PERFORMANCE OF NURSE PROFESSIONALS IN FRONT OF VIOLENCE TO WOMEN
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202410092258
Riquele Santana Silva¹
Tamyssa Simões dos Santos²
Manoel Holanda Soares³
RESUMO
Introdução: A atuação do enfermeiro na atenção à mulher vítima de violência doméstica desempenha um papel crucial na identificação precoce, acolhimento e encaminhamento para serviços especializados. Por meio de uma abordagem empática e sensível, os enfermeiros criam um ambiente seguro para que as vítimas possam relatar suas experiências e buscar ajuda. Além disso, oferecem suporte emocional, orientação sobre direitos e recursos disponíveis na comunidade. No entanto, enfrentam desafios como a falta de capacitação específica, recursos limitados e protocolos claros de atendimento. Investimentos em capacitação e suporte institucional são essenciais para fortalecer a capacidade dos enfermeiros no enfrentamento dessa grave violação de direitos humanos, contribuindo para uma resposta mais eficaz e compassiva à violência contra as mulheres.
Palavras Chave: Enfermeiro; Violência Doméstica; Mulher.
ABSTRACT
Introduction: Nurses’ work in caring for women victims of domestic violence plays a crucial role in early identification, support and referral to specialized services. Through an empathetic and sensitive approach, nurses create a safe environment for victims to report their experiences and seek help. In addition, they provide emotional support, guidance on rights and resources available in the community. However, they face challenges such as a lack of specific training, limited resources and clear care protocols. Investments in training and institutional support are essential to strengthen the capacity of nurses to address this serious human rights violation, contributing to a more effective and compassionate response to violence against women.
Keywords: Nurse; Domestic violence; Woman.
1 INTRODUÇÃO
A violência doméstica contra a mulher é uma questão complexa e urgente que afeta milhões de mulheres em todo o mundo, representando não apenas uma violação dos direitos humanos, mas também um grave problema de saúde pública. No contexto brasileiro, os índices alarmantes de violência de gênero evidenciam a necessidade de uma abordagem abrangente e multidisciplinar para lidar com essa realidade (CRISTINA, RISSO, SIM-SIM, 2020).
Nesse cenário, a atuação do enfermeiro na atenção à mulher vítima de violência doméstica assume um papel crucial. Como profissionais de saúde que muitas vezes estão na linha de frente do sistema de saúde, os enfermeiros desempenham um papel fundamental na identificação precoce, no acolhimento e no encaminhamento adequado das mulheres em situação de violência. Eles têm a oportunidade única de estabelecer uma relação de confiança com as pacientes, oferecendo um ambiente seguro e empático para que elas possam relatar suas experiências e buscar apoio (SANTOS et al., 2022).
Além disso, os enfermeiros estão capacitados para realizar uma avaliação holística das necessidades das mulheres em situação de violência, considerando não apenas as questões físicas, mas também as emocionais e sociais. Isso possibilita uma abordagem mais abrangente e individualizada, que visa não apenas tratar as consequências imediatas da violência, mas também promover o empoderamento das mulheres e auxiliá-las na construção de estratégias de enfrentamento e na busca por uma vida livre de violência (DA SILVA et al., 2023).
Diante desse contexto, é fundamental reconhecer e valorizar o papel essencial que os enfermeiros desempenham no cuidado às mulheres vítimas de violência doméstica. Suas ações podem fazer a diferença na vida dessas mulheres, oferecendo suporte, orientação e esperança em meio a uma situação de extrema vulnerabilidade (FIGUEIRA et al., 2023). O objetivo deste trabalho é discutir a atuação do enfermeiro na atenção à mulher vítima de violência doméstica por meio de uma revisão abrangente da literatura. Os objetivos específicos incluem a identificação dos principais fatores que dificultam o acolhimento eficaz de mulheres em situação de violência doméstica nas unidades de saúde, analisando barreiras estruturais, de comunicação e desafios técnicos, como a falta de treinamento ou recursos que impedem uma assistência adequada. Além disso, pretende-se explorar o papel do enfermeiro na interdisciplinaridade e na rede de apoio às mulheres em situação de violência doméstica, investigando como os enfermeiros colaboram com outros profissionais de saúde e entidades de apoio social para formar uma rede de suporte efetiva.
