REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202409301250
Maria Bárbara Todisco de Freitas1; Ana Júlia Gancedo Saber2; João Paulo Lopes Milhomem3; Júlia Massuchetti Braga de Ávila4; Artur Costa Ramirez5; Amanda Maria Rodrigues Remor6; José Wilker Gomes de Castro Júnior7; José Pedro da Silva Sousa8; Ana Letícia Alves Roberto9; Bruno Corrêa Dias da Cruz10; Carlos Alexandre Gomes Passarinho Menezes11
Resumo
A varíola dos macacos (Mpox) é uma zoonose viral que ganhou destaque internacional após um surto sem precedentes em 2022. O presente estudo tem como objetivo revisar as abordagens epidemiológicas e terapêuticas utilizadas para o controle e prevenção da Mpox. Através de uma revisão de literatura, utilizando o método PICO, foram analisadas estratégias de contenção, como o isolamento, quarentena e rastreamento de contatos, além da vacinação. Foram consultadas bases de dados como PubMed e SciELO, focando em artigos publicados entre 2019 e 2023. Os resultados indicam que a densidade populacional e a mobilidade em áreas urbanas aceleram a disseminação do vírus, enquanto a infraestrutura inadequada em regiões subdesenvolvidas limita a eficácia das medidas preventivas. A vacinação, embora promissora, enfrenta obstáculos em sua distribuição, principalmente em países de baixa renda. O estudo conclui que, além do desenvolvimento contínuo de vacinas, é essencial fortalecer os sistemas de saúde e aprimorar as políticas públicas para conter surtos futuros, garantindo uma resposta global mais eficaz e equitativa.
Palavras-chave: Varíola dos macacos; Monkeypox; Epidemiologia; Vacinas; Tratamento.
1. INTRODUÇÃO
A Mpox, também conhecida como varíola dos macacos, é uma zoonose viral identificada pela primeira vez em 1958, durante um surto de doença vesicular entre macacos em cativeiro, transportados da África para fins de pesquisa (Petersen et al., 2019). Embora tenha permanecido endêmica em algumas regiões da África por décadas, o primeiro caso em humanos foi documentado em 1970, na República Democrática do Congo, em uma criança de 9 meses (Bunge et al., 2022). Desde então, a doença foi relacionada ao contato direto com animais selvagens, especialmente roedores. Apesar da vacinação contra a varíola ter conferido certa proteção cruzada contra a Mpox, a descontinuação desse programa em 1980 facilitou o ressurgimento da doença, especialmente fora de seu território original (Kumar et al., 2022). Recentemente, com a globalização e a maior mobilidade populacional, a Mpox passou a se expandir rapidamente para outros continentes, gerando preocupações em nível global.
O cenário mundial mudou drasticamente com o aumento de casos de Mpox após maio de 2022, quando mais de 3.000 casos foram identificados em mais de 50 países, um número sem precedentes fora do continente africano (Thornhill et al., 2022). Esse surto levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar a doença como uma ameaça à saúde pública de nível internacional. A partir de julho de 2022, mais de 5.700 casos foram confirmados, com destaque para regiões da Europa e América do Norte (Kaler et al., 2022). Os dados epidemiológicos mostram que a doença tem afetado principalmente homens que fazem sexo com homens (HSH), com alta prevalência de lesões cutâneas genitais e uma taxa relativamente baixa de mortalidade (Saxena et al., 2022). No entanto, a falta de infraestrutura adequada em várias regiões, especialmente em países em desenvolvimento, tem dificultado o controle eficaz da doença.
A Mpox apresenta desafios epidemiológicos consideráveis, sobretudo no rastreamento de contatos e no diagnóstico precoce, já que seu período de incubação pode variar entre 7 e 21 dias (Petersen et al., 2019). O fato de a infecção ser transmitida tanto por contato direto com fluidos corporais como por fômites, além das lesões cutâneas, complica ainda mais os esforços de isolamento e controle (Thornhill et al., 2022). Isso exige a adoção de abordagens epidemiológicas mais robustas, capazes de responder rapidamente aos surtos. A implementação de estratégias baseadas em lições aprendidas durante a pandemia de Covid-19, como a vigilância em saúde e o rastreamento eficiente de contatos, pode ser crucial para o manejo adequado da Mpox. Nesse contexto, o uso de intervenções médicas já estabelecidas, como o antiviral tecovirimat, tem se mostrado promissoras (Kumar et al., 2022).
