RECUPERAÇÃO DO SISTEMA VIÁRIO NOS BAIRROS NOVO AMANHECER, MORADA DO SOL E GRAÇA LOPES EM IRANDUBA/AM

REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/th102410121234


Saiany Calonga Corrêa1
Antônio Estanislau Sanches2
Erica Cristina Nogueira Marques Pinheiro3


 RESUMO:

A recuperação de sistemas viários é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento municipal, especialmente em regiões onde a infraestrutura apresenta altos índices de deterioração. A implementação de tecnologias inovadoras na engenharia de pavimentos, como forma de reduzir custos e retrabalhos, também é abordada.  Este artigo trata-se de um estudo de caso, com o objetivo de demonstrar a execução de serviços para a recuperação do sistema viário na sede do município de Iranduba/AM, nos bairros Novo amanhecer, Morada do Sol e Graça Lopes, abrangendo 20,97 km de pavimentação. A obra analisada incluiu a construção de calçadas, a implementação de sistemas de drenagem adequados, terraplanagem e estabilização do solo. Este estudo tem como objetivo descrever cada etapa da obra e expor as particularidades técnicas que a pavimentação exige nos seus diferentes processos, bem como o cumprimento das mesmas. Como resultado, o estudo mostrou que a obra contemplou e atendeu as necessidades dos comunitários dos bairros, quanto à recuperação do sistema viário atendeu às melhores de desenvolvimento ao município.

Palavras – chave: Pavimentação; infraestrutura; engenharia; sistemas viários; execução.

ABSTRACT:

The rehabilitation of road systems is an essential tool for municipal development, particularly in areas where infrastructure shows significant levels of deterioration. The implementation of innovative technologies in pavement engineering, as a means to reduce costs and rework, is also addressed. This article presents a case study aimed at demonstrating the execution of services for the rehabilitation of the road system in the municipality of Iranduba/AM, covering the neighborhoods of Novo Amanhecer, Morada do Sol, and Graça Lopes, totaling 20.97 km of paving. The analyzed project included the construction of sidewalks, implementation of adequate drainage systems, earthworks, and soil stabilization. The study details each stage of the project, exposing the technical specificities required in the paving process and ensuring compliance with these standards. As a result, the study showed that the project met the needs of the local residents and contributed to the municipality’s development through the proper recovery of the road system.

Keywords: Paving; infrastructure; engineering; road systems; execution.

1. INTRODUÇÃO

 A execução de serviços para recuperação de sistemas viários tem sido uma grande aliada ao desenvolvimento dos municípios principalmente na infraestrutura e na mobilidade urbana. A engenharia de pavimento e toda sua infraestrutura tiveram de ser aperfeiçoadas e racionalizadas, o que submete ao engenheiro se atualizar, se programar, desenvolver, criar e agir em estudos tecnologicamente mais avançados a fim de garantir o máximo em eficiência e com o menor impacto seja ele financeiro ou ambiental (Senço, 2007).

Em linhas gerais, a superestrutura de pavimentos é constituída por diversas camadas de diferentes tipos e espessuras classificados em pavimentos rígidos e flexíveis (Senço, 2007). Para Souza (1976), pavimento é uma superestrutura composta de materiais distintos com uma complexa interligação de propriedades diversas, como resistência e deformabilidade, calculadas quanto às tensões e deformações solicitadas.

De modo geral, a Confederação Nacional do Transporte (CNT, 2022) informa que na Região Norte, 79,2% da malha pavimentada avaliada da região apresenta algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima. Apenas 20,8% a malha é considerada ótima ou boa. Com relação ao pavimento, 69,2% da extensão da apresenta problemas, 30,8% estão em condições satisfatória e 1,1% está com o pavimento totalmente destruído.

Recuperação de sistemas viários tem atuado como importante fonte catalizadora de incentivos de tecnologias na engenharia, tendo em vista que quanto maior a aplicação de sistemas inovadores na revitalização de pavimentos, menor são custos de manutenção e possibilidade de retrabalhos. Assim, o uso de ferramentas que potencializam resultados na qualidade, conforto e flexibilidade do asfalto, promove cada vez mais a importância e disseminação da engenharia em qualquer localidade.