2 METODOLOGIA
O estudo atual é uma análise qualitativa, baseada em uma pesquisa que combina revisão bibliográfica, abordagem exploratória e natureza descritiva. Conforme as diretrizes de Gil (2008), a revisão bibliográfica é conduzida com base em material já existente, majoritariamente composto por livros e artigos científicos. A abordagem exploratória proporciona uma imersão mais profunda no tema, ampliando o conhecimento do pesquisador e aprimorando a compreensão dos conceitos e ideias. O caráter descritivo, por sua vez, visa desenvolver e esclarecer conceitos, possibilitando a formulação de problemas mais precisos. A revisão de literatura envolveu a busca por publicações em bancos de dados eletrônicos, como Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e PubMed, além de pesquisas adicionais nas bases da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Banco de Dados de Enfermagem (BDENF) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Utilizou-se os descritores “enfermagem”, “violência contra a mulher” e “violência doméstica” para a busca dos estudos.
Para inclusão, foram selecionados artigos completos, de acesso livre, publicados em português e inglês nos últimos cinco anos (2019-2023). Foram excluídos artigos que não estavam disponíveis na íntegra ou que não se alinhavam com a temática do estudo. Os dados relevantes foram extraídos e registrados em fichas ou planilhas específicas para esse fim.
Os artigos selecionados, de acordo com os critérios estabelecidos, foram organizados em pastas para formar a base da análise. Após a seleção criteriosa, foram lidos detalhadamente, escolhendo-se aqueles que melhor se adequavam ao tema. No final do processo de revisão, um total de artigos considerados relevantes foi utilizado como base para as análises e discussões apresentadas.
RESULTADOS
A violência contra a mulher é um problema global de saúde pública que afeta milhões de mulheres em todo o mundo. No Brasil, essa questão é especialmente relevante, com altos índices de violência doméstica e de gênero relatados em diversos contextos. Diante dessa realidade, a atuação da enfermagem se destaca como fundamental no cuidado às mulheres vítimas de violência, especialmente na atenção primária à saúde, onde muitas dessas situações são identificadas e abordadas pela primeira vez.
Para compreender a importância do papel da enfermagem no enfrentamento da violência contra a mulher e suas práticas de cuidado, foram realizados diversos estudos que exploram diferentes aspectos dessa temática. Neste contexto, a presente revisão busca reunir e analisar os principais achados de pesquisa relacionados à atuação da enfermagem no cuidado às mulheres em situação de violência, destacando objetivos e resultados relevantes de cada estudo.
A seguir, apresenta-se uma tabela que resume as informações de artigos selecionados, incluindo autor(es), ano de publicação, título, objetivos e principais resultados, fornecendo uma visão abrangente sobre o tema e evidenciando a contribuição da enfermagem para o enfrentamento desse grave problema social.
Tabela 1- Artigos selecionados para compor esse trabalho
Autor(es) | Ano | Título | Objetivos | Principais Resultados |
CORDEIRO, Adriana dos Santos et al. | 2022 | Importância do papel da enfermagem no atendimento à mulher vítima de violência e violência doméstica. | – Discutir o papel da enfermagem no atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica; | A enfermagem desempenha um papel fundamental no atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica, fornecendo suporte emocional, orientação e encaminhamento para serviços especializados. |
GOMES, Renara Meira et al. | 2022 | Cuidados de enfermeiras à mulher em situação de violência doméstica: Revisão integrativa. | – Analisar os cuidados prestados por enfermeiras às mulheres em situação de violência doméstica; | As enfermeiras desempenham múltiplos papéis no cuidado às mulheres em situação de violência doméstica, incluindo acolhimento, escuta ativa, orientação sobre seus direitos e encaminhamento para serviços especializados. |
MELO, Estefani Alves et al. | 2022 | Mulheres em situação de violência: reflexões sobre a atuação da enfermagem. | – Refletir sobre a atuação da enfermagem no cuidado às mulheres em situação de violência; | A enfermagem desempenha um papel fundamental no acolhimento e suporte às mulheres em situação de violência, promovendo um ambiente seguro para que possam relatar suas experiências e receber orientação sobre os próximos passos. |
DE LIMA DELMORO, Isabela de Cássia; DE CARVALHO VILELA, Sueli. | 2022 | Violência contra a mulher: um estudo reflexivo sobre as principais causas, repercussões e atuação da enfermagem. | – Refletir sobre as principais causas e repercussões da violência contra a mulher e o papel da enfermagem na abordagem deste fenômeno; | A violência contra a mulher possui múltiplas causas e repercussões que afetam sua saúde física e mental. A enfermagem desempenha um papel essencial na identificação precoce, acolhimento e encaminhamento para serviços especializados, contribuindo para a promoção do bem-estar e da segurança das mulheres. |
