ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PERÍODO GESTACIONAL DIANTE DO MÉTODO, PESSÁRIO E CERCLAGEM: REVISÃO INTEGRATIVA

NURSING CARE IN THE GESTATIONAL PERIOD IN ACCORDANCE WITH THE METHOD, PESSARY AND CERCLAGE: INTEGRATIVE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202410041430


Gigliane Souza Azevedo1
Rayane de Oliveira Mendes1
Suely da Silva Sousa1
Maria Edite Vieira Pereira2
Jabneela Vieira Pereira Vetorazo2


Resumo

Introdução: A assistência de enfermagem no período gestacional, diante do uso do método pessário e da cerclagem, desempenha um papel essencial na prevenção de complicações relacionadas à incompetência istmocervical e ao risco de parto prematuro. Objetivo: Verificar através de artigos científicos, a importância da Assistência de enfermagem no período gestacional diante do método, pessário e cerclagem. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, com a inclusão de artigos publicados entre 2020 e 2023, seguindo as seis etapas preconizadas e estruturada de acordo com as diretrizes do método Prisma (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses). A busca bibliográfica foi conduzida nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Acervo Mais. Resultados: Ao analisar os 10 artigos selecionados, constatou-se que a assistência de enfermagem também envolve o suporte emocional à gestante, fornecendo informações claras e oportunas, garantindo o envolvimento ativo da gestante nas decisões relacionadas à sua saúde e à do feto, e colaborando com outros profissionais de saúde para garantir uma abordagem holística e multidisciplinar. Conclusão: Conclui-se que, a assistência de enfermagem no período gestacional, diante do uso de métodos contraceptivos, pessário e cerclagem cervical, destaca o compromisso do enfermeiro em proporcionar cuidados de qualidade, seguros e compassivos, com o objetivo de promover o bem-estar materno e fetal, e contribuir para resultados positivos ao longo da jornada da gestação.

Palavras-chave: Gestação. Pessário. Cerclagem. Enfermagem. Assistência.

1. INTRODUÇÃO

De acordo com o Relatório Brasileiro de 2021, aproximadamente 10% dos recém-nascidos no país chegam ao mundo prematuramente, esta condição é frequentemente apontada como a principal causa de morbidade neonatal, especialmente pela imaturidade do sistema respiratório, riscos de sangramento intracraniano e suscetibilidade a infecções (ALVES et al., 2021).

Conforme enfatizado por Mendes et al. (2023), tais complicações têm potencial para desencadear impactos a longo prazo no desenvolvimento infantil, como deficiência intelectual, paralisia cerebral, doenças pulmonares crônicas, surdez e cegueira. Consequentemente, a prevenção de partos prematuros continua a ser um dos desafios mais significativos da obstetrícia.

O pessário cervical e a cerclagem são intervenções importantes no manejo da incompetência cervical, condição que pode levar a complicações graves, como parto prematuro e aborto espontâneo. Neste contexto, a atuação da enfermagem obstétrica se destaca não apenas na execução técnica desses procedimentos, mas também na prestação de cuidados integrais, na educação da gestante sobre esses métodos e na oferta de suporte emocional e informacional (SANTOS et al., 2021).

Ao reunir e analisar os resultados dessa revisão integrativa, obteve-se informações valiosas sobre a eficácia dessas intervenções na prevenção de partos prematuros nessas condições específicas. Além disso, buscou identificar possíveis complicações ou efeitos colaterais associados ao uso do pessário e da cerclagem. Com isso foi levantado o seguinte questionamento: Qual é a eficácia do uso do pessário e da cerclagem como métodos de intervenção para prevenir partos prematuros?

A relevância desse estudo reside no fato de que o parto prematuro é uma das principais causas de mortalidade e morbidade neonatal em todo o mundo. A competência da enfermagem em oferecer assistência qualificada, monitorar a evolução da gestação após a aplicação do pessário ou da cerclagem e orientar a gestante sobre os cuidados necessários pode influenciar diretamente nos resultados obstétricos e na saúde do recém-nascido. Assim, a enfermagem atua como ponto de apoio emocional e educacional, orientando as gestantes sobre sinais de alerta e cuidados que podem evitar complicações.

