ANÁLISE DOS EFEITOS DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO DESEJO DE UMA NOVA GESTAÇÃO

ANALYSIS OF THE EFFECTS OF OBSTETRIC VIOLENCE ON THE DESIRE FOR A NEW PREGNANCY

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202409171342


Lucas Silva da Costa1
Luana de Jesus de Oliveira2
Darciel Lucas Brito3
Jerry Silva de Oliveira Júnior4


Resumo: Objetivo: analisar a interligação psicológica e reprodutiva, entender o perfil epidemiológico das pacientes, compreender o nível de influência desse crime na saúde reprodutiva de tal forma a analisar essa reverberação dentro do âmbito familiar. Metodologia: trata-se de uma pesquisa de campo do tipo transversal e descritiva por seu viés quantitativo. Resultados e Discussões: O estudo contou com a participação de 50 mulheres puérperas, em sua totalidade todas sofreram violência obstétrica, sendo mais descrita a desconsideração da opinião da mulher na ocasião do parto, diante disso, verificou-se também uma predisposição de condicionalidades socioeconômicas, etários, raciais e escolares como alicerce dessas vivências, tal como a constatação de que consequências à psiquê humana advinda da VO, bem como a interferência no desejo de um novo ciclo gestacional por intermédio de traumas advindos desse delito. Considerações finais: Mais de um quarto das participantes referiram que a vivência da violência obstétrica influenciou no desejo de uma nova gestação, a carência de orientações no pré-natal, a ausência de acompanhante na ocasião do parto e fatores econômicos e sociais são predisponentes para a vivência da violência obstétrica.

Descritores: violência obstétrica; saúde reprodutiva; saúde da mulher; humanização no parto.

Abstract: Objective: to analyze the psychological and reproductive interconnection, understand the epidemiological profile of patients, understand the level of influence of this crime on reproductive health in such a way as to analyze this reverberation within the family environment. Methodology: this is a cross-sectional and descriptive field research due to its quantitative bias. Results and Discussions: The study included the participation of 50 postpartum women, all of whom suffered obstetric violence, with the most described being the disregard of the woman’s opinion at the time of birth, in view of this, there was also a predisposition of socioeconomic conditions, age , racial and school issues as the foundation of these experiences, such as the observation of the consequences for the human psyche arising from OV, as well as the interference in the desire for a new gestational cycle through trauma arising from this crime. Final considerations: More than a quarter of the participants would say that the experience of obstetric violence influenced the desire for a new pregnancy, the lack of prenatal guidance, the absence of a companion at the time of birth and economic and social factors are predisposing to the experience of obstetric violence.

Descriptors: Obstetric violence; Reproductive health; Women’s health; Humanization in childbirth

1 – INTRODUÇÃO

A violência obstétrica é um dos principais problemas enfrentados na atualidade. Logo que afeta a saúde psicológica, física, moral e reprodutiva da mulher por intermédio de práticas que tem como marca, a desumanização, sexíssimo e categoricamente o racismo (DE MELO; CORDEIRO, 2019). Essa prática é uma gravíssima violação dos privilégios humanos das mulheres, logo que em 92% dos episódios que refletem a óbito, haveria prevenção (VIOLA et al., 2007).

Assim, o que concretiza a constatação do dossiê elaborado pela rede parto, o princípio para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI): “parirás com dor”, em que confirma a coligação direta de elevados percentuais relacionado a morte no Brasil de maternos e parturientes, a práticas de negligências ou abuso por parte desses praticantes, caracterizando-se resumidamente, como violência obstétrica. Desse modo, as principais causas de morte neonatal igualmente são aquelas consideradas reduzíveis e evitáveis, como insuficiência na atenção adequada à gestante durante esse processo, bem como a criança (CIELO et al., 2012).

Dar à luz é um momento eventualmente desorganizador, principalmente por inter-relacionar as parturientes além de um estado de fragilidade psicológica, também física. É um momento bastante delicado, pois a partir desse processo, toda uma conjuntura poder-se-á ser afetada positivamente, tornando-se uma experiência prazerosa e enriquecedora, como também poderá se transformar em um processo desgastante e traumático (DONELLI; LOPES, 2013).

Nesse viés momentâneo, a mulher torna-se mais suscetível a práticas que violam seu corpo, moral e direito, muitas vezes sem consciência e em detrimento da confiabilidade empregada aos profissionais encarregados dessa assistência. Como consequência, há aumento da quantidade de transtornos psicológicos, traumas físicos e morais, do mesmo modo que há a suscetibilidade do aumento da mortalidade em razão de práticas com alto perigo relacionado ao bem estar da parturiente e do recém-nascido (DIAS et al., 2020).

