ALEGAÇÕES DE ADULTOS RELATADAS NO MOMENTO DA IMUNIZAÇÃO: DICOTOMIA DE CLASSE SOCIAL

ADULT CLAIMS REPORTED AT THE TIME OF IMMUNIZATION: SOCIAL CLASS DICHOTOMY

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202410041401


Jorge Alberto Alves Cabral Junior1; Camilla Aparecida Santos Basílio1; Ruan Rezende Asse1; Amanda Oliveira Galvão2; Janaina Aguero Pereira3; Marilene Ferreira Martins4; Poliana Castro de Resende Bonati5; Elias José Oliveira6


RESUMO

O objetivo compreender as falas no momento da vacinação em diversas categorias socioeconômicas no Brasil (A, B, C, D e E) no período de 01/07/2018 a 22/12/2022. A pesquisa de cunho exploratório, descritivo, com abordagem qualitativa baseada na Teoria de Michel Foucault, que enfatiza ‘‘o que somos nós neste exato momento’’, foco nas experiências transformadoras do pensar e do que ser, e não apenas uma reprodução da realidade. A reação depois de serem vacinadas expressou, em sua maioria, a palavra IRONIA em alusão às vacinas. Outros sentimentos foram frequentes como, a NEGLIGÊNCIA, a DOR, o MEDO e, em menor evidência, as palavras CONFORMISMO e DESCULPA. As expressões refletiram, principalmente, a incerteza sobre a eficácia das vacinas, a falta de informação correta sobre o funcionamento no organismo humano e influenciado pela negligência dos vacinados. Foram coletadas 421 falas em diversos momentos de vacinação, com 60,3% do gênero masculino e 39,7% do gênero feminino. Na classe socioeconômica A foram coletadas 20,2%, com a representatividade masculina em 55,3%; no grupo socioeconômico B foram 23,7% com gênero masculino em 50%, entretanto no grupo C, com 14,7% de representatividade no total de entrevistados, no gênero feminino foram de 41,9%; já no grupo D são 22,1%, com 69,9% de masculino e no grupo E foram 19,2% com 40,7% do gênero feminino. A palavra IRONIA residiu no fato de que, apesar dos avanços científicos e das evidências claras de que as vacinas salvam vidas, uma parte significativa da população se deixou levar pelo sentimentalismo e pelo espanto gerado por rumores e mitos históricos. O enfrentamento do negativismo e a desinformação dos fatos evidencia uma maior aceitação do processo de vacinação na população. A palavra IRONIA transformou-se em um ponto de reflexão sobre como a sociedade reage em tempos de crise como escape de uma imposição legal.

Palavras-chave: vacinação; movimento contra a vacinação; recusa à vacinação.

ABSTRACT

The objective was to understand the statements made at the time of vaccination in various socioeconomic categories in Brazil (A, B, C, D and E) from July 1, 2018 to December 22, 2022. The research was exploratory, descriptive, with a qualitative approach based on Michel Foucault’s Theory, which emphasizes “what we are at this very moment”, focusing on transformative experiences of thinking and being, and not just a reproduction of reality. The reaction after being vaccinated expressed, for the most part, the word IRONY in allusion to vaccines. Other feelings were frequent, such as NEGLIGENCE, PAIN, FEAR and, to a lesser extent, the words CONFORMISM and EXCUSE. The expressions mainly reflected uncertainty about the effectiveness of vaccines, the lack of correct information about how they work in the human body and influenced by the negligence of those vaccinated. A total of 421 interviews were collected at various vaccination events, with 60.3% being male and 39.7% female. In socioeconomic class A, 20.2% were collected, with male representation at 55.3%; in socioeconomic group B, 23.7% were collected, with male representation at 50%; however, in group C, with 14.7% of the total number of interviewees, female representation was 41.9%; in group D, 22.1% were collected, with 69.9% male; and in group E, 19.2% were collected, with 40.7% female. The word IRONY resided in the fact that, despite scientific advances and clear evidence that vaccines save lives, a significant part of the population was carried away by sentimentality and astonishment generated by rumors and historical myths. Confronting negativity and misinformation about the facts shows a greater acceptance of the vaccination process among the population. The word IRONY has become a point of reflection on how society reacts in times of crisis as an escape from a legal imposition.

Keywords: vaccination; movement against vaccination; refusal of vaccination.