O estudo dos fatores sociodemográficos da Mpox é fundamental para entender sua disseminação e as populações mais afetadas. Além disso, a doença tem se disseminado em regiões com infraestrutura de saúde limitada, onde o acesso a cuidados médicos e a medidas preventivas é insuficiente. A análise dessas populações vulneráveis é essencial para o desenvolvimento de intervenções específicas, como campanhas de conscientização pública e programas de vacinação, que podem contribuir significativamente para a contenção da Mpox (Petersen et al., 2019).
2. METODOLOGIA
Este estudo foi conduzido como uma revisão de literatura, utilizando o método PICO (População, Intervenção, Comparação e Resultados) para estruturar a investigação e assegurar a relevância e consistência dos dados obtidos. Os critérios PICO foram:
– População (P): Pacientes afetados pela varíola dos macacos (Mpox), incluindo grupos vulneráveis e populações de áreas subdesenvolvidas.
– Intervenção (I): Analisar estratégias de controle, prevenção e tratamento da Mpox, além da epidemiologia.
– Comparação (C): Comparação entre diferentes estratégias de controle em regiões com infraestrutura de saúde robusta versus regiões com infraestrutura de saúde limitada.
– Desfecho (O): Redução da transmissão da Mpox, melhora no manejo clínico dos casos e impacto das estratégias de prevenção e controle na morbidade e mortalidade.
A busca de artigos foi realizada nas bases de dados PubMed e SciELO. Foram utilizados descritores em português e inglês, como “varíola dos macacos”, “Monkeypox”, “epidemiologia”, “vacinas” e “tratamento”, aplicando operadores booleanos (AND, OR) para combinar os termos.
Foram incluídos artigos de revisão, estudos transversais, coorte e ensaios clínicos que abordavam estratégias de prevenção, controle, rastreamento de contatos, e vacinação contra a Mpox. Apenas textos completos, publicados em inglês, espanhol ou português, foram considerados. Foram excluídos artigos repetidos, resumos de conferências e estudos que não abordavam diretamente o controle ou tratamento da Mpox.
Artigos selecionados foram lidos na íntegra e seus dados relevantes foram coletados e organizados em tabelas com as informações sobre o estudo. Posteriormente, os dados foram agrupados e sintetizados de acordo com as categorias definidas pelo PICO, a fim de identificar padrões consistentes entre as diferentes estratégias de controle e prevenção analisadas.
Os resultados foram sintetizados de maneira narrativa e tabular, agrupando informações sobre a eficácia das medidas de controle, impacto da vacinação, rastreamento de contatos e dificuldades enfrentadas nas regiões de baixa infraestrutura. A análise comparativa entre diferentes estratégias regionais e suas limitações foi discutida, com foco na implementação prática e viabilidade das intervenções.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A varíola dos macacos, tem demonstrado um padrão epidemiológico marcado por diferentes dinâmicas de transmissão dependendo do ambiente em que se manifesta. Em áreas urbanas, a alta densidade populacional e a mobilidade acelerada contribuem para uma disseminação mais rápida do vírus, enquanto em áreas rurais, embora o contágio também ocorra, ele se dá de forma mais lenta devido à menor interação entre indivíduos.
A sua transmissão, assim como de outros orthopoxvirus, ocorre principalmente por contato direto com lesões cutâneas infectadas ou secreções respiratórias, fatores que tornam os ambientes urbanos, com maior proximidade entre pessoas, especialmente vulneráveis (Monte et al., 2023). Além disso, a globalização intensificou o alcance do vírus, permitindo que surtos locais evoluíssem para ameaças globais. O transporte aéreo internacional e o aumento do fluxo migratório facilitaram a disseminação da doença para regiões que anteriormente não haviam registrado casos, ampliando o alcance geográfico da infecção (Benito et al., 2022).
Os fatores ambientais e sociais desempenham um papel importante na propagação da Mpox, bem como a mobilidade humana, intensificada pela globalização e urbanização, aumenta o risco de contato entre pessoas infectadas e não infectadas, acelerando a propagação do vírus (Soheili et al., 2022). A densidade populacional, especialmente em grandes centros urbanos, é um fator crítico que favorece a rápida disseminação da doença, enquanto áreas rurais, embora afetadas, possuem dinâmicas de transmissão mais lentas.
