AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA DAS ÁGUAS DE BEBEDOUROS DE COZINHAS DA ESCOLA ESTADUAL SANTA RITA DE CÁSSIA E OFICINA DE ENSINO SONHO MEU

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202409092138


Jacqueline de Lima Gomes Noé1;
Michele Silva Freire Mariano1;
Cristiam Moraes da Costa2;
Daniel Rosa da Silva2;
Douglas Batista da Silva3;
Vicente Antonio de Senna Junior3


 RESUMO 

O planeta é envolto por uma imensa quantidade de água, que é extremamente importante  para todos os seres vivos, pois é fundamental para diversas funções no organismo. Contudo,  a água deve garantir o padrão de potabilidade, já que é utilizada para hidratação e preparo  de alimentos. Visto que as crianças passam bastante tempo do seu dia nas escolas, este  trabalho objetivou analisar e avaliar a qualidade da água de abastecimento na Escola  Estadual Santa Rita de Cássia e na Oficina de Ensino Sonho Meu, ambas localizadas no  município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. Foram utilizados métodos  físico-químicos e microbiológicos, e os resultados foram satisfatórios, tornando o consumo da  água seguro. Dada a conclusão dos resultados, a monitoração regular para a prevenção de  patologias de veiculação hídrica é fundamental para a manutenção da saúde, sendo a  fiscalização responsabilidade dos responsáveis pelo estabelecimento. 

Palavras-chaves: Parâmetros físico-químicos e microbiológicos, qualidade da água, padrões  de potabilidade. 

ABSTRACT 

The planet is enveloped by an immense amount of water, which is extremely important to all living  beings as it is fundamental to various bodily functions. However, it must meet drinking water  standards because it is used for hydration and food preparation. Since children spend much of  their day in school, this study aimed to analyze and evaluate the water quality of supplies at Santa  Rita de Cássia State School and the Sonho Meu Teaching Workshop, both located in the  municipality of Nova Iguaçu, in Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. Physical-chemical and  microbiological methods were employed, and the results were satisfactory, making the water safe  for consumption. Given these findings, regular monitoring is crucial for the prevention of water borne diseases and the maintenance of health; the responsibility for this lies with the  establishment’s management. 

Keywords: Physical-chemical and microbiological parameters, water quality, potability  standards.

 INTRODUÇÃO 

A superfície da Terra é coberta por aproximadamente 71% de água em  estado líquido. Cerca de 2% dessa água total é considerada água doce, mas é  inacessível, pois está presente em geleiras e aquíferos. Apenas cerca de 1% da  água doce está disponível em lagos, rios e na atmosfera para consumo. A água  é um recurso hídrico vital e o composto inorgânico mais abundante na matéria  viva, sendo extremamente importante para o ser humano. Ela representa cerca  de 60% do peso corporal de uma pessoa adulta e pode chegar a 80% do peso  corporal em crianças (UNESCO, 2012; MARIA LUIZA MACHADO GRAZIERA,  2023). 

Conforme o artigo 225 da Constituição Federal de 1988, é garantido a  todos o direito a um ambiente ecologicamente equilibrado e sustentável, o que  abrange o acesso à água de qualidade essencial para a sobrevivência de todas  as espécies (SANTOS et al., 2021). 

Antes de 1997, a qualidade da água era regulamentada com base nas  diretrizes da Organização Mundial da Saúde e nas recomendações do Serviço  de Saúde Pública dos Estados Unidos. A partir daquele ano, o Decreto Federal  nº 79.367 conferiu ao Ministério da Saúde a responsabilidade de criar normas e  padrões para a potabilidade da água. Nesse contexto, a Portaria nº 5623 foi  estabelecida para definir os limites máximos para as características físicas,  químicas e biológicas da água potável (MELO et al., 2021). 

Em 1986, o Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional de  Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano, com o objetivo de  motivar as secretarias estaduais de saúde a intensificar suas atividades de  monitoramento e controle da água (ARANTES, 2024). 

Água “segura” vai além da simples potabilidade e envolve critérios  fundamentais como a ausência de contaminantes que representam riscos à  saúde, incluindo patógenos e substâncias químicas tóxicas. Deve passar por  tratamento eficaz para garantir que esteja livre de microrganismos nocivos e  substâncias perigosas, como metais pesados e nitratos. Além disso, é essencial  que a água esteja continuamente disponível e acessível, com um sistema de  abastecimento confiável e um custo acessível para todos, garantindo que cada  pessoa tenha acesso a esse recurso vital para a saúde e o bem-estar (MIRANDA et al., 2023). 