Considera-se dessa forma, que práticas dessa desumanidade obstétrica interfere no progresso natural dos mecanismos fisiológicos do parto, transformando-o em sinônimo de patologia e de intervenção médica, passando a ser caracterizado como uma experiência de terror, impotência, alienação, dor e traumas (REHUNA, 1993). A continuidade dessa problemática se dá pela dificuldade referente à resolução e cumprimentos de leis e direitos que a envolve, pois, sua constatação é complexa, além da baixa conscientização e ainda haver a confiabilidade empregada aos profissionais, tais práticas acabam passando despercebido ou mesmo, como um processo normal e que é comum na parição (SILVA; ARAÚJO, 2017).

O medo aplicado a experiências negativas no parto, que possam ocasionar dolorosos danos físicos, morais e psicológicos, diminui a intenção de uma nova gestação pela mulher. Sentimentos de desamparo, frustração e medo, geralmente vivenciados são um dos determinantes ao surgimento da depressão, transtorno pós-traumático, ansiedade, transtorno do pânico agregando ainda mais esse não desejo, relevando dessa forma o questionamento, pela busca do entendimento relacionado às consequências da violência obstétrica sobre a influência no desejo de uma nova gravidez (REHUNA, 1993).

Assim, a exposição a agentes estressores negativos da violência obstétrica acarreta no desenvolvimento de psicopatologias de forma reversível ou não, na qual, de maneira direta estão interligados a fatores sexo, idade, etnia, raça e condição socioeconômica, tornando-se uma grande ofensiva ao bem estar da parturiente, assim como sua dignidade relacionada a seu protagonismo, com efeitos principalmente pós- parto, refletindo não apenas na saúde psicológica, mas, reprodutiva (SOUSA; FEITOSA, 2008).

Nesse viés, como objetivo geral, buscou-se entender como a vivência da violência obstétrica afeta psicologicamente, fisicamente e moralmente a saúde reprodutiva da cidadã, de forma a interferir no desejo de uma posterior gestação. Bem como se objetivou analisar a interligação psicológica e saúde reprodutiva feminina; entender o perfil epidemiológico de pacientes vítimas de delito obstétrico; identificar em qual nível a esse crime influência no desejo de uma nova gravidez em multíparas e analisar a reverberação dessa violência no âmbito familiar afetado.

2 – METODOLOGIA

O estudo apresentou como seguimento metodológico, a tipologia transversal descritiva e quantitativa. O trabalho foi realizado em uma Unidade Básica de Saúde da cidade de Itupiranga, localizada ao sul do estado do Pará, às margens do Rio Tocantins. Com uma área territorial de 7.880.109km2, possuiu uma população estimada em 53.439 pessoas segundo o último levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sua densidade demográfica é estimada em 6,50 hab./km2 e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 0.528 (IBGE,                         2010).

Mensalmente são atendidos na unidade de saúde a qual o estudo foi realizado, em média 17 puérperas, na qual, considerou-se como objetivo principal da pesquisa, analisar 50 pacientes enquadradas nos critérios de inclusão estipulados. Referendando como sólido, uma base de confiabilidade de 95% e uma margem de erro de 5%, o (n) amostral será estimado em 48 participantes, sendo 2, a variante de erro esperada.

O pesquisador esteve de prontidão no setor da triagem nos dias de retorno de consultas puerperais, onde identificou junto ao profissional de acolhimento, quais as pacientes que passaram por esse atendimento, ao serem identificadas foi explicado a elas sobre a pesquisa que estava sendo realizada, os objetivos, os perigos e benefícios. Ao final era verificado o interesse da puérpera em participar da pesquisa, caso aceitasse era orientada a assinar o termo de consentimento livre esclarecido (TCLE) e após assinatura a mesma era encaminhada a um espaço seguro, acolhedor e de forma individual, disponibilizado pela unidade que garantia em sua máxima excelência o sigilo da participante, somente após sentir-se confortável e longe de qualquer anuência de revitalização de traumas ou medos contraídos do problema em si, era iniciado o processo de coleta de dado.

Como instrumentos de coletas, foram utilizados dois tipos de questionários, um sociodemografico que abordava com 12 perguntas objetivas os grupos, categorias e as condições com maiores preponderância a sofrerem esse tipo de delito, e outro voltado à identificação de violência obstétrica utilizando-se quatro indagações, por modo objetivo que abordavam os mais variados e amplos exemplos dessa problemática.

Desse modo, totalizando 16 perguntas, que levavam a uma resolutiva, através da troca e análises de dados de maneira mais fidedigna.

