REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202410030729
Ana Karolyna Sena Santos Silva1; Deuzeli Guimarães Nolêta2; Edaiane Sales de Sousa3; Laura Annyelba Macedo de Brito4; Luziane Damasceno Silva Bezerra5.
Resumo: O artigo é um relato de experiência inspirado nas orientações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que enfatiza a linguagem como forma de interação dos seres humanos com o mundo. O projeto de leitura relatado foi desenvolvido com estudantes do Ensino Fundamental I do Centro Municipal de Ensino Fundamental Helena Esteves, nos turnos matutino e vespertino. O objetivo é promover ações que incentivem o prazer pela leitura, escrita e contação de histórias em tempos de conectividade. No projeto, os alunos levaram livros para casa semanalmente e desenvolveram atividades de leitura, oralidade e escrita na escola. O artigo aborda a importância do papel do professor na mediação da leitura, destacando a necessidade de estratégias que englobem a leitura digital e contribuam para a formação crítica dos estudantes. O projeto ressalta que, em um mundo hiperconectado, a leitura é um processo fundamental para a inclusão social e digital, além de promover habilidades interpretativas e de produção textual.
Palavras-chave: Leitura, Inclusão, Conectividade, Educação, Ensino Fundamental.
Abstract: The article is an experience report inspired by the guidelines of the Brazilian National Common Curricular Base (BNCC), which emphasizes language as a means of human interaction with the world. The reading project was developed with Elementary School I students from the Municipal Center for Elementary Education Helena Esteves, during both morning and afternoon shifts. The objective is to promote actions that encourage the joy of reading, writing, and storytelling in times of connectivity. In the project, students took books home weekly and engaged in reading, speaking, and writing activities at school. The article addresses the importance of the teacher’s role in mediating reading, highlighting the need for strategies that encompass digital reading and contribute to students’ critical development. The project emphasizes that in a hyperconnected world, reading is a fundamental process for social and digital inclusion, as well as promoting interpretive and textual production skills.
Keywords: Reading, Inclusion, Connectivity, Education, Elementary School.
1 – INTRODUÇÃO
É na infância que o educando tem os primeiros contatos com os livros, é uma fase que é marcada por descobertas e desenvolvimentos cognitivo emocional e social, fase fundamental para a existência humana. Contudo, vemos hoje as crianças conectadas por longo período de tempo é um desafio para escola e para a família inserir livros na rotina escolar dos discentes como prática de leitura para deleite e lazer. Buscar nos livros a emoção em vivenciar a história lida e transmitir esse prazer para outros educandos.
Mediar a leitura dos educandos é a ferramenta fundamental que facilita o desenvolvimento das aprendizagens essenciais é por meio das práticas de leitura que os alunos interagem com o conhecimento.
A importância em estudar a técnicas de leitura como um processo de inclusão digital, social cultural, e político permite que os estudantes desenvolvam ativamente, interagindo o que aprendeu com os desafios de conviver e relacionar com outras pessoas, em outros ambientes, sendo capaz de argumentar, expor seu ponto de vista, administrar os conflitos existentes para tomar decisões, estando apto para desenvolver o multiletramento, levantando hipóteses e refletindo os impactos na sociedade. Nessa perspectiva a aprendizagem emocional favorece o eixo do equilíbrio, a harmonia e a consciência das habilidades de leituras adquiridas pelo fortalecimento dos valores fortalecidos no ambiente escolar.
Desta forma, serão desenvolvidas as estratégias de leituras em consonância com o conteúdo literatura digital, livros, gibis, revista, jornais locais, encartes da Folha de São Paulo, Fichas de leitura, tendo como objetivo a apresentação do relato de experiência no desenvolvimento da aula e a relação com estratégias de leituras aplicadas.
2 – JUSTIFICATIVA
A Base Nacional Comum Curricular aborda que é por meio da linguagem que os seres humanos se interagem com o mundo, sendo assim, retrata a necessidade do estudante em consolidar a alfabetização até o segundo ano do Ensino Fundamental.