A justificativa para a escolha desta temática é a necessidade de uma assistência especializada, contínua e humanizada no cuidado a gestantes de risco, a pesquisa e a discussão sobre esse tema contribuem para o aprimoramento das práticas de enfermagem, garantindo a atualização constante dos profissionais e a implementação de protocolos de cuidados baseados em evidências.

A atuação do enfermeiro vai além da simples execução técnica desses procedimentos, envolvendo também o suporte emocional, educacional e prático à gestante. Assim, é fundamental para assegurar não apenas a realização correta do método, mas também para fornecer informações precisas à gestante, abordando aspectos como os benefícios, os possíveis riscos e os cuidados necessários após a intervenção (MEDEIROS et al., 2022).

Nesse sentido, o enfermeiro desempenha um papel no monitoramento e na avaliação contínua da gestação após a aplicação desses métodos, incluindo a identificação precoce de possíveis complicações, a prestação de cuidados integrados e a comunicação eficaz com a equipe multidisciplinar para garantir o melhor acompanhamento e tratamento adequado, se necessário.

Portanto, a importância da assistência de enfermagem no período gestacional diante do uso de métodos como o pessário e a cerclagem é indiscutível, esses profissionais atuam como pilares de suporte, tanto técnico quanto emocional, contribuindo significativamente para a saúde materna e fetal, e para o sucesso de uma gestação saudável.

À face do exposto, optou-se por buscar, por intermédio deste estudo, observar através de artigos científicos, a importância da assistência da enfermagem no período gestacional diante do método, pessário e cerclagem. Torna-se relevante ainda, na perspectiva de que esses profissionais estejam sensíveis a essa temática que impulsionam o processo de transformações no cuidado específico das mães em seu período gestacional.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA

De acordo com Silva et al. (2021), o pessário é um dispositivo de silicone ou plástico inserido no canal vaginal, posicionando o colo uterino de forma a diminuir a pressão sobre ele, sua aplicação é simples e não invasiva, sendo uma alternativa a intervenções cirúrgicas mais complexas, assim os estudos indicam que o pessário é eficaz na prevenção do parto prematuro em mulheres com colo uterino encurtado, especialmente em gestações múltiplas ou em gestantes de alto risco. 

Com base no levantamento bibliográfico, a cerclagem consiste na colocação de um ponto ou sutura no colo do útero para manter sua estrutura fechada até que a gestação atinja uma fase mais avançada, geralmente em torno de 37 semanas. A cerclagem é indicada em casos de incompetência cervical diagnosticada, quando o colo do útero se abre prematuramente, dessa forma existem diferentes tipos de cerclagem (transvaginal e transabdominal), e a escolha depende do histórico obstétrico da paciente e da gravidade da condição (NAGAI et al., 2022).

Para Medeiros et al. (2022), a cerclagem é uma intervenção mais invasiva que o pessário, mas é uma das abordagens mais efetivas para prolongar a gestação em mulheres com risco significativo de perda gestacional.

A importância do pessário e da cerclagem na prevenção de complicações gestacionais está relacionada ao papel fundamental que essas intervenções desempenham na redução do risco de parto prematuro e no tratamento de condições como a incompetência istmo-cervical, que pode levar à perda gestacional. Ambas as técnicas são amplamente utilizadas para prevenir o encurtamento ou a dilatação precoce do colo do útero durante a gravidez, especialmente em gestantes com histórico de partos prematuros ou abortos espontâneos (SOARES et al., 2021).

Diante disso, ambas as técnicas, pessário e cerclagem, são empregadas como medidas preventivas para evitar complicações graves na gestação, como o parto prematuro, que é uma das principais causas de morbidade e mortalidade neonatal. A utilização de uma dessas intervenções pode ajudar a prolongar a gestação, permitindo que o feto amadureça mais adequadamente, diminuindo, assim, os riscos associados a um nascimento precoce, como problemas respiratórios, neurológicos e desenvolvimento inadequado (GUEDES et al., 2022).