Esse artigo trata-se de um estudo de caso, em que irá demonstrar a execução de serviços para a recuperação do sistema viário na sede do município de Iranduba/Am, nos bairros Novo amanhecer, Morada do Sol e Graça Lopes , a fim de descrever cada etapa da obra e expor as particularidades técnicas que a pavimentação exige nos seus diferentes processos bem como o cumprimento das mesmas, verificar se a obra contemplou o projeto básico e cronograma previsto para execução e analisar se a recuperação do sistema viário atendeu às melhores de desenvolvimento ao município.

A recuperação e modernização do sistema viário nos bairros Novo Amanhecer, Morada do Sol e Graça Lopes, no município de Iranduba/AM, se justifica pela necessidade de melhorar a qualidade de vida da população local e promover o desenvolvimento urbano sustentável.

 O estado anterior das vias, com problemas de pavimentação, drenagem inadequada, alagamentos e erosões, resultava em dificuldades de mobilidade, insegurança para os moradores e aumento dos custos de manutenção.

Além disso, a precariedade das infraestruturas viárias impactava negativamente o acesso a serviços essenciais e a circulação de veículos e pedestres, prejudicando o desenvolvimento econômico e social da região. Com base nos dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT, 2022), que apontam que grande parte da malha viária pavimentada da região Norte apresenta problemas, é fundamental a implementação de soluções eficazes e duradouras.

A realização das obras propostas vai ao encontro da necessidade de infraestrutura de qualidade, contribuindo para a prevenção de alagamentos, a redução dos impactos ambientais, e a valorização urbana. Tais intervenções visam, assim, garantir a segurança viária e a mobilidade urbana, com foco na durabilidade das vias e na promoção de um ambiente urbano organizado e acessível.

2. METODOLOGIA

A metodologia utilizada para a realização deste artigo tem como base as abordagens descritiva e explicativa, na medida que a cada etapa de execução da obra, visa detalhar as técnicas utilizadas e sistemas aplicados na execução da obra, bem como explicar os processos necessários para a conclusão eficaz da recuperação de um sistema viário do município de Iranduba, no estado do Amazonas. O estudo de caso é um método de pesquisa empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real, especialmente quando as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente evidentes (Yin, 2020).

Trata-se, portanto, de estudo de caso por meio do qual foram expostas as particularidades técnicas que a pavimentação exige nos seus diferentes processos e através das informações dispostas, as características do município de Iranduba, localizado no estado do Amazonas.

Assim, foram descritas as obras e serviços necessários para a execução, visando obedecer rigorosamente às indicações do projeto básico e complementares, distribuídos entre serviços de terraplenagem, pavimentação, drenagem nos bairros: Novo Amanhecer, Morada do Sol e Graça Lopes.

O fluxograma abaixo ilustra o esquema de desenvolvimento do artigo com sua abordagem metodológica.

                 Figura 1: Fluxograma

Fonte: Corrêa, Saiany (2024)

3.REVISÃO DA LITERATUTA

3.1 Contexto Histórico

Historicamente, a evolução dos sistemas viários está diretamente ligada ao crescimento urbano e à necessidade de garantir a mobilidade e o transporte de pessoas e mercadorias. No Brasil, os primeiros projetos de pavimentação urbana surgiram com a expansão das cidades durante o período colonial, impulsionados pela necessidade de transportar bens agrícolas e minerais para os portos. Contudo, foi no século XX, com a industrialização e o aumento da frota de veículos, que as obras viárias ganharam maior importância e escopo.

No entanto, apesar dos avanços, o crescimento desordenado das cidades brasileiras nas décadas seguintes trouxe desafios significativos à infraestrutura viária, especialmente nas regiões periféricas e em áreas menos favorecidas economicamente. A falta de planejamento urbano adequado resultou em redes viárias deficitárias, sem drenagem apropriada, pavimentação de qualidade ou sistemas de urbanização planejados.

De modo geral os sistemas viários são pontos de interseção entre as pessoas e as cargas que possuem necessidade de se deslocar o tempo todo e por isso é essencial uma excelente infraestrutura e qualidade dos pavimentos. Segundo Ananias, Oliveira e Mean (2016), aproximadamente 61,1% do transporte de cargas realizado no Brasil é rodoviário. Já o modal ferroviário responde por 20,7%, o aquaviário por 13,6%, o dutoviário por 4,2% e o aéreo por menos de 1%.

