O CUIDADO DA ENFERMAGEM AO PORTADOR DA ANEMIA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA.

NURSING CARE FOR PATIENTS WITH ANEMIA IN AN INTENSIVE CARE UNIT.

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202409301606


Andressa Cardoso Aires1; Beatriz Souza Pereira2; Karolaine Oliveira Ferreira3; Larissa da Costa Egert4; Tainara Faria da Rocha5; Jéssica dos Santos Souza6


Resumo

O estudo sobre o cuidado de enfermagem ao paciente com anemia ferropriva na UTI destaca a relevância dessa condição comum e potencialmente grave, causada pela deficiência de ferro no organismo. Esta deficiência prejudica a produção de hemoglobina, resultando em sintomas como fadiga, fraqueza e dificuldade de concentração. Fatores como perdas sanguíneas, deficiência dietética de ferro e condições subjacentes contribuem para o desenvolvimento da anemia ferropriva, especialmente em pacientes críticos na UTI. A pesquisa revisou dados bioquímicos de referência para anemia na UTI e destacou a importância do cuidado de enfermagem nesse contexto. A demanda aumentada por oxigênio devido ao estresse fisiológico pode agravar os sintomas da anemia ferropriva em pacientes críticos, resultando em complicações graves e prolongamento da hospitalização. A revisão bibliográfica abordou a metodologia utilizada para identificar melhores práticas de cuidado, incluindo a busca em bases de dados eletrônicas e análise de protocolos institucionais. A discussão dos resultados ressaltou a gravidade da anemia ferropriva na UTI, enfatizando a necessidade de intervenções eficazes para melhorar os resultados clínicos. Os resultados e discussões destacaram a importância do papel da enfermagem no cuidado aos pacientes com anemia ferropriva na UTI. Desde a detecção precoce dos sintomas até a administração adequada de tratamentos, a equipe de enfermagem desempenha um papel crucial na recuperação dos pacientes. Desafios como monitoramento constante, administração de suplementos de ferro e transfusões de sangue foram discutidos, enfatizando a necessidade de educação contínua e formação especializada da equipe de saúde. Finalmente, as considerações finais enfatizaram a importância da abordagem coordenada e contínua no manejo da anemia ferropriva na UTI. A implementação de práticas baseadas em evidências, juntamente com a formação contínua da equipe, é fundamental para fornecer um cuidado de alta qualidade e melhorar os resultados para os pacientes.

Palavras-chave: anemia ferropriva, enfermagem, Cuidados de Enfermagem, Unidade de Terapia Intensiva.

Abstract

The study on nursing care for patients with iron-deficiency anemia in the ICU underscores the relevance of this common and potentially serious condition, caused by insufficient iron levels in the body. This deficiency hampers hemoglobin production, resulting in symptoms such as fatigue, weakness, and difficulty concentrating. Factors such as blood loss, dietary iron deficiency, and underlying conditions contribute to the development of iron-deficiency anemia, especially in critically ill patients in the ICU. The research reviewed biochemical data for anemia in the ICU and highlighted the importance of nursing care in this context. Increased oxygen demand due to physiological stress can exacerbate symptoms of iron-deficiency anemia in critically ill patients, leading to severe complications and prolonged hospitalization. The literature review addressed the methodology used to identify best care practices, including searching electronic databases and analyzing institutional protocols. The discussion of results underscored the severity of iron-deficiency anemia in the ICU, emphasizing the need for effective interventions to improve clinical outcomes. The results and discussions highlighted the crucial role of nursing in caring for patients with iron-deficiency anemia in the ICU. From early symptom detection to appropriate treatment administration, the nursing team plays a crucial role in patient recovery. Challenges such as constant monitoring, iron supplementation administration, and blood transfusions were discussed, emphasizing the need for continuous education and specialized training of the healthcare team. Finally, the concluding remarks emphasized the importance of a coordinated and continuous approach in managing iron-deficiency anemia in the ICU. The implementation of evidence-based practices, along with continuous team training, is essential for providing high-quality care and improving outcomes for patients.

Keywords: iron-deficiency anemia, nursing, Nursing Care, Intensive Care Unit.

1 INTRODUÇÃO

A anemia é uma condição médica caracterizada pela diminuição do número de glóbulos vermelhos ou pela quantidade inadequada de hemoglobina no sangue, o que reduz a capacidade do sangue de transportar oxigênio para os tecidos do corpo. Existem diversos tipos de anemia, cada um com causas e características distintas. Entre os principais tipos estão a anemia ferropriva, anemia perniciosa, anemia aplástica, anemia hemolítica, anemia falciforme, anemia por deficiência de folato e anemia associada a doenças crônicas (MENDES, 2022).

