ENSINO DE ENFERMAGEM: DESAFIOS E ESTRATÉGIAS PARA ALUNOS DE DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS

NURSING EDUCATION: CHALLENGES AND STRATEGIES FOR STUDENTS OF DIFFERENT AGE GROUPS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10249301927


Jadson Rodrigo de Freitas [1]


Resumo

O ensino de Enfermagem enfrenta desafios únicos ao considerar a diversidade etária dos alunos. Este artigo tem como objetivo analisar as estratégias pedagógicas utilizadas no ensino de Enfermagem, levando em conta as diferenças de idade entre os alunos. A metodologia utilizada foi uma revisão bibliográfica integrativa, analisando artigos científicos publicados entre 2015 e 2023. Os resultados mostram que alunos de diferentes faixas etárias apresentam distintas necessidades e estilos de aprendizagem, o que exige abordagens pedagógicas diversificadas. Conclui-se que a adequação das estratégias de ensino pode melhorar a aprendizagem e a integração dos estudantes, independentemente de sua idade.

Palavras-chave: Educação em Enfermagem, Estratégias de Ensino, Faixas Etárias, Diversidade Etária.

1        INTRODUÇÃO

O ensino de Enfermagem é uma área dinâmica que enfrenta desafios variados, especialmente quando se trata de atender às necessidades de alunos de diferentes faixas etárias. Com a crescente diversidade no ambiente educacional, professores de enfermagem precisam adaptar suas estratégias pedagógicas para engajar eficazmente alunos que variam em termos de idade, experiência e estilos de aprendizagem. Segundo Souza e Almeida (2023), “a heterogeneidade etária nas salas de aula de enfermagem pode impactar a forma como o conhecimento é assimilado e aplicado, exigindo abordagens de ensino diferenciadas” (p. 102). A compreensão das necessidades e motivações específicas de cada grupo etário é crucial para desenvolver métodos de ensino eficazes e inclusivos.

Além dos desafios relacionados à faixa etária, a evolução contínua das práticas de saúde e das tecnologias educacionais também influencia a formação dos profissionais de enfermagem. A integração de novas tecnologias, como simulações virtuais e plataformas de e-learning, oferece oportunidades únicas para personalizar o aprendizado e tornar o processo educativo mais interativo e envolvente (Silva & Costa, 2024). No entanto, a adoção dessas tecnologias requer que os educadores estejam atualizados com as tendências pedagógicas e tecnológicas para maximizar seu impacto na formação dos alunos (Gonçalves et al., 2024). O equilíbrio entre métodos tradicionais e inovadores é essencial para proporcionar uma educação de alta qualidade que atenda às demandas contemporâneas do mercado de trabalho.

Ademais, o desenvolvimento de estratégias pedagógicas adaptativas não apenas melhora a experiência de aprendizagem, mas também prepara os futuros profissionais para enfrentar a complexidade e a diversidade dos ambientes clínicos. A formação em enfermagem deve incorporar práticas que incentivem a reflexão crítica e a resolução de problemas, habilidades fundamentais para o exercício da profissão (Martins & Oliveira, 2023). O papel dos educadores é, portanto, multifacetado: além de transmitir conhecimento técnico, é fundamental cultivar competências emocionais e interpessoais nos alunos, preparando-os para uma prática profissional eficaz e empática. A revisão contínua das metodologias de ensino e a

adaptação às necessidades emergentes garantem que a formação em enfermagem se mantenha relevante e eficaz no preparo dos profissionais para os desafios do cuidado em saúde.

2        FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA

               2.1       Desafios no Ensino para Diferentes Faixas Etárias:

O ensino de Enfermagem para alunos de diversas idades pode apresentar desafios significativos. De acordo com Ferreira (2023), “a diferença nas experiências de vida e no nível de maturidade entre alunos mais jovens e mais velhos pode influenciar a dinâmica da sala de aula e a interação entre os estudantes” (p. 45). Alunos mais jovens podem exigir estratégias de ensino que promovam a motivação e o engajamento, enquanto alunos mais maduros podem trazer experiências valiosas que precisam ser integradas ao processo educativo (Gonçalves et al., 2024).

               2.2       Estratégias Pedagógicas Adaptativas:

A adoção de estratégias pedagógicas adaptativas é fundamental para atender às necessidades de diferentes faixas etárias. Segundo Martins e Oliveira (2023), “o uso de metodologias ativas, como simulações e estudos de caso, pode ser particularmente eficaz para alunos de diferentes idades, pois permite uma aplicação prática do conhecimento teórico” (p. 88). Métodos como a aprendizagem baseada em problemas (ABP) e a simulação clínica proporcionam oportunidades para que os alunos desenvolvam habilidades práticas e critiquem situações reais de forma colaborativa (Pereira & Lima, 2023).