Após a coleta, os dados sociodemografico obtidos, foram registrados e tabelados no programa Microsoft Excel, na qual eram apresentados em formas de tabela com frequência absoluta, que tinham o número de observações de cada variável, e a relativa que se dava por uma divisão necessária dos dados pelos subtipos de classe em detrimento da análise. O questionário de identificação de violência obstétrica também passou por análise de dados no Microsoft Excel, para que assim, os resultados obtidos fizessem parte da variável dependente, e os dados sociodemograficos, da variável de agrupamento. O que resultou assim, na verificação de distribuição, da amostra e da correlação das bases obtidas, onde considerava cada grupo de participantes.

Em se tratando dos aspectos éticos, o estudo seguiu todos os aspectos bioéticos, onde pautou de forma específica e objetiva sanções estipulados pela resolução n° 466°, de 12 de dezembro de 2012, assim como os protocolos de Nuremberg (1497), sendo submetido a priori, ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) e obtendo parecer de aprovação.

2.1 Critérios De Inclusão e Exclusão

Foram inclusos no trabalho, puérperas, maiores de idade, em posse de suas faculdades mentais. Bem como eliminados, puérperas pós- aborto, pós-óbito fetais e pacientes que foram submetidas à esterilização cirúrgica.

3 – RESULTADOS

Para melhor apresentação, os resultados foram divididos em duas vertentes, 4.1 representações do perfil sociodemografico e 4.2 identificações da VO.

3.1 Representações Do Perfil Sociodemografico.

De acordo com a tabela 01, com a classificação das idades do campo amostral, notou-se uma grande discrepância relacionada ao fator idade prevalecente entre 18 a 23 anos das pacientes estudadas.

TABELA I- Representação Da Faixa Etária

Fonte: produzida pelo autor com base no questionário realizado por Natalia Ferrari de carvalho Sandim, 2017.

No gráfico dois, classificado como escolaridade, observou-se uma similaridade com certa margem de inconsistência ao se tratar do número de pacientes que não apresentavam o fundamental incompleto, médio completo e incompleto, sendo estas, as maiores taxas evidentes no levantamento de dados.

GRÁFICO I- Representação Do Grau de Escolaridade

Fonte: produzida pelo autor com base no questionário realizado por Natalia Ferrari de carvalho Sandim, 2017.

Observou-se uma grande variância relacionada às condicionalidades econômicas, pois exatos 78% do grupo de entrevistadas apresentavam como quantitativo de renda, um salário mínimo ou abaixo desse valor, e apenas 20% possuía entre um e três salários mínimos para sua subsistência, sendo que apenas 2% possuía acima de três salários mínimos.

TABELA II- Representação Da Renda

Fonte: produzida pelo autor com base no questionário realizado por Natalia Ferrari de carvalho Sandim 2017

Notou-se, mediante a pesquisa uma alta taxa de participação de mulheres autodeclaradas pardas e pretas, podendo inferir um grande quantitativo à medida que o primeiro grupo é equivalente há 74% dos presentes no campo amostral e o segundo 22%, sendo apenas uma mulher autodeclarada branca, assim como amarela.

GRÁFICO II – Distribuição da amostra por etnia

Fonte: produzida pelo autor com base no questionário realizado por Natalia Ferrari de carvalho Sandim, 2017

A taxa prevalecente no estudo se deu por mulheres solteiras e casadas, apresentando um estimativo real de participação de 36% do primeiro grupo e 62% do segundo, havendo uma mínima presença de 2% de viúvas e sem a participação de divorciadas.

TABELA III – Representação Do Estado Civil

Fonte: produzida pelo autor com base no questionário realizado por Natalia Ferrari de carvalho Sandim, 2017

Entre os resultados da FI, notou-se à similaridade no quantitativo de partos normais e cesarianos, evidenciando que maior parcela das entrevistadas, mesmo já tendo vivenciado o parto normal, também foram submetidas à posteriori a sua vertente cirúrgica, sendo 60% a primeira estimativa e 64% a última, uma média de 32 partos cesáreos para cada 30 fisiológicos.

GRÁFICO III – Representação Do Tipo de Parto

Fonte: produzida pelo autor com base no questionário realizado por Natalia Ferrari de carvalho Sandim, 2017

Ao se tratar do número de gestações, há uma grande centralização entre mulheres que optaram entre um ou dois filhos, sendo assim, 36% são primíparas, 64% pacientes são multíparas, com variações de um, dois ou acima de cinco filhos.

TABELA IV – Representação Do N° de Gestação

Fonte: produzida pelo autor com base no questionário realizado por Natalia Ferrari de carvalho Sandim, 2017.