Dessa forma, o impacto dessas condições é agravado pela desigualdade no acesso aos cuidados de saúde, especialmente em regiões com infraestrutura de saúde precária. Populações em áreas subdesenvolvidas estão mais expostas ao vírus devido à falta de saneamento adequado e acesso limitado a medidas preventivas e tratamentos (Sambo, 2007). As intervenções preventivas em áreas com baixa infraestrutura de saúde apresentam desafios adicionais, exigindo uma abordagem integrada que inclua tanto a prevenção quanto o tratamento adequado para minimizar as complicações.
Entre os grupos mais vulneráveis, homens que fazem sexo com homens (HSH) constituem a maioria dos casos registrados em vários surtos recentes. Esse grupo é desproporcionalmente afetado pela Mpox devido ao contato próximo durante relações sexuais, sendo que mais de 90% dos casos recentes envolveram HSH (Costa et al., 2023). A maior vulnerabilidade deste grupo pode ser explicada pela combinação de fatores comportamentais e sociais, como o uso inconsistente de preservativos e práticas sexuais de risco, além de uma maior exposição em ambientes de aglomeração (Bomfim, 2023).
No que tange o diagnóstico precoce e o tratamento inadequado a sua escassez, também, é fator que contribuem para a maior morbidade nessas regiões, evidenciando a necessidade de estratégias mais abrangentes para prevenir a disseminação do vírus. As estratégias de controle para a contenção da doença têm se concentrado em medidas tradicionais de saúde pública, como o isolamento e a quarentena, que demonstraram eficácia considerável na redução da disseminação do vírus (Pereira et al., 2022).
O isolamento de indivíduos sintomáticos ou suspeitos de contaminação tem sido uma prática amplamente adotada desde os primeiros surtos, especialmente em áreas onde o controle da transmissão é um desafio. No entanto, sua eficácia depende amplamente da velocidade com que os casos são identificados e isolados, assim como da adesão das populações afetadas (Kreutz et al., 2022). Em áreas com infraestrutura de saúde limitada, a implementação dessas medidas enfrenta obstáculos, como a falta de instalações adequadas e a relutância das pessoas em se isolarem devido às condições socioeconômicas precárias (Monte et al., 2023). Dessa forma, a eficácia do isolamento é diretamente impactada pela capacidade de os sistemas de saúde responderem prontamente às necessidades logísticas e pela conscientização e aceitação pública das medidas impostas.
A quarentena, por sua vez, é uma estratégia de controle mais abrangente e, teoricamente, eficaz em mitigar a propagação da Mpox em áreas onde há um alto número de casos e exposição potencial (Bomfim, 2023). No entanto, o sucesso da quarentena está vinculado à capacidade dos governos e sistemas de saúde de monitorar, sustentar e garantir os recursos necessários, como alimentos, cuidados médicos e suporte econômico para os afetados (Pereira et al., 2022). O contexto geográfico e cultural também influencia a adesão das populações às quarentenas, o que muitas vezes gera disparidades regionais na contenção da doença (Guimarães et al., 2022).
Ademais, regiões com acesso restrito a serviços básicos de saúde enfrentam dificuldades para estabelecer uma quarentena eficiente, o que exige estratégias adaptadas para diferentes realidades. O fator psicológico, ligado ao medo de contágio e à sobrecarga emocional, também interfere na implementação dessas medidas, com as comunidades sendo desafiadas a equilibrar o controle do surto com o bem-estar social.
O rastreamento de contatos tem se mostrado uma ferramenta essencial na contenção da Mpox, permitindo a identificação e monitoramento de pessoas potencialmente expostas ao vírus. Ferramentas digitais, como aplicativos de rastreamento de contatos e sistemas baseados em inteligência artificial, têm desempenhado um papel crucial nesse processo, facilitando o rastreamento em massa e de forma mais eficiente (Benito et al., 2022). Essas tecnologias permitem a identificação rápida de redes de contato e ajudam a diminuir o tempo entre a exposição e o início das medidas de controle, como a quarentena preventiva. Entretanto, desafios tecnológicos e questões relacionadas à privacidade, como o compartilhamento de dados pessoais, limitam a adoção dessas ferramentas em alguns contextos (Bigaran et al., 2022). A resistência do público ao uso dessas tecnologias, somada à desigualdade no acesso a smartphones e à internet em regiões mais vulneráveis, também dificulta a expansão do rastreamento digital (Sousa et al., 2023). Assim, a implementação dessas plataformas deve ser acompanhada de esforços para aumentar a conscientização e garantir a proteção de dados dos indivíduos.