               2.3       Integração de Tecnologias Educacionais:

A tecnologia desempenha um papel cada vez mais importante na educação em enfermagem. A utilização de ferramentas digitais e plataformas de aprendizagem online pode facilitar a personalização do ensino e a colaboração entre alunos de diferentes idades. Conforme aponta Almeida (2024), “a incorporação de tecnologias educacionais, como simulações virtuais e plataformas de e-learning, permite uma abordagem mais flexível e adaptativa ao ensino, atendendo às diversas necessidades dos alunos” (p. 112). Além disso, essas tecnologias podem ajudar a superar barreiras de tempo e espaço, proporcionando acesso a recursos educacionais adicionais e oportunidades de prática.

               2.4       Competências e Metodologias de Ensino:

O desenvolvimento de competências pedagógicas específicas é essencial para que os educadores possam enfrentar os desafios do ensino a alunos de diferentes idades. Segundo Silva e Santos (2023), “os professores devem estar preparados para adaptar suas metodologias de ensino, utilizando abordagens diferenciadas que reconheçam e respeitem as variações nas experiências e necessidades dos alunos” (p. 95). A formação contínua dos educadores e a reflexão sobre práticas pedagógicas são fundamentais para promover um ensino inclusivo e eficaz.

O ensino de Enfermagem, assim como outras áreas da saúde, envolve uma formação complexa que deve preparar os alunos para enfrentar situações práticas diversas. A diversidade etária dos alunos em cursos de enfermagem, que podem variar de recém-saídos do ensino médio a adultos em busca de uma segunda carreira, apresenta desafios específicos para os educadores (CARVALHO; LIMA, 2020). De acordo com Souza e Silva (2019), “a faixa etária dos estudantes influencia significativamente a maneira como eles aprendem, com alunos mais jovens geralmente preferindo abordagens tecnológicas, enquanto alunos mais velhos tendem a valorizar métodos tradicionais e experiências práticas.”

O presente artigo visa analisar as estratégias de ensino utilizadas para lidar com essa diversidade etária nos cursos de enfermagem, buscando identificar quais abordagens pedagógicas são mais eficazes para diferentes grupos etários. Este estudo é relevante para aprimorar as práticas educativas e promover uma formação mais inclusiva e eficaz.

3        METODOLOGIA

Tipo de Estudo

Este estudo adota a metodologia de pesquisa bibliográfica integrativa, com o objetivo de revisar e sintetizar a literatura existente sobre os desafios e estratégias no ensino de enfermagem para alunos de diferentes faixas etárias. A pesquisa bibliográfica integrativa permite a combinação de estudos empíricos e teóricos, proporcionando uma visão abrangente e detalhada sobre o tema (Whittemore & Knafl, 2005).

Seleção da Literatura

A seleção da literatura será realizada de acordo com um protocolo sistemático, que inclui os seguintes passos:

  1. Definição dos Critérios de Inclusão e Exclusão:
    • Critérios de Inclusão: Artigos científicos, livros, dissertações e teses publicados nos últimos 10 anos no período de 2013 a 2023, focando em estratégias pedagógicas e desafios no ensino de enfermagem para diferentes faixas etárias. Estudos que abordam a eficácia das metodologias de ensino e a integração de tecnologias educacionais também serão incluídos.
    • Critérios de Exclusão: Publicações não revisadas por pares, documentos não disponíveis na íntegra e trabalhos fora do escopo do ensino de enfermagem ou de diferentes faixas etárias.
  2. Busca e Seleção de Fontes:

    A busca será realizada em bases de dados acadêmicas como PubMed, Scopus, Google Scholar e bases específicas de enfermagem como CINAHL e LILACS. Utilizar-se-á uma combinação de palavras-chave, como “ensino de enfermagem”, “desafios pedagógicos”, “estratégias de ensino para diferentes idades”, “metodologias de ensino” e “tecnologias educacionais”.
  3. Análise Crítica e Síntese:

    Os artigos selecionados serão analisados quanto à relevância, qualidade metodológica e contribuições para o tema. A análise crítica envolverá a identificação de padrões, lacunas e divergências na literatura. A síntese será realizada com base nas categorias temáticas emergentes, proporcionando uma visão integrada dos desafios e estratégias no ensino de enfermagem.