A anemia ferropriva é uma condição comum e potencialmente grave que é causada por uma deficiência de ferro no corpo. Esta por sua vez, leva a diminuição na produção de hemoglobina, e como resultado, os tecidos deixam de receber oxigênio suficiente para funcionar adequadamente, levando a sintomas como fadiga, fraqueza, palidez e dificuldade de concentração, entre outros. Perdas sanguíneas agudas ou constantes, deficiência dietética de ferro, má absorção intestinal ou condições subjacentes que comprometem o metabolismo do ferro são alguns fatores que podem causar anemia ferropriva. Essa patologia pode se manifestar ou agravar rapidamente em pacientes críticos, especialmente aqueles que sofrem de hemorragia, trauma ou doenças gastrointestinais graves (MENDES, 2022).

Os valores bioquímicos de referência para anemia na UTI podem variar dependendo do laboratório e da população de referência. Geralmente, a hemoglobina em homens deve estar entre 13,5 e 17,5 g/dL, enquanto em mulheres varia de 12 a 15,5 g/dL. Quanto ao hematócrito, valores normais para homens ficam entre 41% e 53%, e para mulheres entre 36% e 46% (Rodak, 2020). A anemia ferropriva é uma condição clínica comum em pacientes hospitalizados, particularmente aqueles que precisam de cuidados intensivos, como em UTIs. Esta condição pode intensificar a gravidade do doente e alterar seu prognóstico, com potencial impacto na carga de trabalho da enfermagem (GIRELLI et al., 2020).

A demanda maior de oxigênio relacionada ao estresse fisiológico e à instabilidade hemodinâmica aumenta as consequências clínicas da anemia ferropriva na UTI. Sintomas graves, como taquicardia, dispneia, fadiga extrema e comprometimento da função orgânica, podem surgir em pacientes com anemia ferropriva, o que traz risco de complicações graves e tempo de hospitalização prolongado (RASTEIRO, 2023).

Além dos sintomas físicos, a anemia ferropriva pode afetar negativamente a resposta do paciente ao tratamento, resultando em um tempo de recuperação mais longo e uma permanência mais longa na UTI. Isso aumenta a pressão sobre os recursos de saúde e enfatiza a importância de planos de manejo eficientes por parte dos profissionais de enfermagem (GAMEZ, 2021). Os sintomas podem piorar em pacientes graves, o que requer uma abordagem cuidadosa e específica da equipe de enfermagem (GAMEZ, 2021).

Como parte do tratamento para a anemia ferropriva, está a suplementação de ferro, ajustes na dieta para incluir mais alimentos ricos em ferro, como carne vermelha, feijões, lentilhas e vegetais de folhas verdes escuras, e o tratamento de qualquer causa subjacente da deficiência de ferro (MAYO CLINIC, 2022).

Neste contexto, a contribuição dos enfermeiros é fundamental para o tratamento eficaz da anemia ferropriva no doente crítico. O cuidado de enfermagem inclui desde a detecção precoce de sinais e sintomas referente à anemia, até a execução de prescrição adequada conforme orientação médica na correção da deficiência de ferro e melhora do paciente (MORTARI, 2021).

O cuidado de enfermagem é essencial para pacientes com anemia ferropriva, especialmente em uma unidade de terapia intensiva (UTI), onde as condições são críticas e complexas (PEREIRA, 2018). A enfermagem pode melhorar significativamente os resultados clínicos e encorajar a recuperação de pacientes com anemia ferropriva na UTI ao usar abordagens integradas e baseadas em evidências. Um cuidado de qualidade e o enfrentamento dos desafios únicos associados a essa condição em pacientes críticos dependem de um trabalho conjunto e coordenado (GONZALEZ, 2020).

Para a equipe de enfermagem, o cuidado de pacientes com anemia ferropriva pode ser desafiador. Eles geralmente precisam monitorar de perto os níveis de hemoglobina e ferro, administrar transfusões de sangue ou suplementos de ferro conforme necessário e estar atentos aos sinais de complicações (GIRELLI et al., 2020).