MOTA, Andréia Ribeiro et al. | 2020 | Práticas de cuidado da (o) enfermeira (o) à mulher em situação de violência conjugal. | – Descrever as práticas de cuidado realizadas por enfermeiras(os) às mulheres em situação de violência conjugal; | As práticas de cuidado realizadas pelas enfermeiras(os) às mulheres em situação de violência conjugal incluem o acolhimento empático, escuta ativa, orientação sobre seus direitos e encaminhamento para serviços especializados, visando promover sua segurança e autonomia. |
FERREIRA, Patrícia Chatalov et al. | 2020 | Caracterização dos casos de violência contra mulheres. | – Caracterizar os casos de violência contra mulheres atendidos por enfermeiras(os); | Os casos de violência contra mulheres atendidos por enfermeiras(os) apresentam uma variedade de manifestações, incluindo violência física, psicológica e sexual, destacando a necessidade de abordagens integradas para prevenir e enfrentar esse fenômeno. |
SEHNEM, Graciela Dutra et al. | 2019 | Violência contra as mulheres: atuação da enfermeira na atenção primária à saúde. | – Investigar a atuação da enfermeira na atenção primária à saúde no enfrentamento da violência contra as mulheres; | A enfermeira na atenção primária à saúde desempenha um papel importante na identificação precoce, acolhimento e encaminhamento de mulheres em situação de violência, contribuindo para a promoção de um ambiente seguro e o acesso a serviços especializados. |
DO NASCIMENTO PAIXÃO, Gilvânia Patrícia et al. | 2019 | Características sociodemográficas e conjugais de mulheres com história de violência conjugal. | – Investigar as características sociodemográficas e conjugais de mulheres com história de violência conjugal; | Mulheres com história de violência conjugal apresentam uma variedade de características sociodemográficas e conjugais, destacando a importância de abordagens individualizadas e sensíveis às suas necessidades específicas. |
AMARIJO, Cristiane Lopes et al. | 2018 | Assimilação teórica e prática da violência doméstica: profissionais de enfermagem atendendo vítimas na atenção primária. | – Explorar a assimilação teórica e prática da violência doméstica por profissionais de enfermagem na atenção primária; | Profissionais de enfermagem na atenção primária demonstram uma assimilação teórica e prática da violência doméstica, embora enfrentem desafios como falta de capacitação e recursos para lidar eficazmente com casos de violência. |
DOS SANTOS, Silvana Cavalcanti et al. | 2018 | Violência contra a mulher: como os profissionais na atenção primária à saúde estão enfrentando esta realidade?. | – Investigar como os profissionais na atenção primária à saúde estão enfrentando a violência contra a mulher; | Profissionais na atenção primária à saúde enfrentam desafios no enfrentamento da violência contra a mulher, incluindo falta de capacitação, recursos e protocolos claros para lidar com esses casos de forma eficaz. |
MORAIS, Bruna Lais Alcará de; GERK, Maria Auxiliadora de Souza; NUNES, Cristina Brandt. | 2018 | Enfermeira da estratégia de saúde da família: abordagem frente à mulher em situação de violência. | – Descrever a abordagem da enfermeira da estratégia de saúde da família frente à mulher em situação de violência; | A enfermeira da estratégia de saúde da família realiza uma abordagem abrangente e humanizada frente à mulher em situação de violência, incluindo escuta ativa, acolhimento, orientação sobre seus direitos e encaminhamento para serviços especializados, visando promover sua segurança e autonomia. |
HEISLER, Eliana Daniela et al. | 2018 | Mulheres em situação de violência: (re)pensando a escuta, vínculo e visita. | – Refletir sobre a escuta, vínculo e visita no cuidado às mulheres em situação de violência; | A escuta atenta, o estabelecimento de vínculo e a realização de visitas domiciliares são fundamentais no cuidado às mulheres em situação de violência, promovendo um espaço seguro para que possam expressar suas experiências e receber apoio adequado. |
Fonte: Autoral (2024).
3 DISCUSSÃO
Inicialmente, destacamos o estudo de Cordeiro et al. (2022), cuja análise enfoca a essencial contribuição da enfermagem no atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica. O estudo ressalta que, além dos cuidados físicos, a enfermagem desempenha um papel crucial ao fornecer suporte emocional, orientação e encaminhamento para serviços especializados. Esses elementos não apenas abordam as necessidades imediatas das mulheres, mas também têm um impacto significativo em sua jornada de recuperação e empoderamento.