Diante disso, a motivação para realizar a projeto de leitura, refere-se à orientação disposta na BNCC, quanto ao uso da língua e sua função social, que requer avanços teóricos e reflexivos acerca da contribuição da leitura para vida escolar, que contribuirá com a inserção dos diferentes componentes curriculares, como mediador, para promover uma aprendizagem ativa e significativa, a fim de que possibilite a formação integral dos estudantes, considerando as múltiplas dimensões do conhecimento.
Portanto, justifica-se o fato de desenvolver o projeto de leitura para que os estudantes possam ter o prazer de lê em tempos da conectividade e desenvolver habilidades para interpretar e competências para produzir textos.
O objetivo desse artigo é delinear o perfil dos estudantes que atuam nos Ensino Fundamental anos iniciais, bem como os desafios e dificuldades encontradas, por estes, na aplicação de estratégias e metodologias de leitura que promovem a aprendizagem significativa proposta na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Buscando compreender, incentivar e estimular os processos evolutivos das diferentes etapas do projeto de leitura, possibilitando aos discentes acessos ao conhecimento por meio da leitura e da pesquisa.
3 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Investigar a prática de leitura dos estudantes do Ensino fundamental 1 numa perspectiva lúdica e interdisciplinar;
- Perceber as concepções de leitura dos estudantes e as práticas desenvolvidas no ambiente escolar e a relação com uso da rede social;
- Promover e incentivar a leitura com entonação de voz;
- Facilitar o acervo literário da biblioteca da escola;
- Ampliar o acervo da biblioteca digital;
- Contribuir com o rendimento escolar,
- Retratar as práticas de leitura por meio da linguagem, interpretação e produção de texto e conectividade.
4 – DESENVOLVIMENTO
4.1 Procedimentos didático-pedagógicos
O projeto de leitura está sendo desenvolvido o ano letivo de 2019, com a participação de todos os professores do ensino fundamental 1 nos períodos matutino e vespertino. Foi feita uma seleção das sequencias de atividades que desenvolvam o prazer em lê.
4.2 Primeira etapa
Os discentes do 4°ano B levaram os livros emprestados para casa toda quinta-feira para ter contato com a leitura e acontece a primeira experiência com o assunto abordado no livro contando a história para os pais, amigos, vizinhos. Após a leitura o estudante elabora 3 (três) perguntas retomando o assunto que ele leu. Para cada resposta correta o discente ouvinte receberá um doce como incentivo pela participação.
Na sexta-feira os alunos trazem o livro que levou para casa. No primeiro horário foram formados grupos de estudantes com destino a sala de aula de outros professores para contar histórias, alcançou a secretaria, a coordenação pedagógica e a sala dos professores e a sala de recursos. Após contar histórias cada educando fez o relato de experiência oral ou escrito, na sala de aula.
4.3 Segunda etapa
Nesse momento para deleite abordou a apresentação do Vídeo: A menina que odiava livros, o assunto demonstrou que as pessoas mudam a concepção de pensar e falar por meio da leitura. Foi realizado a apresentação de frase escrita pelos os estudantes sobre a importância da leitura e da escrita. Os alunos receberam orientações com preletores sobre: A práticas de leitura e a conexão digital.
4.4 Terceira etapa: ações
- Produção de Murais: “Quem lê sabe mais”.
- Rodas de leituras; dramatizações;
- Leitura livre; fichamento; interpretação oral; leitura compartilhada em voz alta;
- Histórias em vídeos; recitar poesias;
- Reescrita de histórias; produção de textos;
- Adivinhas; parlendas;
- Confecção de minilivros; dobraduras; recorte e colagens.
