PROBLEMA DE DESPLACAMENTO CERÂMICO EM OBRAS VERTICAIS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202409302054


Autor(a): Natanias Amancio Torres
Orientador(a) 1: Msc. Igor Nonato Almeia Pereira
Orientador(a) 2: Érika Cristina Nogueira Marques Pinheiro


RESUMO

Antes da chegada dos Europeus, os povos indígenas brasileiros já praticavam o uso da produção cerâmica de maneira avançada. Os revestimentos cerâmicos podem ser encontrados em diversas formas, como pisos, azulejos e pastilhas, e estão disponíveis em uma variedade de cores, texturas e padrões, permitindo ampla personalização dos espaços. Esses materiais são especialmente populares em áreas como cozinhas, banheiros e espaços externos, onde a resistência à água e ao desgaste é crucial. Além disso, o revestimento cerâmico é um bom isolante térmico e acústico, contribuindo para o conforto dos ambientes. Desta forma, o presente artigo tem como objetivo mostrar ao leitor a importância da qualidade no processo de execução do serviço para evitar o transtorno causado pelo fato do desplacamento. A pesquisa iniciou-se por meio de uma revisão de literatura dos principais autores no assunto de desplacamento. Com base nos estudos realizados por meio de artigos, monografias, dissertações, teses entre outros, percebe-se que o desplacamento de revestimento ou cerâmico é considerado o mais comum e sério problema na construção civil e sua causa são as mais variadas. Portanto, conclui-se que as principais causas do desplacamento cerâmico nada mais é que um defeito apresentado no sistema que não possibilitou a correta adesão entre as placas, a argamassa e a parede ou piso, provocando o descolamento das peças.

Palavra-chave: Argamassa 1. Mão de obra 2. Acompanhamento profissional 3.

SUMMARY:

Before the arrival of the Europeans, the Brazilian indigenous peoples already practiced the use of ceramic production in an advanced way. Ceramic tiles can be found in different forms, such as floors, tiles, and tiles, and are available in a variety of colors, textures, and patterns, allowing for extensive customization of spaces. These materials are especially popular in areas such as kitchens, bathrooms, and outdoor spaces, where water and wear resistance are crucial. In addition, ceramic coating is a good thermal and acoustic insulator, contributing to the comfort of environments. Thus, this article aims to show the reader the importance of quality in the process of performing the service to avoid the inconvenience caused by the fact of the detachment. The research began through a literature review of the main authors on the subject of displacement. Based on studies carried out through articles, monographs, dissertations, theses, among others, it is clear that the peeling of tiles or ceramics is considered the most common and serious problem in civil construction and its cause is the most varied. Therefore, it is concluded that the main causes of ceramic peeling is nothing more than a defect in the system that did not allow the correct adhesion between the plates, the mortar and the wall or floor, causing the pieces to detach.

Keywords: Mortar 1. Labor 2. Professional follow-up 3.

2. INTRODUÇÃO

Antes da chegada dos Europeus, onde os povos indígenas brasileiros já praticavam o uso da produção cerâmica de maneira avançada. Eles produziam peças utilitárias e decorativas usando técnicas como a cozedora em fornos simples.

As cerâmicas indígenas frequentemente apresentavam formas e padrões complexos, refletindo a diversidade cultural e artísticas das diferentes etnias (COSTA, 2024). Com a colonização portuguesa no século XVI, novas técnicas e estilos cerâmicos foram introduzidos.

Isso porquê os portugueses trouxeram suas próprias tradições cerâmicas, como a produção do azulejo e porcelanas, que influenciaram o desenvolvimento da cerâmica no Brasil. Agora com a Associação Brasileira de Norma Técnicas – ABNT, tendo como base algumas Norma Regulamentadora – NR, visando direcionar aos profissionais e os informais da área, conforme a NBR 13753 (ABNT, 1996).

Hoje, os revestimentos cerâmicos continuam sendo uma escolha popular e versátil com uma ampla gama de aplicações em arquitetura e design de interiores, como também em fachada, piso e azulejo. A metodologia baseou-se em uma estratégia qualitativa de pesquisa, de caráter descritiva por meio de leitura de artigos científicos e sites acadêmicos onde o conteúdo está sendo abordado em revisão bibliográfica que explica o tema proposto.