1 INTRODUÇÃO  

Qual é a importância da vacinação na prevenção de doenças? Em 29 de julho de 2024 um bebê com seis meses de idade veio a óbito, vítima de coqueluche, na cidade de Londrina, no Estado do Paraná/Brasil. O recém-nascido não resistiu às complicações da doença, vindo a óbito. A coqueluche é uma doença infectocontagiosa, mas é prevenível por vacina fornecida pela rede pública, via SUS (BRASIL, 2024). Foi evidenciado que a mãe não realizou o pré-natal adequadamente durante a gravidez, não tomando a vacina DTPa, a qual previne as complicações da coqueluche. A vacinação, de forma geral, é a maneira mais segura e eficaz de prevenir doenças infectocontagiosas e há vacinas para todas as idades (BRASIL, 2024). 

As autoridades de saúde destacam a necessidade de conscientização da população sobre a importância de seguir rigorosamente as indicações de vacinação conforme o Plano Nacional de Imunização do Governo Federal (BRASIL, 2024). 

É fato que, ao longo dos tempos, cada governante tem implementado ações de saúde para mitigar os efeitos das doenças infectocontagiosas que afetam toda a população, principalmente a classe trabalhadora. Entretanto, a implementação de ações de vacinação no Brasil dos anos 60 a 80 do século XX, possibilitou o aumento da expectativa de vida, saltando de 42 anos para 72 anos. E hoje, no ano de 2024, a expectativa de vida está em torno de 86 anos. Considerando este panorama, vamos retornar ao ano de 1904, em que houve grande resistência da população brasileira para não se vacinar, como na chamada Revolta da Vacina (PORTO, 2003).

No Brasil, início do século XX, a população da cidade do Rio de Janeiro passava pela falta de saneamento básico, com péssimas condições de higiene, o que resultou em focos de epidemias como: a febre amarela, a varíola e a peste. As medidas impopulares e polêmicas de Oswaldo Cruz que foi o responsável pela estruturação da saúde pública no Brasil e sofreu com oposição da mídia e manifestação popular, resultaram na revolução Revolta da Vacina no ano de 1904 (PORTO, 2003).

Neste ano, Oswaldo Cruz implementou uma lei que reiterava a obrigatoriedade da vacinação instituída na época do Império, em 1837, mas que não havia sido cumprida até aquele momento. Ciente da resistência da opinião da população, montou uma campanha no modelo militar: dividiu a cidade em distritos, criou uma polícia sanitária para desinfetar as casas, caçar ratos e matar mosquitos, em paralelo à implementação da imposição da vacinação obrigatória. As brigadas sanitárias entravam nas casas e vacinavam as pessoas à força, provocando uma resistência popular, visto que a maioria da população ainda desconhecia e temia os efeitos que a nova injeção poderia causar em seus corpos, como mutação – transformando a pessoa em vaca ou algo bubalino/bovino. Setores de oposição ao governo lutavam contra estas medidas autoritárias, assim como a imprensa, que ridicularizou seus atos com criações de charges e artigos, como relatado a seguir:

(…) A indignação levou ao motim popular, que explodiu em 11 de novembro de 1904, conhecido como a “Revolta da Vacina”. Carroças e bondes foram tombados e incendiados, lojas saqueadas, postes de iluminação destruídos e apedrejados. Pelotões dispararam contra a multidão. Durante uma semana, as ruas do Rio viveram uma guerra civil. Segundo a polícia, o saldo negativo foi de 23 mortos e 67 feridos, tendo sido presas 945 pessoas, das quais quase a metade foi deportada para o Acre, onde foram submetidas a trabalhos forçados (…). (PORTO, 2003)

As campanhas de vacinação conseguiram erradicar a varíola, tendo sido notificado no Brasil o último caso desta doença em 1971 e, em caráter global, na Somália no ano de 1977. Assim, no ano de 1982, a OMS declarou o mundo livre da varíola, elevando a expectativa de vida no Brasil e no mundo (BRASIL, 2017).

Com base nesse histórico da vacinação, o Brasil implementou a aplicação de vacinas em sua população em todas as faixas etárias, como forma de prevenir doenças infectocontagiosas, que causaram grandes epidemias no mundo. Ainda assim, hoje, existe uma resistência de parte da população sobre a eficácia e a resolutividade das vacinas, principalmente em adultos porventura à eventos adversos, preceitos religiosos e notícias falsas, fomentando uma taxa de rejeição, considerada alta. Já para as crianças, há uma alta assiduidade de vacinação, devido à pressão jurídica, visto o Estatuto da Criança e do Adolescente (MAGDA, TEIXEIRA 2013).