Ao oferecer um ambiente seguro e acolhedor, os enfermeiros criam uma atmosfera propícia para que as mulheres compartilhem suas experiências e preocupações, muitas vezes complexas e delicadas. O suporte emocional fornecido nesses momentos pode ser um catalisador para a reconstrução da autoestima e confiança das mulheres, aspectos frequentemente abalados pela violência vivenciada.
Além disso, a orientação oferecida pelos enfermeiros é fundamental para informar as mulheres sobre seus direitos, opções de assistência e recursos disponíveis na comunidade. Esse empoderamento informacional é um passo crucial para que as mulheres tomem decisões informadas sobre seu próprio bem-estar e segurança, bem como para buscar ajuda quando necessário.
Por fim, o encaminhamento adequado para serviços especializados, como centros de acolhimento, unidades de saúde mental e serviços jurídicos, é essencial para garantir que as mulheres recebam o suporte e a assistência adequados às suas necessidades específicas. Os enfermeiros desempenham um papel vital nesse processo, agindo como ponte entre as mulheres e esses recursos, muitas vezes difíceis de acessar por conta própria.
Portanto, o estudo de Cordeiro et al. destaca não apenas a importância do papel da enfermagem no atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica, mas também os elementos-chave desse cuidado, que vão além do aspecto puramente clínico, enfatizando a importância do suporte emocional, orientação e encaminhamento para serviços especializados. Esses aspectos são fundamentais para uma abordagem holística e eficaz no enfrentamento da violência contra a mulher.
O trabalho de Gomes et al. (2022) oferece uma valiosa contribuição ao realizar uma revisão integrativa para analisar os cuidados prestados por enfermeiras às mulheres em situação de violência doméstica. A pesquisa destaca que as enfermeiras desempenham uma série de papéis fundamentais nesse contexto, indo além do aspecto puramente clínico e abrangendo aspectos emocionais, sociais e legais do cuidado.
Um dos papéis destacados é o acolhimento proporcionado pelas enfermeiras, que cria um ambiente seguro e acolhedor para as mulheres compartilharem suas experiências e preocupações. Esse acolhimento é essencial para estabelecer uma relação de confiança entre profissional e paciente, facilitando o processo de cuidado e recuperação.
Além disso, a escuta ativa é outra habilidade-chave das enfermeiras destacadas no estudo. Ao ouvir atentamente as histórias das mulheres, as enfermeiras podem entender melhor suas necessidades e preocupações, oferecendo um suporte emocional mais eficaz e personalizado.
Outro aspecto relevante abordado no estudo é a orientação sobre direitos. As enfermeiras desempenham um papel importante ao informar as mulheres sobre seus direitos, opções de assistência e recursos disponíveis na comunidade. Essa orientação empodera as mulheres, permitindo que elas tomem decisões informadas sobre seu próprio bem-estar e busquem ajuda quando necessário.
Assim, o estudo de Gomes et al. destaca a multifacetada atuação das enfermeiras no cuidado às mulheres em situação de violência doméstica, enfatizando a importância do acolhimento, escuta ativa e orientação sobre direitos. Esses elementos são essenciais para uma abordagem holística e eficaz no enfrentamento desse grave problema social.
O estudo realizado por Melo et al. (2022) oferece reflexões valiosas sobre a atuação da enfermagem no cuidado às mulheres em situação de violência, destacando o papel essencial do enfermeiro no acolhimento e suporte dessas vítimas. Uma das principais ênfases do estudo é a criação de um ambiente seguro e acolhedor, no qual as mulheres se sintam confortáveis para relatar suas experiências.
O acolhimento proporcionado pelo enfermeiro é fundamental para estabelecer uma relação de confiança e empatia com as mulheres em situação de violência. Esse ambiente seguro permite que as vítimas se abram e compartilhem suas histórias, muitas vezes difíceis e traumáticas, sem medo de julgamento ou rejeição.
Além do acolhimento, o suporte emocional oferecido pelo enfermeiro é outro aspecto crucial destacado no estudo. Ao demonstrar compaixão, empatia e solidariedade, o enfermeiro valida as experiências das mulheres e as ajuda a lidar com as emoções complexas associadas à violência.
Por meio desse cuidado empático e compassivo, o enfermeiro desempenha um papel fundamental na promoção do bem-estar físico, emocional e psicológico das mulheres em situação de violência. Ele não apenas fornece cuidados clínicos adequados, mas também atua como um aliado e defensor das vítimas, apoiando-as em sua jornada de recuperação e empoderamento.