A escolha do tema justifica pela pergunta em geral que se faz quanto ao real motivo pelo desplacamento cerâmico ao longo do tempo (MORAES, 2022). A aderência entre argamassa de emboço e unidade de alvenaria (tijolos e blocos cerâmicos, de concreto etc.) é um fenômeno essencialmente mecânico, devido, basicamente à penetração da pasta aglomerante ou da própria argamassa nos poros ou entre as rugosidades da base de aplicação (ROCHA, 2010, p. 19).

No entanto, este trabalho tem como objetivo mostrar a importância da execução adequada dos revestimentos onde as sessões trazem assuntos bem relativos sobre mão de obra na aplicação do revestimento, evitando assim, erros de execução. Sendo que umas das funções do revestimento cerâmico a estanqueidade, estética, a durabilidade, entre outros fatores.

Possui um design versátil que pode ter sua aparência como pedra, madeira, ou cimento queimado, é antiderrapante, não inflamável, resistente a produto de limpeza, sem odor, é atualmente sustentável e ocupa o terceiro lugar em produção de cerâmica no mundo (CERAMIC WORLD REVIEW, 2023).

Com isso, foi explicado a forma mais da execução dos serviços de forma que o proprietário não deixe de vistoriar a obra e questionar se o mesmo tem habilidade e o material correto para o uso específico, pois além do mais, sua finança está envolvida na construção. Visto que regularmente, de acordo com as ferramentas de orçamentos CUB e SINAPI, há variações constantes em relação a custos de material/mão de oba.

O profissional precisa saber exatamente o tipo de ambiente e as implicações para realizá-lo com os devidos materiais adequados. Lembrando que patologias associadas ao mal uso do mesmo pode causar danos desconfortáveis devido ao transtorno que causa, como: retrabalho e consequentemente gastos com mais materiais e mão de obra para o reparo, perigo de acidente, visto que o mesmo tem um alto poder de corte devido a sua composição química e etc.

A argila, retirado de cavas, era transportado em carrinhos de mão, amassado com os pés e colocado em fôrmas de madeira “tão grandes que quebravam fácil” (Antônio Pincinato). As olarias mais definitivas possuíam fornos de tijolos com paredes grossas e coberturas de telhas. Para amassar a argila, usavam as “pipas”, construídas em madeira e movidas a burros que, amarrados, andavam em círculos. BELLINGIERRI, 2005, p. 19)

3. OBJETIVO GERAL

Analisar as causas da ocorrência do desplacamento de cerâmicas em 05 (cinco) torres de um condomínio localizado na zona centro-sul de Manaus, por meio da realização do ensaio de aderência através do teste com o martelo de percussão, bem como acompanhar o processo de substituição das cerâmicas danificadas no sentido de constar se o mencionado procedimento ocorreu de acordo com o preconizado na NBR 13753 (ABNT, 1996).

3.1 Objetivos Específicos

Desenvolver estudo sobre as causas do desplacamento em edificações verticais utilizando artigos, monografias, dissertações e teses;

Realizar o ensaio para verificação da ocorrência de cerâmicas passíveis de desplacamento em 05 (cinco) torres localizadas na zona centro-sul de Manaus;

Acompanhar o processo substituição das cerâmicas passíveis de desplacamento identificadas anteriormente, por meio do registro fotográfico do mencionado procedimento;

Analisar os procedimentos adotados na substituição das cerâmicas no sentido de constatar se o processo ocorreu de acordo com a NBR 13753 (ABNT, 1996).

4. METODOLOGIA

A metodologia da presente pesquisa de caráter descritiva, foi realizada considerando o procedimento apresentando na Figura 1.

A escolha do tema ocorreu a partir de evidências da ocorrência de desplacamentos cerâmicos ao longo do tempo em obras situadas na cidade de Manaus, bem como na obra objeto da presente pesquisa.