4.5 Quarta etapa: leitura e conexão digital
Nota-se que a inclusão dos estudantes no contexto digital exige reflexões nas práticas de leituras, pois estamos diante de uma proposta inovadora que permite uma construção de um novo formato linguístico e visual que é restrito da internet, sentimos a necessidade de um multiletramento com a leitura escrita e a conexão digital. Diante disso, proponho para a quarta etapa do projeto o Ensino Híbrido, no qual cada estudante receberá orientação por meio de um grupo de mães no WhatsApp para desenvolver as atividades propostas.
4.6 – Redes sociais
As mediações do conhecimento ocorrerão por meio do Youtube como dispositivo de apreciação literária por meio dos vídeos.
4.7- Sites
Para abordar os sites optamos pelo o blog como mecanismo de publicação digital que permite promoção da consolidação da leitura, da escrita e da troca de informações.
4.8-Bibliotecas digitais/virtuais
Nas bibliotecas digitais ocorrerá apropriação do conhecimento da literatura em tempo real. Um ambiente virtual no qual promove os desafios para conectar ao conhecimento que oferece um acesso as obras literárias, com maior relevância dos Clássicos e obras que são de domínio público (gratuitas e que dispensam os direitos autorais patrimoniais).
5 – INSPIRAÇÕES TEÓRICAS
5.1 – A Importância da Leitura na Era Digital
A importância da leitura na era digital é imensa, pois a sociedade contemporânea está imersa em um contexto de conectividade e constante fluxo de informações. O acesso à tecnologia e à internet transformou radicalmente a forma como nos comunicamos, aprendemos e interagimos com o mundo. A leitura continua sendo um instrumento crucial para a construção do conhecimento, mas suas práticas e significados se expandiram e diversificaram. Na era digital, o letramento assume novos contornos. A leitura não se restringe mais a livros físicos; inclui diversos formatos como e-books, artigos online, postagens em redes sociais, blogs, sites de notícias e vídeos com legendas, ampliando as possibilidades de aprendizado e informação. Conforme Coscarelli e Ribeiro (2005), o letramento digital não se resume ao ato de ler e escrever em dispositivos eletrônicos, mas sim na capacidade de compreender, interpretar e interagir de forma crítica nos ambientes digitais. Isso implica em saber navegar por hipertextos, avaliar a credibilidade das fontes, entender a linguagem específica dos diversos espaços online e ser capaz de produzir conteúdo relevante e contextualizado.
Navegar no ciberespaço exige do leitor um perfil cognitivo imersivo, capaz de interagir com múltiplas linguagens e informações simultaneamente, desenvolvendo novas habilidades de leitura e interpretação. Santaella (2004, p. 87),
Além disso, a era digital oferece oportunidades para a inclusão social e educacional. Plataformas digitais e bibliotecas virtuais democratizam o acesso a uma variedade de conteúdos, promovendo a leitura como uma prática que pode alcançar diversas camadas sociais. No entanto, essa expansão exige um novo olhar sobre as práticas pedagógicas. Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), é fundamental que a educação prepare os alunos para lidar com essas novas formas de leitura, desenvolvendo habilidades críticas para a análise e produção de textos digitais (Soares, 2002). Nesse sentido, a leitura torna-se uma ferramenta essencial para a cidadania, ao permitir que os indivíduos participem ativamente da sociedade da informação.
No mundo hiperconectado é gigantesco o volume de informações disponíveis nos mais diversos formatos midiáticos. Tal realidade […] acelera enormemente a criação de novos conhecimentos.” (Terra, 2010, p. 8).
No entanto, o grande volume de informações disponíveis online também apresenta desafios. É necessário ensinar aos alunos a identificar informações confiáveis, discernir fake News e compreender o contexto por trás das mensagens que encontram. A leitura na era digital, portanto, vai além do acesso ao texto; envolve a interpretação, reflexão e produção crítica, tornando-se uma prática fundamental para o desenvolvimento do pensamento autônomo e criativo.
