MADEIRA, SIQUEIRA, et. al.; 2013)

Estudos científicos apontam que o exercício físico mostra-se como efeito benéfico na diminuição da mortalidade por todas as causas. Associado às atividades laborais e de lazer, destaca-se na melhoria da capacidade cardiorrespiratória, da incidência de doenças cardiovasculares, mantêm a pressão arterial dentro de limites seguros, retardamento e prevenção do aparecimento de diabete mellitus, da osteoporose, da obesidade, manutenção da densidade óssea no idoso, redução da ocorrência de certos tipos de câncer, aumento da expectativa de vida, entre outros. “Essas doenças acarretam graves complicações à saúde, que além de interferirem na qualidade de vida e saúde do indivíduo, implicam em elevados custos para a sociedade e governo.” (SANTOS, HORTA, SOUZA, et. al.; 2012).

Quando se trata sobre planejamento de ações de saúde pública, é fundamental identificar a proporção de sujeitos expostos a risco na população alvo. Por isso, e em decorrência do reconhecimento da forte associação entre a prática de atividades físicas e saúde, ocorreu em todo o mundo um acréscimo sem precedentes na discussão acerca da prevalência da inatividade física em pessoas de todas as idades. (GUARDA, 2010)

Um estudo realizado pelo Ministério da Saúde sobre estilo de vida, revelou que 96% das pessoas não adotam um estilo de vida inteiramente saudável, somente 10% da população entre 18 e 55 anos declaram fazer atividade física regularmente pelo menos três vezes por semana. (SALVE, 2007) O hábito de não se exercitar não se forma ao indivíduo chegar à fase adulta, mas já se destaca na formação das crianças, pois é cada vez mais natural se observar que as atividades físicas das crianças são cada vez menos praticadas, preferindo elas gastarem mais tempo assistindo TV do que optarem por atividades mais saudáveis. Este estilo de vida, o sedentarismo, tem sido adotado em todas as faixas etárias. (SALVE, 2007)

A Federação Internacional de Medicina do Esporte recomenda que todos os indivíduos se engajem em um programa regular de exercícios aeróbicos, com três a cinco sessões semanais, cada uma das quais com duração de 30 a 60 minutos. (LAZZOLI, 1997) De acordo com o interesse, o acesso a locais e instalações para a prática do exercício, a idade e o estado físico, é que a escolha da atividade será realizada.

Apesar dos adolescentes referirem a atividade física e os hábitos alimentares saudáveis como estratégias de cuidado, em seus relatos eles afirmaram que não põem em prática o que eles consideram importante. (MARQUES, SILVA, et al. 2012) A participação de atividade física na escola é entre meninas, 20%, e nos meninos 16%, considerando em três ou mais dias por semana atividade física vigorosa. Entre os universitários, com idades entre 18 e 21 anos, essa prática declina para 6% para homens e 7% para mulheres. (SALVE, 2007)

A comunidade acadêmica já reconhece a importância de avaliação mais específica para a criança e adolescente que praticam ou desejam praticar esportes e que esse atendimento é distinto daquele do adulto, daí a importância de início precoce de conscientização e prática de uma vida saudável (MEYER, 1999) Há uma percepção na visão dos adolescentes pensada a partir do entendimento de que o cuidado à saúde deve ser atrelado à assistência médica, na prevenção ou cura de agravos à saúde. (MARQUES, SILVA, et al. 2012) 

 A avaliação da saúde e desempenho físico da criança e adolescente é fundamental como parte de uma programação e acompanhamento desportivo. Algumas justificativas para essa avaliação são: 1) fazer uma triagem para as condições que podem afetar a saúde geral; 2) identificar deficiências nos diferentes componentes da aptidão física; 3) estabelecer valores de referência antes de iniciar um programa de exercício; 4) acompanhar o curso de uma doença progressiva; e 5) ajudar nas recomendações de exercício. Para garantir esses objetivos, essas avaliações devem ser periódicas, com intervalo de no máximo dois anos entre elas. (MEYER, 1999)

 Para corresponder às concepções de saúde e cuidado apresentadas pelos adolescentes é essencial que os profissionais de saúde não demonstrem somente o aprimoramento técnico-científico, mas que tenham atitude humana e sensibilidade ao trabalhar com os adolescentes. (MARQUES, SILVA, et al. 2012) A avaliação do adolescente deve ser encarada como uma oportunidade única para garantir a segurança e para educar o futuro adulto sobre como manter um estilo de vida saudável e como prevenir lesões e diversos outros problemas. (MEYER, 1999)

O envelhecimento pode ser conceituado de diferentes formas, dentre as quais a definição mais difundida é a perda da eficiência dos processos envolvidos na manutenção da homeostase do organismo, implicando decréscimo da viabilidade ou aumento da vulnerabilidade ao estresse. (SILVA, GOULART, et al. 2012) O crescimento da população de idosos, em números absolutos e relativos, é um fenômeno mundial e estudos mostram que é o segmento que cresce mais rapidamente. (BRANDALIZE, ALMEIDA, et al. 2011)