A adoção de estratégias de controle eficazes e o rastreamento de contatos têm desempenhado um papel central no controle da disseminação da Mpox. O isolamento, uma das medidas mais amplamente implementadas, visa conter a propagação do vírus, especialmente em áreas densamente povoadas, onde a transmissão pode ocorrer de forma acelerada (Pereira et al., 2022). No entanto, a eficácia dessas medidas depende diretamente da adesão dos pacientes e do suporte adequado fornecido pelos sistemas de saúde. Estudos indicam que, em algumas regiões, as condições socioeconômicas e a falta de infraestrutura dificultam a implementação consistente de protocolos de isolamento e quarentena, comprometendo os esforços de contenção (Bigaran et al., 2022). Além disso, a quarentena enfrenta desafios relacionados ao engajamento das populações, principalmente em áreas com pouca educação em saúde pública e desconfiança nas autoridades sanitárias (Benito et al., 2022). Nesse sentido, a alocação de recursos adequados, como espaços apropriados para quarentena e suporte financeiro e psicológico para os afetados, é fundamental para garantir o sucesso dessas estratégias.
Nesse sentido, o rastreamento de contatos é outra ferramenta crucial para a contenção da Mpox, permitindo a identificação rápida de pessoas potencialmente expostas e limitando a transmissão secundária (Sousa et al., 2022). Com o avanço das tecnologias, ferramentas digitais e plataformas baseadas em inteligência artificial têm sido cada vez mais utilizadas para otimizar esses esforços (Kreutz et al., 2022). No entanto, ainda existem obstáculos significativos, como a falta de acesso à internet em regiões mais pobres e as preocupações com a privacidade dos dados, que muitas vezes resultam em resistência por parte do público (Monte et al., 2023). Além disso, as limitações na capacitação de profissionais de saúde para operar esses sistemas tecnológicos impedem uma aplicação eficaz e em larga escala. Portanto, embora o rastreamento digital tenha potencial para revolucionar o controle de doenças infecciosas, sua implementação precisa ser adaptada às realidades locais e aos recursos disponíveis.
Em relação ao manejo clínico desta patologia, a vigilância ativa e o diagnóstico precoce têm se mostrado essenciais para o tratamento eficaz e a redução da morbidade associada à doença (Bomfim, 2023). A abordagem terapêutica geralmente se concentra no alívio dos sintomas, uma vez que ainda não existe um tratamento antiviral específico aprovado para o uso em larga escala. Medicamentos antivirais, como o tecovirimat e o brincidofovir, têm demonstrado alguma eficácia no manejo de casos graves de Mpox, embora os estudos sobre sua utilização sejam limitados (Pereira et al., 2022).
A administração desses medicamentos deve ocorrer nas fases iniciais da infecção, a fim de reduzir a carga viral e evitar complicações secundárias, como infecções bacterianas na pele. Além disso, o manejo dos sintomas, como febre, dor e lesões cutâneas, é fundamental para melhorar a qualidade de vida dos pacientes durante o curso da doença.
Sendo assim, o diagnóstico precoce desempenha um papel determinante no prognóstico dos pacientes, pois possibilita a implementação imediata de medidas terapêuticas e preventivas (Guimarães et al., 2022). A identificação precoce de casos não apenas facilita o tratamento individual, mas também é essencial para interromper cadeias de transmissão, uma vez que indivíduos infectados podem ser isolados antes de infectar outros (Monte et al., 2023). Técnicas laboratoriais, como a PCR, são ferramentas essenciais nesse processo, proporcionando resultados rápidos e precisos que guiam o manejo clínico e epidemiológico da Mpox. Portanto, aumentar a capacidade de testagem e o acesso a diagnósticos de qualidade são estratégias vitais na luta contra a doença.