Dessa forma, a escolha entre o uso do pessário ou da cerclagem deve ser baseada na avaliação cuidadosa do quadro clínico de cada gestante, a atuação da equipe de enfermagem é crucial na monitorização contínua, no suporte à paciente e na educação sobre os benefícios e riscos de cada método, promovendo o bem-estar tanto da mãe quanto do bebê.

Segundo Nemer et al. (2021), a prática de enfermagem na assistência a gestantes que utilizam o pessário ou a cerclagem enfrenta uma série de desafios e limitações, esses desafios estão relacionados tanto ao cuidado técnico quanto ao apoio emocional e educativo necessário para garantir o sucesso dessas intervenções.

Em consonância com o autor, um dos principais desafios é a monitorização contínua das pacientes, que requer habilidades específicas de avaliação e conhecimento sobre as possíveis complicações associadas a ambos os métodos. No caso do pessário, por exemplo, a falta de uniformidade nos protocolos clínicos e a variabilidade de resposta das gestantes ao tratamento tornam mais difícil a padronização dos cuidados (ALVES et al., 2021).

A cerclagem, por ser um procedimento cirúrgico, impõe desafios adicionais, como o monitoramento intensivo pós-operatório, com atenção às possíveis infecções, sangramentos e desconfortos maternos. Os enfermeiros precisam lidar com os riscos cirúrgicos e fornecer cuidados contínuos para garantir que o colo do útero permaneça estável até o momento adequado para a retirada da sutura (ALVES et al., 2021).

Em complemento, com Barros et al. (2023), as orientações sobre restrições físicas e mudanças no estilo de vida pós-cerclagem são fundamentais para evitar complicações, o que demanda uma abordagem educativa eficaz e contínua por parte dos profissionais de enfermagem.

Outro desafio significativo é o envolvimento emocional da gestante, mulheres submetidas ao pessário ou cerclagem frequentemente enfrentam níveis elevados de ansiedade e medo em relação à viabilidade da gestação, o que exige dos enfermeiros habilidades de comunicação e apoio psicológico (GADELHA et al., 2020).

Para Soares et al. (2021), a limitação de tempo nas consultas e na interação direta com as pacientes também pode dificultar a construção de uma relação de confiança, necessária para garantir a adesão ao tratamento e o acompanhamento adequado. A falta de recursos e treinamento específico em algumas regiões, especialmente em áreas com acesso limitado à saúde, é uma limitação crítica para a atuação de enfermagem no uso dessas intervenções. 

A assistência de enfermagem desempenha um papel vital no sucesso do pessário e da cerclagem, com impacto direto na saúde materno-fetal. A atuação dos enfermeiros na vigilância ativa das pacientes ajuda a prevenir complicações e a prolongar a gestação, contribuindo para a redução de partos prematuros e, consequentemente, para a melhora nos desfechos neonatais (MENDES et al., 2023).

O acompanhamento contínuo realizado pela equipe de enfermagem permite a identificação precoce de sinais de alerta, como infecção, desconforto ou alterações no colo do útero, possibilitando intervenções rápidas e eficazes. Portanto, a educação em saúde proporcionada por esses profissionais é essencial para que a gestante compreenda a importância do tratamento, siga as orientações médicas e adote medidas preventivas, como evitar esforços físicos excessivos e manter o repouso adequado (MEDEIROS et al., 2022).

A presença do enfermeiro, oferecendo suporte e orientações claras, é fundamental para promover o bem-estar psicológico da gestante, reduzindo a ansiedade e aumentando sua confiança no tratamento. Por fim, a interdisciplinaridade da assistência prestada pela enfermagem, em colaboração com obstetras e outros profissionais de saúde, garante uma abordagem integral à gestante, o que resulta em melhor prognóstico para a saúde materno-fetal (SILVA et al., 2021).

