CULTIVARES DE SOJA MAIS PLANTADAS NA REGIÃO DO JALAPÃO NAS PROXIMIDADES DO MUNICÍPIO DE NOVO ACORDO-TO

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10249131333


Giubiran Sena Silva
Professor/ Orientador: Dr. Cid Tacaoca Muraishi
Daisy Parente Dourado
Thiago Magalhães De Lazari


RESUMO  

O trabalho a seguir tem como o objetivo mostrar as principais cultivares produzidas na região do jalapão nas proximidades do município de Novo Acordo-TO. Da família das Fabaceae, a soja (Glycine max (L.) Merrill) é uma das mais importantes culturas de leguminosas na economia mundial. O Tocantins tem despontado no cenário nacional interface entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). ). A oleaginosa segue como a principal cultura, tanto em área como em produção no Estado. Na safra de 2022/2023, o grão ocupou mais de 68% da área e 62,7% de toda produção de oleaginosa no Tocantins. Sendo assim a cultivar mais plantada na região objeto de estudo foi a Olimpo. Desta forma, a escolha correta das cultivares mais adaptadas às condições locais é de fundamental importância visando à expressão do máximo potencial produtivo e maior custo/benefício da lavoura. 

PALAVRASCHAVE: Soja, Tocantins, jalapão, safra. 

ABSTRACT  

The following work aims to show the main cultivars produced in the jalapão region near the municipality of Novo Concordo-TO. From the Fabaceae family, soybean (Glycine max (L.) Merrill) is one of the most important legume crops in the world economy. Tocantins has emerged on the national scene (interface between the states of Maranhão, Tocantins, Piauí and Bahia). The oilseed remains the main crop, both in area and production in the State. In the 2022/2023 harvest, the grain occupied more than 68% of the area and 62.7% of all oilseed production in Tocantins. Therefore, the most planted cultivar in the region under study was Olimpo. Therefore, the correct choice of cultivars best adapted to local conditions is of fundamental importance in order to express the maximum productive potential and greater cost/benefit of the crop. 

KEYWORDS:. Soy, Tocantins, jalapão, harvest. 

1. INTRODUÇÃO   

Da família das Fabaceae, a soja (Glycine max (L.) Merrill) é uma das mais importantes culturas de leguminosas na economia mundial. Seus grãos são muito usados pela agroindústria (produção de óleo vegetal e rações para alimentação animal), indústria química e de alimentos. Recentemente, vem crescendo também o uso como fonte alternativa de biocombustível (COSTA NETO & ROSSI, 2000). 

A soja apresenta como centro de origem e domesticação o nordeste da Ásia (China e regiões adjacentes) (ver CHUNG & SINGH, 2008) e a sua disseminação do Oriente para o Ocidente ocorreu através de navegações. 

No Brasil, o primeiro relato de cultivo vem do ano 1882, no Estado da Bahia (BLACK, 2000). Em seguida, foi levada por imigrantes japoneses para São Paulo, e somente, em 1914, foi introduzida no estado do Rio Grande do Sul, sendo este por fim, o lugar onde as variedades trazidas dos Estados Unidos, melhor se adaptaram às condições edafoclimáticas, principalmente em relação ao fotoperíodo (BONETTI, 1981). 

A implantação de programas de melhoramento de soja no Brasil possibilitou o avanço da cultura para as regiões de baixas latitudes, através do desenvolvimento de cultivares mais adaptados por meio da incorporação de genes que atrasam o florescimento mesmo em condições de fotoperíodo indutor, conferindo a característica de período juvenil longo (KIIHL & GARCIA, 1989).  