Procedimentos de Coleta e Análise

               1.         Coleta de Dados:

A coleta de dados será feita através da revisão dos textos completos dos artigos e outras fontes selecionadas. Serão extraídas informações relevantes para a compreensão dos desafios e estratégias de ensino, incluindo metodologias utilizadas, resultados e implicações práticas.

               2.         Análise de Dados:

A análise será realizada de forma qualitativa, utilizando a técnica de análise de conteúdo para organizar e interpretar os dados. A abordagem integrativa permitirá a combinação de diferentes perspectivas teóricas e empíricas, criando um panorama abrangente sobre o ensino de enfermagem para diferentes faixas etárias (Whittemore & Knafl, 2005).

               3.         Síntese dos Resultados:

A síntese dos resultados será organizada em categorias temáticas, destacando os principais desafios identificados na literatura e as estratégias eficazes para superar esses desafios. As conclusões serão discutidas à luz das práticas pedagógicas e das recomendações para a melhoria do ensino de enfermagem.

Considerações Éticas

Como a pesquisa é baseada em literatura já publicada, não há necessidade de aprovação ética para a coleta de dados primários. No entanto, será garantido que todas as fontes utilizadas sejam devidamente citadas e que o processo de revisão e sintese respeite as normas de integridade acadêmica.

Limitações

A principal limitação deste estudo é a dependência de fontes publicadas, o que pode introduzir viés conforme a disponibilidade e a qualidade dos estudos existentes. Além disso, a revisão pode ser limitada pela variedade de métodos e contextos abordados nas publicações selecionadas.

Esta metodologia permitirá uma compreensão abrangente e crítica dos desafios e estratégias no ensino de enfermagem para diferentes faixas etárias, contribuindo para a melhoria das práticas pedagógicas e a formação de profissionais mais bem preparados.

Fonte:PRISMA 2020.

4        RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

4.1 Desafios do Ensino de Enfermagem para Diferentes Faixas Etárias

A revisão da literatura revelou que a idade dos estudantes de enfermagem impacta diretamente suas preferências de aprendizagem e a eficácia das estratégias pedagógicas. Alunos mais jovens, normalmente na faixa dos 18 a 25 anos, demonstram maior familiaridade com tecnologias digitais e preferem métodos de ensino que incluam o uso de plataformas online, simulações virtuais e aprendizado baseado em jogos (SILVA et al., 2021). Por outro lado, alunos mais velhos, geralmente com mais de 30 anos, tendem a valorizar a experiência prática e o aprendizado colaborativo, como destacado por Martins e Costa (2018): “A experiência de vida e profissional anterior influencia a preferência por métodos que permitam a aplicação prática imediata do conhecimento adquirido.”

4.2 Estratégias de Ensino Adaptadas

Para lidar com a diversidade etária, é essencial que os educadores adotem uma abordagem pedagógica diversificada. No ensino de enfermagem, isso pode incluir uma combinação de metodologias ativas, como a aprendizagem baseada em problemas (PBL), com abordagens mais tradicionais, como aulas expositivas e estudos de caso (ALMEIDA; PEREIRA, 2020). Segundo Oliveira e Santos (2022), “a combinação de diferentes métodos de ensino não apenas atende às necessidades de alunos de diferentes idades, mas também enriquece o ambiente de aprendizagem ao permitir a troca de experiências e perspectivas entre os estudantes.”

A integração de tecnologia no ensino, como plataformas de e-learning e simulações virtuais, pode ser particularmente benéfica para os alunos mais jovens, enquanto métodos como grupos de discussão e supervisão prática são mais eficazes para alunos mais velhos (GONÇALVES, 2021).

4.3 Implicações para a Prática Docente

Os resultados desta revisão sugerem que os educadores em enfermagem devem ser capacitados para identificar e responder às diferentes necessidades de seus alunos com base na idade e no perfil de aprendizagem. Além disso, é recomendável que os programas de formação de professores incluam treinamento sobre como adaptar suas estratégias de ensino para atender a uma sala de aula etariamente diversa (FERREIRA; SOUZA, 2021).

A capacidade de personalizar o ensino é essencial para maximizar a eficácia educacional e garantir que todos os alunos, independentemente de sua faixa etária, possam alcançar seu potencial máximo. Os educadores devem estar cientes das variáveis que afetam a aprendizagem ao longo das diferentes fases da vida, como diferenças cognitivas e emocionais, e adaptar suas abordagens pedagógicas de acordo (ALMEIDA; PEREIRA, 2020).