Nas últimas décadas, com o aumento da conscientização sobre a importância da infraestrutura para o desenvolvimento sustentável das cidades, projetos de revitalização de vias urbanas têm se tornado cada vez mais comuns. A implementação de técnicas modernas de engenharia, como o uso de pavimentos flexíveis e sistemas de drenagem eficientes, é uma resposta às necessidades atuais de reduzir custos de manutenção, melhorar a mobilidade urbana e minimizar impactos ambientais.

A cidade de Iranduba, localizada na Região Norte do Brasil, reflete esses desafios. Como muitas cidades na Amazônia, enfrenta problemas relacionados ao desenvolvimento urbano desordenado e à precariedade das vias de acesso, o que impacta diretamente a qualidade de vida de seus habitantes. O projeto de recuperação e modernização do sistema viário nos bairros Novo Amanhecer, Morada do Sol e Graça Lopes é um exemplo de como iniciativas municipais podem reverter esse quadro, utilizando o conhecimento técnico acumulado ao longo dos anos para promover um crescimento urbano mais equilibrado e sustentável.

Essas obras representam não apenas a melhoria da infraestrutura local, mas também um passo importante para o desenvolvimento social e econômico da região, alinhado aos objetivos de modernização e qualidade de vida para a população.

3.2 Estrutura do Pavimento

            A estrutura do pavimento tem a função de receber os esforços oriundos do tráfego e transmiti-los para as camadas inferiores de forma aliviada, uma vez que essas são geralmente menos resistentes. Assim, as cargas são transmitidas de forma criteriosa a fim de impedir que ocorram no pavimento deformações ou mesmo rupturas incompatíveis com a utilização da rodovia, induzindo a um comportamento mecânico inadequado e a uma degradação prematura.

            Sob a ótica de Balbo (2007), cada faixa do pavimento compreende uma ou mais funções específicas, que precisam possibilitar aos veículos, em qualquer ação climática, boas condições de rolamento e suporte.

            A NBR 7207/82 garante que o pavimento é feito por quatro camadas: subleito, sub-base, base e revestimento, cujos conceitos são:

  1. Subleito: é o terreno de fundação do pavimento ou do revestimento. Quando necessário, faz-se um reforço do subleito. É a camada responsável por absorver definitivamente os esforços verticais causados pelo tráfego e é constituída de material natural consolidado e compactado;
  2. Sub-base: camada corretiva do subleito, ou complementar à base, em ocasiões que não seja prudente erguer o pavimento de modo direto sobre o leito. Os materiais que devem ser utilizados como sub-base são o Cascalho, Solo-Cal, Solo-Cimento;
  3. Base: camada que objetiva o alívio da tensão nas camadas inferiores, possibilita a drenagem das águas que se infiltram no pavimento (através de drenos) e resiste às tensões e deformações atuantes;
  4. Revestimento: A caracterização do revestimento é feita pela camada que recebe de maneira direta o rolamento dos veículos, possui finalidade econômica e também de elevar as condições de rolamento quanto à comodidade e segurança; além de resistir aos esforços que nele atuam, possibilitando maior durabilidade à superfície de rolamento.

3.3 Pavimento Flexível

Os pavimentos flexíveis são assim caracterizados por serem compostos por diversas camadas, sendo que todas sofrem modificações elásticas consideráveis. Desse modo, a carga oriunda do tráfego se fraciona de maneira aproximadamente equivalente entre elas, o que possibilita analisar um campo de tensões altamente concentrado nas proximidades do ponto de aplicação da carga. Tal fato obriga que as camadas do pavimento sejam mais espessas com o intuito de promover a segurança do subleito do pavimento (Bernucci, 2006).

Figura 02: Seção transversal do pavimento flexível

Fonte: HASNI, (2017)

3.4 Diretrizes da pavimentação com CBUQ

O CBUQ é o mais nobre dos revestimentos flexíveis. É a mistura de agregados feita em usina seguindo rigorosas especificações. A execução desse revestimento é o serviço que requer mais acurado controle dentre os que compõem as etapas de pavimentação (DNIT, 2004).  base sobre a qual é aplicado o CBUQ deve estar imprimada, sem crateras ou depressões.

A aplicação do CBUQ é feita por uma vibroacabadora, máquina que promove o espalhamento da massa na espessura e largura desejada e executa parte do trabalho de compactação. Imediatamente após a distribuição da massa, inicia-se a operação de rolagem para compactação final da camada.

