EPIDEMIOLOGICAL PROFILE OF PATIENTS DIAGNOSED WITH COVID-19 IN THE MUNICIPALITY OF GOIANÉSIA DO PARÁ, BASED ON DATA FROM DATASUS IN THE PERIOD FROM 2020 TO 2023
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202409161214
Maria Eduarda Silva Santos1;
Junior da Silva Gomes2;
Claudia Pires de Macedo Rodrigues de Vasconcelos3;
Ailson Almeida Veloso Júnior4
Resumo
Introdução: No Brasil existem grandes diferenças regionais em seus indicadores epidemiológicos, o que gera grandes desafios metodológicos, uma vez que o território brasileiro é extenso e necessita-se cautela para as análises de situações de saúde. Mesmo que exista grande empenho para sancionar as dificuldades da COVID-19, é essencial compreender que fatores de risco existem e foi crucial mais investigações para sancionar as lacunas sobre está temática. Mapear o cenário epidemiológico da COVID-19 em uma região especifica ou em qualquer parte do mundo requer bancos de dados produzidos ao longo da pandemia, esses por sua vez permitem identificar variáveis clinicas e epidêmicas que mostram as mais diversas informações de diferentes regiões. Objetivos: Analisar variáveis do perfil epidemiológico dos pacientes diagnosticados com COVID-19 no município de Goianésia do Pará –PA, nos anos de 2020 à 2023. Metodologia: Pesquisa transversal e quantitativa com análise de conteúdo de dados obtidos em fontes primárias de acesso público, não sendo necessário parecer ético prévio, conforme disposto na Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Resultados e Discussões: Evidenciou-se que dentre os casos notificados 98% destes eram autóctones, sendo localizados em sua maioria no bairro Centro com 18,8% dos casos. Ademais, as mulheres foram as mais acometidas com 53,5% das notificações. No que tange à sintomatologia 51,13% dos casos gerais foram assintomáticos, sendo notificados através de Testes Rápidos representando 83,9% dos casos. Destaca-se que 3,2% dos casos notificados envolveram profissionais de saúde, e que houve 0,6% de óbitos dentre os casos gerais. Palavras-chave: COVID-19. Perfil Epidemiológico. Fatores de Risco.
INTRODUÇÃO
De acordo com Netto et al. (2020), a SARS-CoV-2 é da família Coroviridae, sendo composta por uma molécula de RNA, com fita simples, com nucleocapsídeo e proteínas. Essas proteínas ao serem visualizadas no microscópio conferem forma de “coroa”, partindo disso surge o nome coronavírus. A COVID-19 é uma patologia respiratória causada pelo novo coronavírus. É uma doença infectocontagiosa, devido isso possui uma alta taxa de transmissibilidade, que por sua vez ocorre por três modos sendo eles contato, gotículas e aerossol (Brasil, 2021). O período de incubação é estimado entre 1 a 14 dias, com uma média de 5 a 6 dias (Brasil, 2021).
O avanço da doença vária de acordo com cada indivíduo, desde síndromes gripais até situações mais graves como síndrome do desconforto respiratório agudo, o que classificam os pacientes em assintomáticos ou sintomáticos. Todavia, os indivíduos que possuem comorbidades aumentam os riscos de apresentarem a forma mais grave da doença, gerando quadros inflamatórios sistémicos em vários tecidos e órgãos (Brasil, 2021).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (2020), houve um alerta sobre vários casos de pneumonia na cidade de Wuhan, província de Hubei, China. Logo em seguida, os primeiros casos de COVID-19 foram descritos em dezembro de 2019, se espalhando rapidamente pelo mundo e constituindo um risco de saúde pública. No dia 11 de março de 2020, a OMS estabeleceu que a doença COVID-19 seria caracterizada como uma pandemia.
O Ministério da Saúde (2020), no dia 26 de fevereiro de 2020 confirmou o primeiro caso de COVID-19 no Brasil, um homem de 61 anos de idade. A OMS (2021), declara que a América Latina é um epicentro de sofrimento causado pela COVID-19, uma vez que tem grande números de mortalidade. No Brasil até o 11 de maio de 2024 foram registrados 711.502 óbitos e na região Norte 52.003 óbitos, que equivale a aproximadamente 7,3% do quantitativo total do país.
