BENEFÍCIOS DA CREATINA NA SAÚDE E NO CONTROLE DE DOENÇAS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202410061411


Natallia Moreira Lopes Leão1; Andressa Vitória Bressan2; Kellen Vitória Inácio Alves3; Thales Guilherme Silva Campos4; Halline Cardoso Jurema5; Christiane Rodrigues de Paula6; Solange Maria Noleto Soares Antunes7; Hákyla Terumi Ferreira de Oliveira Silva8; Janaina Ribeiro de Brito9; Thalita Melo França Costa10


Resumo

INTRODUÇÃO: A Creatina (CR) é uma substância produzida naturalmente pelo organismo, sendo formada por três aminoácidos: glicina; metionina; arginina. Ela também pode ser consumida na alimentação. Em razão disso, a CR tem sido constantemente analisada no intuito de verificar o seu impacto e efetividade no controle de doenças e também para a saúde como um todo. OBJETIVO: Descrever os benefícios da CR na saúde e no controle de doenças. METODOLOGIA: Foi realizado um estudo descritivo exploratório, através de uma revisão de literatura integrativa, realizando pesquisa e recolhimento de dados científicos organizados por meio de apuração de artigos associados com o objeto do estudo. Elaborou-se um quadro com o propósito de apresentar de forma objetiva as principais informações coletadas. RESULTADOS: Foram selecionados 11 artigos que se enquadravam nos objetivos e nos critérios de inclusão. Elaborou-se um quadro com o propósito de apresentar de forma objetiva as principais informações coletadas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A CR é crucial para melhorar a resistência muscular e o desempenho físico. Além disso, pode ter benefícios em doenças como Parkinson, Alzheimer, Sarcopenia e Depressão, entretanto estudos são necessários para confirmar seu uso terapêutico.

Palavras-chave: Creatina. Suplementação. Nutrição Esportiva. Atenção Farmacêutica.

1.  Introdução

O interesse no uso do suplemento de (CR) não é recente, sendo observado tanto entre atletas profissionais quanto entre praticantes amadores de esportes ou atividades físicas em busca de aprimoramento de desempenho. Pesquisas têm reforçado a capacidade de aumentar as concentrações de CR intracelular por meio da suplementação, elucidando seu papel ergogênico na melhoria do desempenho e nas adaptações morfológicas relacionadas aos exercícios físicos.

De acordo com Gualano et al., (2018), a CR é uma molécula encontrada naturalmente no corpo humano e desempenha um papel importante na produção de energia durante exercícios de alta intensidade e curta duração, como levantamento de peso e atividades explosivas. Ela é armazenada principalmente nos músculos e é usada para gerar trifosfato de adenosina (ATP), que é a principal fonte de energia celular.

Para Faria (2018) atletas e fisiculturistas costumam tomar suplementos de CR para aumentar seus estoques musculares desse suplemento e, em teoria, melhorar o desempenho em atividades de alta intensidade. Ela serve como fonte de produção de energia para as células musculares, de modo que melhora a força e o tônus muscular. Por isso, quem faz atividades físicas frequentes costuma suplementar essa substância. Além disso, ela pode trazer mais qualidade de vida para grupos específicos, como os idosos (NASCIMENTO; AMARAL, 2020).

Pode ser ingerida por meio dos alimentos de origem animal, especialmente carnes vermelhas e peixes. Porém, seria inviável adquirir uma alta dosagem de CR a partir desses alimentos, uma vez que Souza et al., (2018), afirmam que contêm apenas 1g (grama) de CR para cada 250g de carne crua, justificando a procura pelo suplemento com esse composto.

Deste modo, é evidente considerar que a CR é relevante para a saúde, uma vez que seus benefícios já foram identificados por estudos científicos. Dentre eles destacam-se aumento de energia e resistência durante exercícios de alta intensidade, aumento da força e potência muscular, dentre outros (CRUZ JÚNIOR et al., 2018).

No entanto, a CR também tem sido relacionada para além da atividade física. Ela também tem sido estudada no controle e tratamento de doenças. Diversas pesquisas indicam que a suplementação de CR não apenas favorece a recuperação pós-exercício e as funções funcionais, mas também desempenha um papel na prevenção de lesões. Adicionalmente, apresenta diversas aplicações clínicas possíveis em doenças degenerativas.

A partir da perspectiva apresentada, o estudo tem como objetivo compreender, por meio da análise das evidências existentes na literatura, os benefícios da CR na saúde e no controle de doenças.