A vacinação passou por diversas crises que influenciaram a aceitabilidade de sua eficiência, consideradas como eventos epidemiológicos de impacto significativo no aumento da expectativa de vida no mundo e, hoje influenciam a compreensão e a aceitabilidade da população com relação a sua aplicação. Um exemplo foi o período da pandemia do COVID-19, provocada pelo vírus SARCOV-2, que se iniciou no mês de novembro de 2019, na China, e nos primeiros meses de 2020, no Brasil, e se estendeu por um período de 2 anos, até ser controlada e deixar de ser declarada como emergência sanitária em 31/12/2022 pelo Governo Brasileiro. Esse quadro somente foi possível com a introdução de várias vacinas para toda a população. Tudo isso, em meio ao caos implantado em meio a hospitais lotados com evolução de números altos de óbitos em todo o mundo. No Brasil, faleceram mais de 710 mil pessoas e mais de 38 milhões foram infectadas, vítimas da COVID-19 (BRASIL, 2024).

A população mostrava opiniões diversas sobre o assunto, principalmente quando as vacinas começaram a surgir, em confronto com as medidas implementadas pelas autoridades sanitárias, dentre elas, o afastamento social. Com a revolução da mídia e estando na era digital, com fácil acesso a informações com o simples toque nos aparelhos de mídias, especialmente o telefone celular, a ´´desinformação“ juntamente com a ´´informação“ tornou difícil às pessoas discernirem a veracidade do que está sendo divulgado, criando insegurança na população sobre os efeitos das vacinas recém-produzidas contra o SARCOV-2 (BRASIL, 2023).

Para descrever o momento da vacinação entre homens e mulheres acima de 18 anos, uma equipe de professor, técnico de enfermagem e discentes do curso de Graduação em Enfermagem, se deslocou para diversas empresas públicas e privadas da cidade de Uberlândia – MG para a realização de vacinas em adultos em idade de trabalhador, de 19 anos até 60 anos.  Os dados foram coletados no período de 01/07/2018 a 22/12/2022. Observamos que durante e depois de receberem uma dose de vacina, havias relatos de uma possível resistência na expressão de fala e corporal como: muitos sentem calafrios, a transpiração aumenta, há agitação e inquietação na fila durante o processo de vacinação extramuro com a população laborativa.

2 JUSTIFICATIVA

O presente estudo foi desenvolvido de modo a contribuir para a sociedade na melhora das políticas púbicas em prol de provocar reflexões sobre o tema e disponibilizar novos conhecimentos, a fim de favorecer a diminuição da resistência ao ato de vacinação, instituir a promoção de saúde, o aumento do nível de informação da população e a diminuição do índice da recusa dos trabalhadores à vacina.

A imunização foi assumida como instrumento da medicina preventiva no final do século XVIII. Ela é, indubitavelmente, o procedimento médico que possibilita maior impacto na redução da morbimortalidade. Contudo, essa verdade inquestionável parece não ser suficiente para mobilizar todos os esforços necessários ao acompanhamento mais rígido do histórico vacinal dos pacientes, bem como para determinar indicação médica de rotina das vacinas (BALLALAI, 2007).

Há necessidade de compreender as falas no momento da vacinação como forma de protesto e possíveis motivos reais de resistência à imunização, ou seja, entender por que as pessoas não gostam de se vacinar e ainda influenciam outros com seu modo de pensar, promovendo alegações duvidosas e chegando ao ponto de sabotar o processo de vacinação. O Estado, como promotor de ações de saúde, faz campanhas direcionadas sobre as consequências da não-adesão à vacinação, a fim de promover a prevenção de doenças imunopreveníveis e garantir a todos, a saúde e a sua existência. Portanto, a população em geral, devido à imposição legal e histórica, implementa ações de procrastinação e até burla a adesão à vacinação, alegando alguns motivos como: a falta de tempo, dificuldade de acesso às vacinas, a falta de compreensão dos profissionais, possível medo da agulha, o stress da aplicação, questões de gênero e outros.