A seguir a imagem mostra o processo executivo do revestimento com CBUQ;

Figura 03: Processo executivo do revestimento com CBUQ

Fonte: HASNI, (2017)

Verifica-se que o asfalto é um material complexo, de acordo com a sua composição e de seu comportamento. Nesse sentido, nota-se que ele possui comportamento viscoso, marcado pela diminuição da rigidez sob longos períodos de carregamento ou elevadas temperaturas e comportamento elástico em variadas ocasiões. No período de uso do pavimento, o asfalto exibe uma parcela viscosa e uma parcela elástica dependendo das solicitações do tráfego (HASNI, 2017).

 Desse modo, salienta-se que os asfaltos se constituem como materiais termoplásticos, possuem sua consistência dependente da temperatura.

4. ESTUDO DE CASO

4.1 Caracterização do Objeto

Iranduba é um município brasileiro localizado na Região Metropolitana de Manaus, no estado do Amazonas. Situado à margem esquerda do Rio Solimões, está conectado à capital amazonense através da Ponte Rio Negro. Segundo estimativa do IBGE de 2021, o município possuía 49 718 habitantes. Iranduba é considerado o maior produtor de hortifrutigranjeiros e produz 75% dos tijolos e telhas consumidos no estado.

Na figura 04 a seguir, visualiza-se a localidade de Iranduba com seus pontos de estratégicos de referências.

Figura 04: Localização do Município de Iranduba

 Fonte: Google Maps (2024)

O estudo de Caso para a produção deste artigo contemplou-se 03 (três) bairros do município de Iranduba, como poderá ser observado na figura 05, 06 e 07, onde tem-se o mapa de localização das ruas do sistema viário que foram pavimentadas.

Figura 05:Projeto Executivo das ruas do bairro Graça Lopes

Fonte: Adaptado, Construtora Pontual (2023)

Figura 06:Projeto Executivo das ruas do bairro Novo Amanhecer

Fonte: Adaptado, Construtora Pontual (2023)

 Figura 07: Projeto Executivo das ruas do bairro Morada do Sol

Fonte: Adaptado, Construtora Pontual (2023)

Nas Figuras 05, 06 e 07 acima exibe mapeamento das delimitações dos bairros do município de Iranduba, contemplando um total de 20,97 km de pavimentação do sistema viário, com plataforma variável na média de 9,30 m, sendo destes 6,00 m de pista de rolamento e 1,65 m de sarjeta, meio fio e calçada para cada lado da pista. Foram ainda executados serviços de Trabalho em Terra, execução de base e sub-base, Reciclagem de Pavimentação Existente com recomposição de Asfalto, serviços de Drenagem Superficial e Profunda e Sinalização Horizontal e Vertical.

O subitem 8 irá descrever as etapas realizadas na obra.

5. DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DA RECUPERAÇÃO DO SISTEMA VIÁRIO DE IRANDUBA

Trata-se de uma obra onde as primeiras visitas técnicas in loco ocorreram em 2020, com o objetivo de realizar os estudos de campo, verificação da área, solo, e da vizinhança. Pôr ser uma obra pública foi considerado um lapso temporal entre os trâmites documentais que foram aprovados como por exemplo os projetos até a execução real dos serviços da engenharia.

5.1.  SERVIÇOS PRELIMINARES

O canteiro de obras dividiu-se em 3 (três) etapas:

Etapa 1- Canteiro de Obra – Contém todas as áreas e edificações necessárias para a execução do serviço, como: Escritório da Contratada, Fiscalização, Refeitório, WC’s, Vestuários e Depósitos de materiais necessários, com todas as instalações incluídas (elétricas e hidrossanitárias) a fim de atender às necessidades durante a execução deste Objeto.

O canteiro de obra dispôs de todas as áreas técnicas necessárias para acompanhamento e controle da obra, como laboratório de solos, concreto e pavimentação, topografia e seção técnica;

Etapa 2 – Placa de obra em lona com impressão digital – Deverão ser instaladas 04 (quatro) placas de identificação da obra, sendo 01 (uma) no canteiro de obras e 01 (uma) em cada bairro executado, contendo seus respectivos responsáveis técnicos e anotações de responsabilidade técnica junto ao CREA/AM ao início e término dos trechos a serem executados;

Etapa 3-Barreira de Sinalização – Execução de barreiras provisórias de sinalização tipo II, para direcionamento e bloqueio, com objetivo de isolar a obra de trânsito e/ou pedestres.