O estudo conduzido por De Lima Delmoro e De Carvalho Vilela (2022) oferece uma análise reflexiva e aprofundada sobre as principais causas e repercussões da violência contra a mulher, ressaltando a importância crucial da enfermagem na abordagem desse fenômeno complexo. Uma das principais conclusões do estudo é a necessidade de uma abordagem holística e integrada para enfrentar a violência de gênero, que leve em consideração não apenas os aspectos físicos, mas também os emocionais, sociais e psicológicos.
Nesse contexto, a enfermagem desempenha um papel fundamental na identificação precoce da violência contra a mulher. Por meio de uma escuta sensível e atenta, os enfermeiros podem detectar sinais e sintomas de violência, muitas vezes não evidentes em um contexto clínico tradicional. Essa habilidade de reconhecer os indícios de violência é essencial para oferecer o suporte adequado às vítimas e encaminhá-las para os serviços especializados.
Além da identificação precoce, o estudo destaca a importância do acolhimento proporcionado pela enfermagem às mulheres em situação de violência. O enfermeiro atua como um ponto de apoio e confiança, criando um ambiente seguro e empático no qual as vítimas se sintam confortáveis para compartilhar suas experiências e buscar ajuda.
Por fim, o encaminhamento para serviços especializados é outra contribuição fundamental da enfermagem no enfrentamento da violência contra a mulher. Os enfermeiros desempenham um papel crucial ao orientar as vítimas sobre os recursos disponíveis na comunidade, como centros de acolhimento, unidades de saúde mental e serviços jurídicos, garantindo assim que recebam o suporte e a assistência necessários para sua recuperação e proteção.
O estudo conduzido por Mota et al. (2020) traz à tona um aspecto crucial no cuidado às mulheres em situação de violência conjugal, ao descrever as práticas de cuidado realizadas pelos enfermeiros para garantir o bem-estar e a segurança das vítimas. Um dos pontos centrais destacados no estudo é a ênfase no acolhimento empático como base para a construção de uma relação de confiança entre o enfermeiro e a mulher em situação de violência.
O acolhimento empático é essencial para criar um ambiente seguro e não julgador, onde as vítimas se sintam confortáveis para compartilhar suas experiências e buscar ajuda. Ao reconhecer e validar os sentimentos e experiências das mulheres, os enfermeiros demonstram compaixão e solidariedade, elementos fundamentais para promover a recuperação e o empoderamento das vítimas.
Além do acolhimento, o estudo destaca a importância do encaminhamento adequado das vítimas para serviços especializados. Os enfermeiros desempenham um papel crucial ao orientar as mulheres sobre os recursos disponíveis na comunidade, como centros de acolhimento, serviços de assistência jurídica e unidades de saúde mental. Esse encaminhamento não apenas garante o acesso das vítimas aos serviços necessários, mas também fortalece sua autonomia e capacidade de tomar decisões informadas sobre sua própria segurança e bem-estar.
O estudo conduzido por Mota et al. (2020) traz à luz um aspecto crucial no cuidado às mulheres em situação de violência conjugal ao descrever as práticas de cuidado realizadas pelos enfermeiros para promover o bem-estar e a segurança das vítimas. Uma ênfase significativa no estudo é colocada sobre o acolhimento empático como um alicerce para estabelecer uma relação de confiança entre o enfermeiro e a mulher em situação de violência.
O acolhimento empático é fundamental para criar um ambiente seguro e livre de julgamentos, onde as vítimas se sintam à vontade para compartilhar suas experiências e buscar ajuda. Ao reconhecer e validar os sentimentos e experiências das mulheres, os enfermeiros demonstram compaixão e solidariedade, elementos cruciais para promover a recuperação e o empoderamento das vítimas.
Além do acolhimento, o estudo destaca a importância do encaminhamento adequado das vítimas para serviços especializados. Os enfermeiros desempenham um papel crucial ao orientar as mulheres sobre os recursos disponíveis na comunidade, como centros de acolhimento, serviços de assistência jurídica e unidades de saúde mental. Esse encaminhamento não apenas assegura o acesso das vítimas aos serviços necessários, mas também fortalece sua autonomia e capacidade de tomar decisões informadas sobre sua própria segurança e bem-estar.