O Ministério da Saúde define que a água para consumo humano deve  atender a rigorosos padrões de potabilidade em aspectos microbiológicos,  físicos, químicos e radioativos. Isso inclui a eliminação de patógenos nocivos, a  ausência de turbidez e substâncias tóxicas, e níveis seguros de radiação. Esses  critérios são fundamentais para garantir que a água seja segura e não represente  riscos à saúde pública, assegurando a proteção da população e prevenindo  doenças relacionadas à água contaminada (ARANTES, 2024). 

Durante muito tempo, a água potável foi considerada uma abundância  infinita, um presente contínuo da natureza. No entanto, a rápida expansão  populacional e a crescente desordem nas atividades humanas começaram a  modificar essa perspectiva. O aumento na demanda, juntamente com a poluição  e a má gestão dos recursos hídricos, tem afetado negativamente a capacidade  de renovação da água. A crescente carga sobre os ecossistemas aquáticos e a  intensificação da contaminação estão reduzindo a disponibilidade de água limpa,  transformando um recurso antes visto como ilimitado em algo precioso e raro.  Isso destaca a necessidade urgente de uma gestão mais eficaz e sustentável  para assegurar o abastecimento futuro de água (HANDAM et al., 2022). 

A água está no centro do desenvolvimento sustentável e está vinculada  ao Objetivo 6 da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), que  defende o acesso universal e equitativo à água potável e ao saneamento até  2030 (CAVALCANTE et al., 2023). 

As águas minerais são aquelas extraídas de fontes naturais, formadas por  processos geológicos específicos. Cada fonte mineral possui uma assinatura  química única, que resulta da interação com os diferentes tipos de rochas e  terrenos que a água atravessa em seu caminho subterrâneo. A composição da  água mineral é determinada pelos minerais e elementos presentes nas rochas e  no solo por onde ela percola (SANTOS et al., 2021). Essa composição pode  variar bastante, pois os minerais dissolvidos são modificados por fatores como a  erosão das rochas, as condições hidrogeológicas e os processos climáticos.  Além disso, o ambiente ao redor da fonte, como a presença de vegetação e  outras características geográficas, também influencia a qualidade e a  concentração dos minerais na água, levando a uma ampla diversidade de perfis  minerais entre diferentes fontes (PINTO et al., 2022)

Independentemente da fonte (superficial ou subterrânea), a água pode  servir de veículo para vários agentes biológicos e químicos, sendo necessário  observar os fatores que podem interferir negativamente em sua qualidade (Di  BERNARDO, 1993; BURTON et al., 2021). 

Os compostos nitrogenados, como amônia, nitrito e nitrato, podem ser  prejudiciais à saúde humana quando presentes em altas concentrações na água.  A amônia pode ser tóxica para o sistema respiratório e fígado, o nitrito pode  causar metemoglobinemia, prejudicando o transporte de oxigênio no sangue, e  o nitrato, ao ser convertido em nitrito, pode aumentar o risco de problemas  respiratórios e câncer, além de afetar a saúde cardiovascular. Portanto, é  essencial monitorar e controlar esses compostos para proteger a saúde humana  e o meio ambiente (BORDALO, 2022). 

A água desempenha um papel vital na manutenção da vida, facilitando  processos bioquímicos e a circulação de substâncias entre os meios intra e  extracelular. De acordo com a RDC/274, o teor de nitrato em águas minerais  naturais deve ser inferior a 50 mg/L. A ingestão de água com níveis elevados de  nitrato pode provocar metemoglobinemia e contribuir para a formação de  nitrosaminas e nitrosamidas, que são carcinogênicas (NOVATO, 2021). 

A água desempenha um papel vital no corpo humano, facilitando a síntese  de proteínas essenciais para o crescimento e reparo celular. Além disso, é crucial  na excreção de metabolitos e toxinas prejudiciais que precisam ser eliminados  para manter a saúde. A água também é fundamental para diversas funções  corporais, como a regulação da temperatura, a digestão e a absorção de  nutrientes, além de ajudar na lubrificação das articulações e na manutenção do  equilíbrio hídrico. Sem água suficiente, essas funções vitais ficam  comprometidas, o que pode levar a desequilíbrios metabólicos e problemas de  saúde (VARGAS et al., 2021). 