Relacionado ao acesso a básicos serviços de saúde durante o processo gestacional, como as consultas de pré-natal, observou uma discrepância positiva, pois 68% tiveram o acesso entre 6 a 12 consultas conforme o estipulado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). 20% tiveram 12 consultas. E uma rala parcela de 12% apresentou o acesso menos que o necessário, sendo duas abaixo de três consultas, e quatro inferiores a seis consultas.

GRÁFICO IV- Representação do N° de Consultas de pré- Natal

Fonte: produzida pelo autor com base no questionário realizado por Natalia Ferrari de carvalho Sandim, 2017

Ao tratar do entendimento sobre a interferência da violência obstétrica no desejo de uma nova gestação, observou-se que 72% das entrevistadas alegam não terem sido influenciadas por essa experiência.

Assim, apenas um total de 14 participantes concluiu o discernimento da influência sobre sua vontade, relatando como um quadro que varia de leve, moderada a grande influência. Entretanto, é válido ressalvar, que apesar de apenas 14 participantes terem alegado interferência no desejo, acaba sendo um quadro contraditório, à medida que 70% ou mais precisamente 35 entrevistadas afirmam ter baixo ou nenhuma vontade de uma nova gestação.

TABELA V – Representação da escala de ter uma nova gestação

Fonte: produzida pelo autor com base no questionário realizado por Natalia Ferrari de carvalho Sandim,2017

TABELA VI – Representação da forma que a VO influenciou no desejo de uma nova gestação

Fonte: produzida pelo autor com base no questionário realizado por Natalia Ferrari de carvalho Sandim, 2017.

3.2 Tipologias Da Violência Obstétrica

No gráfico seis, é possível observar um quantitativo significativo no número de gestantes que sofreram em decorrência da desqualificação de suas opiniões por parte do profissional de saúde, no qual foi possível verificar um total de quinze mulheres.

Seguidamente a este, ficou evidente que situações de sonegação de informações, xingamentos e maus tratos foram relatados por quinze mulheres. Assim como, apenas duas sofreram banalização quanto à expressão da dor, e três relacionados a tratamento hostil com gritos e ameaças pelos profissionais em atendimento.

GRÁFICO V- Apresentação dos tipos de violência obstétrica no âmbito psicológico

Fonte: Autoria própria, 2023.

No contexto geral, ficou claro neste estudo que mais da metade das entrevistadas apresentaram algum tipo de queixa e/ou violência relatada em detrimento das gestantes que não apresentaram queixas / ou relatos de violência.

O gráfico sete, apresenta os quantitativos em números inteiros das gestantes que relataram ter passado por algum procedimento. Houve grande preponderância de mulheres que alegaram não terem sido informadas sobre os procedimentos realizadas, cerca de 12. Assim como 10 relataram terem vivenciado a manobra de Kristeller ou uso irrestrito de ocitocina.

GRÁFICO VI – Apresentação dos tipos de condutas tomadas pelos profissionais no atendimento

Fonte: Autoria própria, 2023.

Em detrimento destes, apenas duas relataram terem passado por cirurgia eletiva sem necessidade, uma por procedimentos sem analgesia adequada e sete por toques vaginais e repetitivos sem luvas.

Ao analisarmos a forma pela qual às gestantes eram atendidas e/ recepcionadas pelos profissionais, evidenciou-se que vinte e nove (29%) mencionou a falta de recursos humanos, vinte e oito (28%) gestantes relataram ter sofrido preconceito no ato do atendimento devido sua condição financeira, seguidamente de vinte e nove (29%) terem encontrado dificuldade para encontrar leitos. Desta forma, verifica-se que quase 100% das pacientes entrevistadas, relataram apresentar alguma forma de insatisfação com relação ao atendimento prestado.

GRÁFICO VII – Representação do tratamento (social) dispensado a gestante

Fonte: Autoria própria, 2023

Ao analisarmos a variável relacionada à cobrança de honorários ou diferenciação do tratamento mediante fatores sociodemografico. Percebeu-se que de forma significativa as gestantes atendidas mencionaram não se queixaram de terem sido cobradas taxas pela prestação dos serviços de saúde; em detrimento de apenas uma paciente ter sido cobrada taxas para a realização de seu parto normal.

GRÁFICO IX – Representação de acordo com cobrança de honorários e diferença no tratamento prestado

Fonte: Autoria própria, 2023

4 – DISCUSSÕES

Discussões sobre a violência obstétrica vêm se tornando cada vez mais evidente em nossa sociedade, isso se deve principalmente pela baixa recorrência de bons aspectos assistencialistas durante a gestação ou parto, apresentando uma prevalência superior a 50% segundo Leal et al (2014). O entendimento sobre o problema permite compreender seu caráter traumático tanto de forma física, moral ou reprodutiva da mulher de acordo com (SOUZA, 2016). Principalmente pela consonância de atos, falas, julgamentos e ameaças durante esse período delicado (MARTINS, 2016).