Assim, a leitura na era digital é essencial para formar indivíduos capazes de navegar de maneira crítica e consciente pelos variados meios digitais. Como mediadores desse processo, os professores desempenham um papel vital, facilitando o contato dos estudantes com diversos tipos de textos, ajudando-os a construir competências para se tornarem leitores proficientes e ativos em um mundo cada vez mais digitalizado.
A educação brasileira está em transição por apresentar novos conceitos de educação, o que possibilita a análise dos novos referenciais curriculares, construídos de acordo com a Base Nacional Comum Curricular – BNCC, homologada ao final de 2017. O documento de caráter normativo, gradualmente deverá ser incorporado nas práticas pedagógicas a partir de 2019.
A Base Nacional Comum Curricular aponta para a necessidade da promoção de uma aprendizagem ativa e significativa. Nessa perspectiva, o estudante é visto como protagonista da própria história e o professor como mediador do processo de ensino e aprendizagem. Este cenário exige um novo olhar do professor, no que se referem as práticas de leituras no contexto escolar.
Diante das novas perspectivas educacionais o professor como mediador precisa se apropriar de novas estratégias e metodologias de ensino que promovam de fato a aprendizagem requerida no momento atual.
É oportuno neste processo de transição, a averiguação das principais dificuldades encontradas pelos educadores no que se refere à inclusão de metodologias diferenciadas nos ambientes escolares, bem como os desafios que os estudantes encontram quanto ao uso dessas metodologias digitais.
5.2 – Leitura como Processo de Inclusão Social e Digital
A leitura como processo de inclusão social e digital é fundamental no contexto atual, em que a conectividade e a presença das tecnologias digitais moldam nossas interações e acesso ao conhecimento. A inclusão social está profundamente ligada à capacidade de se comunicar, compreender e participar de diferentes espaços culturais e sociais, e a leitura é a principal ferramenta que possibilita essa integração. Na era digital, o letramento expande-se para além da compreensão de textos impressos, englobando também a interpretação e produção de conteúdo em ambientes digitais.
O letramento digital, de acordo com Coscarelli e Ribeiro (2005), vai muito além da simples leitura de textos online; envolve a habilidade de interagir, selecionar e refletir criticamente sobre informações presentes em diversos formatos, como sites, blogs, redes sociais e plataformas de ensino. Esse processo permite que as pessoas, independentemente de sua condição social ou origem, acessem uma infinidade de conteúdos, contribuindo para a redução das desigualdades educacionais e sociais. Nesse sentido, a leitura digital atua como um mecanismo de democratização do conhecimento, ampliando as possibilidades de aprendizagem e comunicação.
Para muitos estudantes, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade social, a inclusão digital por meio da leitura oferece novas perspectivas e oportunidades. Ao acessar materiais informativos e educativos online, esses estudantes têm a chance de se inserir em debates, aprofundar seu conhecimento em diferentes áreas e participar ativamente da sociedade da informação. O acesso a bibliotecas digitais, e-books gratuitos e recursos educacionais abertos, por exemplo, proporciona a esses indivíduos uma experiência de aprendizagem mais igualitária, superando barreiras econômicas e geográficas.
A digitalização dos livros e a expansão das mídias eletrônicas transformaram radicalmente as práticas de leitura, criando novas ecologias da informação e demandando um novo tipo de letramento. Furtado (2010, p. 58),
No entanto, a leitura como processo de inclusão digital também requer uma abordagem pedagógica crítica e consciente. Os professores têm o papel de mediar esse contato com o mundo digital, ajudando os alunos a desenvolverem habilidades de análise e interpretação. Isso inclui ensinar a identificar fontes confiáveis, compreender diferentes linguagens e se expressar de forma clara e efetiva nos ambientes digitais. Freire (1996) destaca a importância da leitura como ato libertador, que permite ao sujeito compreender o mundo e agir sobre ele, e no contexto digital, essa liberdade se torna ainda mais relevante.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) reforça a necessidade de práticas educativas que contemplem a leitura em diferentes mídias, promovendo uma formação integral dos estudantes. É essencial preparar os alunos não apenas para a leitura tradicional, mas também para o multiletramento que envolve a compreensão e produção de textos em ambientes digitais, tornando-os cidadãos críticos e ativos. Dessa forma, a leitura digital é vista como um caminho para a inclusão, pois permite a participação em espaços sociais, culturais e políticos antes inacessíveis.