2.  Metodologia

A pesquisa é uma revisão bibliográfica integrativa, descritiva e exploratória, a fim de descrever os benefícios da CR na saúde e no controle de doenças.

Com base em Ercole, Melo e Alcoforado (2014) a revisão integrativa, é a mais ampla abordagem metodológica referente às revisões, permitindo a inclusão de estudos experimentais e não-experimentais para uma compreensão completa do fenômeno analisado. Combina também dados da literatura teórica e empírica, além de incorporar um vasto leque de propósitos: definição de conceitos, revisão de teorias e evidências, e análise de problemas metodológicos de um tópico particular.

De acordo com Malhotra et al., (2005), a pesquisa descritiva é um tipo de pesquisa que se encarrega de observar, registrar e analisar os fatos. Tem por objetivo descrever funções ou características. É marcada pela formulação de hipóteses específicas.

No que tange aos objetivos baseia-se na pesquisa exploratória que tem como finalidade proporcionar mais informações sobre o assunto que irá investigar, possibilitando sua definição e seu delineamento, isto é, facilitar a delimitação do tema da pesquisa; orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir um novo tipo de enfoque para o assunto (PRODANOV; FREITAS, 2013).

Com o propósito de atingir os objetivos propostos foram realizados leituras e fichamentos em diversas publicações como livros, tese, artigos e periódicos, utilizando os bancos de dados Scielo (Scientific Electronic Library Online), Lilacs (Literatura Latinoamericana e do Caribe em Ciências da Saúde) e PubMed.

Nessa pesquisa foram incluídos livro, periódicos e artigos no período de 2018 a 2022 com as seguintes palavras chave “Creatina, Suplementação, Nutrição Esportiva, Atenção Farmacêutica”. Foram excluídos os artigos que se apresentaram fora do período da pesquisa, aqueles que se encontravam duplicados e que não estavam diretamente relacionados com o tema.

Os dados foram analisados com técnicas qualitativas do conteúdo, sendo apresentado os resultados dos pontos mais importantes envolvendo a atuação do farmacêutico como profissional de saúde que deve orientar os usuários da CR e esclarecer a população quanto ao uso, garantindo o cumprimento das normas relacionadas ao uso deste suplemento.

Este estudo foi desenvolvido sem a necessidade de submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo seres humanos, resolução do CNS (466/2012), por se tratar de uma revisão cujas informações foram obtidas em materiais já publicados e disponibilizados na literatura.

3.  Resultados e Discussão

Após a realização da pesquisa, foram selecionados 11 artigos que se enquadravam nos objetivos e nos critérios de inclusão.

Figura 1 – Fluxograma para seleção dos artigos relevantes

Fonte: Autores (2024)

Formulou-se um (Quadro) abrangendo o autor, o ano, o objetivo, o resultado, além do desenho do estudo e o país de publicação, com o propósito de apresentar de forma objetiva as principais informações coletadas dos artigos referentes a temática em estudo, bem como propiciar uma melhor compreensão acerca da discussão dos resultados encontrados da presente pesquisa. (Quadro 1).

Quadro 1- Estudos relacionados com benefícios da CR na saúde e no controle de doenças (2018 a 2022).

Fonte: Autores (2024).

Foram analisados 11 artigos científicos relacionados com Benefícios da CR na saúde e no controle de doenças. Considerando a amostra analisada, os resultados obtidos por esse estudo foram apresentados separadamente para facilitar entendimento.

No estudo de Cruz Junior. et al., (2018), encontramos prevalência elevada de praticantes de musculação usuários de CR que consomem de forma contínua, sendo que destes 91,4% eram do sexo masculino. Mais de 60% dos praticantes de musculação tem idade entre 20 a 30 anos, corroborando com os demais estudos já publicados. Os dados analisados são de 93 praticantes de musculação usuários de CR, distribuídos em oito academias de musculação. Esses resultados estão relacionados aos possíveis ganhos de massa muscular e ganho de força desejados pelos praticantes de musculação. Desse total 92,5% dos participantes relataram não terem o hábito de fumar e 62,4% afirmaram não que têm o hábito de consumir bebidas alcoólicas, o que corrobora com alguns autores que afirmam que praticantes de exercício físicos tendem a ter hábitos de vida mais saudáveis.