Segundo Gonçalves et al. (2019), o Brasil tem grandes diferenças regionais em seus indicadores epidemiológicos, o que gera grandes desafios metodológicos, uma vez que o território brasileiro é extenso e necessita-se cautela para as análises de situações de saúde. Mesmo que exista grande empenho para sancionar as dificuldades da COVID-19, é essencial compreender que fatores de risco existem e é crucial mais investigações para sancionar as lacunas sobre esta temática.
Segundo Lorenzetti et al. (2012), ciência e tecnologia são instrumentos importantes para a saúde e o tratamento de doenças. Dessa maneira, os avanços científicos e tecnológicos que a pandemia trouxe, acabou gerando mudanças significativas no cotidiano da população. Esse processo evolutivo visou o aperfeiçoamento de técnicas e estratégias, que possibilitaram o tratamento de patologias de forma mais assertiva.
Concomitante a essas modificações, a pandemia da COVID-19 causou no mundo um grande colapso e como reflexo proporcionou na população grandes desgastes físicos e mentais, tonando-se emergência de saúde pública. Dessa forma, com o intuito de analisar os dados e informações sobre casos e subsidiar os gestores e técnicos nas tomadas de decisões, foram criadas estratégias preventivas e traçado um perfil epidemiológico da população, que pretendiam reconhecer o padrão de adoecimento populacional (Brasil, 2024).
Com isso, ressalta-se a necessidade de manutenção das medidas não farmacológicas na prevenção da infecção pela doença da COVID-19, sendo eles o distanciamento social, higiene das mãos, etiqueta respiratória e uso de máscaras (Brasil, 2021). Essas medidas foram indispensáveis no controle dos casos e na proteção individual e coletiva, permitindo compreender o processo epidemiológico e os determinantes de saúde durante o enfrentamento da doença.
É importante destacar que, estudos epidemiológicos visam compreender em regiões distintas as variadas informações sobre determinado assunto ou doenças. Portanto, o presente estudo tem como objetivo analisar variáveis do perfil epidemiológico dos pacientes com COVID-19 no município de Goianésia do Pará –PA, nos anos de 2020 à 2023.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), através do regulamento sanitário, foi decretado em 2020 a doença COVID-19 como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), o mais alto nível de alerta (Brasil, 2023). No Brasil, até o dado momento, mais de 38 milhões de casos foram confirmados, com mais de 700.000 mil mortes causadas pela doença (Brasil, 2024).
Dentro do período de estudo observado, no Estado do Pará, o número de óbitos ultrapassou 19 mil; e o município de Goianésia do Pará apresentou 39 óbitos (Brasil, 2024). Partindo disso, promover estudos de perfis epidemiológicos permite compreender e clarificar os dados sobre as populações contaminadas.
Mapear um cenário epidemiológico da COVID-19 em uma região específica ou em qualquer parte do mundo requer bancos de dados produzidos ao longo da pandemia, esses por sua vez permitem identificar variáveis clínicas e epidêmicas que mostram as mais diversas informações de diferentes regiões. Segundo Park et al. (2020), é crucial disseminar as principais descobertas por meio de uma revisão abrangente das evidências existentes, dessa maneira é possível intervir nos serviços de atendimentos a população e melhorar a gestão das políticas públicas, uma vez que, esses objetivos só são alcançados através de perfis epidemiológicos.
METODOLOGIA
Tratou-se de um estudo sobre o perfil epidemiológico dos pacientes diagnosticados com COVID-19 no município de Goianésia do Pará, nos anos de 2020 a 2023. É um estudo transversal, de forma quantitativa com números estatísticos e discutidos qualitativamente no decorrer do trabalho, onde foram tratados de dados públicos coletados e salvos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e da Vigilância Epidemiológica em Saúde do Goianésia – PA (VESG), que segundo Prado et al. (2021), é a função essencial em um sistema de saúde pública, por meio de coletas, análises e interpretação de dados, permite um bom planejamento na tomada de decisões. A escolha desta pesquisa visou a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.
Ao longo da pesquisa descritiva foram estabelecidos os perfis epidemiológicos dos casos de COVID-19, no município de Goianésia do Pará no período de 2020 a 2023.
Acrescentando-se a este trabalho dados notificados da plataforma DATASUS e VESG, no referido ano, de forma retrospectiva. Com isso, segundo o pesquisador Gil (2002), as vantagens da pesquisa bibliográfica residem no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. Ou seja, dá a possibilidades ao pesquisar conhecimentos e atualizações de dados já publicados em vários territórios diferentes, proporcionando várias perspectivas de análises.