A adaptação de diferentes cultivares a determinadas regiões depende, além das exigências hídricas e térmicas, de sua exigência fotoperiódica (horas de sol diárias exigida pela planta). A sensibilidade ao fotoperíodo é característica variável entre cultivares, ou seja, cada cultivar possui seu fotoperíodo crítico, acima do qual o florescimento é atrasado. Por esta razão, a soja é considerada planta de dia curto. (EMBRAPA,2021). A sensibilidade ao fotoperíodo ainda é uma importante restrição para uma adaptação mais ampla da soja. Em função dessa característica, a faixa de adaptabilidade de cada cultivar é variável à medida que se desloca em direção ao norte ou ao sul. (EMBRAPA,2021). 

Os atuais cenários da soja mostram que desde a safra de 2017/2018, o Brasil e os EUA se alternavam no posto de maior produtor de soja do mundo, contudo a partir da safra 2019/2020, o Brasil ocupou o posto de maior produtor de soja do mundo, responsável por 47,67% da oferta mundial (CONAB, 2021). Atualmente de acordo com o boletim, a soja deverá atingir uma produção estimada em 162,4 milhões de toneladas, com um crescimento de 2,8% na área a ser semeada, o que ainda consolida o Brasil como o maior produtor mundial da oleaginosa.  (CONAB, 2023). Aproximadamente 75% da produção nacional de soja destinam-se ao mercado externo. Em volume exportado, o Brasil para safra 2022/2023 liderou o ranking mundial com 94,35 milhões de toneladas de soja. (CONAB 2023).   

O Tocantins tem despontado no cenário nacional como um grande produtor de grãos. Fazendo parte da região MATOPIBA (região de interface entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Com cerca de 4.800.000 hectares com plantio de soja que somaram a produção total de 18,5 milhões de toneladas na safra 2022/23, o que representa cerca de 12,3% do total produzido no Brasil (EMBRAPA, 2022). A oleaginosa segue como a principal cultura, tanto em área como em produção no Estado. Na safra de 2022/2023, o grão ocupou mais de 68% da área e 62,7% de toda produção de oleaginosa no Tocantins (SEAGRO,2023). 

Dos cem municípios que cultivam a soja no Estado do Tocantins, apenas dezenove munícipios exportam o grão, sendo os principais: Porto Nacional, Jalapão, Gurupi, Miracema, Dianópolis e Araguaína. No levantamento realizado entre os anos de 2011 e 2020, a região do Jalapão fica em segundo lugar, atrás somente de Porto Nacional (COMEX STAT,2020). Porém, segundo o IBGE constatou que a região do Jalapão foi a que mais produziu tendo uma média de produção superior a Gurupi e Porto Nacional. A sua produção chegou em cerca de 4,5milhoes de toneladas entre os anos de 2011 2020, tendo uma área equivalente a 1,5 milhões de hectares com um rendimento médio de 46 sacas, sendo umas das microrregiões com maior quantidade de toneladas produzidas. (IBGE,2020).   

A Região do Jalapão localiza-se na porção leste do estado do Tocantins, limítrofe com os estados da Bahia, Piauí e Maranhão. Originalmente esta área possui 43.881,14km², compreendendo 10 municípios inseridos no domínio do bioma Cerrado (IBGE,2011).  

O Jalapão compreende os municípios de Ponte Alta do Tocantins, Mateiros, São Félix do Jalapão, Novo Acordo, Santa Tereza do Tocantins e Lagoa do Tocantins, as cachoeiras da Velha, Formiga e o Fervedouro são algumas das principais atrações. Turistas de vários cantos do mundo são seduzidos pela região. As maravilhas exóticas ainda não são capazes de manter a economia das cidades que compõem o recanto da beleza tocantinense. Além da natureza, o Jalapão abriga uma porção de latossolos propícios para a agricultura, localizados na Chapada das Mangabeiras, divisa natural entre os estados do Maranhão, Piauí e Bahia (SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO).    

2. OBJETIVOS   

O objetivo desse trabalho consiste em realizar um levantamento das cultivares de soja mais plantadas na região do jalapão levando em consideração as proximidades do município de Novo Acordo – TO.  