Portanto, a leitura como processo de inclusão social e digital é uma ferramenta poderosa para promover a igualdade e a cidadania. Ela possibilita que os indivíduos se tornem protagonistas de suas próprias histórias, capazes de compreender, questionar e transformar o mundo ao seu redor. Ao desenvolver estratégias pedagógicas focadas na leitura digital, a educação contribui para uma sociedade mais justa, na qual todos têm a oportunidade de acessar o conhecimento e se comunicar em um mundo cada vez mais conectado.
5.3 – A BNCC e o Ensino de Leitura na Era Digital
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) reconhece a importância da leitura e da escrita na formação integral dos estudantes e apresenta diretrizes que reforçam o papel da escola na preparação dos alunos para interagir com o mundo digital. No contexto atual, a BNCC orienta que as práticas pedagógicas devem considerar os múltiplos letramentos, incluindo o digital, visando desenvolver habilidades que permitam ao estudante compreender, interpretar e produzir textos em diferentes formatos e plataformas.
A BNCC ressalta que a leitura é uma prática social, essencial para o exercício da cidadania e para a participação em diferentes esferas sociais. Com a expansão das tecnologias digitais, a leitura se tornou um processo dinâmico e interativo, que vai além dos textos impressos. Conforme Coscarelli e Ribeiro (2005), a leitura na era digital exige que o aluno seja capaz de navegar por múltiplas linguagens e formatos, como hipertextos, vídeos, infográficos e redes sociais, ampliando o conceito de letramento para um campo mais complexo e multifacetado.
O documento referencial curricular estabelece que, já nos anos iniciais do Ensino Fundamental, os estudantes devem ser expostos a diferentes gêneros textuais, tanto tradicionais quanto digitais. O objetivo é prepará-los para serem leitores críticos, capazes de se apropriar do conhecimento de forma ativa e consciente. Nesse sentido, a BNCC incentiva o uso de tecnologias da informação e comunicação como ferramentas para promover a leitura e a escrita, integrando-as ao currículo escolar. A inclusão de atividades que envolvem a leitura de blogs, e-books, notícias online e até mesmo interações em redes sociais faz parte das competências gerais da educação básica.
Além disso, a BNCC aponta para a necessidade de desenvolver a “cultura digital” nas escolas, destacando a importância de práticas pedagógicas que promovam o letramento digital. Isso inclui ensinar os alunos a avaliar criticamente as informações disponíveis na internet, identificando fontes confiáveis e compreendendo o impacto das fake news na sociedade. Como Soares (2002) ressalta, a leitura na era digital não é passiva; ela envolve um processo ativo de análise, seleção e interpretação das informações, tornando-se uma competência fundamental para o cidadão do século XXI.
O documento também enfatiza que os professores devem atuar como mediadores no processo de ensino da leitura digital, auxiliando os estudantes a desenvolverem as habilidades necessárias para se adaptarem a um mundo em constante transformação tecnológica. Para isso, é necessário que os educadores se apropriem das novas metodologias de ensino, explorando os diversos recursos digitais disponíveis, como bibliotecas virtuais, plataformas de leitura e aplicativos educacionais.