Estudos como o de Sehnem et al. (2019) e Dos Santos et al. (2018) fornecem uma visão importante sobre a atuação da enfermeira na atenção primária à saúde no enfrentamento da violência contra as mulheres. Eles destacam os desafios enfrentados pelos profissionais de enfermagem nesse contexto específico, bem como as necessidades de capacitação e recursos para lidar eficazmente com casos de violência.
Em muitos cenários, a atenção primária à saúde é a primeira linha de contato das mulheres com o sistema de saúde, tornando os enfermeiros essenciais na identificação precoce e na resposta à violência de gênero. No entanto, esses estudos revelam que os enfermeiros muitas vezes se deparam com obstáculos significativos, incluindo falta de treinamento específico sobre o tema, recursos limitados e falta de protocolos claros para lidar com casos de violência.
A falta de capacitação adequada pode dificultar a habilidade dos enfermeiros em identificar sinais de violência, oferecer apoio adequado às vítimas e encaminhá-las para os serviços especializados. Além disso, a falta de recursos, tanto humanos quanto materiais, pode limitar a capacidade dos enfermeiros de fornecer um cuidado abrangente e de qualidade às mulheres em situação de violência.
Diante desses desafios, os estudos ressaltam a importância de investimentos em capacitação e suporte institucional para os profissionais de enfermagem na atenção primária à saúde. Isso inclui programas de formação continuada sobre violência de gênero, desenvolvimento de protocolos claros de atendimento e acesso a recursos adequados para lidar com casos de violência.
Em suma, os estudos de Sehnem et al. (2019) e Dos Santos et al. (2018) destacam a necessidade urgente de fortalecer a capacidade dos enfermeiros na atenção primária à saúde para enfrentar a violência contra as mulheres de forma eficaz. Isso não apenas beneficia as vítimas, garantindo que recebam o suporte necessário, mas também contribui para a construção de um sistema de saúde mais inclusivo e sensível às necessidades das mulheres.
4 CONCLUSÃO
A atuação do enfermeiro na atenção à mulher vítima de violência doméstica emerge como um elemento fundamental na resposta a esse grave problema social. Ao longo dos estudos revisados, fica claro que os enfermeiros desempenham um papel multifacetado e crucial nesse contexto, indo além do cuidado clínico tradicional para oferecer suporte emocional, acolhimento empático e encaminhamento para serviços especializados.
Esses profissionais ocupam uma posição privilegiada na linha de frente do sistema de saúde, muitas vezes sendo o primeiro ponto de contato das mulheres com o sistema de saúde. Como tal, têm a oportunidade única de identificar sinais de violência, oferecer apoio às vítimas e encaminhá-las para os recursos necessários.
No entanto, os desafios enfrentados pelos enfermeiros nessa área são significativos. A falta de capacitação específica sobre violência de gênero, recursos limitados e a falta de protocolos claros de atendimento são apenas alguns dos obstáculos que podem comprometer a eficácia do cuidado oferecido.
Diante desses desafios, torna-se evidente a necessidade de investimentos contínuos em capacitação e suporte institucional para os enfermeiros na atenção primária à saúde. Isso inclui programas de formação continuada, desenvolvimento de protocolos de atendimento e garantia de acesso a recursos adequados para lidar com casos de violência.
Em última análise, a atuação do enfermeiro na atenção à mulher vítima de violência doméstica não se resume apenas ao tratamento de lesões físicas, mas sim à criação de um ambiente seguro, acolhedor e empático onde as vítimas possam encontrar o apoio necessário para superar o ciclo de violência e reconstruir suas vidas com segurança e autonomia. É somente por meio de uma abordagem integrada e sensível que podemos verdadeiramente fazer a diferença na vida dessas mulheres e na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
5 REFERÊNCIAS
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CRISTINA, Irene Santos; RISSO, Sandra; SIM-SIM, Margarida. Assistência de enfermagem. Narrativa de mulheres vítimas de violência doméstica. Revista ibero-americana de saúde e envelhecimento, v. 5, n. 3, p. 1998, 2020.
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SEHNEM, Graciela Dutra et al. Violência contra as mulheres: atuação da enfermeira na atenção primária à saúde. Rev. enferm. UFSM, p. e62-e62, 2019.
1https://orcid.org/0009-0003-7765-9444 FASVIPA
2https://orcid.org/0009-0008-2432-0830 FASVIPA
3https://orcid.org/0000-0002-7911-0389 Enfermeira. Docente da Faculdade São Vicente de Paula- FASVIPA Mestre em Educação em Ciências e Saúde- UFRJ