5.2 TRABALHOS EM TERRA

 Foram executados serviços de raspagem e regularização das áreas de pavimento novo, com remoção da camada vegetal e imprestável, foi aproveitado para realizar a regularização de pequenos aclives e declives. Todo material superficial desnecessário foi retirado e transportado para depósito de Resíduos da Construção Civil. Estes resíduos e todos os provenientes da construção deverão ser contemplados em Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos específico para este fim. Todo material proveniente de corte ao longo da pista, quando verificado através de ensaios que possui as características apropriadas para ser reaproveitado para aterro, sendo realizada os devidos serviços de escavação, carga e transporte até local para compactação. Havendo necessidade de caixas de empréstimo ou jazida para serviços de aterro, estes serão limpos e isentos de material orgânico, além de apresentarem todas as características físicas necessárias para o serviço.

Figura 8: Serviços em terra        

                             

Fonte: Construtora Pontual (2021) 

                                                      

Figura 9: Serviços em terra

  Fonte: Construtora Pontual (2021)

5.3 PAVIMENTAÇÃO

Foram realizadas a execução de pavimentação nova em áreas determinadas em projeto, com regularização de subleito e execução de sub-base de solo estabilizado sem mistura e base com mistura solo-areia na proporção 70-30%. O pavimento existente deverá ser fresado e reciclado, considerando recomposição com a base na profundidade de 0,20 cm (0,05m do pavimento asfáltico existente + 0.15m de base). Após a execução da reciclagem, a superfície deverá ser preparada para receber camada de revestimento asfáltico. Será aplicado uma camada de imprimação com asfalto diluído por toda a extensão do projeto. Será aplicado camada de pintura de ligação, na área de pavimento, para posterior aplicação de asfalto em concreto betuminoso usinado a quente com espessura de 0,05m. Conforme figuras que seguem:

As figuras 10 e 11 demonstram o processo de mistura de solo e areia, utilizado na estabilização da base para pavimentação. Na Figura 10 e 11, observa-se a preparação da mistura de solo com areia, que tem como objetivo melhorar as propriedades físicas do solo, como a drenagem, a compactação e a resistência. Esse tipo de mistura é fundamental para garantir uma fundação estável e resistente às variações climáticas e às cargas de tráfego, a mistura de solo e areia que visa criar uma base uniforme e adequada para suportar as camadas superiores do pavimento. A areia, quando combinada ao solo, auxilia na melhoria das características de coesão e permeabilidade, assegurando uma distribuição uniforme da carga e contribuindo para a durabilidade do sistema viário.

     5.4 DRENAGEM

Houve a execução de dispositivos de drenagem para correção do escoamento natural das águas nos bairros a serem asfaltados, conforme indicação de projeto. Todo dispositivo de drenagem deverá ser cuidadosamente posicionado de forma a não causar interferências indevidas nos imóveis existentes. Todo bueiro terá, tanto no seu montante quanto na sua jusante, dispositivo de proteção, denominado Boca de bueiro, adequado as dimensões da linha de bueiro correspondente. Para minimizar problemas de erosão, deverão receber adicionalmente um dissipador, conforme mostrado no projeto. Além de bueiros, serão executados meios fios e sarjetas de concreto para captação da drenagem pluvial, bem como boca de lobo para captação, conforme indicado no projeto, com o objetivo de proteger a pista. Os bueiros deverão obedecer aos sentidos e declividades apresentados no projeto para que funcionem conforme foram projetados.

Figura 16: Boca de bueiro e sarjeta de concreto

  Fonte: Construtora Pontual (2021)

 A figura 16 demonstra a integração de uma boca de bueiro e uma sarjeta, elementos essenciais do sistema de drenagem urbana. A sarjeta, localizada na margem da via, direciona a água da chuva para a boca de bueiro, que coleta e escoa a água para o sistema subterrâneo, prevenindo o acúmulo de água na pista. Esse conjunto é fundamental para evitar alagamentos, preservar a integridade do pavimento e garantir a segurança dos usuários da via.

5.5 URBANIZAÇÃO

 Foram executados passeios nas áreas onde não havia calçadas anteriormente nos bairros do projeto e nas áreas em que havia calçada, foi realizado a recuperação dos passeios existentes. Foram considerados largura média de 1,20m e espessura de 0,10m, sendo que em algumas ruas deverão ser identificadas interferências (postes, muros delimitantes). A Fiscalização deverá ser comunicada nas situações em que não for possível realizar as dimensões especificadas em projeto.