Assim, a BNCC contribui para a construção de uma educação que reconhece e valoriza as práticas de leitura em tempos de conectividade. Ao incluir o letramento digital como um eixo do ensino de Língua Portuguesa, a BNCC promove a formação de leitores críticos e autônomos, capazes de navegar com segurança e consciência pelos diversos espaços da cultura digital. Dessa forma, o ensino de leitura na era digital, conforme orientado pela BNCC, visa não apenas à aquisição de habilidades técnicas, mas também ao desenvolvimento de uma postura reflexiva e engajada dos estudantes em relação ao mundo em que vivem.
5.4 – O Papel do Professor na Mediação da Leitura
Na era digital, o papel do professor como mediador da leitura é mais crucial do que nunca. Com a vasta quantidade de informações disponíveis online, os estudantes se deparam com múltiplas linguagens e formatos textuais, o que torna o processo de leitura cada vez mais complexo e desafiador. Nesse cenário, o professor assume a função de guia, orientando os alunos na construção de habilidades para a leitura crítica e consciente, tanto no ambiente físico quanto no digital.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) destaca a necessidade de uma educação que valorize a formação integral do aluno, onde o professor é visto como um facilitador do conhecimento. Na mediação da leitura, o professor precisa ir além da simples transmissão de conteúdos. É necessário que ele promova estratégias que estimulem a interpretação, a análise crítica e a produção de textos em diferentes contextos, incluindo os digitais. Freire (1996) defende que o educador deve incentivar a autonomia do estudante, orientando-o para que possa compreender e interagir com o mundo de forma crítica e reflexiva.
Na prática, a mediação da leitura pelo professor envolve a seleção e a organização de atividades que permitam aos alunos explorar diferentes gêneros textuais. Isso inclui livros físicos, e-books, artigos online, blogs, redes sociais e outros formatos digitais. Ao oferecer uma diversidade de materiais de leitura, o professor ajuda os alunos a compreender as características e linguagens específicas de cada gênero, promovendo um multiletramento que é essencial no contexto atual.
Além disso, o professor desempenha um papel fundamental na orientação dos estudantes quanto ao uso responsável e crítico da internet. Em um ambiente onde informações falsas e descontextualizadas circulam rapidamente, o educador deve ensinar os alunos a avaliar a credibilidade das fontes, identificar possíveis vieses e compreender o impacto das informações que consomem e compartilham. Nesse sentido, a leitura se torna um ato de empoderamento, uma forma de construir conhecimento e de participar ativamente do mundo digital.
Outro aspecto da mediação é o incentivo ao desenvolvimento do gosto pela leitura. O professor pode promover rodas de leitura, debates, discussões sobre temas atuais e até mesmo integrar atividades lúdicas, como dramatizações de histórias e produção de textos colaborativos em ambientes digitais. Essas práticas ajudam a tornar a leitura uma atividade prazerosa e significativa, conectando-a com o cotidiano dos alunos e estimulando sua criatividade e expressão.
Por fim, o papel do professor na mediação da leitura também envolve a adaptação das práticas pedagógicas às necessidades dos alunos. Isso inclui considerar a diversidade cultural e linguística presente na sala de aula e utilizar ferramentas digitais para incluir alunos com diferentes estilos e ritmos de aprendizagem. A utilização de aplicativos, plataformas de leitura e bibliotecas digitais, por exemplo, pode ser integrada ao planejamento do ensino, tornando a leitura mais acessível e dinâmica.
Para tanto, o professor, ao assumir seu papel como mediador e o facilitador, contribui para a formação de leitores críticos, reflexivos e autônomos, capazes de interpretar e produzir textos em uma variedade de contextos. Ele se torna um facilitador da aprendizagem ativa, promovendo o letramento necessário para que os alunos naveguem com consciência e segurança pela vastidão do mundo digital. Dessa forma, a mediação da leitura não é apenas um ato pedagógico, mas uma ação transformadora que prepara os estudantes para se tornarem cidadãos engajados e participantes da sociedade da informação.