De acordo com Creswell (2007), a investigação por meio de uma abordagem mista é uma forma conjunta que abrange os métodos quantitativos e qualitativos, envolve múltiplas formas de dados e análises, por sua vez, serviu para aprofundar a compreensão dos resultados e de seus objetivos. Está forma de pesquisa permitiu a observação dos dados estatísticos e a partir deles foram discutidas formas de investigação que incluíram as ciências sociais e humanas.
Desse modo, as pesquisas descritivas tiveram como objetivo a exposição das características de determinadas populações ou fenômenos, estabelecendo uma relação entre variáveis. Este modelo possibilitou conhecer a problemática estudada, logo, procurar-se transcorrer com exatidão os fatos e fenômenos de determinada realidade (Gil, 2002).
A partir do detalhamento metodológico que esse trabalho apresenta, foi realizada a coleta dos dados notificados através do DATASUS e VESG, abrangendo as seguintes variáveis: tipos de entrada, desfecho clinico da infecção, teste rápido para COVID-19, teste RT-PCR, forma clínica de infecção, confirmação de infecção por exame laboratorial, região de residência, faixa etária dos pacientes, sexo dos acometidos, renda, estado civil, escolaridade, entre outros.
A pesquisa foi realizada no município de Goianésia do Pará- PA, com uma área territorial de 7.023,948 km2, o que a coloca em uma posição de 40° de 144° entre os municípios do estado, na qual situa-se na região Sudeste do estado do Pará, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2022). A cidade faz parte de um dos sete municípios que compõem a Região de Integração do Lago de Tucuruí, na qual visam dar acessibilidade e suporte a população, e um melhor escoamento da produção regional, uma vez que estão as margens da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, a mais importante do país, de acordo com o Governo do Estado do Pará (2015).
Imagem 1- Visualização do Município de Goianésia do Pará
Fonte: Google Maps, 2024
A seleção amostral foi a utilização total dos dados estatísticos dos casos notificados de COVID-19 no ano de 2020 a 2023 no município de Goianésia do Pará –PA. Foram utilizados critérios de caráter censitário nessa amostra, que de acordo com Marconi & Lakatos (2017), os dados coletados podem possuir características diretas e indiretas da população, fatores econômicos, meios de comunicação, moradias, entre outros.
Essa pesquisa possuiu fundamentos e conceitos de uma abordagem quantitativa, que utilizou dados de domínio público. Dessa forma, as informações foram processadas e redigidas por meio de planilhas eletrônicas, utilizando o Microsoft Office Excel ® 2019, que segundo a Microsoft (2019), é conhecido por suas experiências de análises avançadas e flexíveis. Assim, para melhor compreensão de análises quantitativas serão gerados tabelas e gráficos e para uma flexibilização de interpretação, foram utilizados dados qualitativos, a fim de buscar na literatura dados que corroborem ou não as informações obtidas.
Este estudo envolveu apenas o levantamento de informações originadas de banco de dados de uso e acesso público, DATASUS e VESG, o que justificou a ausência da apreciação de um Comitê de Ética, em conformidade com a Resolução no 466/12 e 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na pesquisa realizada, os resultados foram expostos por meio de gráficos e tabela, com o objetivo de destacar os dados obtidos sobre pacientes acometidos com COVID-19 no município de Goianésia do Pará, entre os anos de 2020 a 2023.
Figura 1- Sexo por Ano de Notificação
Fonte: Vigilância Epidemiológica, 2024
Acerca da variável sexo, pode se observar que as notificações de COVID-19 foram predominantemente mais elevadas entre as mulheres, caracterizando 53,5% (3.564 casos) do total. Em oposição as notificações do sexo masculino, que representam 46,5% (3.091 casos) do total. Segundo Fortuna & Fortuna (2020), esses dados convergem com Texeira de Freitas na Bahia, onde em um determinado período os casos notificados do sexo feminino com 53,5%, foi superior ao masculino com 46,5%. Notou-se que os resultados se cruzam com uma pesquisa de perfil epidemiológico feita no Rio de Janeiro por Cavalcante & Abreu (2020), onde do total de casos notificados 51,4% são do sexo feminino, 47,7% do sexo masculino e 0,9% não foram informados. Entretanto, o presente estudo diverge de uma pesquisa sobre COVID-19 feita no município de Rolim de Moura – RO, onde entre as notificações feitas o sexo mais prevalente foi o masculino com 51,76% e o sexo feminino com 48,24% (Cunha et al., 2020).