É fundamental que a equipe de enfermagem possua conhecimentos científicos para aplicar práticas com base em evidências no tratamento da anemia ferropriva em UTI. A administração adequada de suplementos de ferro, monitoramento regular dos níveis de ferritina e hemoglobina, investigação de sinais e sintomas de anemia e cooperação estreita com outros membros da equipe multidisciplinar, como médicos, nutricionistas e farmacêuticos (GONZALEZ, 2020).

Portanto, este estudo tem como objetivo analisar o cuidado de enfermagem ao paciente portador de anemia ferropriva na UTI e as melhores práticas que podem ser usadas para melhorar os resultados clínicos e ajudar na recuperação desses pacientes graves (GAMEZ, 2021).

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica sistemática, de caráter clinico e qualitativo. A pesquisa fundamenta-se em associar artigos que abrangem conhecimentos acerca da temática baseado em evidencias para elucidar problemas relacionados ao paciente com anemia ferropriva em unidade de terapia intensiva (UTI) (CAVALCANTE & OLIVEIRA 2020.

Foram exploradas bases de dados eletrônicas, como PubMed, Scopus, CINAHL, além de revistas científicas especializadas e teses acadêmicas. Os termos de busca incluirão palavras-chave como “anemia ferropriva”, “cuidado de enfermagem”, “unidade de terapia intensiva” e suas combinações.

A Busca por protocolos institucionais, diretrizes clínicas e manuais de enfermagem relacionados ao manejo da anemia ferropriva na UTI. Esses documentos forneceram informações valiosas sobre as práticas padronizadas de cuidado adotadas pela equipe de enfermagem.

Discussão dos resultados obtidos em relação à literatura existente, destacando pontos fortes e áreas de melhoria no cuidado da enfermagem à anemia ferropriva na UTI. Serão apresentadas conclusões baseadas nas evidências encontradas e sugeridas possíveis direções para futuras pesquisas e intervenções clínicas.

Os dados quantitativos foram analisados por meio de métodos estatísticos descritivos e inferenciais, enquanto os dados qualitativos foram submetidos a análise de conteúdo para identificação de temas e padrões emergentes.

Esta pesquisa possui uma abordagem exploratória, buscando compreender e descrever de forma abrangente o cuidado de enfermagem à anemia ferropriva na UTI, explorando tanto aspectos qualitativos.

1 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A anemia não é considerada uma doença especifica, mais sim uma manifestação em consequência da disfunção hematológica (THOMAS, 2020). Com isso foi elaborado uma síntese dos artigos visando fundamentar achados e discussões essenciais sobre a anemia ferropriva em pacientes críticos, enfatizando especialmente o papel vital desempenhado pela enfermagem nesse contexto clínico. Esta análise proporciona uma visão detalhada dos resultados obtidos, bem como das implicações práticas e teóricas subjacentes.

Ao destacar os aspectos essenciais da pesquisa, a tabela visa fornecer uma compreensão clara e acessível das descobertas mais relevantes, contribuindo assim para a disseminação efetiva do conhecimento e para o avanço contínuo da prática clínica e da pesquisa em enfermagem no manejo da anemia ferropriva em pacientes críticos.

Tabela 1- Resultados e Discussões sobre Anemia Ferropriva em Pacientes na UTI

  Aspecto  Descrição  Referência
  Prevalência e Impacto  Anemia ferropriva é prevalente em pacientes hospitalizados, especialmente em UTIs, agravando rapidamente em pacientes críticos.  MENDES, 2022; GIRELLI et al., 2020
  Consequências Clínicas  Sintomas graves como taquicardia, dispneia, fadiga extrema e comprometimento da função orgânica podem surgir, prolongando hospitalização.  RASTEIRO, 2023; GAMEZ, 2021
  Papel da Enfermagem  Enfermagem crucial no manejo da anemia ferropriva, desde detecção precoce até administração de suplementos de ferro e transfusões.  GAMEZ, 2021; MORTARI, 2021
  Importância da Detecção Precoce  Detecção precoce essencial para tratamento adequado e prevenção de complicações graves.  GONZALEZ, 2020
  Desafios no Cuidado de Pacientes  Monitoramento constante de hemoglobina e ferro, administração de tratamentos, e abordagem específica dos sintomas graves.    GAMEZ, 2021
  Educação e Formação da Equipe  Formação contínua e conhecimento científico são essenciais para práticas baseadas em evidências.  GONZALEZ, 2020
  Impacto nos Recursos de Saúde  Anemia ferropriva prolonga permanência na UTI, aumentando pressão sobre recursos de saúde. Planos eficientes e contribuição da enfermagem são cruciais.    GAMEZ, 2021

Fonte: Autoria Própria

De acordo com Mendes (2022) e Girelli et al., (2020) a perda de sangue é uma causa comum em UTIs, onde pacientes frequentemente passam por procedimentos invasivos que podem resultar em perda significativa de sangue, como cirurgias, inserção de cateteres e outras intervenções médicas. Além disso, a resposta inflamatória do corpo a uma doença crítica pode alterar o metabolismo do ferro, reduzindo sua disponibilidade para a produção de hemoglobina. As infecções severas e a sepses, que são comuns em ambientes de UTI, também podem impactar negativamente o metabolismo do ferro.