A priori, no presente estudo, a taxa de violência obstétrica no público enquadrado na faixa etária de 18 a 23 anos, foi de 48%, o que representa em média 0,22% a mais que a mulheres com 19 a 24 anos, 0,47% superior à faixa etária de 29 a 33 anos e 0,32% acima do grupo etário > 34 anos. Em congruência com Medeiros et al (2016), um levantamento realizado em uma unidade de referência da paraíba, apresenta em média, 50% de evidência dentro da faixa etária de 18 a 24 anos, 40% entre 26 a 30 anos e 10% em maiores de 35 anos, essa proporção se diverge devido principalmente a taxa de fecundidade desse grupo ser também de 0,1%> que mulheres de 24 a 30 anos e, 0,4% superior ao grupo feminino >35 anos.

A desinformação é um forte fator atrelado à prevalência do problema em questão. Dessa maneira, silva et al. (2019), discute sobre a natureza de variável inversa relacionada ao grau de escolaridade e ocorrência dessa violência, pois quanto mais baixo for o nível de sapiência, maiores as chances. Em geral, mediante esse levantamento, observou-se a discrepância relacionada ao acesso ao ensino superior pelas participantes, apenas cinco tinham superior completo e quatro incompletos, em média 28% teriam o médio, e 26% o fundamental concluído. Constatando, a ideia conforme Diniz (2015), que os casos de VO ocorriam na maioria das vezes em pessoas de escolaridade mediana em detrimento da falta de conhecimento ou entendimento.

Por conseguinte, ao tratar do fator socioeconômico, é notório que é integralmente associável ao quesito de acesso no tratamento de forma mais humanizada. Diniz (2015) sugere que a condição econômica relacionada à idade ou cor possui de forma direta, influências sobre o tratamento prestado ao paciente. Desse modo ao inter- relacionar aos aspectos do estudo, observa-se em síntese uma exacerbada discrepância, pois menos de 22% das participantes possuem como renda entre um a cinco salários mínimos.

Apresentando o dado alarmante, que dentre o grupo observado 78% tinham entre abaixo ou igual a um salário mínimo mensal, elevando exponencialmente esse risco de vivenciarem a VO. Uma vez que, por haver a maior dificuldade no acesso aos serviços de saúde e políticas obstétricas, é presumível que há menos aproximação a informações consoante com (VIEGAS; VARGAS, 2016).

Referente ao estudo há um abismo de 73% entre mulheres pardas e brancas, 52% entre a participação de pardas e pretas e 73% entre o grupo pardo e amarelo. Consequentemente, Diniz et al. (2016), sucinta, a partir do entendimento e análise da desigualdade entre puérperas no sudeste nacional, que a etnia é um forte indicador de saúde, principalmente a vista que mulheres pardas e negras sofrem mais VO. Abrasco (2020) confirma tal entendimento ao ratificar uma variância de 1,5% a 2% maior de terem acesso a um pré-natal inadequado. Do mesmo modo que Resende e França (2021) pressupõem que esse delito é mais presente nessa realidade, ao constarem 63% de mortes envoltas pela violência obstétrica, tem como principal alvo esse grupamento.

Diante disso, tem-se nota que o estado civil também é fator atrelado a vivência desse delito. Ferreira e Madeira (2016), afirmam que a presença de um cônjuge, corrobora no resguardo afetivo e na sensação de conforto. Em concordância com Martins (2018), mesmo em etários mais jovens observa-se um grande percentual ao tratar de casadas ou em processo estável. No estudo, 62% da amostra equivaliam a casadas, e 36% solteiras, quadro não distante do levantamento realizado acerca do entendimento das puérperas sobre VO na Paraíba. Em que essa margem chega a 70% de casadas/união estável e 26% de solteiras. Apresentando assim um quadro positivo, à medida que essa discrepância contribui para diminuir riscos de VO, assim como vivenciarem de forma mais tranquila, o processo de parturição tanto para primíparas quanto multíparas (DODOU et al., 2014).

Concomitantemente, um levantamento realizado na universidade federal da fronteira Sul (UFFS) em 2014, relacionado ao conhecimento de mulheres sobre a violência obstétrica, consta de forma direta que primíparas ou multíparas apresenta a mesma predisponência a essa vivência. Ribeiro et al (2020) vai de acordo com esse levantamento, ao afirmar que ambos os grupos são susceptíveis, havendo apenas distinções sobre suas formas de apresentação. Pois, mulheres com apenas uma gesta tinham como característica um parto banalizado e ameaçado, já grupos acima de dois filhos, apresentavam pré-disposição à agressão e falas preconceituosas.