Figura 2- Sintomas Clínicos Prevalentes por Ano de Notificação
Fonte: Vigilância Epidemiológica, 2024
Figura 3 – Total de Sintomas Clínicos nos Anos de 2020 a 2023
Fonte: Vigilância Epidemiológica, 2024
A análise da variável de sintomas clínicos revelou que a maioria das notificações de COVID-19 ocorreu com ausência de sintomas, ou seja, de forma assintomática com 51,13% (3.403) dos casos gerais. Quando essa mesma variável é observada em anos separados, ela continua sendo a mais prevalente entre as sintomatologias apresentadas. Entretanto, o indivíduo ser assintomático não significa que não apresente o curso clínico da patologia. Dessa maneira, essa análise acaba ratificando um estudo feito por Monte et al., (2020), que diz que mesmo com sintomatologia ausente, tanto os pacientes no período de incubação quanto às pessoas com infecção assintomática podem disseminar o vírus e tornar-se a fonte da infecção.
Figura 4- Testes Realizados de 2020 a 2023
Fonte: Vigilância Epidemiológica, 2024
É compreensível que nenhum município estava pronto para uma pandemia, o que dificultou a disponibilidade de teste e exames. Embora no mercado da saúde esteja disponível diversos tipos de teste para COVID-19, no início da pandemia era muito frequente o teste de RT-PCR.
No município de Goianésia do Pará, a partir das análises das variáveis foi possível perceber que os quatros anos do qual decorre a pesquisa houve prevalência de Teste Rápidos em 83,9% (5588) dos casos gerais, uma observação que contrapõe uma pesquisa realizada no município de Rolim de Moura -RO, onde lá a incidência de Teste Rápido foi apenas de 34,71% dos casos gerais notificados durante um período (Cunha et al., 2020).
Figura 5- Profissionais da Saúde Contaminados com COVID-19 por Ano de Notificação
Fonte: Vigilância Epidemiológica, 2024
Figura 6- Profissionais da Saúde Contaminados com COVID-19 Casos Gerais
Fonte: Vigilância Epidemiológica, 2024
Entre 2020 e 2023, foram registradas 6.655 notificações de COVID-19, e observou-se que o número de casos de profissionais da saúde foi de 3,2% (213 casos) total. No entanto, o ano de 2020 foi o auge de disseminação da pandemia de SARS-CoV-2 no Brasil, e convergindo a isso, foi o ano em mais teve profissionais contaminados com COVID-19 no município de Goianésia do Pará, mesmo este ano não sendo o mais recorrente de notificações.
Dessa maneira, como mostra a figura 6, o município teve 96,8% (6.442) de casos totais de contaminação na população geral e 3,2% (213) de contaminação em profissionais da saúde, mostrando que apesar de ser grupo de risco, os profissionais da saúde foram menos acometidos.
Com isso, esse estudo contrasta com a pesquisa feita por Santos et al., (2020), onde em determinado período de análise no estado do Amapá 89% da população em geral foram contaminadas por COVID-19 e 11% por trabalhadores da saúde, apesar de ambos os valores serem inferiores aos casos notificados da população em geral, no estado do Amapá os profissionais contaminados são três vezes superiores ao valor das notificações do município em questão.
Figura 7- Município de Residência por Ano de Notificação
Fonte: Vigilância Epidemiológica, 2024
Sobre o município de residência, os casos de COVID-19 revelam que a prevalência de casos notificados reside no próprio município representado 98% (6.520) dos casos gerais, essa população é zona urbana e rural. No entanto, em alguns município ocorrem uma discrepância em partes metropolitanas e interiores, como é o caso do estudo feito pela Quinino et al., (2021), onde permeia a pandemia como um efeito desproporcional nas regiões metropolitana e interior (rural) de Pernambuco, mostrando concentração de casos nas áreas urbanas.