Outro fator importante citado pelo autor, é a desnutrição. Pacientes gravemente doentes muitas vezes enfrentam dificuldades para se alimentar adequadamente, resultando em uma ingestão insuficiente de ferro. Além disso, pacientes com insuficiência renal podem apresentar níveis elevados de hepcidina, um hormônio que regula o ferro, dificultando ainda mais a absorção deste mineral essencial.

A anemia ferropriva pode ter um impacto significativo na recuperação de pacientes críticos. A oxigenação inadequada dos tecidos pode resultar em fadiga, fraqueza e piora da função orgânica. Ademais, a anemia pode aumentar a necessidade de transfusões de sangue, que trazem seus próprios riscos e complicações. Dada a gravidade da situação, é crucial monitorar e tratar a anemia ferropriva em pacientes hospitalizados, especialmente em UTIs, para melhorar os resultados clínicos e acelerar a recuperação (MENDES, 2022).

Nesse sentido, o tratamento pode incluir a suplementação de ferro por via oral ou intravenosa, dependendo da gravidade da deficiência e da condição geral do paciente. Em suma, a atenção adequada à anemia ferropriva em ambientes hospitalares, especialmente em UTIs, é fundamental para a melhoria da saúde e recuperação dos pacientes críticos (MENDES, 2022).

Quanto as consequências clínicas, Rasteiro, (2023) e Gamez (2021) relatam que os sintomas graves associados à anemia ferropriva podem ter um impacto significativo na saúde e no tempo de recuperação dos pacientes hospitalizados. A taquicardia, um aumento anormal da frequência cardíaca, pode ocorrer devido à incapacidade do sangue de transportar oxigênio adequadamente para os tecidos. Isso pode levar a uma sensação de batimentos cardíacos acelerados e palpitações.

A dispneia, ou dificuldade respiratória, é outra complicação comum. Quando os tecidos não recebem oxigênio suficiente devido à anemia, o corpo pode responder aumentando a frequência respiratória para compensar. Isso pode levar a uma sensação de falta de ar, mesmo em repouso, e dificuldade em respirar profundamente (RASTEIRO, 2023 e GAMEZ, 2021).

A fadiga extrema é um sintoma característico da anemia ferropriva, e pode ser especialmente grave em pacientes hospitalizados. A falta de oxigênio nos tecidos pode levar a uma sensação persistente de cansaço, fraqueza e falta de energia, tornando até mesmo as atividades diárias básicas uma luta (RASTEIRO, 2023 e GAMEZ, 2021).

Além disso, o comprometimento da função orgânica pode ocorrer devido à falta de oxigênio nos órgãos vitais. Isso pode levar a complicações sérias, como danos aos órgãos, aumento do risco de infecções e prolongamento da hospitalização (RASTEIRO, 2023 e GAMEZ, 2021).

Nesse sentido, o papel da Enfermagem é crucial no manejo da anemia ferropriva em pacientes hospitalizados, especialmente em unidades de terapia intensiva (UTIs). Os profissionais de enfermagem estão na linha de frente do cuidado ao paciente, e sua atuação é vital desde a detecção precoce da condição até a administração de tratamentos como suplementos de ferro e transfusões sanguíneas (GAMEZ, 2021; MORTARI, 2021).

De acordo com Gamez, (2021) e Mortari, (2021) a detecção precoce da anemia ferropriva é um dos primeiros passos no manejo eficaz. Os enfermeiros são responsáveis por monitorar sinais vitais, observar mudanças no estado clínico dos pacientes e reconhecer os sintomas iniciais da anemia, como fadiga, palidez, taquicardia e dispneia. Eles também podem auxiliar na coleta de amostras de sangue para exames laboratoriais que confirmem a deficiência de ferro.