O que é explicado, principalmente pelo grupo de 18 a 27 anos, segundo Marchioro (2014), apresentarem em grande prevalência, mediano acesso à educação, cerca de 25% do grupo amostral estudado não possuem fundamental ou médio completo, além de terem em sua maioria, menores remunerações, indo de acordo com o levantamento do presente estudo uma vez que há prevalência de 36% de primíparas, 28% com até duas gestações, 20% com 3 gestas e >16% com até quatro filhos. Sendo observada uma interligação direta do fator idade, cor, condição econômica e estada civil ao processo de vivência da violência obstétrica e suas múltiplas facetas.

Dessa forma, ao adentrar mais profundamente na problemática observada, há o entendimento da necessidade do enquadro de cirurgias cesarianas sem necessidade como um delito obstétrico. Tesser et al. (2015), confirma tal julgamento ao denotar a predisponência mortal de cesarianas sem necessidade comparado ao parto normal. Dados do IBGE (2021) confirmam que 55% dos partos anuais no Brasil advêm de procedimentos cirúrgicos, e destes 43,7% evoluem para óbitos, gerando de acordo com Gary Stahl, (2019) consequências irreversíveis.

Justifica-se esse alarmante cenário, à vista do levantamento realizado pelo estudo, de tal forma que a média de partos eletivos ultrapassa em 2% a porcentagem de partos fisiológicos, mais precisamente 32 partos eletivos para cada 30 naturais. Sales (2020) explica esse fator, por meio do entendimento que o parto se tornou um mercado, e o médico obstétrico é o único responsável por essa assistência, a qual trará de forma mais próxima a uma realidade um caráter hospitalocêntrico e biomédico, principalmente quando há o fator, segundo Martins e Barros (2018) do desconhecimento de direitos sexuais e reprodutivos presente.

Diante disso, a pesquisa nascer Brasil, estipulou que em média 98,7% das puérperas tinham acesso ao pré-natal (SERRUYA, 2004). Observando um amplo aspecto de inserção no cenário nacional, em compatibilidade com dados do estudo, nota-se uma grande semelhança à medida que 100% das pacientes foram assistidas pelos planos assistenciais de pré-parto. Entretanto, apesar dessa ampla inserção, nota-se um predisponente inverso, que seria no caso, qualidade dos serviços prestados, principalmente à medida que há menos incentivos às consultas e baixo percentual de adequação ao Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN) (VIELLAS et al., 2014).

Como justificativa, os resultados dos estudos comprovam que, de uma amostra de 50 pacientes, apenas 34 tiveram suas cadernetas de pré-natal completas, e 16 tiveram entre três ou cinco consultas realizadas. Domingues et al. (2015), corrobora com a pesquisa ao concluir que essa menor assistência tem como base origens raciais, sexuais, etnocêntricas, sociais e econômicas, ao confirmar que mulheres pretas e pardas, indígenas, baixa renda e de menor escolaridade e residentes na região norte e nordeste, tem menos acesso a esse sistema de acompanhamento gravídico de forma qualitativa.

Mediante o exposto, relacionado à temática central do estudo em entender a relação entre uma nova gestação e a violência obstétrica, o trabalho apresenta como dados sólidos, contrários aos presumíveis intuitivamente, principalmente à medida que a discrepância entre o fator “não teve influência” e os demais se deram de forma demasiada. 30% das entrevistadas sofreram algum tipo de intercorrência obstétrica, ademais, 72% delas alegam não terem influência no desejo de uma nova gestação, apesar dos percalços sofridos. Contrapondo os dados apresentados, Silva e Araújo (2017) na qual constam que o conjunto de consequências psicológicas, morais e físicas advindas da VO, acarretam prejuízos que perpassam o lado imediatista, gerando um medo crônico de uma nova gestação, em cerca de 70% do grupo estudado.

Curiosamente, 70% alegaram não apresentarem vontade de uma nova gestação, apesar de 72% não terem sofrido influência ao vivenciarem a VO, 12% tinham mediano interesse e 14% grande. O que leva a entender que outros fatores como família, condição econômica, social e interesse apresentam grande interface nesse fator. À medida que variados autores sugerem como indubitável, uma influência negativa no desejo de uma nova gravidez, principalmente pelos traumas adquiridos. Confirmando os ideários de Schwab; Marthe; Bergant (2012), em que a negação ou a não aceitação de um novo ciclo gravídico, é comum em grupos que apresentaram vulnerabilidade psicológica, social ou moral, adquiridos pós-parto.