Ou seja, praticamente todas as atividades que desempenhamos  dependem da água. Desde as mais básicas e cotidianas, como a higiene pessoal  e o preparo de alimentos, até as mais complexas, como a produção industrial e  a agricultura, a água é um recurso essencial. Sem ela, não seria possível garantir  a qualidade de vida, a saúde e o bem-estar das pessoas. A água é fundamental  para o funcionamento adequado dos sistemas biológicos e ambientais, além de  ser crucial para o desenvolvimento econômico e social. A irrigação das lavouras, a geração de energia, o transporte de mercadorias e até a preservação de  ecossistemas inteiros estão intrinsicamente ligados à disponibilidade e à gestão  adequada dos recursos hídricos. Assim, a água não só sustenta a vida cotidiana,  mas também impulsiona o progresso e a sustentabilidade das sociedades  modernas (SILVA, 2021; BORDALO, 2022). 

Água poluída pode transmitir doenças e microrganismos infecciosos,  representando riscos à saúde. O monitoramento é crucial e frequentemente  envolve a detecção de bactérias, como as coliformes fecais, que indicam  contaminação fecal e comprometimento do sistema de abastecimento. Identificar  e eliminar essas contaminações é essencial para garantir a segurança da água  potável (VARGAS et al., 2021). 

Arantes (2024) enfatiza que a água desempenha um papel crucial na  propagação de doenças, muitas vezes devido à presença de microorganismos  patogênicos. Esses microorganismos geralmente se originam da poluição por  fezes humanas e animais, que contaminam as fontes de água. A água  contaminada pode abrigar uma variedade de patógenos, como bactérias, vírus e  parasitas, responsáveis por doenças infecciosas graves. Para proteger a saúde  pública e prevenir surtos de doenças transmitidas pela água, é essencial que a água seja adequadamente tratada e monitorada. A persistência desses  microorganismos em ambientes aquáticos reforça a necessidade de  implementar sistemas eficazes de saneamento e controle de qualidade da água. 

A ingestão de água contaminada por patógenos, como E. coli, Salmonella,  vírus da Hepatite A e parasitas como Giardia e Cryptosporidium, pode causar  doenças infecciosas graves, incluindo gastroenterites e cólera. Garantir que a  água seja adequadamente tratada e monitorada é essencial para evitar esses  riscos à saúde (RIATTO et al., 2021). 

É essencial entender que toda água doce precisa de tratamento para se  tornar potável e segura para o consumo. Esse processo garante que a água  esteja livre de contaminantes e conforme os padrões da Vigilância Sanitária. A  vigilância da qualidade da água é crucial para proteger a saúde pública e garantir  uma vida saudável para todos (ANDRADE, 2021). 

Sabe-se que muitas pessoas ainda têm um conhecimento limitado sobre  o assunto e podem não estar totalmente informadas sobre a importância do  tratamento e da qualidade da água. No entanto, é um dever dos profissionais da área fornecer orientação clara e acessível para a população. Ao compartilhar  informações precisas e educar a comunidade sobre os processos de tratamento  da água e os padrões de segurança, esses profissionais desempenham um  papel crucial na promoção da saúde pública e na prevenção de riscos. Garantir  que a população compreenda a importância desses cuidados ajuda a fortalecer  a confiança nos serviços de água e a melhorar a qualidade de vida (MARTELLET  et al., 2024). 

A correta purificação da água é crucial para reduzir a incidência de  doenças e mortes associadas ao consumo de água poluída. A supervisão da  qualidade da água nos sistemas públicos de abastecimento é essencial para  assegurar que ela não ofereça perigos à saúde (SILVA et al., 2021). É  fundamental realizar a limpeza e a manutenção periódicas dos reservatórios e  filtros domésticos para assegurar que a água armazenada em casa permaneça  segura para o consumo (FERNANDES, 2023). 