Uma vez diagnosticada a anemia ferropriva, a administração de suplementos de ferro é frequentemente necessária. Os enfermeiros são responsáveis por garantir que os pacientes recebam a medicação de forma correta, seja por via oral ou intravenosa, conforme prescrito pelo médico. Eles também monitoram os pacientes para detectar possíveis efeitos colaterais dos suplementos de ferro, como distúrbios gastrointestinais, e intervêm conforme necessário para minimizar desconfortos e garantir a adesão ao tratamento (GAMEZ, 2021 e MORTARI, 2021).

Em casos mais graves, onde a anemia ferropriva é severa e compromete a função orgânica, pode ser necessária a transfusão de sangue. A equipe de enfermagem é essencial na preparação e administração das transfusões, garantindo a compatibilidade sanguínea, monitorando os sinais vitais durante o procedimento e observando qualquer reação adversa que possa ocorrer (GAMEZ, 2021 e MORTARI, 2021).

No tange a importância da detecção precoce, a enfermagem desempenha um papel essencial no manejo da anemia ferropriva em pacientes hospitalizados, especialmente em unidades de terapia intensiva (UTIs). O monitoramento constante dos níveis de hemoglobina e ferro, a administração de tratamentos e a abordagem específica dos sintomas graves são componentes fundamentais desse cuidado (GONZALEZ, 2020).

Gonzalez (2020), relata que os profissionais de enfermagem estão na linha de frente do cuidado e são responsáveis por monitorar regularmente os níveis de hemoglobina e ferro dos pacientes. Isso envolve a realização de exames de sangue frequentes para avaliar a gravidade da anemia e a eficácia do tratamento em andamento. A detecção precoce de qualquer queda nos níveis de hemoglobina é crucial para a intervenção imediata e para evitar complicações graves.

Os dados apresentados por Gamez, (2021) fala sobre os desafios no Cuidado de Pacientes com anemia ferropriva em ambientes hospitalares, especialmente em unidades de terapia intensiva (UTIs). Apresenta uma série de desafios que podem complicar o manejo eficaz da condição. Esses desafios incluem o monitoramento constante dos níveis de hemoglobina e ferro, a administração precisa de tratamentos, a abordagem específica dos sintomas graves e a educação dos pacientes e suas famílias.

Pois a necessidade de monitorar continuamente os níveis de hemoglobina e ferro é um dos principais desafios. A frequência com que esses exames precisam ser realizados pode ser exaustiva para a equipe de enfermagem e desconfortável para os pacientes. Além disso, interpretar corretamente os resultados laboratoriais e ajustar o tratamento de acordo com as necessidades individuais de cada paciente requer uma coordenação precisa e conhecimento especializado (GAMEZ, 2021).

Desta forma, a administração de suplementos de ferro, seja por via oral ou intravenosa, pode ser complexa. Os suplementos orais de ferro muitas vezes causam efeitos colaterais gastrointestinais, como náuseas, constipação ou diarreia, o que pode afetar a adesão dos pacientes ao tratamento. A administração intravenosa, por sua vez, requer cuidados específicos para evitar reações adversas e complicações, como infecções no local da infusão. Nos casos de transfusões de sangue, a garantia de compatibilidade sanguínea e a monitorização durante e após o procedimento são cruciais para evitar reações transfusionais (GAMEZ, 2021).

Dentro desse contexto, a abordagem dos sintomas graves da anemia ferropriva, como taquicardia, dispneia e fadiga extrema, exige intervenções rápidas e eficazes. A taquicardia, por exemplo, podem necessitar de monitoramento cardíaco contínuo e intervenções médicas para controlar a frequência cardíaca. A dispneia pode requerer o fornecimento de oxigênio suplementar ou ventilação assistida em casos severos. A fadiga extrema pode limitar a mobilidade do paciente e afetar sua capacidade de participar em atividades de reabilitação, prolongando a recuperação (RASTEIRO, 2023).

Para que esse monitoramento seja essencial, a educação e a formação da equipe de saúde são fundamentais no manejo eficaz da anemia ferropriva em pacientes hospitalizados, especialmente em unidades de terapia intensiva (UTIs). A capacitação adequada dos profissionais de saúde, incluindo médicos, enfermeiros, nutricionistas e farmacêuticos, é crucial para garantir que todos os aspectos do cuidado sejam abordados de maneira integrada e eficaz (GONZALEZ, 2020).