Oliveira. et al., (2018) descreve no resultado do seu estudo que a suplementação de CR, em relação à carga máxima, não mostra benefícios da suplementação com saturação. Embora a informação de que protocolos de suplementação alternativos, ou seja, sem saturação, já produzam resultados no longo prazo, esperávamos que o protocolo de saturação mostrasse ganhos de força antes que o protocolo sem saturação. No entanto, isso não foi observado, uma vez que ambos os protocolos apresentaram resultados em 30 dias.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) um indivíduo adulto avaliado como ativo deve satisfazer 150 minutos de atividade física semanal de intensidade moderada ou pelo menos 75 minutos de intensidade vigorosa, para que tenha benefícios à saúde cardiorrespiratória. É indicado ajustar atividade física moderada e vigorosa, além de 77 atividades de fortalecimento muscular que precisam ser feitas envolvendo grandes grupos musculares em dois ou mais dias por semana (WHO, 2018).

Sendo assim, o profissional farmacêutico possui sua parcela de contribuição na prática de atividade física, pois na atenção farmacêutica quando cita ações específicas que serão realizadas pelo farmacêutico, estabelece a educação em saúde, bem como orientação farmacêutica, sem se esquecer que como profissional de saúde deve sempre adotar postura científica de maneira que proporcione ao usuário informações para sua saúde e bem estar (FONTANA et al., 2015).

O farmacêutico deve sempre ser requisitado em práticas de esporte, pois esse pode conduzir estudos e avaliações, podendo informar ao atleta sobre os efeitos farmacológicos, adversos e toxicológicos, além de posologia e contraindicação. Em âmbito mais oficial, pode orientar sobre possíveis doping, e somado a outros profissionais pode elevar o desempenho do atleta, sem comprometimento de sua saúde (AGAPITO; AVILA; SILVA, 2008). Sendo ele o único profissional que pode dispor de informações precisas sobre a doença, medicação e suplementos alimentares de determinado paciente, sendo capacitado ainda para dispor aos seus pacientes a atividade para promoção da saúde (SILVA et al., 2014).

A ingesta de CR com o tempo tem mostrado ser promissora como alternativas terapêuticas para algumas doenças degenerativas, resultando em efeitos importantes de neuroproteção. Sugerindo que a terapia iniciada antes ou logo após o diagnóstico pode fornecer resultados significativos para os pacientes.

A Doença de Parkinson (DP), descrita pela primeira vez em 1817 por James Parkinson, é atualmente a segunda doença neurodegenerativa mais prevalente no mundo. Ela resulta de uma redução significativa na produção do neurotransmissor dopamina pela substância negra do cérebro, além de ser caracterizada pela presença de inclusões intracitoplasmáticas nos neurônios, conhecidas como corpúsculos de Lewy. Como consequência, as células nervosas dessa região cerebral não conseguem transmitir mensagens de forma adequada, levando à perda da função muscular. As manifestações clínicas da DP incluem tremor de repouso, bradicinesia, rigidez muscular, e alterações posturais e de marcha (VOGEL; ROMAN; SIQUEIRA, 2019).

A proteína alfa-sinucleína está diretamente associada a mutações na DP, o que pode aumentar o risco de desenvolvimento precoce da doença. Embora o envelhecimento cause a morte progressiva das células produtoras de dopamina, em algumas pessoas esse processo ocorre de forma acelerada. As causas da DP ainda são desconhecidas, mas acredita-se que envolvam fatores genéticos e ambientais, associados à disfunção mitocondrial, estresse oxidativo, inflamação e excitotoxicidade (VOGEL; ROMAN; SIQUEIRA, 2019).

Estudos realizados com ratos com DP induzidos por MPTP (1-metil-4-fenil- 1,2,3,6-tetrahidropiridina) (substância negra do cérebro) mostraram que a suplementação de CR exerce um efeito protetor contra a depleção de ATP, levando a ganhos neurológicos e prevenindo o esgotamento de dopamina. Além disso, Andres também demonstrou em sua pesquisa a aplicação positiva da CR na sobrevivência e morfologia dos neurônios de ratos, fornecendo proteção às células dopaminérgicas. A identificação de formas familiares da DP, como a codificação alfa-sinucleína, e estudos em modelos experimentais, têm contribuído para a compreensão de mecanismos e tratamentos da doença. Da mesma forma, os experimentos relacionados à CR resultaram em uma nova abordagem terapêutica, mostrando um potencial papel protetor na doença em questão (VOGEL; ROMAN; SIQUEIRA, 2019).