Contudo, a eficiência e a precisão no manejo do pessário e da cerclagem, aliadas ao cuidado humanizado e à vigilância ativa, são fatores determinantes para o sucesso do tratamento e a proteção do feto até a fase final da gestação.

3. METODOLOGIA 

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, com a inclusão de artigos publicados entre 2020 e 2023, seguindo as seis etapas preconizadas e estruturada de acordo com as diretrizes do método Prisma (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses). A busca bibliográfica foi conduzida nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Acervo Mais. 

A elaboração de uma revisão integrativa segue seis etapas específicas, similares aos estágios convencionais de desenvolvimento de pesquisa. Essas etapas incluem: 1. Identificação do tema e formulação da problemática de pesquisa; 2. Estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão de estudos, ou seja, a realização da busca na literatura; 3. Coleta de dados; 4. Análise crítica dos estudos incluídos; 5. Discussão dos resultados; e 6. Apresentação da síntese da revisão.

Para a seleção dos estudos, optamos por incluir artigos científicos disponíveis integralmente, em livre acesso, publicados entre 2020 e 2023, em língua portuguesa, que, após avaliação do título e resumo, abordassem aspectos relacionados à temática do estudo. Nos critérios de exclusão, foram descartados trabalhos realizados fora do período temporal definido, artigos com texto incompleto, revisões duplicadas e aqueles que não se enquadraram nos critérios de seleção estabelecidos para estudos conduzidos no Brasil.

Os estudos considerados elegíveis foram lidos integralmente para determinar se respondiam à questão central da pesquisa. Um fluxograma dos artigos pesquisados está apresentado abaixo (Figura 1).

Figura 1 – Fluxograma das etapas para a seleção dos artigos desta revisão integrativa, 2024.

Fonte: A.G.S et al., 2024.

Durante a busca ativa nas bases de dados, foram identificados inicialmente 46 artigos na etapa de identificação. Após a revisão dos títulos e resumos, 18 artigos que não atenderam aos critérios de inclusão foram excluídos. Na etapa de seleção, 28 artigos foram escolhidos, dos quais 09 foram removidos devido ao recorte temporal, resultando em 19 artigos elegíveis na etapa de avaliação do texto completo. Destes, 0 foram excluídos por não atenderem aos critérios de idioma em português e relevância temática. Portanto, na fase de inclusão, 10 artigos foram selecionados para análise, a fim de subsidiar o estudo.

Portanto, foi conduzida uma análise temática dos artigos recuperados desses bancos de dados, seguida por uma análise criteriosa e detalhada das referências bibliográficas. O objetivo foi obter de maneira sistemática e objetiva a descrição das informações e dados relevantes para facilitar a compreensão dessas informações. De cada artigo, foram extraídas informações como autores, título, objetivo, periódico, metodologia, ano e resultados. Esses dados foram então organizados em um quadro de revisão.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 

Durante a busca nas bases de dados Scielo, Lilacs e Acervo Mais utilizando por meio dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS):”Gestação”, “Pessário”, “Cerclagem”, “Enfermagem” e “Assistência”, foram encontrados inicialmente 46 artigos elegíveis. No entanto, após uma avaliação mais detalhada, 36 artigos foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão ou por não estarem relacionados à temática da pesquisa em questão. 

A interpretação e síntese dos resultados encontrados estão apresentadas no Quadro 1, que inclui informações sobre os autores, título, objetivo, metodologia, ano e resultados relativos à assistência de enfermagem no período gestacional diante do método, pessário e cerclagem. A seguir estão os artigos selecionados para revisão neste estudo.

Quadro 1. Artigos científicos selecionados nas bases de dados Scielo, Lilacs e Acervo Mais, segundo as características dos autores, títulos, objetivo, metodologia, ano e resultados. Porto Velho, 2024. 

Fonte: G.S.A et al., 2024.

De acordo com Rego et al. (2020) afirma que estudos têm demonstrado que o uso de pessário pode ser eficaz na prevenção do parto prematuro em mulheres com incompetência ístmo-cervical. O pessário atua dando suporte ao colo do útero, ajudando a manter sua integridade e prevenindo a dilatação precoce.