3 OBJETIVO

Compreender e avaliar o contexto das falas de pessoas vacinadas durante a realização das ações de vacinação com a comunidade adulta, com base na estruturação de Foucault, para construção de termos estruturantes de complementariedade: experiência, vivência, senso comum e ação que influencia a resistência e como se fortalecem os mitos e dizeres contrários à vacinação.

4 METODOLOGIA

4.1 Tipos de pesquisa

A pesquisa realizada de cunho exploratório, descritivo, com abordagem qualitativa baseada na Teoria de Michel Foucault, que enfatiza ‘‘o que somos nós neste exato momento’’, com foco na produção de experiências transformadoras na forma do pensar e do que ser, e não apenas em uma suposta reprodução da realidade. A análise dos dados foi baseada na teoria de Minayo (2002), que reside na capacidade de produzir resultados acerca do que foi proposto, intervir no real e na capacidade de agir para que, assim, sejam produzidas nos participantes novas formas de pensar e maior compreensão sobre a importância da imunização.

4.2 Locais da pesquisa

A pesquisa foi desenvolvida durante a realização das atividades do Projeto de Extensão Práxis de Imunização – Atividade Prática de Vacinação com a Comunidade Adulta na cidade de Uberlândia no período de 01/07/2018 a 22/12/2022, incluindo os trabalhadores da Iniciativa Privada e funcionários públicos (empresas e instituições públicas) no perímetro urbano com agendamento prévio junto ao Setor de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia.

4.3 Técnicas de coleta de dados

As falas foram coletadas de forma não randomizada entre homens e mulheres e com faixa etária acima de 18 anos até 60 anos, trabalhadores da iniciativa privada e funcionários públicos (empresas e instituições públicas). A coleta de dados ocorreu conforme as frases eram faladas no momento da vacinação. Aos indivíduos, era pedida a permissão para anotar as suas falas no momento da vacinação para fins de pesquisa e compreensão daquele instante para uma implementação de cuidado e abordagem mais humanizada. Caso não havendo o consentimento, a fala era descartada.

A estruturação de termos para a construção de substantivos de complementariedade foi baseada na experiência, vivência, senso comum na ação da vacinação influenciado pela resistência do fortalecimento dos mitos e dizeres (NETO, 2016). A análise qualitativa das respostas foi realizada conforme a Teoria de Minayo em suas fases, sejam elas: conhecer os termos, definir a sentença problematizada e teorizá-la (MINAYO, 2012).  

A categorização de acordo com Michel Foucault, foi feita segundo a correlação triangular de Foucault e Tripé da Sociedade: estado-poder; mercado-direito; sociedade civil-verdade, com base nos conceitos de interligação do primeiro setor, segundo setor e terceiro setor e a governabilidade – poder e disciplina (FERREIRINHA; RAITZ, 2010).

Os agendamentos para a imunização em empresas ou instituições ficaram a cargo do Setor de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Uberlândia durante a realização das atividades da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), e/ou em atividades de prevenção com vacinação em momentos específicos conforme a demanda e a necessidade de intervenção vacinal.

4.4 Análises dos dados coletados

A análise inicial se deu através da reunião total de amostras no período e tempo estabelecidos, definindo parâmetros pertinentes com base na Teoria de Michel Folcault e Minayo no Efeito Manada.

O gerenciamento das falas foi feito por meio do Programa Microsoft Office Excel® e Word® com digitações e, em seguida, a validação dos dados para conferência da consistência das planilhas eletrônicas e construção de nuvens de palavras conforme as classes socioeconômicas A, B, C, D e E e população em geral. Para correção das diferenças encontradas, as falas originais foram consultadas e, na sequência, foi feita a análise dos dados e a construção de nuvens de palavras.

A população de referência do estudo foi de adultos trabalhadores da iniciativa privada e funcionários públicos (empresas e instituições públicas) escolhida para o registro das falas espontâneas e em conformidade no modelo não-randômico, pertencentes às classes socioeconômicas A, B, C, D e E, conforme a classificação da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP, 2023).

Os critérios de inclusão foram: homens e mulheres em idade laborativa que sejam adultos trabalhadores da iniciativa privada e funcionários públicos (empresas e instituições públicas) e que aceitaram participar da pesquisa e assinaram o termo de consentimento. Todos os trabalhadores que contemplaram os critérios de inclusão foram convidados a participar da pesquisa e não receberam nenhuma vantagem financeira ou trabalhista. Em nenhum momento foi exigida alguma vantagem pecuniária para os pesquisadores ou pesquisados.