A atenção às doenças transmitidas por água e alimentos (DVA) deve ser  rigorosa nas instituições educacionais, pois as crianças são particularmente  vulneráveis a toxinfecções alimentares, que podem ser fatais em casos graves.  Se as normas básicas de higiene não forem devidamente seguidas, tanto alunos  quanto professores e funcionários podem contrair doenças de origem hídrica ou  alimentar no ambiente escolar. A alimentação escolar é frequentemente a  principal refeição diária para muitas crianças. Contudo, a falta de um programa  eficaz de higienização dos reservatórios de água em diversas instituições pode  resultar na contaminação dos alimentos, elevando o risco de toxinfecção  alimentar (BOFF et al., 2021)

OBJETIVO GERAL 

• Avaliar a qualidade da água usada na cozinha, refeitórios e bebedouros  da Escola Estadual Santa Rita de Cássia, verificando os parâmetros  físico-químicos e microbiológicos. 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS 

• Conferir a presença de micro-organismos em bebedouros e torneiras. • Estudar a legislação sobre potabilidade da água. 

• Analisar amostras de água com base em parâmetros físico-químicos e  microbiológicos. 

• Identificar se a água consumida é potável. 

JUSTIFICATIVA 

A água é essencial para a vida, representando uma grande parte do peso  corporal humano e desempenhando um papel crucial na saúde e no  desenvolvimento. Apesar de 71% da superfície terrestre ser coberta por água,  apenas 1% é água doce acessível para consumo. A importância da qualidade da  água é reforçada pelo direito garantido pelo artigo 225 da Constituição Federal  de 1988, que assegura um ambiente ecologicamente equilibrado, incluindo água  potável. Diante da crescente poluição e da gestão inadequada dos recursos  hídricos, torna-se imperativo monitorar e garantir a potabilidade da água. Este  artigo visa analisar a relevância da qualidade da água, os desafios associados à  sua gestão e as práticas necessárias para assegurar que este recurso vital esteja  disponível e seguro para toda a população, promovendo a saúde pública e o  desenvolvimento sustentável.

METODOLOGIA 

O estudo foi realizado no município de Nova Iguaçu, RJ, localizado na  Baixada Fluminense, na região metropolitana do Rio de Janeiro,  aproximadamente 28 km da capital. Com uma população estimada em 818.875  habitantes (IBGE, 2018), o município abriga as Escolas Oficina de Ensino Sonho  Meu e a Escola Estadual Santa Rita de Cássia no ano de 2023. Com autorização  da direção escolar, foram coletadas diversas amostras de água em dois locais  de consumo e uso, como a cozinha e o bebedouro, para análise. 

Procedimento operacional coleta de água para análises físico-químicas 

A coleta de amostras é um dos passos mais importantes para avaliar a  qualidade da água, sendo essencial que seja realizada com precisão e seguindo  técnicas adequadas para evitar contaminação. Para garantir que as amostras  não sejam contaminadas pelos coletores, todo o material utilizado deve estar  estéril. As amostras para medições de parâmetros físico-químicos foram  coletadas em garrafas plásticas estéreis com capacidade para 500ml. Antes da  coleta, o ponto de saída da água foi desinfetado com álcool 70%, e a torneira foi  aberta (nos pontos com bicas) e a água foi drenada por 1 minuto para garantir a  limpeza do sistema antes da coleta. 

Foram avaliados os aspectos de transparência, cor, odor, pH e  temperatura na própria escola. As amostras para análise dos demais parâmetros  foram enviadas ao Laboratório de Química da Universidade Iguaçu. Todas as  análises foram realizadas utilizando o kit de potabilidade Alfa Kit. 

Procedimento de coleta de água para análises microbiológicas 

Foi utilizado um copo estéril de 200 mL e colocado uma cartela  microbiológica de papel na amostra coletada, aguardado uns minutos até  emudecer. Retirou-se o excesso de água e recolocou na embalagem plástica  lacrada e colocou na estufa por 15 horas a temperatura de 36 – 37 cº, para  verificar se há presença de E. Colli e coliformes totais (ALFA KIT, 2023).

MÉTODOS FÍSICOS-QUÍMICOS 

Para garantir a correta interpretação das comparações colorimétricas dos  parâmetros, foram seguidos os seguintes cuidados: a cubeta deve ser  posicionada sempre no meio da cartela, e a visualização deve ser feita a partir  de uma altura de 10 centímetros abaixo. As comparações devem ser realizadas  em um local bem iluminado, e os tempos de cada reação devem ser seguidos  conforme indicado no manual do Kit de Potabilidade da Alfa Kit (ALFA KIT, 2023). 

Parâmetros físicos-químicos analisados. 