No entanto, a eficácia do pessário pode variar de acordo com fatores como o tipo de pessário utilizado, o momento da inserção durante a gestação e a adesão da paciente ao tratamento. Além disso, mais pesquisas são necessárias para entender melhor os mecanismos de ação do pessário e identificar quais pacientes podem se beneficiar mais dessa intervenção (MENESES et al., 2022).

Para Silva et al. (2021) em seu estudo enfatizam que a cerclagem cervical tem sido amplamente utilizada como uma intervenção para prevenir o parto prematuro em mulheres com incompetência ístmo-cervical. Dessa maneira, estudos têm demonstrado que a cerclagem pode ser eficaz na redução do risco de parto prematuro e melhoria dos resultados obstétricos em mulheres com essa condição.

Logo para Guedes et al. (2022), corroboram que a eficácia da cerclagem pode variar dependendo de fatores como a idade gestacional em que é realizada, a técnica cirúrgica utilizada e a experiência do cirurgião, assim, a cerclagem está associada a riscos, como ruptura prematura das membranas e infecção uterina, que devem ser cuidadosamente considerados ao decidir sobre a realização deste procedimento.

Assim, tanto o pessário quanto a cerclagem são intervenções importantes no tratamento da incompetência ístmo-cervical, a escolha entre essas opções de tratamento deve ser feita com base nas necessidades individuais da paciente, considerando fatores como a gravidade da condição, a idade gestacional e os riscos associados a cada intervenção (REIS et al., 2023).

O enfermeiro desempenha um papel crucial na assistência às gestantes que precisam de pessário para prevenir o parto prematuro, ao longo do processo, eles desempenham diversas funções essenciais, desde a avaliação inicial até o acompanhamento após a colocação do pessário (GADELHA et al., 2020).

Na fase inicial, o profissional enfermeiro executa uma importante atribuição na avaliação da gestante para determinar se ela é uma candidata adequada para o pessário, envolvendo a revisão do histórico médico da paciente, a realização de exames físicos e a coordenação de exames complementares, como ultrassonografia transvaginal para avaliar o comprimento cervical (MEDEIROS et al., 2022).

Conforme Meneses et al. (2022), retrata que após a decisão de colocar o pessário, o enfermeiro orienta a gestante sobre o procedimento, explicando o propósito do pessário, os possíveis benefícios e riscos, e o que esperar durante e após a colocação do dispositivo.

Durante o procedimento de colocação do pessário, o enfermeiro proporciona o conforto e a segurança da paciente, podendo envolver a preparação do ambiente, o apoio emocional à gestante e a assistência de enfermagem ao procedimento.

Após a colocação do pessário, a equipe continua desempenhando um papel vital no acompanhamento da gestante, incluindo a monitorização dos sinais vitais da paciente, a avaliação da dor ou desconforto, e a instrução sobre cuidados pós-colocação, como evitar atividades físicas extenuantes e relações sexuais (ALVES et al., 2021).

Reis et al. (2023) evidenciam em seu estudo que o enfermeiro promove uma educação contínua à gestante sobre sinais de alerta que podem indicar complicações, como sangramento vaginal, contrações uterinas persistentes ou ruptura prematura das membranas, dessa maneira, a gestante reconhece e relata prontamente quaisquer preocupações, permitindo uma intervenção rápida, se necessário.

Da mesma forma, o enfermeiro exerce um papel fundamental no cuidado das gestantes submetidas à cerclagem cervical para prevenir o parto prematuro, o profissional executa inúmeras atribuições ao longo do processo, desde a preparação pré-operatória até o acompanhamento pós-operatório.

Para Nagai et al. (2022), enfatiza que antes da cerclagem, o enfermeiro tem uma importância na preparação da paciente. Isso pode incluir a explicação do procedimento, esclarecendo dúvidas e preocupações, e fornecendo suporte emocional à gestante e à família.