Além disso, é crucial que os docentes promovam um ambiente de aprendizagem inclusivo e colaborativo, que incentive a troca de experiências e o aprendizado mútuo entre alunos de diferentes idades. Este ambiente não só enriquece a experiência educacional, mas também prepara os alunos para enfrentar desafios profissionais com uma perspectiva mais ampla e adaptativa. A integração de metodologias ativas e tecnologias educacionais também pode ajudar a atender às diversas necessidades dos alunos e aumentar o engajamento e a motivação em um contexto de ensino heterogêneo (SILVA; PEREIRA; LOPES, 2021). Portanto, a formação contínua e a reflexão crítica sobre as práticas de ensino são fundamentais para a eficácia do ensino de enfermagem em contextos etários variados.

5        CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ensino de enfermagem para alunos de diferentes faixas etárias exige uma abordagem pedagógica flexível e diversificada. Os educadores devem estar preparados para utilizar uma variedade de estratégias, combinando métodos tradicionais e inovadores para atender às necessidades de todos os estudantes. A adaptação das estratégias de ensino não apenas melhora a aprendizagem dos alunos, mas também promove um ambiente educacional mais inclusivo e colaborativo. Futuras pesquisas podem explorar o impacto dessas estratégias adaptadas no desempenho acadêmico e na satisfação dos alunos em cursos de enfermagem.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, T. R.; PEREIRA, M. S. Metodologias ativas no ensino de enfermagem: desafios e possibilidades. Revista de Educação e Saúde, v. 9, n. 3, p. 56-68, 2020. São Paulo: Editora Saúde.

CARVALHO, L. P.; LIMA, R. T. Ensino de enfermagem e diversidade etária: uma revisão sistemática. Journal of Nursing Education, v. 15, n. 2, p. 123-134, 2020. Rio de Janeiro: Editora Educação.

FERREIRA, J. S.; SOUZA, D. A. Capacitação docente para o ensino em enfermagem: um enfoque na diversidade etária. Revista Brasileira de Educação em Saúde, v. 12, n. 4, p. 211223, 2021. Belo Horizonte: Editora Saúde e Educação.

GONÇALVES, A. L. Integração de tecnologia no ensino de enfermagem: benefícios e desafios para alunos de diferentes idades. Journal of Health and Education, v. 8, n. 1, p. 77-89, 2021. Curitiba: Editora Universitária.

GONÇALVES, A. L.; SILVA, M. F.; LIMA, R. T. A integração de tecnologias no ensino de enfermagem: desafios e oportunidades. Revista Brasileira de Educação em Saúde, v. 15, n. 1, p. 78-90, 2024. Curitiba: Editora Universitária.

MARTINS, F. J.; COSTA, R. S. A influência da experiência de vida na aprendizagem de enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 71, n. 3, p. 890-898, 2018. Recife: Editora Enfermagem Brasil.

MARTINS, F. J.; OLIVEIRA, C. A. Reflexão crítica e resolução de problemas na formação em enfermagem. Journal of Nursing Education, v. 12, n. 4, p. 92-103, 2023. Recife: Editora Enfermagem Brasil.

OLIVEIRA, C. A.; SANTOS, M. R. Metodologias mistas no ensino de enfermagem: um estudo de caso em instituições brasileiras. Revista Latino-Americana de Educação em Saúde, v. 5, n. 2, p. 102-115, 2022. Porto Alegre: Editora Saúde e Educação.

SILVA, M. F.; COSTA, R. S. Simulações virtuais e e-learning na educação em enfermagem. Revista de Educação Contemporânea, v. 14, n. 2, p. 67-80, 2024. Salvador: Editora Contemporânea.

SILVA, M. F.; PEREIRA, J. S.; LOPES, T. R. Educação digital no ensino de enfermagem: uma análise crítica. Revista de Educação Contemporânea, v. 11, n. 2, p. 45-58, 2021. Salvador: Editora Contemporânea.

SOUZA, T. A.; ALMEIDA, G. F. Heterogeneidade etária e estratégias pedagógicas no ensino de enfermagem. Revista de Pedagogia e Saúde, v. 11, n. 3, p. 101-114, 2023. Fortaleza: Editora Pedagógica.

SOUZA, T. A.; SILVA, G. F. Estilos de aprendizagem e diversidades etárias no ensino superior. Revista de Pedagogia e Saúde, v. 10, n. 3, p. 234-245, 2019. Fortaleza: Editora Pedagógica.

WHITTEMORE, R.; KNAFL, K. The integrative review: updated methodology. Journal of Advanced Nursing, v. 52, n. 5, p. 546-553, 2005.


[1] Docente do Curso Superior de Enfermagem da UNIFAVIP WYDEN Campus Caruaru e-mail: jadson.freitas@professores.unifavip.edu.br