O problema do sedentarismo é resultado da baixa taxa de adesão inicial e da alta taxa de desistências, que é de aproximadamente 50% após os 6 meses iniciais. Mudanças na atividade física de idosas fisicamente ativas podem ocorrer a partir de orientações que estimulem a prática de atividade física moderada, em especial a caminhada. (NASCIMENTO, PINHEIRO. 2013)

O nível de atividade física é um componente importante na estabilização e na redução da progressão de várias doenças crônicas associadas ao aumento da idade Nesse sentido, a prática da atividade física por meio de programas direcionados à clientela idosa pode ser vista como um recurso promissor. (NASCIMENTO, PINHEIRO. 2013) Todavia, devido às modificações fisiológicas impostas com o processo de envelhecimento, os exercícios físicos podem apresentar algumas limitações para os idosos, devendo então ser mantido certa atenção para com esses indivíduos, avaliando os efeitos que esses exercícios venham a acarretar, atentando a aptidão física funcional dos idosos atuantes.

3.3 Ações Educação em Saúde como ferramenta da extensão 

Todo profissional da área da saúde é um educador por premissa básica, uma vez que a informação habilita o paciente a ser partícipe de sua melhora clínica .A educação e a saúde são dois campos de atuação indissociáveis em que os profissionais de qualquer nível de atenção à saúde agem no progresso do desenvolvimento humano. (BARROS, CARNEIRO, SANTOS. 2011). A Educação em Saúde assume o estatuto de estratégia de promoção da saúde. Assim, o desafio de que os profissionais de saúde venham a desenvolver a dimensão político-social da educação em saúde exige que, no contexto de ensino-aprendizagem, se efetivem práticas pedagógicas que dêem conta de promover efetivamente a autonomia dos sujeitos. (CHAGAS, XIMENES, JORGE. 2007). Na atualidade com a introdução maciça dos meios de informação é necessário o uso metodologias diferenciadas de ensino-aprendizagem que foquem a participação e o senso crítico, para que se alcance a promoção da saúde dos usuários, e o profissional deve estar capacitado para isso.

A Saúde Coletiva é referência à ideia de Promoção da Saúde, que constitui elemento central da chamada nova saúde pública/coletiva, que estende de forma significativa a abrangência das ações de Saúde ao tomar como objeto o ambiente, seja ele local e global, em um sentido amplo. (CHAGAS, XIMENES, JORGE. 2007) A população deve ser trabalhada pelos profissionais da saúde, em especial médicos, nos seus diversos campos de atuação, a conscientização do seu estado de saúde, área clínica, mas também através das ações de promoção, que possam enfatizar sugestões que auxiliem no processo de prevenção e cuidado.   A saúde pública tem como pilar estabelecido pela OMS a busca não somente tratar os agravos à saúde, mas preveni-los, por meio de estratégias que conscientizadoras e ações práticas na saúde, como por exemplo falar sobre as complicações da hipertensão arterial e oferecer um trabalho aeróbico, por exemplo, aliar teoria e prática.

A educação permanente em saúde de concepção transformadora se apresenta como alternativa viável de superação da práxis reiterativa e reprodutiva de domesticação, de tecnicismo, de formas acríticas de fazer, com rotinização, compartimentação de saberes, treinamentos e adestramentos. Logo, ao experimentar um desenho de educação permanente em saúde numa perspectiva transformadora, busca-se rescindir com o usual e estabelecer novas maneiras de pensar e agir, permitindo a educação como proposta de transformação pessoal, profissional, social e institucional. (SILVA, FERRAZ, et al. 2010)

O cuidado direto e indireto ao usuário atual deve ser refletida sobre a luz das propostas da saúde coletiva e educação construtivista. (BARROS, CARNEIRO, SANTOS. 2011) Assim, a medicina sendo uma profissão trabalhando junto à comunidade, torna-se fundamental integrar os conhecimentos científicos à situação de vida em que a população se encontra, sendo essencial que o médico se inteire da cultura preexistente e respeite suas crenças e valores, para que possa interferir nas situações que venham lhe ser acessíveis. 

4 METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão de literatura em bases indexadas scielo, pubmed, lilacs, utilizando os descritores Formação em saúde; Ensino, Pesquisa e Extensão; Interdisciplinaridade; Humanização do cuidado, Medicina, no período de 2004 a 2024, foram encontrando 300 artigos , desses que estavam disponíveis na versão on line e gratuita foram 50, que compuseram a revisão de literatura.

Atendem aos critérios de inclusão nesta pesquisa os artigos possuem a versão on-line e gratuita, enquadrar-se nos descritores previamente selecionados, ter sido publicado entre 2004 e 2024. Já os critérios de exclusão é tudo que não se aplica ao disposto acima.