MATERIAL E MÉTODOS   

metodologia utilizada neste artigo consistiu no tipo descritivo, exploratório e bibliográfico, com procedimento de coleta de dados primários e secundários relacionados com as principais cultivares de soja produzidas na região do jalapão, com dados coletados nas propriedades próximas ao Município de Novo Acordo- TO. 

A pesquisa investigativa e exploratória é o primeiro passo de todo trabalho científico (ANDRADE 2009). Assim, uma das características da pesquisa descritiva é a técnica padronizada da coleta de dados realizada principalmente através de questionários e da observação sistemática.  

Diante disso, realizou-se uma visita à 10 propriedades em torno do Município de Novo Acordo-TO, a fim de diagnosticar as principais cultivares de soja produzidas nas propriedades. 

RESULTADO E DISCUSSOES   

Com base nos dados levantados nos 10 (dez) empreendimentos rurais, temos como principais cultivares de soja a Olimpo, Neo790 e Domínio. Neste trabalho apresentaremos informações sobre algumas de suas características agronômicas. 

1° OLIMPO IPRO  

Olimpo IPRO é uma cultivar de domínio de empresa Bramax.  Uma de suas características é possuir grupo de maturação de 8.0 na região do Tocantins (figura 1), 

Figura 1: Característica da semente Olimpo Ipro. 

                                    Fonte: Sementes Ipiranga. 

            Possuindo um alto potencial produtivo, ampla região de adaptação,  estabilidade e um excelente desenvolvimento inicial, além disso, a cultivar é resistente ao cancro de haste e à pústula bacteriana, além de ser considerada moderadamente suscetível à mancha olho de rã (Figura 2). 

Figura 2: Resistencia ou suscetibilidade as principais doenças da cultivar Olimpo Ipro. 

Fonte: Sementes Ipiranga. 

2° NEO 790 IPRO.  

Essa variedade tem porte médio, hábito de crescimento indeterminado e ramificação média, necessitando de média para alta fertilidade (Figura 3). Ela registra PMG de 168g. 

Figura 3: Características da cultivar NEo790. 

Fonte: Sementec Agronegócios 

Possui uma janela de semeadura adequada para a nossa região no período no final do mês do outubro até final do mês de novembro (Figura 4) 

Figura 4:População, ciclo e melhor época para semeadura na Neo790 

Fonte: Sementec Agronecogios. 

Além disso é uma cultivar que possui resistência a doenças como cancro da haste e pústula bacteriana. 

3° DOMÍNIO IPRO  

A cultivar Brasmax Domínio IPRO é um importante lançamento da Brasmax para a safra de soja 2020/2021 no MAPITOBAPA. Com características específicas para esta região, o material tem potencial para alavancar o rendimento dos produtores, pois é uma cultura de alto potencial produtivo e com ciclo adequado para a nossa região. (figura 5). 

Figura 5: Principais características da Cultivar Domínio Ipro 

Fonte: ATTO sementes 

Sua época de plantio está recomendada para o mês de novembro entre os dias 01/11 e 25/11. Além disso é uma cultivar que possui em seu pacote resistência a algumas doenças significantes a cultura (figura 6). 

Figura 6: Resistencia e suscetibilidade da cultivar Domínio. 

Fonte: ATTO sementes. 

5. CONCLUSÃO   

A cultivar mais plantada na região objeto de estudo foi a Olimpo. Desta forma, a escolha correta das cultivares mais adaptadas às condições locais é de fundamental importância visando à expressão do máximo potencial produtivo e maior custo/benefício da lavoura. 

6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS    

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. 9.ed. São Paulo: Atlas,2009. 

AGNOL, A. D. A soja no Brasil: Evolução, causas, impactos e perspectivas. In: Anais do        V         Congreso        de        la         soja     en        mercosur,        2011.             Disponível      em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/47515/1/amelio.soja.2011.pdf. Acesso em 08 fev. 2024.  