Os critérios de exclusão foram: trabalhadores menores de 18 anos (menores aprendizes), aposentados, trabalhadores com afastamento de saúde, pessoas com privativas de liberdade, aquartelados e hospitalizados. Aqueles trabalhadores que estão dentro dos critérios de inclusão, mas que não aceitaram participar e assinar o termo de consentimento foram excluídos da pesquisa.

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos (CEP) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), conforme a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde de Ministério da Saúde, garantindo os aspectos éticos da pesquisa como a beneficência e não maleficência, isenção de dano (físico, moral, espiritual, perda de privacidade, de tempo, financeiro), respeito à dignidade humana, respeito à privacidade, não manipulação de dados e/ou omissão da participação de colaboradores, não assumir autoria de algo feito por outro pesquisador, em acordo com o Parecer número CAAE – 2.762.321.

Para tanto, os dados ficaram mantidos sob a guarda dos pesquisadores responsáveis e, mesmo com a publicação científica do estudo em eventos e revistas, ficará garantido o sigilo e confidencialidade dos participantes.

4.5 Resultados e discussão

Foram listados os resultados das falas feitas durante a campanha de vacinação, com pessoas que se encontravam na fila, aguardando o momento de serem vacinadas. Todas as falas foram colocadas da maneira expressa, sendo assim, pode haver discordância com a linguagem considerada formal ou gramaticalmente correta. Além disso, ao final de cada fala dos entrevistados, foi colocada, entre parênteses, uma palavra correspondente ao sentimento transmitido pelo paciente naquele momento, ou seja, o que ele estava sentindo antes de ser vacinado. Com isso, foi possível identificar as possíveis causas da resistência à vacinação. Foram coletadas 421 falas em diversos momentos de vacinação, com 60,3% de falas do gênero masculino e 39,7% do gênero feminino. Na classe socioeconômica A foram coletadas 20,2%, com a representatividade masculina em 55,3%; no grupo classe socioeconômico B foram 23,7%, com gênero masculino em 50%, entretanto no grupo C com 14,7%, no gênero feminino foram de 41,9%, já no grupo D são 22,1%, com 69,9% de masculino e no grupo E foram 19,2%, com 40,7% do gênero feminino. Todas as palavras que representam os sentimentos expressados nas falas dos entrevistados foram organizadas em nuvens de palavras, conforme imagens a seguir. O tamanho da fonte de cada palavra identifica a frequência com que aquele sentimento foi identificado nas entrevistas, ou seja, quanto maior a palavra, mais vezes ela ocorreu.

A palavra IRONIA presente na classe A, mostra a forma como ambos os sexos se sentem no momento de receberem uma injeção. De acordo com Ferreira (2020), ironia significa modo de exprimir-se em que se diz o contrário do que se pensa ou sente; ou contraste fortuito que parece um escárnio. Nas frases expressadas por pessoas na hora de serem vacinadas, é possível verificar a IRONIA como a mais evidente e as palavras NEGLIGÊNCIA, DOR e MEDO com evidência menor, mas há destaque nas palavras – CONFORMISMO e DESCULPA por serem palavras que expressam algo de aceitação do ato realizado. Fato evidenciado nas campanhas contra a COVID-19, a qual trouxe à sociedade a importância da vacinação na prevenção de mortes (BRASIL, 2003).

Nuvem de palavras com sentimentos apresentados pela classe A

Exemplos de frases representativas dessa classe:

“Acabei de almoçar. Se eu der um “peripaco”, olha lá!?”

A minha está em dia, por que eu tenho que cuidar de três veios.”

Na classe socioeconômica B, entre os homens entrevistados, predominou o sentimento de MEDO e AGULHA, e em menor intensidade, as palavras APREENSÃO e DOR. No estudo realizado por Galvão et al (2022), foi ressaltado que ´´na nuvem de palavras podemos aferir um conjunto de expressões digno de um momento sabidamente doloroso, mas devido à probabilidade futura de ficar doente, assim se sujeita, para não ter que sofrer a situação de ficar doente, ou até mesmo o óbito“. Além disso, Segundo Ferreira (2020), o significado dessa palavra se resume a um sentimento de viva inquietação ante a noção de perigo real ou imaginário, de ameaça. Isso mostra que as pessoas tinham receio de que a vacina as colocasse em algum tipo de perigo.