 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os artigos selecionados corroboram com a cerne dessa revisão que a trabalhos em grupos para realizar educação em saúde e favorecer a inter-relação profissional-usuário-família, e resultados positivos em auxiliar os mesmos a enfrentar de forma mais adequada às doenças crônicas e possibilitando o empoderamento de seu autocuidado. (BARROS, CARNEIRO, SANTOS. 2011). Dessa forma é possível inferir que  uma ação na educação participativa, formadora de pessoas críticas e reflexivas acerca das suas condições de vida e como modificá-las, pois do contrário os mesmos tendem a desviar dessas práticas, que não atendem às suas necessidades e interesses, como uma forma de resistência às instituídas como necessárias.

A literatura nos estudos de SILVA 2010 afirma que é eficaz aliar teoria à prática , como ocorre nos projetos de extensão, para temática educação em saúde e estilo de vida saudável. Esta temática tem sido o foco de pesquisas nacionais e internacionais, sobretudo, os estudos relacionados à doenças crônicas, como por exemplo, os de educação em saúde para a modificação do estilo de vida em pacientes coronarianos, hipertensos e diabéticos.

A extensão ocorre como uma educação em saúde permanente que alia teoria e prática, corroborando com a recente publicação do estudo de  NOVAES, 2021 que afirma  ser a educação permanente em saúde a partir de uma práxis criadora estabelece possibilidades de transformação, de visualização, de ampliação, de valorização dos conhecimentos do coletivo de sujeitos envolvidos no processo de trabalho da área da saúde. Também, associados aos preceitos teóricos, busca integrar prática e teoria no processo educativo, criando um movimento dinâmico de fazer e refazer-se. 

O estudo de SANTANA publicado em 2021 reafirma a cerne dessa revisão de literatura, expondo que o Brasil possui o Plano Nacional de Extensão Universitária desde os anos 2000, menciona que as atividades de extensão são realizadas por várias áreas de conhecimento, apresentando diferentes estratégias, isso inclui todos cursos da área da saúde trabalhando juntos. Manejar alunos para interagir com a sociedade constitui em um dos pilares da tríade ensino-pesquisa-extensão, favorecendo que discentes e docentes adquiram habilidades, competências e atitude crítica-reflexiva para atuarem junto à comunidade.

Muitas são as estratégias de ensino e aprendizagem, no entanto elas objetivam estimular a aplicabilidade do conhecimento pelo aluno, bem como, constituir uma forma de comunicação junto à sociedade, especialmente para divulgar temas relacionados à promoção da saúde. 

Associar o ensino do aluno com a recomendação de prática de atividade física para uma vida saudável é uma estratégia positiva de forma bivalente, para acadêmico e comunidade, como afirma CAPUTO, 2019 Uma destas estratégias, pactuada por leis como o Plano Nacional de Educação, é a extensão universitária. Percebida como um movimento interdisciplinar, de cunho educativo-científico e inerente a cada projeto de curso, visa favorecer a interação entre o docente-discente e a comunidade, e facultar o compromisso das universidades de contribuir para a transformação social 

A temática abordada na extensão é “conscientização da prática de uma rotina saudável para prevenção de doenças” oferece à população informações teóricas das possíveis complicações de saúde que podem ser evitadas por meio da adoção de um estilo de vida saudável, inúmeros estudos já associaram o diminuição da expectativa de vida em indivíduos sobrepesos e obesos, bem como um maior risco cardiovascular. Sendo as doenças cardiovasculares a maior causa de morte no mundo.

 6 CONCLUSÃO

É inquestionável que a Extensão Universitária  dispõe  de  um  potencial transformador das estruturas acadêmicas e sociais, uma vez que, as instituições garantem que os discentes obtenham uma formação mais integral, com o devido alinhamento do tripé: Ensino, Pesquisa e Extensão. 

A preparação integralizada, nas Universidades, a partir de  Extensão, chega até as comunidades e atuam em seus interiores com o objetivo de prevenir doenças, bem como ampliar a possibilidade de prática acadêmica.  A universidades utilizam os projetos de extensão acadêmicos como forma de identificar e sanar as principais  vulnerabilidades  e  carências que circundam as populações.O uso da educação em saúde torna-se uma ferramenta eficaz, uma vez que instrumentaliza o cidadão como partícipe do seu cuidado em saúde, fortalecendo ainda mais o programa de extensão universitária.

Apesar da literatura vigente corroborar com a beneficência dos projetos de extensão para o tripé sociedade, acadêmico e universidades, ainda se faz necessário a publicação de mais estudos com o intuito de fortalecer e reafirmar essa vertente de ensino-aprendizagem acadêmica.

7 REFERÊNCIAS  

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¹ Acadêmico de Medicina; Autor principal
² Doutor em pela Universidade de Guarulhos
³ Mestre pela Universidade de Pernambuco
4 Acadêmico de Medicina
5 Bacharel em Medicina