O desplacamento cerâmico em revestimento interno tem sido um dos problemas mais frequentes vividos nos últimos anos no setor da construção civil. A manifestação patológica gera diversos transtornos como custo, atraso e perda de credibilidade das construtoras (PATRÍCIA VASCONCELOS DE OLIVEIRA, 2018).

Dentre os diversos problemas encontrados no setor da construção civil, este estudo abordou a verificação de problemas na área de revestimentos cerâmicos. No caso, obra vertical de condomínio, localizado na zona centro-sul de Manaus.

O processo de verificação de ocorrência de placas ocas é feito basicamente por meio de ferramenta que auxilia na conferência de som cavo emitido ao toque de percussão através da haste de metal com uma pequena esfera na ponta. O processo de assentamento das placas foi realizado considerando o preconizado na NBR 13753 (ABNT, 1996).

A análise do serviço segue um padrão de verificação, onde o profissional da qualidade leva em consideração ruídos que possibilitam possíveis patologias no assentamento, onde o mesmo é registrado com demarcações na área afetada, juntamente com relatórios manuscritos como também fotográfico.

Executou-se o ensaio denominado teste de qualidade ou teste de aderência nos revestimentos cerâmicos localizados nas 05 (cinco) torres contendo 08 (oito) pavimentos em cada do empreendimento localizado na zona centro-sul de Manaus. O mencionado ensaio foi realizado por um profissional da área em todas as placas e ambientes onde é feito o uso do revestimento cerâmico visando sempre a qualidade do serviço para que se possa ter um nível de satisfação ideal para o cliente.

5. RESULTADOS

REVISÃO DE LITERATURA

Com base nos estudos realizados por meio de artigos, monografias, dissertações, teses entre outos, percebe-se que o desplacamento de revestimento cerâmico é considerado o mais comum e sério problema na construção civil e sua causa são as mais variadas (QUARTZOLIT, 2023). O descolamento de revestimentos pode ser prevenido e evitado no momento da aplicação, também é possível tratar condições que já se manifestaram e assim evitar problemas futuros.

Os revestimentos nada mais são que a camada externa de uma parede ou piso que finaliza a obra ou reforma, além de proverem um acabamento especial ao ambiente. Assim como um organismo que desenvolve doenças, na construção civil elas também existem, em especial no sistema de revestimento.

Dentre os principais tipos de revestimentos estão: os azulejos (em especial aqueles usados em paredes), cerâmicas, porcelanatos, madeiras, pedras e pisos vinílicos.

O foco do estudo foi realizado na obra de condomínio localizado na zona centro-sul de Manaus, cujo local pode ser observado na Figura 2.

Na localização encontra-se um condomínio com 05 torres de 08 pavimentos. Foi realizado o serviço denominado pós-forma, o qual antecede o revestimento, atividade que corrige as imperfeições deixadas no serviço da remoção das formas monolítica, conforme Figuras 3 a 4.

Realizado este serviço, então o azulejista entra em ação já com o ambiente abastecido com os devidos materiais de trabalho. Portanto, para o uso do revestimento em uma área seca por exemplo Figura 5 (sala, cozinha entre outras) utiliza-se argamassa AC2, na atividade de preparo da massa, sempre atentar para a diluição conforme fabricante, geralmente para um pacote de 20kg se usa 4,3 Litros de água.

Dentro de um recipiente (masseira), o processo é misturar bem a massa com o misturador mecânico a ponto que o mesmo fique com uma aparência homogénea. Para a aplicação do revestimento, utiliza-se uma desempenadeira 10x10mm; após limpar a área a ser aplicado, tanto na cerâmica como no piso/parede,  após deixar a área húmida, com o lado liso da desempenadeira, aplicar uma medida na costa da cerâmica(tardoz) (Figura 4) e com o lado dentado fazer o uso dos cordons tanto na placa como no piso ou parede(Figura 5), e ao sentar a placa, fazer de modo que os cordons fiquem de forma longitudinal paralelo e com a mão fazer movimentos para frente e pra trás.

 Então com o martelo de borracha aplicar pequenos golpes na placa para que a mesma fique bem ajustada. desse modo, teremos um revestimento satisfatório.