Já entre as mulheres da classe B, o sentimento expressado com maior frequência foi a NEGLIGÊNCIA que, segundo Ferreira (2020), é o mesmo que falta de atenção ou cuidado, desleixo. Isso foi verificado em muitos casos em que os entrevistados, mesmo sabendo da importância das vacinas, não se vacinavam, e em contraponto temos a palavra NEGATIVISMO. O trabalho de Couto, Barbieri e Matos (2021) ressalta que a decisão não se vacinar ou não seguir as medidas preventivas, centradas nos indivíduos, são conformadas atualmente por pertencimentos sociais, atravessados por diferenciações sociais que refletem na percepção de risco, na susceptibilidade ao adoecimento e no acesso aos serviços de saúde, podendo perpetuar conhecidas inequidades sociais e de saúde e conclui:

(…) O que está em debate é não só o juízo de valor sobre os benefícios ou não das vacinas, ou das medidas de enfrentamento da COVID-19, mas também o reconhecimento de que as ações de saúde pública são estruturadas na tensão entre autonomia e normatizações implementadas por instituições, órgãos e pelo Estado; e que as percepções de risco, as escolhas e incorporações das medidas de saúde na vida privada das pessoas, extrapolam a dimensão individual e refletem valores e crenças que são constituídos no entrecruzamento das dimensões política, econômica e sociocultural (COUTO; BARBIERI; MATOS, 2021).

 Salvador et al (2023) propõe que o

(…) método de tratamento dos dados que possibilita identificar a frequência de cada palavra, e partir de uma análise lexicográfica que permite contextualizar o vocabulário típico de cada classe e que com a propagação de falsas informações e a negação da pandemia, principalmente por chefes do Poder Executivo que polarizam a população no contexto das definições estratégicas de prevenção e controle da COVID-19 por benefícios próprios e partidários, estimulam a sensação de que o direito individual é soberano e, portanto, o direito de escolha configura uma ação de liberdade (…) e receio da vacinação devido à concepção de que a vacina está em fase experimental e medo das reações adversas e dos efeitos a longo prazo. (…) (SALVADOR et al, 2023).

Nuvem de palavras com sentimentos apresentados pela classe B

As frases representativas no grupo foram:

Eu tenho medo de agulha, só gosto de furar as pessoas.

“Eles testam na gente lá no quartel; somos orelhas do governo. Ninguém morreu? Está aprovado? Eu estou aprovado.”

“A última que eu tomei era BCG.”

Diferente das demais classes socioeconômicas, a classe B, representada por profissionais da área da saúde, hospitais, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos de enfermagem e outros, demonstrou uma discrepância na aglutinação das palavras, não apresentando em momento algum a contraposição de vacina, como com o uso do termo IRONIA. Mas expressões que podem se referir ao conhecimento do ato demonstram a preocupação da consequência de um produto inacabado, não testado com rigor técnico científico, gerando uma desconfiança e insegurança não justificada.

A classe socioeconômica C, igualmente à classe socioeconômica A, mostrou a IRONIA como sentimento predominante no momento de vacinar-se. Entre os representantes do sexo masculino, também houve predominância dos sentimentos de DOR, DESCULPA e NEGLIGÊNCIA, mostrando a insegurança em relação aos possíveis efeitos da vacinação. Por sua vez, o gênero feminino da classe C mostrou os sentimentos frequentes EXAGERO, NEGLIGÊNCIA e DESCULPA. Esse resultado é semelhante ao apresentado por Salvador et al (2023):

(…) A classe “A vacina ainda está em fase experimental” (13,97%) apresentou como palavras mais significativas “seguro”, “falta” e “estudo”. As respostas dessa classe revelam a concepção de que são necessários mais estudos nas faixas etárias das crianças, o que gera sentimento de insegurança nos pais em relação à vacinação de seus filhos (…)

Nuvem de palavras com sentimentos apresentados pela classe C

Exemplos de falas representativas do grupo socioeconômico C presente na análise:

Gotinha…. eu prefiro.”

“Nem doeu, nem precisei chorar.”

“Não furando meus olhos, pode furar em qualquer lugar.”