A princípio, a violência obstétrica pode ser definida em quatro principais eixos, havendo sua vertente física, institucional, psicológica/moral e sócio racial. Martins (2016) defende a ideia que julgamentos, xingamentos, piadas, humilhações, desqualificação da mulher, abandono  e falta de informações  são  os principais atos praticados dentro dessa vertente, em âmbito nacional. Não obstante desse entendimento, dados do presente projeto consta essa alta prevalência, principalmente quando se trata da desqualificação da opinião e da falta de informações a parturiente, atingindo mais 50% das entrevistadas.

Desse modo, Silva (2012), justifica-se essa alta incidência e prevalência, devido principalmente a normalização ou mesmo a cumplicidade dos órgãos de saúde ao mascararem e perpetuarem esse problema pela falta de ações ou mão de obra qualificada. Da mesma maneira, Diniz (2015) e Guimarães (2017) se posicionam em congruência com o mesmo autor, ao denotar que essa perpetuação advém de profissionais descapacitados, que estão envoltos nessas rotinas hospitalares de modelo imediatista e hospitalocéntrico.

Por conseguinte, Rocha e Grisi (2017) suscitam que ao retratar a realidade envolta do aspecto físico da violência obstétrica, os procedimentos mais comuns são caracterizados pela epsiotomia, toques constantes e a assistência sem permissão. Em similaridade, os fundamentais processos relatados no projeto, variaram desde a não permissão previa para o contato assistencial, equivalente a 24%, manobra de Kristeller e epsiotomia 20% e realização de toques vaginais repetitivos ou de forma agressiva, correspondendo 14%. Sendo pretexto desse alto índice, de acordo com Tesser et al (2015) a falta de humanização e consciência dos atuantes.

Costa et al. (2011), explicita de forma branda sobre a inutilidade desses procedimentos, a vista que o benefício de suas utilizações beira à margem zero. Para o mesmo autor, a epsiotomia ou o procedimento Kristeller, comprovadamente não trazem benefícios, apenas malefícios à saúde da mulher. Do mesmo modo, Aguiar e Rodrigues (2017) constam que o toque feito de forma despreparada e rotativa, apenas configura a mulher uma dolorosa e traumática experiência. Tesser (2015) e Browser (2010), concluem essa linha, ao entender que a falta de informes a cliente muitas vezes é mascarada com o intuito de “prevenir” situações que possam ocasionar estresse e instabilidade, entretanto muitas vezes tem relação à realização de procedimentos imprecisos, incertos e desumanos.

Diniz (2015) corrobora com a ideia que, atributos sociais, financeiros, raciais e localidade, são um importante predisponente a vivência interina da VO. Na mesma vertente, Martins e Barros (2018) reafirmam a informação do autor, acrescentando o fator escolaridade como um importante fator a essa continuidade. Em concordância com os expostos apresentados, 100% do contingente de participantes da pesquisa, vivenciaram de forma integral problemas como depreciação do atendimento baseado em atributos raciais, sociais, condição econômica ou peregrinação por falta de recursos humanos.

De acordo com variados estudos acerca da problemática, Alves et.al. (2021), por exemplo, reafirma que a cor e recursos financeiros são um importante indicador de acesso ao pré-natal, parto e MM. Retratando também, uma realidade que a dificuldade de atendimento, peregrinação e a taxa de discriminação têm de forma direta, ligações com vertentes sócio racial e econômica, sendo sugestivo de racismo institucional e sexismo (SANTOS, 2021).

Por fim, tem-se o entendimento que esse problema, é perdurante ao longo de décadas, apresentando-se de forma cada vez mais grave por sua vertente holística e institucionalizada (PEDROSO, 2017). A falta de educação continuada em saúde é o principal responsável correspondente a esse vão entre o atendimento humanizado e integralismo e seu oposto. Advindo desse processo, uma relação que perpassa o lado profissional e paciente, apresentando-se de forma sujeito-objeto, enfermeiro- procedimento, médico-doença (DINIZ, 2015).

5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao início do trabalho de pesquisa, constatou-se que a problemática central da violência obstétrica é uma grave violação dos direitos humanos, principalmente por ser presente em ¹/4 dos partos nacionais, caracterizando um momento traumático por atos de negligências, humilhações e desdenho ao ser em momento de fragilidade, indo contra o principal alicerce estipulado pela CF de 1988, que prevê a saúde como um direito equitativo, universal e integral, devendo ser oferecido sem quaisquer distinções sociais, econômicas ou raciais. Sendo assim necessário, estudar, analisar e compreender os efeitos da violência obstétrica no desejo de uma nova gestação por parte das mulheres, tendo em vista seu caráter traumático e perdurante.