Tabela 1- Notificação por Bairros e Ano
Fonte: Vigilância Epidemiológica, 2024
Figura 8- Número Total de Notificações por Bairro
Fonte: Vigilância Epidemiológica, 2024
É possível notar na tabela 1 a distribuição dos contaminados por COVID-19 nos bairros do município, e que a Zona Urbana do município possui a maior prevalência de casos totais com 69,3% (4.614), entretanto devido a vasta extensão rural do município isso justifica o fato da Zona Rural ainda possuir 19,3% (1.286) de casos notificados.
Dessa maneira, o bairro Centro está em primeiro lugar nos anos de 2020, 2021 e 2022, sendo que no ano de 2023 fico em segundo lugar, mudando seu posicionamento apenas para o bairro Rio Verde. Assim, o Centro possui 18,8% (1.252) de casos notificados durante o período estudado, sendo ele o mais prevalente. Posteriormente Santo Amaro com 9,3% (618) e Floresta com 7,4% (492). Porém, esses dados divergem do estudo feito por Cunha et al., (2020), onde classifica com como fatores pertinentes a disseminação do vírus espaços geográficos e culturais, pois a microárea mais prevalente de Goianésia do Pará possui uma boa infraestrutura geográfica.
Figura 9– Óbitos por Ano de Notificação em Goianésia do Pará
Fonte: Vigilância Epidemiológica, 2024
Figura 10- Óbitos nos Municípios da Região de Integração do Lago de Tucuruí
Fonte: Ministério da Saúde, 2024
Houveram 6.655 notificações de COVID-19 nos quatro anos pesquisados, os óbitos referentes a essas notificações são de 0,6% (39) do total de notificações, sendo que o ano de 2021 foi o que mais teve óbitos com 53,8% (21), pode-se concluir que este quantitativo está relacionado ao fato deste ano ter sido o mais notificado com 4.093 de casos de COVID-19.
A Região de Integração (RI) Lago de Tucuruí é uma subdivisão do Estado do Pará, que liga municípios com as características sociais e econômicas parecidas. Essa região é composta por sete municípios sendo eles Breu Branco, Goianésia do Pará, Itupiranga, Jacundá, Nova Ipixuna, Novo Repartimento e Tucuruí (Brasil, 2015). Com isso, esses sete municípios possuem 722 óbitos do ano de 2020 a 2023, Tucuruí se encontra com 40% (289) dos óbitos totais, e confluindo com os dados presentes, Goianésia do Pará é o segundo município com menor incidência de óbitos 5,4% (39) em relação aos óbitos totais da Região de Integração do Lago de Tucuruí, ficando atrás unicamente do município de Nova Ipixuna com 3,7% (27) óbitos no período referido.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É sabido que a pandemia da doença COVID-19 foi um grande desafio para o país, estado e município de Goianésia do Pará, onde existia um ponto convergência, entretanto possuía impactos diferentes em cada local e grupo populacional. O vírus SARS-CoV-2, testou a capacidade do sistema de saúde mundial em como responder as emergências sanitárias.
Com isso, traçar um perfil epidemiológico permite uma melhor e maior transparência de dados em relação a determinado assunto. Recomenda-se que as fichas de notificação sejam preenchidas por completo os dados como tipos de entrada, desfecho clinico da infecção, teste rápido para COVID-19, teste RT-PCR, forma clínica de infecção, confirmação de infecção por exame laboratorial, região de residência, faixa etária dos pacientes, sexo dos acometidos, renda, estado civil, escolaridade, entre outros, afim de que essas informações possam ser cruzadas de forma clara e sistemática, contribuindo como um perfil epidemiológico mais aprofundado, evitando assim, as subnotificações.
Assim, é importante que haja uma melhor investigação da assistência de saúde, para se ter o alcance desejado do processo de cura-doença. Frente a este cenário, é pertinente que o país e o estado do Pará estejam preparados para enfrentar situações emergenciais como as abordadas neste artigo, possuindo uma resposta eficiente para benefício da população.
REFERÊNCIAS
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1Discente do Curso Superior de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará. Forma-Pará. e-mail: maria.essantos@aluno.uepa.br;
2Discente do Curso Superior de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará. Forma-Pará. e-mail: junior.dsgomes@aluno.uepa.br;
3Médica Pediátrica – Neonatologista e Intensivista. e-mail: claudia.pmrv1@gmail.com;
4Docente do Curso Superior de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará. Campus XIII. Mestre em Cirurgia e Pesquisa experimental (PPGCIPE/UEPA). e-mail: junior.veloso@uepa.br