Considerando a análise das outras classes socioeconômicas, feita anteriormente, tivemos a IRONIA como sentimento mais frequente para a classe D, e em segundo plano, é notável a expressão de MEDO como algo a temer pela vida.  Os sentimentos apresentados (ironia e medo) expressam na maior parte das respostas dos entrevistados, uma reação à vacinação pela qual iriam passar. Podemos sugerir que temos uma memória temporal das ações do passado, uma vez que, no início da vacinação, em 1796, o médico rural inglês Edward Jenner inoculou “matéria de vaccínia” na criança James Phipps, causando a imunidade contra a varíola, mas houve resistência por parte da comunidade científica e religiosa da época, por achar que a pessoa poderia se transformar em uma vaca. Temos aqui a primeira fake news sobre a vacina, mas somente no ano de 1870, na Guerra Franco-Prussiana, foi comprovada a eficiência deste método de Edward Jenner, no episódio em que 23.000 soldados franceses morreram em decorrência da infecção por varíola e apenas 297 do lado prussiano, os quais haviam implementado a vacinação obrigatória em suas fileiras (FERNANDES, 2012).

Nuvem de palavras com sentimentos apresentados pela classe D

Além da IRONIA, a classe masculina desse grupo socioeconômico também expressa, como sentimentos secundários, o MEDO, o EXAGERO, a BRINCADEIRA e a DESINFORMAÇÃO. De maneira semelhante, o grupo feminino mostra em segundo plano, mas não menos importante, os sentimentos de MEDO, DESINFORMAÇÃO e NEGLIGÊNCIA. Ainda refletindo sobre o sentimento de medo, tão citado e que pode compor uma das maiores razões para a não vacinação, Salvador et al (2023) expõe a urgência na aprovação emergencial pela ANVISA com fases de pesquisas em seguimento mínimo tempo com poucos detalhes de possíveis eventos adversos a longo prazo potencializando o sentimento de insegurança.

A insegurança poderia ter causado menores efeitos se as particularidades do processo de testes com relação aos resultados e à segurança científica das vacinas recém-desenvolvidas tivessem sido transmitidas de maneira mais efetiva à população. Frente a uma pandemia que pegara o mundo todo de surpresa, as vacinas foram desenvolvidas em tempo recorde, o que causou muitas dúvidas na sociedade em geral quanto aos efeitos causados por elas. Muitas pessoas confiaram nos médicos e pesquisadores, por outro lado, muitas negligenciaram a capacidade desses profissionais e acabaram transmitindo sua insegurança (SALVADOR et al, 2023).

As principais frases exprimidas no momento de vacinação pela classe socioeconômica D foram:

Esses bracinho seu…, sei não.”

“Ainda vou ter que tomar???”

A expressão IRONIA foi predominante em todas as classes socioeconômicas, assim como o MEDO, mas na classe E no gênero feminino, outros sentimentos frequentes, além da ironia, expressaram a MORTE e DESCULPA, como segundo plano de evidência. Atribui-se às palavras MEDO e MORTE a revelação da insegurança das pessoas quanto aos efeitos pós-vacinação (FERNANDES et al, 2000) e (SALVADOR et al, 2023). Devido à diversidade morfológica do ser humano e a resposta imunológica relacionada ao parasita e hospedeiro, há sempre o surgimento de eventos adversos, podendo variar de leves a moderados, como dor no local da aplicação do imunizante, edema, mialgia, febre, fadiga e cefaleia, como também os eventos adversos graves podendo levar sequelas graves e a óbito. Hoje, com o desenvolvimento da ciência e difusão do conhecimento, os processos de fabricação de produtos de uso em seres vivos são relativamente seguras, ou seja, as vacinas são seguras, o que não justifica tamanha insegurança no momento.

Nuvem de palavras com sentimentos apresentados pela classe E

A seguir, alguns exemplos de expressões utilizadas pelas pessoas do grupo E:

“Isso é tudo num tubinho???”

“Já caiu na agulha??”

“Não vou morrer amanhã, não é? Isso não dá nenhuma reação?!!!”