A vacinação tem se mostrado uma estratégia essencial na sua prevenção, especialmente após a reemergência da doença em diversos continentes. Historicamente, a vacinação contra a varíola humana (smallpox) também oferecia proteção contra o vírus da Mpox, devido à similaridade entre os patógenos (Pereira et al., 2022). Atualmente, as vacinas mais promissoras incluem a MVA-BN (Imvamune), uma vacina de terceira geração que não apresenta riscos de replicação viral, e o ACAM2000, uma vacina de segunda geração que requer maiores cuidados no manejo, particularmente em populações imunocomprometidas (BIGARAN et al., 2022). Entretanto, um dos maiores desafios é a distribuição equitativa dessas vacinas, especialmente em países em desenvolvimento, onde a infraestrutura de saúde é limitada e a capacidade de implementar campanhas de vacinação em massa enfrenta obstáculos logísticos significativos (BENITO et al., 2022). Além disso, a hesitação em relação à vacina, alimentada pela falta de informações claras e pelo medo dos efeitos colaterais, continua sendo uma barreira para a cobertura vacinal ideal.
As implicações sociopolíticas dos surtos da varíola do macaco são vastas, impactando tanto as políticas públicas de saúde quanto às economias locais. A resposta de diferentes governos têm variado de acordo com seus recursos e infraestrutura de saúde. Nações com sistemas de saúde mais robustos conseguiram implementar estratégias de controle mais eficazes, enquanto regiões com sistemas de saúde mais frágeis, como algumas áreas da África, enfrentaram dificuldades consideráveis (Kreutz et al., 2022).
As consequências econômicas também são significativas, com o aumento dos custos hospitalares e a necessidade de investir em campanhas preventivas e tratamentos antivirais, além do impacto nos setores produtivos locais, muitas vezes afetados pelas quarentenas e restrições de mobilidade impostas para conter a disseminação do vírus (Guimarães et al., 2023). O futuro da prevenção dependerá não apenas do desenvolvimento contínuo de novas vacinas e terapias, mas também do fortalecimento da vigilância global e da cooperação internacional, essenciais para evitar que novos surtos se transformem em crises de saúde pública ainda maiores (Sousa et al., 2023).
4. CONCLUSÃO
O estudo apontou que fatores como a densidade populacional e a mobilidade, especialmente em áreas urbanas, aceleram a disseminação do vírus, enquanto em regiões rurais a transmissão ocorre de maneira mais lenta. Além disso, a globalização tem desempenhado um papel crucial na expansão geográfica da doença, transformando surtos localizados em ameaças globais. As medidas de prevenção, como isolamento, quarentena e rastreamento de contatos, demonstraram eficácia na contenção da Mpox, embora desafios logísticos e sociais, como a falta de infraestrutura e a hesitação em aderir às quarentenas, continuem limitando seu impacto em áreas mais vulneráveis.
A vacinação, embora eficaz, enfrenta desafios na distribuição equitativa, principalmente em países em desenvolvimento. Dessa forma, o desenvolvimento contínuo de novas vacinas e a ampliação da capacidade diagnóstica são essenciais para melhorar os resultados clínicos e reduzir a transmissão. Além disso, políticas públicas bem estruturadas e o fortalecimento dos sistemas de saúde são cruciais para enfrentar surtos futuros.
REFERÊNCIAS
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1Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá e-mail: mariabarbarbatodisco@gmail.com
2Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá e-mail: anajuliasaber@gmail.com
3Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá e-mail: jpmilhomem04@gmail.com
4Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá e-mail: medjuavila@gmail.com
5Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade Municipal de São Caetano do Sul Campus São Caetano do Sul, e-mail: arturcostaramirez@gmail.com
6Médica pelo Centro Universitário Metropolitano da Amazônia Campus Belém. e-mail: amanda1102remor@gmail.com
7Médico pelo Centro Universitário do Pará Campus Belém. e-mail: wilkercastrojr@hotmail.com
8Médico pelo Centro Universitário do Pará Campus Belém. e-mail: drjosepedrosousa@gmail.com
9Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá e-mail: a_leticia_13@hotmail.com
10Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá. e-mail: brunnocorreadias@gmail.com
11Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá e-mail: Carlos.menezes@sou.unaerp.edu.br