O processo é realizado por um profissional da área, que após feito o uso do revestimento, aguardará o tempo necessário para que ocorra a cura da argamassa e o mesmo dê o resultado mais preciso. A verificação é realizado da seguinte maneira:

O profissional com o uso da haste, toca com a esfera localizada na ponta da vara na superfície da placa fazendo movimentos circulares e nas suas extremidades. Havendo peças com falta de massa ou mal assentamento, a mesma emitirá um som tipo “cavo” e o profissional com o auxílio de um lápis de pedreiro, escreverá um X na placa indicando que aquela peça precisará ser substituída.

Após passar pelo período de teste de qualidade onde foi realizado pelo profissional da área, foi detectado placas com som cavo(oco), então foi iniciado a fase de substituição das placas. Onde uma equipe de profissionais responsáveis pelo revestimento daquele ambiente voltarão ao serviço para a realização dos reparos na área identificada pelo profissional da qualidade.

Este processo é acompanhado pelo mesmo agente, tanto na fase da remoção da placa oca quanto na fase do assentamento do revestimento cerâmico, agora de maneira correta para que o mesmo problema não volte a acontecer após o reparo, tudo isso identificado por meio de registro fotográfico antes, durante e pós reparo.

Este serviço é acompanhado com o auxílio da PES (procedimento de execução de serviço, material didático da construtora) material que auxilia o azulejista no uso do assentamento cerâmico. Este material é elaborado pela própria construtora através de ensaios laboratoriais e dentro das normas que rege o revestimento cerâmico 13753 (ABNT, 1996).

Esse procedimento é realizado da seguinte maneira; após identificado a cerâmica oca, o azulejista com o uso da sua ferramenta de trabalho removerá a placa e toda argamassa antiga do local, deixando a área limpa e húmida novamente para receber um novo revestimento com o mesmo procedimento de execução, porém, de maneira correta. Neste reparo, de acordo com a Leroy Merlin, empresa fornecedora de materiais de construção.

 Passando-se às 72hs de cura da argamassa, passará novamente pelas mãos do profissional da qualidade para examinação do serviço, e sedo aprovado, o mesmo estará liberado e pronto para uso. Na (Tabela 01) observa-se os locais de utilização do revestimento no ambiente cozinha, sala e quarto de um apartamento.

6. CONCLUSÃO

Com base nos estudos por meio de artigos e in loco, conclui-se que as principais causas do desplacamento cerâmico nada mais é que um defeito apresentado no sistema que não possibilitou a correta adesão entre as placas, a argamassa e a parede ou piso, provocando o descolamento das peças. Levando em consideração; a mão de obra, aplicação sem a devida limpeza do substrato, uso da argamassa fora da validade, utilização de procedimentos, técnicas e ferramentas indevidas para a aplicação da argamassa e o uso de produto não adequado para a colocação do devido revestimento.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 15.575-1: Edificações Habitacionais – Desempenho, Requisitos gerais. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.

Associação Brasileira de Cerâmica – ABC. Disponível em: Acesso em: 01 abril

Andrelit argamassa e revestimento. 2020. Disponível em:<www.blog.cerbras.com.br/index.php/como-e-feita-a-cerâmica >. Acesso em: 28 de mar. de 2021.

CAMPANTE, Edmilson Freitas; BAÍA, Luciana Leone Maciel. Projeto e execução de revestimento cerâmico. São Paulo: O Nome da Rosa, 2003. p.104.

Como é feita a cerâmica. Cerbras, 2019. Disponível em: < www.blog.cerbras.com.br/index.php/como-e-feita-a-cerâmica >. Acesso em: 28 de mar. de 2021.

ESTIVA REFRATÁRIOS. A história da cerâmica. 2018. Disponível em < estivarefratarios.com.br/historia-da-ceramica >. Acesso em 29 de abril de 2021. https://www.quartzolit.weber/blog/desplacamento-de-revestimentocomo-evitar

JUNGINGER, Max. Mestre em Engenharia. 2003 . Acesso em 08 de maio de 2021.