Turbidez: A amostra foi colocada em uma cubeta grande, até a borda,  sem derramar. A cubeta foi posicionada sobre a referência de cores presentes  em círculos do kit, e a amostra foi observada para comparar as escalas de  turbidez, que foram classificadas entre <50 NTU e 200 NTU (ALFA KIT, 2023). 

Cor: Foram transferidos 50 mL da amostra para um proveta de vidro. Após  remover o suporte inferior e a tampa, a proveta foi posicionada sobre uma cartela  de comparação de cores para a visualização da cor da amostra. A amostra foi  classificada entre 3 e 100 mg/L Pt/Co (ALFA KIT, 2023). 

Ferro: A amostra foi transferida para uma cubeta até a marca de 5 mL e  foram adicionadas duas gotas do reagente Tiofer. Após fechar a cubeta e agitar  a amostra, esperou-se 10 minutos antes de comparar a cor com a cartela. A  amostra foi classificada entre 0,25 e 5,0 mg/L Fe (ALFA KIT, 2023). 

PH: A amostra foi colocada em uma cubeta até a marca de 5 mL e foram  adicionadas uma gota do reagente pH do kit. Após fechar a cubeta e agitar a  amostra, a cubeta foi aberta e posicionada sobre a escala de cores da cartela,  classificando o pH entre 6,0 e 9,0 (ALFA KIT, 2023). 

Dureza: A amostra foi transferida para uma cubeta grande até a marca de  10 mL. Foram adicionadas quatro gotas do reagente 01 do teste e a amostra foi  agitada. Em seguida, adicionou-se uma medida do reagente 02 e a amostra foi  agitada novamente. Após a adição do reagente 03, gotejou-se o reagente até a  amostra atingir a cor azul-púrpura, contando as gotas. Cada gota corresponde a  10 mg/L de CaCO3, e o resultado final é obtido multiplicando-se o número de  gotas por 10. A água foi classificada como: menos que 50 mg/L CaCO3 (água  mole), entre 50 e 150 mg/L CaCO3 (dureza moderada), entre 150 e 300 mg/L CaCO3 (água dura), e mais de 300 mg/L CaCO3 (água muito dura) (ALFA KIT,  2023). 

Cloreto: A amostra foi transferida até a marca de 10 mL em uma cubeta  plástica grande. Adicionaram-se duas gotas do reagente 01 do teste, e o  reagente 02 foi gotejado na amostra, agitando com movimentos circulares e  contando as gotas até atingir a cor amarelo tijolo. Cada gota corresponde a 10  mg/L de Cl-, e o resultado foi multiplicado por 10 (ALFA KIT, 2023). 

Alcalinidade Total: A amostra foi transferida até a marca de 10 mL em  uma cubeta grande. Adicionou-se uma gota do reagente 02 do teste e agitou-se  a amostra. Se a cor azul apareceu, continuou-se a análise adicionando o  reagente 03 até a cor salmão ser observada, contando as gotas e multiplicando  o número de gotas por 10. Cada gota corresponde a 10 mg/L de CaCO3. Se a  cor salmão aparecer inicialmente, o resultado é 0 (ALFA KIT, 2023). 

Amônia: A amostra foi transferida até a marca de 5 ml da cubeta.  Adicionaram-se três gotas do reagente 01, e a cubeta foi fechada e agitada.  Seguiu-se o mesmo procedimento para os reagentes 02 e 03. Após 10 minutos,  a cubeta foi aberta e comparada com a cartela de cores. O resultado foi  multiplicado por 1,214 para obter a concentração de N-NH3, variando de 0,0 a  3,0 mg/L. A toxicidade da amônia pode variar com o pH (ALFA KIT, 2023). 

Oxigênio Consumido: Foram transferidos 50 ml da amostra para uma  proveta de vidro. Adicionou-se uma gota do reagente 01 e a proveta foi fechada  e agitada. Após 10 minutos, o suporte inferior e a tampa foram removidos e a  proveta foi posicionada sobre a cartela para comparar a cor (ALFA KIT, 2023).