6 – CONCLUSÃO
O desenvolvimento do projeto de leitura em tempos de conectividade revelou-se uma estratégia eficaz para promover o prazer da leitura, da escrita e da oralidade entre os estudantes do Ensino Fundamental I. A experiência mostrou que, ao combinar práticas de leitura tradicionais com atividades digitais, é possível despertar o interesse dos alunos e estimular sua participação ativa no processo de aprendizagem. Através da leitura, os estudantes puderam não apenas aprimorar suas habilidades interpretativas e de produção textual, mas também se conectar com o mundo ao seu redor, desenvolvendo competências essenciais para a cidadania em uma sociedade marcada pela conectividade.
As novas práticas de leitura e escrita no contexto da cibercultura exigem um letramento que vá além da simples decodificação de textos, incorporando habilidades para navegar, interpretar e produzir conteúdos em diferentes mídias digitais.” Soares (2002, p. 145)
O papel do professor, neste contexto, foi fundamental. Ao atuar como mediador e guia, o professor orientou os alunos na exploração dos diferentes tipos de textos, tanto físicos quanto digitais, e os auxiliou na construção de uma leitura crítica e consciente. Essa mediação é imprescindível para que os estudantes aprendam a navegar pelos variados meios digitais, selecionando informações confiáveis e compreendendo os diferentes formatos textuais.
Além disso, constatamos que a leitura atua como um importante processo de inclusão social e digital, contribuindo para a formação integral dos alunos. A integração de práticas digitais com a leitura tradicional promoveu uma aprendizagem significativa, alinhada às diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Isso reforça a necessidade de continuar investindo em metodologias que englobem o multiletramento e a conectividade como formas de potencializar o ensino.
Em resumo, o projeto mostrou que a leitura, quando associada a práticas inovadoras e ao uso da tecnologia, pode transformar o ambiente escolar e promover a inclusão de forma efetiva. A partir dessas experiências, o desafio agora é expandir essas práticas para outras etapas da educação, garantindo que todos os alunos tenham a oportunidade de se tornar leitores críticos, autônomos e engajados no mundo digital.
É perceptível a existência de um conflito entre lê e escrever que surge a necessidade de uma reflexão sobre a atual prática de leituras para construir novas estratégias de ensino, que privilegie o papel do estudante no processo de aprendizagem, propiciando a estes, à reflexão acerca dos conceitos abordados em salas de aula e a sua relação com o seu cotidiano e consequentemente com a sua atuação na sociedade.
Nessa perspectiva, faz-se necessário um novo olhar do professor sobre suas práticas de leituras que contribui com o desenvolvimento do processo ensino e aprendizagem dos estudantes promovendo o aprimoramento dos resultados de aproveitamento do rendimento escolar, a qualidade de vida das pessoas, da comunidade escolar e do meio em que vivem.
Contudo, com a elaboração deste projeto de leitura busca compreender como ocorrerá o processo de consolidação da linguagem oral e escrita digital de acordo com novos referenciais curriculares com o desenvolvimento das práticas de leituras em livros e materiais disponíveis na internet, redes sociais que abordam a temática apresentada investigando e verificando os desafios encontrados de acordo com realidade escolar.
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1Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia, especialização em Alfabetização e Letramento, Coordenadora Municipal do Programa Alfabetiza. Contato: e-mail: alfabetizabarra@gmail.com.
2Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia, especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional, Coordenadora Pedagógica do Centro Municipal de Educação Básica Helena Esteves. Contato: e-mail: deuzeli.noleto@gmail.com.
3Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia, especialização em Docência do Ensino Superior Psicomotricidade Clínica e Instituc
4Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia, especialização em Psicomotricidade Clínica e Institucional, Docente do Centro Universitário do Vale do Araguaia- UNIVAR. Contato: e-mail: lauraprofunivar@gmail.com.
5Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia, especialização em Prática Pedagógica do Professor na Educação Básica, Gestora do Centro Municipal de Educação Infantil Professora Elza Rodrigues da Silva. Contato: e-mail: damascenobs23@gmail.com.