Durante o procedimento cirúrgico, o enfermeiro realiza a esterilidade do campo cirúrgico, monitorando os sinais vitais da paciente e fornecendo apoio emocional, a equipe também pode estar envolvida na administração de medicamentos e na documentação adequada do procedimento (MENDES et al., 2023).

Após a cerclagem, a equipe de enfermagem monitorizar de perto a paciente quanto a sinais de complicações, como sangramento vaginal, contrações uterinas ou ruptura prematura das membranas, a equipe fornece cuidados pós-operatórios, como administração de analgésicos e orientações sobre autocuidado (SOARES et al., 2020).

Em consonância com Rego et al. (2020), durante o período pós-operatório, o profissional educa a paciente sobre sinais de alerta que podem indicar complicações e fornece orientações sobre atividades a evitar e cuidados com a incisão. Isso capacita a paciente a cuidar adequadamente de si mesma e a relatar quaisquer preocupações à equipe de saúde.

Assim, Guedes et al. (2022) afirma que o enfermeiro desempenha um papel vital no acompanhamento a longo prazo da paciente submetida à cerclagem, podendo envolver a realização de consultas de acompanhamento para avaliar a eficácia da cerclagem, monitorizar o comprimento cervical e fornecer suporte contínuo à gestante.

Portanto, o papel da enfermagem no pessário e na cerclagem para prevenção do parto prematuro é multifacetado e abrangente, desde a avaliação inicial até o acompanhamento a longo prazo, o enfermeiro executa um papel primordial na assistência e suporte às gestantes submetidas a essas intervenções, garantindo o melhor resultado possível para mãe e bebê.

CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos resultados obtidos ao longo do desenvolvimento da pesquisa, pode-se afirmar que o objetivo proposto foi alcançado. O presente estudo, por meio de uma revisão integrativa da literatura, analisou 10 artigos publicados entre 2020 e 2023, com o intuito de compreender a assistência de enfermagem no período gestacional, especialmente no contexto do uso do pessário e da cerclagem, como um elemento essencial na prevenção de complicações gestacionais, particularmente o parto prematuro, esses métodos são fundamentais para gestantes com histórico de incompetência cervical ou outros fatores de risco que comprometem a manutenção da gravidez. 

A assistência de enfermagem no período gestacional, especialmente no contexto do uso do pessário e da cerclagem, destaca-se como um elemento essencial na prevenção de complicações gestacionais, particularmente o parto prematuro, esses métodos são fundamentais para gestantes com histórico de incompetência cervical ou outros fatores de risco que comprometem a manutenção da gravidez. Nessa perspectiva, o papel do enfermeiro é multifacetado, abrangendo desde a monitorização clínica constante até a educação em saúde e o suporte emocional às gestantes.

Dentre os principais resultados destaca-se a atuação da enfermagem na preparação e acompanhamento de mulheres submetidas a esses procedimentos garantindo um desfecho gestacional positivo. O sucesso do tratamento depende de uma vigilância cuidadosa, que inclui o controle de sinais de complicações, a orientação sobre cuidados pós-procedimento e a promoção de um ambiente de confiança e acolhimento para a paciente, logo, o papel dos enfermeiros vai além dos cuidados técnicos, ao proporcionar apoio emocional e psicológico às gestantes, o que contribui significativamente para o bem-estar materno-fetal.

Diante disso, é indiscutível que a qualificação contínua dos enfermeiros, aliada à interdisciplinaridade na abordagem ao cuidado gestacional, é fundamental para maximizar o sucesso das intervenções com pessário e cerclagem. A prática baseada em evidências, juntamente com a capacitação e o suporte integral oferecido à gestante, permite um acompanhamento seguro e eficaz, promovendo melhores resultados para a saúde tanto da mãe quanto do bebê.

REFERÊNCIAS

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 1Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Aparício Carvalho (FIMCA). Porto Velho-RO. E-mail: giglianesouzaazevedo@gmail.com
2Docente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Aparício Carvalho (FIMCA). Porto Velho-RO. Especialista em Saúde Mental (UNYLEYA). E-mail: prof.vieira.mariaedite@fimca.com.br