Diante disso, a pesquisa teve como objetivo geral, entender como a vivência da VO afeta psicologicamente, fisicamente e moralmente a saúde reprodutiva da mulher, de forma a interferir numa posterior gestação. Constata-se desse modo, que essa meta foi atingida, logo que o trabalho efetivamente conseguiu identificar que facetas da VO como suas vertentes físicas, psicológicas e morais, mesmo que em uma quantidade relativamente menor, são fatores predisponentes para o surgimento de traumas e, por conseguinte, esse não desejo.

Inicialmente, o objetivo específico era analisar a interligação psicológica e a saúde reprodutiva da mulher, sendo esta uma meta atendida. Haja vista que circunstâncias ocasionadas pela problemática, entre seus inúmeros problemas adjacentes, ocasiona também depressão pós-parto, síndrome do pânico e ansiedade, o que interfere de forma direta e concreta na saúde sexual e reprodutiva da paciente.

O segundo objetivo específico, conseguiu discernir com clareza o perfil epidemiológico de pacientes vítimas dessas circunstâncias. Justifica-se isso principalmente pela constatação que o fator baixa idade, menor classe econômica, cores de pele negra e parda além do estado civil e escolaridade, convergem como aspectos significativos a essa experiência.

No terceiro objetivo específico, teve de forma concreta o concernimento sobre a identificação do nível que a VO obstétrica influencia na vontade de uma nova gestação, à medida que houve significativos dados de influência leve, medianos e grandes no levantamento, constatando sua atuação nessa escolha.

O último objetivo específico, contrariando os dados presumíveis, que trazia o questionamento sobre a reverberação dentro do âmbito familiar de mulheres que vivenciaram esse delito, não se deu de forma concreta, logo que não foram constatadas que problemáticas e traumas ocorridos dessa experiência, interferiam no natural percurso afetivo e sexual dos cônjuges, ou no caso de multíparas, entre seus filhos.

A pesquisa partiu das hipóteses que a VO dentre todos os danos psicológicos, também afetariam o desejo de engravidar, que prevaleciam na faixa-etária média de 18 a 24 anos, e que fatores socioeconômicos, étnicos e etários são de relevância a essa predisposição. Sendo uma teoria confirmada, porque, durante o trabalho verificou-se que o problema apresenta até o dobro de chances de ocorrência quando há uma ou mais de uma dessas características em uma paciente ou uma realidade.

Ao adentrar no problema central da pesquisa, em entender de que forma a violência obstétrica influência no desejo de uma nova gestação, tem-se como resolutiva confirmação que a VO influencia na vontade de um novo ciclo gravídico, e que a forma que essa interface se apresenta não segue padrões predispostos e estáveis, mas variam de acordo com os tipos e intensidade da problemática, e as consequências que a posterior foi detectada, como em traumas físicos, também psicológicos como síndromes, depressão, transtornos, bem como morais/ racistas, variando desde uma apresentação leve a médio e grave, de forma temporária ou permanente, sendo este o principal entendimento do problema.

Assim sendo, para o concernimento do dogma central do estudo que visou a compreensão das múltiplas facetas de consequências desse delito obstétrico, utilizou-se como meio uma tipologia de estudo transversal-descritiva e quantitativa, ao visar analisar de forma imparcial, precisa e explicativa de modo, que fosse suscitado a magnitude das reverberações compreendidas no campo de estudo.

Por final, diante da metodologia proposta, percebe-se que o trabalho poderia ter sido realizado de forma mais ampla. Haja vista, que limitações no pequeno campo amostral e a localidade do campo de estudo, dificultaram uma melhor visualização dos resultados que vão de encontro à enciclopédia. Dessa forma, recomendando-se que aos demais que busquem essa mesma vertente de estudo, ampliem os fatores de inclusão da pesquisa, assim como o campo amostral, da mesma forma que prezem por unidades de grande acesso pré, intra e pós-parto.

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1Bacharel em Enfermagem (Faculdade dos Carajás-PA).

2Mestranda em Ensino em Saúde na Amazônia (Universidade do Estado do Pará), Docente e Orientadora na Faculdade dos Carajás-PA

3Mestrando em Ciências da Saúde (Christian Business School-EUA), Enfermeiro Estratégia em Saúde da Família em Itupiranga-PA

4Enfermeiro Especialista em Saúde Pública com Ênfase em Saúde da Família e Comunidade (Gran Centro Universitário).