BLACK, R. J. Complexo soja: fundamentos, situação atual e perspectiva. In: CÂMARA , G. M. S. (Ed.). Soja: tecnologia de produção II. Piracicaba: ESALQ, p.1- 18, 2000. 

BONETTI, L. P. Distribuição da soja no mundo : origem, história e distribuição. In : MIYASAKA, S.; MEDINA, J.C. (Ed.). A soja no Brasil. Campinas : ITAL, p. 1-6, 1981. 

COSTA NETO, P. R. & ROSSI, L. F. S. Produção de biocombustível alternativo ao óleo diesel através da transesterificação de óleo de soja usado em fritura. Química Nova, v.23, p. 4, 2000. 

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO – CONAB. Acompanhamento da safra brasileira de grãos: safra 2019/2020. Disponível em: < https://bit.ly/3KyIUH8>. Acesso em 10 fev. 2024.   

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO – CONAB. Produção e Exportação global de soja, safra 2021. Disponível em: < https://bit.ly/3nFO2Qy>. Acesso em 10 fev. 2024.  

CANAL RURAL: Maiores produtores de soja no Brasil.  2021. Disponível em:  https://www.canalrural.com.br/noticias/agricultura/mais-lidas-em-2021-reidoshectares-vejaquem-sao-os-nossos-3-maiores-produtores-agricolas/. Acesso em 15 fev. 2024.  

COMEXSTAT. Dados de exportação e Importação de soja do estado do Tocantins. Disponível em: <http://comexstat.mdic.gov.br/pt/geral>. Acesso em 11 fev. 2024.  

COSTA NETO, P. R. & ROSSI, L. F. S. Produção de biocombustível alternativo ao óleo diesel através da transesterificação de óleo de soja usado em fritura. Química Nova, v.23, p. 4, 2000. 

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA. Dados econômicos: soja em números (Safra 2019/20). Disponível em: <https://www.embrapa.br/soja/cultivos/soja1/dados-economicos>. Acesso em 05 fev.  2024 

CHUNG, G.; SINGH, R.J. Broadening the Genetic Base of Soybean: A Multidisciplinary Approach. Critical Reviews in Plant Sciencies, Boca Raton, v. 27, n.5, p. 295-341, 2008. 

CANAL RURAL: Maiores produtores de soja no Brasil.  2021. Disponível em:  https://www.canalrural.com.br/noticias/agricultura/mais-lidas-em-2021-reidoshectares-vejaquem-sao-os-nossos-3-maiores-produtores-agricolas/. Acesso em 15 fev. 2024.  

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Divisão Regional do Brasil. 2018. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/geociencias/organizacao-

doterritorio/divisaoregional/15778-divisoes-regionais-do-brasil.html?=&t=o-que-e>. Acesso em: 09 set. 2022. ________________________– IBGE. Produção, Área plantada, colhida e rendimento médio,  por  microrregião.  2021.  Disponível  em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/to/pesquisa/14/10193. Acesso em: 09 fev. 2024.  

KIIHL, R.A.S.; GARCIA, A. The use of the long-juvenile trai in breeding soybeancultivars. In: WORLD SOYBEAN RESERACH CONFERENCE, 4., p. 994-1000,1989. 

MENDES, J. T. G; PADILHA Jr, J. B. Agronegócio: uma abordagem econômica. São Paulo: Pearson Pretice Hall, 2007. 384p.  

MOTTER, C. C. Comercialização de Soja: um instrumento operacional para o aumento da renda do produtor. Dissertação de Mestrado. Florianópolis, UFSC, 2001.  

MAFIOLETTI, R.L. Formação de preço da cadeia produtiva da soja na década de 90. Dissertação de Mestrado. Piracicaba: Universidade de São Paulo – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, 2000.  

PIZA, C.T.; R.W. WELSH. Introdução à Análise da Comercialização. Série Apostilan.º 10. Departamento de Economia – ESALQ/USP, Piracicaba – SP, 1986.