A formação contínua da equipe de enfermagem é essencial para a detecção precoce da anemia ferropriva. Os enfermeiros devem ser treinados para reconhecer os sinais e sintomas da condição, como fadiga, palidez, taquicardia e dispneia, além de realizar e interpretar exames laboratoriais frequentes para monitorar os níveis de hemoglobina e ferro. Cursos de atualização e workshops sobre anemia ferropriva podem proporcionar conhecimentos atualizados sobre as melhores práticas de manejo e tratamento da condição (GONZALEZ, 2020).

2 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A anemia ferropriva em pacientes hospitalizados, especialmente em unidades de terapia intensiva (UTIs), exige uma abordagem cuidadosa e abrangente devido à complexidade da condição. O monitoramento contínuo dos níveis de hemoglobina e ferro é essencial para a detecção precoce e a intervenção rápida, prevenindo complicações graves e melhorando significativamente os resultados clínicos. A equipe de enfermagem, em colaboração com outros profissionais de saúde, desempenha um papel crucial na realização de exames laboratoriais frequentes e na interpretação precisa dos resultados para ajustar os tratamentos conforme necessário.

A administração correta de suplementos de ferro e transfusões de sangue é fundamental para o tratamento eficaz da anemia ferropriva. Os profissionais de saúde devem estar bem treinados para lidar com os diferentes aspectos desses tratamentos, garantindo a segurança e a eficácia. Suplementos de ferro, tanto orais quanto intravenosos, devem ser administrados com cuidado para minimizar efeitos colaterais como náuseas e constipação, enquanto as transfusões de sangue requerem monitoramento rigoroso para evitar reações adversas. A habilidade da equipe em realizar essas intervenções de maneira precisa é crucial para o sucesso do tratamento e a recuperação do paciente.

A gestão eficaz dos sintomas graves associados à anemia ferropriva, como taquicardia, dispneia e fadiga extrema, é vital para a recuperação dos pacientes. A abordagem desses sintomas deve ser rápida e eficaz, com intervenções que possam aliviar a carga sintomática e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O monitoramento contínuo dos sinais vitais, a administração de oxigênio suplementar quando necessário e a gestão adequada da fadiga são componentes essenciais desse cuidado. A equipe de saúde deve estar preparada para responder prontamente às mudanças no estado do paciente, garantindo um suporte contínuo e eficaz.

A educação contínua e a formação especializada da equipe de saúde são essenciais para garantir um cuidado integrado e de alta qualidade. A capacitação dos profissionais de saúde em todos os aspectos do manejo da anemia ferropriva, desde a detecção e tratamento até a educação dos pacientes, é fundamental para alcançar melhores resultados clínicos, acelerar a recuperação e reduzir o tempo de hospitalização. A formação contínua permite que a equipe esteja atualizada com as melhores práticas e avanços na gestão da anemia ferropriva, promovendo uma abordagem coesa e eficiente no cuidado ao paciente.

Em resumo, o manejo eficaz da anemia ferropriva em pacientes hospitalizados requer um esforço coordenado e contínuo da equipe de saúde, focado no monitoramento, tratamento, gestão de sintomas e educação. A implementação de práticas baseadas em evidências e a formação contínua da equipe são essenciais para proporcionar um cuidado de alta qualidade e melhorar os resultados para os pacientes.

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1 Discente do curso de Enfermagem da Instituição de Ensino Superior (FANORTE). E-mail: andressa.cardoso.aires2@gmail.com.
2 Discente do curso de Enfermagem da Instituição de Ensino Superior (FANORTE). E-mail: beatrizsp.bs1@gmail.com.
3 Discente do curso de Enfermagem da Instituição de Ensino Superior (FANORTE). E-mail: Karolainee_oliveira@hotmail.com.
4 Discente do curso de Enfermagem da Instituição de Ensino Superior (FANORTE). E-mail: lariegert15@gmail.com
5 Discente do curso de Enfermagem da Instituição de Ensino Superior (FANORTE). E-mail: rochatainara34@gmail.com
6 Docente do curso de Enfermagem com Especialização em Cuidados Intensivos Adulto na modalidade de Residência Multiprofissional em Saúde. Titulação de Especialista em Terapia Intensiva Adulto pela Associação Brasileira de Enfermagem em Terapia Intensiva (ABENTI). Especialização em Docência Do Ensino Superior Com Ênfase Em Sistema De Saúde. Especialização em Auditoria em Serviços de Saúde. Preceptor no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde do Hospital Regional de Cacoal. Docente da Instituição de Ensino Superior – FANORTE. E-mail: jessica.kaway@hotmail.com.