A Doença de Alzheimer (DA) foi descoberta pelo médico psiquiatra Alois Alzheimer em 1906. Ele descreveu pela primeira vez uma forma de demência em uma paciente de 51 anos que tinha problemas de linguagem e memória progressivamente piores e faleceu poucos anos depois das consultas. Na autópsia, foram observados acúmulos de placas amilóides no espaço extracelular e lesões neurofilamentares dentro dos neurônios por todo o córtex cerebral. A DA é considerada a patologia neurodegenerativa com maior prevalência, afetando cerca de 18 a 25 milhões de pessoas em todo o mundo. Ela é a principal causa de demência, representando aproximadamente 50 a 56% dos casos. Atinge principalmente os indivíduos com mais de 85 anos, com 30% dos casos, e 5% dos acima de 65 anos (SOUZA; SANTOS; SILVA, 2021).

Estudos indicam que os mecanismos envolvidos na progressão da DA estão associados à bioenergética celular, disfunção mitocondrial e à mediação do estresse oxidativo pelas mitocôndrias. Este último, conforme mencionado na DP, pode contribuir para uma redução significativa nos níveis da CK BB, uma isoenzima presente no cérebro essencial para a regulação do ATP nas células neurais. Qualquer alteração nesta enzima pode agravar a patologia da DA. É comum que danos oxidativos apareçam já nos estágios

iniciais do Alzheimer, o que é um mau prognóstico para o paciente, pois as enzimas CK são conhecidas por serem os primeiros alvos dos radicais livres. No entanto, a ingestão de CR demonstrou ter um efeito protetor contra a inativação da CK por radicais de oxigênio e peroxinitrito, podendo oferecer proteção adicional ao cérebro e retardar os danos causados pela DA (VOGEL; ROMAN; SIQUEIRA, 2019).

No estudo de Avgerinos. et al. (2018) mostram que administração oral de CR pode melhorar a memória de curto prazo e a inteligência/raciocínio de indivíduos saudáveis, mas o seu efeito em outros domínios cognitivos permanece obscuro. As descobertas sugerem benefícios potenciais para indivíduos idosos e estressados. Como a CR é segura, estudos futuros devem incluir amostras maiores. É imperativo que também seja testada em pacientes com demências ou comprometimento cognitivo.

Há um crescente corpo de literatura sobre os efeitos neurocomportamentais e fisiológicos da suplementação de CR. Dado que a memória (definida como a capacidade de processar e reter informações) é energeticamente exigente e depende da função respiratória mitocondrial intacta, e considerando que a CR é um regulador chave do estado energético, a elevação dos níveis de CR no cérebro pode melhorar a memória alterando a bioenergética cerebral. In vitro, a CR eleva os níveis de fosfocreatina e ATP e aumenta a fosforilação oxidativa em sinaptossomas e mitocôndrias cerebrais isoladas. Nas culturas de neurônios do hipocampo, a CR estimula a atividade mitocondrial. Em ratos, injeções intra-hipocampais de CR no subcampo CA1 melhoram a formação de memória espacial. Além disso, a proteína de ligação ao elemento de resposta ao cAMP (CREB), um fator chave de transcrição envolvido na consolidação da memória, é regulada positivamente 30 minutos após a injeção de CR. Mais recentemente, Snow et al, (2018|) descobriram que 4 semanas de suplementação de CR em camundongos aumentaram a respiração acoplada em mitocôndrias isoladas do hipocampo e melhoraram a memória (PROKOPIDIS, 2023).

A melhora na resistência de força é interpretada como evidência indireta de que o protocolo de suplementação de CR de sete dias foi bem sucedido em elevar os estoques de PCr no músculo. É incerto se este aumento nas reservas de PCr muscular também indica que as reservas de PCr cerebral foram elevadas com sucesso. Com base em pesquisas anteriores, podemos, no entanto, assumir que sim, Turner et al., (2015) usaram espectroscopia de ressonância magnética para demonstrar que uma suplementação de CR de 7 dias (20 g·d -1) aumenta (+6%; +9% ) a CR cerebral. O aumento na concentração de PCr no cérebro, no entanto, parece ser menor do que o que é comumente observado no músculo esquelético (cerca de 10% vs cerca de 20%) (VAN CUTSEM, 2020).

Devido à sua capacidade de restaurar o ATP, a CR foi utilizada em estudos com adultos diagnosticados com transtorno depressivo maior. A substância demonstrou agir como um fator neuroprotetor, mostrando-se eficaz como antioxidante e melhorando as condições cerebrais, o que contribuiu para atenuar os fatores que favorecem a depressão. No estudo conduzido por Bakian e colaboradores (2020), foi constatada a eficácia da Fosfocreatina (PCr), especialmente no sexo feminino, onde cada grama ingerida resultou em uma redução de 18% na probabilidade de comportamentos depressivos (BAKIAN, 2020).