As expressões e palavras lexicais representam que a maioria dos vacinados sentem MEDO ao tomar as vacinas e expressam o sentimento de IRONIA como forma a contrapor-se ao ato que se julga arbitrário por parte do ente controlador, o Estado, representado pelo agente de saúde aplicador do imunizante, fato rememorado pela Revolta da Vacina em 1904, na cidade do Rio de Janeiro/RJ. Porto (2003) enfatiza que as pragas tropicais deram à capital do país, na época o Rio de Janeiro, o triste apelido de “túmulo de estrangeiros” e com medidas impopulares e polêmicas, Oswaldo Cruz, além de ter sido o responsável pela estruturação da saúde pública no Brasil, foi quem saneou o Rio, apesar da oposição feroz da mídia e das grandes manifestações populares, que ficaram conhecidas como “Revolta da Vacina”.

O QUESTIONAMENTO, a DESINFORMAÇÃO e a NEGLIGÊNCIA comprovam a hipótese de que a resistência à vacinação durante a pandemia do COVID-19 pode ter sido causada por fatores como a falta de informação ou informação errada sobre os efeitos das vacinas, questionamentos sobre a sua eficácia e negligência com relação à autoridade dos médicos e pesquisadores que indicavam a sua aplicação.

5 CONCLUSÃO

A trajetória da imunização no Brasil contra as mais diversas doenças foi marcada por insegurança e questionamentos por parte da população, com relação aos efeitos e à eficácia das vacinas, conforme explicitado na parte introdutória desse trabalho, mesmo que os governantes brasileiros tenham conseguido reverter consideravelmente (mas não completamente) esse quadro até o ano de 2022.

O período da pandemia causada pelo COVID-19 no Brasil foi marcado por uma complexa teia de mitos e verdades que influenciaram profundamente as percepções de governantes e atitudes não protetivas da população, confluindo para a dúvida e o medo. O medo, frequentemente alimentado por desinformação e exagero, tornou-se uma constante ameaça à adesão às campanhas de vacinação.

Compreender os fatores que originaram a resistência e, muitas vezes, até a negação à vacinação, foi o objetivo principal desse trabalho, atingido com sucesso mediante a pesquisa feita através de entrevistas a pacientes que aguardavam ou saíam da sala de vacinação. A reação das pessoas antes e depois de serem vacinadas demostrou, em sua maioria, o sentimento de medo. Igualmente, as expressões utilizadas por elas refletiram incerteza sobre a eficácia das vacinas, falta de informação correta sobre o funcionamento delas no organismo do ser humano e até negligência por parte de alguns que sabem da importância de se vacinarem, mas não o fazem.

A ironia dessa situação residiu no fato de que, apesar dos avanços científicos e das evidências claras de que as vacinas salvam vidas, uma parte significativa da população se deixou levar pelo sentimentalismo e pelo espanto gerado por rumores e mitos. Contudo, o positivismo daqueles que promoveram a vacinação e combateram os mitos com informações verídicas foi essencial para mudar o panorama. Eles enfrentaram o negativismo e a desinformação com fatos e evidências, incentivando uma maior aceitação da vacinação. A ironia, portanto, transformou-se em um ponto de reflexão sobre como a sociedade reage em tempos de crise como escape de uma imposição legal.

Em conclusão, a experiência com a imunização contra a COVID-19 no Brasil nos ensinou sobre a complexidade humana em tempos de crise. A coragem e a resiliência da população, quando bem-informada e incentivada, superam o medo e a desinformação. Esta convivência com a pandemia revelou a importância de uma comunicação clara e honesta, que desmistifica rumores e promove a confiança na ciência. Somente assim foi possível transformar o espanto e a surpresa em um fortalecimento coletivo frente aos desafios sanitários futuros.

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1Acadêmico de Enfermagem – Curso de Graduação em Enfermagem: Bacharelado e Licenciatura – Universidade Federal de Uberlândia/MG

2Enfermeira Gestora de Saúde HAPVIDA Nodre Dame Intermédica/Uberlândia/MG; Licenciada e Bacharela pela Universidade Federal de Uberlândia, Universidade Federal de Uberlândia/MG

3Enfermeira e Especialista em Saúde Mental em caráter de Residência Multiprofissional em Saúde pela Universidade Federal de Uberlândia

4Enfermeira Licenciada e Bacharela Universidade Federal de Uberlândia, Universidade Federal de Uberlândia/MG

5Enfermeira Coordenadora do Setor de Imunização – Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia/MG; Bacharela pela Universidade Federal de Uberlândia, Universidade Federal de Uberlândia/MG

6Docente do Curso de Graduação em Enfermagem: Bacharelado e Licenciatura/Universidade Federal de Uberlândia/MG