5.6 SINALIZAÇÃO

Todo o trecho trabalhado terá sua sinalização horizontal e vertical executada, com faixas amarelas para divisão de pista e faixas brancas para bordos, ambas podendo ser contínuas ou tracejadas. As placas poderão ser de regulamentação e advertência, conforme a necessidade ao longo das vias.

Na figura 17 e 18, pode-se verificar a qualidade da pavimentação, bem como a sinalização, como preconiza a legislação.

 Figura 17: Sinalização Horizontal

                           Fonte: Construtora Pontual (2021)

  Figura 18: Sinalização Horizontal

Fonte: Construtora Pontual (2021)

Após conclusão dos trabalhos a Desmobilização de Pessoal, Máquinas e Equipamentos, foi obtido o aval da Fiscalização; numa forma de respaldo aos serviços e obras provisoriamente ou definitivamente a serem entregues. Estando a Contratada devidamente legal quanto os EPIs, leis sociais, responsabilidade técnica e outras obrigações referentes ao Objeto concluído.

6. Considerações finais

A recuperação do sistema viário nos bairros Novo Amanhecer, Morada do Sol e Graça Lopes no município de Iranduba/AM desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento urbano e na melhoria da qualidade de vida da população local. As obras descritas no artigo demonstram a importância de uma infraestrutura viária adequada, não só para facilitar o tráfego e o acesso a serviços essenciais, mas também para promover a segurança e a sustentabilidade urbana.

A implementação de tecnologias avançadas na pavimentação e drenagem, aliada a uma gestão eficaz dos resíduos de construção, reflete o compromisso com soluções duradouras e com menor impacto ambiental. Neste sentido, conclui-se que o projeto das obras, no município alcançou seus objetivos ao proporcionar uma malha viária mais eficiente e segura, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social da região.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

ABREU, L. P. Engenharia de pavimentos: uma abordagem prática. São Paulo: Editora Erica, 2016.

ALMEIDA, M. S. Pavimentação urbana: projeto e execução. Rio de Janeiro: LTC, 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7207: Terminologia e classificação de pavimentação. Rio de Janeiro. 1982.

 BRITO, L. M. de. Tecnologia dos materiais de construção. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2018.

BALBO, J. T. Construção e Pavimentação. São Paulo/SP, USP – Curso de Engenharia Civil, Notas de aula, 2017.

BERNUCCI, LiediBariani et al. Pavimentação asfáltica: formação básica para engenheiros. Rio de Janeiro: PETROBRÁS/ ABEDA, 2008.

4. DNIT. Manual de pavimentação. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. 3. ed. Brasília: DNIT, 2006.

FERREIRA, A. A. Pavimentos flexíveis: teoria e prática. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2017.

 HASNI, A. Estruturas de pavimentos rodoviários. São Paulo: Editora SENAC, 2017.

 MELO, L. M. G. de. Drenagem urbana sustentável. São Paulo: Oficina de Textos, 2019.

PFEIL, W. Pavimentos: fundamentos para projeto e dimensionamento. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.

 SOUZA, M. A. de. Engenharia rodoviária: métodos e técnicas. Rio de Janeiro: Interciência, 2020.

YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2020

ZANETTI, E. Pavimentação de rodovias: processos e tecnologias. Curitiba: Editora UTFPR, 2019.


1Discente de Engenharia Civil pela Universidade Nilton Lins (UNL).  Instituição: Universidade Nilton Lins (UNL) Endereço: Av. Prof. Nilton Lins, 3259, Flores, Manaus –AM E-mail: saianycorrea@gmail.com

2Engenheiro Civil e Cartográfico. Docente dos cursos de Engenharia pela Universidade Nilton Lins (UNL) Instituição: Universidade Nilton Lins (UNL) Endereço: Av. Prof. Nilton Lins, 3259, Flores, Manaus – AM, Brasil. E-mail: antonio.sanches@uniniltonlins.edu.br

3Engenheira Civil e de Segurança do Trabalho, Mestre em Engenharia Industrial pela Fundação Universitária Iberoamericana (FUNIBER) – Florianópolis, Especialista em Didática do Ensino Superior – Tutoria e Docência em EAD. Docente dos cursos de Engenharia pela Universidade Nilton Lins (UNL) Instituição: Universidade Nilton Lins (UNL) Endereço: Av. Prof. Nilton Lins, 3259, Flores, Manaus – AM, Brasil. E-mail: erikamarquespinheiro@gmail.com