Em teoria, é frequente que indivíduos com distúrbios musculares apresentem baixos níveis de PCr nos músculos, devido a um defeito no transportador de CR. Portanto, a suplementação para essa categoria de pessoas tende a ser mais eficaz. Em experimentos com animais portadores de patologias neurodegenerativas, a substância demonstrou capacidade de reduzir o estresse oxidativo e aumentar a energia cerebral. Adicionalmente, em animais com distrofias musculares, a suplementação conseguiu atenuar a perda muscular (KLEY, 2013; MARZUCA-NASSR, 2019).

A Sarcopenia, uma condição caracterizada pela perda de massa muscular, tem causas multifatoriais e é comum em pessoas com mais de 60 anos de idade. Nessa faixa etária, ocorrem diversas alterações metabólicas, moleculares e celulares que contribuem para essa perda muscular. A CR, reconhecida por sua capacidade de gerar energia, tornou- se proeminente nesse contexto, pois seu mecanismo de ação está relacionado à regeneração do ATP, resultando em um melhor desempenho muscular quando exigido. Além disso, ela tende a se acumular em locais onde há maior concentração de ADP, promovendo assim uma neutralização eficaz (DOLAN, 2019).

A Depressão é um dos transtornos mentais mais bem caracterizados ao longo da história, com descrição marcadamente consistentes ao longo de de nada menos do que 2.500 anos. Sua causa provém de uma combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos. Segundo um relatório publicado (OMS), em 2017, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofram com esse transtorno. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano – sendo a depressão a segunda principal causa de morte em pessoas com idade entre 15 e 29 anos. Ainda de acordo com o relatório, em 2030, a depressão deverá ser a doença mais comum e incapacitante de todo o planeta.

Nos últimos anos, a CR vem sendo amplamente pesquisada por seus inúmeros benefícios. Alguns estudos apontam que a substância pode mitigar os componentes fisiopatológicos da depressão por meio de seu papel como amortecedor de energia cerebral, antioxidante e neuroprotetor. Há evidências de que a CR tem um papel fundamental na homeostase energética cerebral, e o metabolismo energético cerebral afetado pode estar envolvido diretamente no desenvolvimento do quadro depressivo (CABRAL, 2022).

4.  Considerações Finais

A suplementação de CR é crucial para melhorar a resistência muscular e o desempenho físico, pois aumenta os estoques de CR nos músculos, promovendo a ressíntese eficiente de ATP, a principal fonte de energia celular. Além de seu efeito ergogênico comprovado, a CR também tem mostrado benefícios potenciais em doenças degenerativas, como Parkinson, Alzheimer, Sarcopenia e Depressão, embora mais estudos sejam necessários para confirmar seu uso terapêutico.

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1 ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3238-6126 Universidade de Gurupi, UnirG, Brasil
E-mail: natallia.moreira@unirg.edu.br

2 ORCID: https://orcid.org/0009-0006-2389-5777 Universidade de Gurupi, UnirG, Brasil
E-mail: andressabressan16@hotmail.com

3 ORCID: https://orcid.org/0009-0002-5117-8928 Universidade de Gurupi, UnirG, Brasil
E-mail: vkellen953@gmail.com

4 ORCID: https://orcid.org/0009-0007-1210-173X Universidade de Gurupi, UnirG, Brasil
E-mail: thales.campos@mail.uft.edu.br

5 ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9865-3285 Universidade de Gurupi, UnirG, Brasil
E-mail: profa.hallinejurema@gmail.com

6 ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8705-8341 Universidade de Gurupi, UnirG, Brasil
E-mail: christiane@unirg.edu.br

7 ORCID: https://orcid.org/0009-0003-4402-8259 Universidade de Gurupi, UnirG, Brasil
E-mail: solangejas@hotmail.com

8 ORCID: https://orcid.org/0009-0008-7759-4114 Universidade de Gurupi, UnirG, Brasil
E-mail: hakylaelyezer@gmail.com

9 ORCID: https://orcid.org/0009-0004-7919-6399 Universidade de Gurupi, UnirG, Brasil
E-mail: janaina.farmacia@hotmail.com

10 ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0443-6579 Universidade de Gurupi, UnirG, Brasil
E-mail: thalitamelofc@gmail.com