RESULTADOS E DISCUSSÃO 

Observando a água como um produto amplamente utilizado, é  fundamental considerar que suas características podem favorecer o crescimento  microbiano. Portanto, o controle de qualidade é essencial para garantir a  segurança do consumo e prevenir doenças (PINTO et al., 2003). Comparando  os resultados obtidos com os parâmetros estabelecidos pela Portaria nº 2914 do  MS, as amostras coletadas dos bebedouros e das cozinhas apresentaram  qualidades físico-químicas satisfatórias na primeira coleta. A qualidade  microbiológica da água é regulamentada pela Portaria nº 2914 de 2011, que  exige o monitoramento da água por meio da quantificação de coliformes  termotolerantes, com um valor máximo de 2,2 NMP/ml para coliformes totais,  garantindo assim a segurança microbiológica da água (CUNHA, 2012). 

Tabela 1. ESCOLA ESTADUAL SANTA RITA DE CÁSSIA. Parâmetros Físico – Químico. 

Gráfico 1. Parâmetros físico-químicos medidos na coleta da água.

Gráfico 2. Parâmetros físico-químicos medidos na coleta da água.

Após a análise dos resultados na Escola Santa Rita de Cássia, observou-se que os parâmetros de Oxigênio Consumido, Ferro, Alcalinidade Total, pH, Cor  e Temperatura estão dentro dos limites toleráveis estabelecidos pelo Ministério  da Saúde. No entanto, os níveis de Amônia, Cloreto, Dureza Total e Cloro Livre  apresentaram algumas variações em relação aos valores esperados. Apesar  dessas pequenas discrepâncias, os níveis encontrados não apresentam riscos  significativos para a saúde dos consumidores da água. 

OFICINA DE ENSINO SONHO MEU–VILA DE CAVA 

Tabela 2. Oficina de Ensino Sonho Meu. Parâmetros Físico – Químico. 

Após a análise dos resultados na Escola Santa Rita de Cássia, observou-se que os parâmetros de Oxigênio Consumido, Ferro, Alcalinidade Total, pH, Cor  e Temperatura estão dentro dos limites toleráveis estabelecidos pelo Ministério  da Saúde. No entanto, os níveis de Amônia, Cloreto, Dureza Total e Cloro Livre  apresentaram algumas variações em relação aos valores esperados. Apesar  dessas pequenas discrepâncias, os níveis encontrados não apresentam riscos  significativos para a saúde dos consumidores da água. 

OFICINA DE ENSINO SONHO MEU–VILA DE CAVA 

Tabela 2. Oficina de Ensino Sonho Meu. Parâmetros Físico – Químico. 

Analisando os resultados da Escola Oficina de Ensino Sonho Meu,  observamos que todos os parâmetros analisados—Oxigênio Consumido, Ferro,  Alcalinidade Total, pH, Cor, Amônia, Cloreto, Dureza Total e Cloro Livre—estão  abaixo dos padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde. No entanto, os  níveis encontrados não representam riscos para a saúde dos consumidores da  água. 

Gráfico 3. Parâmetros físico-químicos medidos na coleta da água.

Gráfico 4. Parâmetros físico-químicos medidos na coleta da água.

Pode-se observar na Tabela 2 que as duas amostras não apresentaram a  presença de oxigênio consumido. Essa ausência cria condições favoráveis para  o crescimento de bactérias anaeróbicas, que utilizam o oxigênio residual para  sobreviver. A Escherichia coli, por exemplo, pode aproveitar esse ambiente  anaeróbico para se estabelecer e proliferar. 

De acordo com os padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria nº  2.914/2011 do Ministério da Saúde, não foram detectadas bactérias  heterotróficas, coliformes totais ou Escherichia coli nos bebedouros e na cozinha.  Portanto, a água analisada é considerada potável e adequada para o consumo.

CONCLUSÃO 

A partir da análise realizada no Laboratório da Universidade Iguaçu,  conclui-se que os parâmetros físico-químicos e microbiológicos avaliados nas  escolas Estadual Santa Rita de Cássia e Oficina de Ensino Sonho Meu foram  satisfatórios. Não foram encontradas bactérias heterotróficas, coliformes totais ou  Escherichia coli, indicando que a água está adequada para o consumo dos alunos  e funcionários, bem como para a preparação de alimentos e higienização na  cozinha, conforme os padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde. 

Portanto, é essencial manter a fiscalização regular por parte dos  funcionários para evitar contaminações e garantir a qualidade contínua da água.  Além disso, a supervisão periódica pela Agência Nacional de Águas e  Saneamento Básico (ANA) é crucial para a prevenção de doenças veiculadas  pela água e para assegurar o cumprimento das normas de potabilidade.

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1Discente do curso de Farmácia da Universidade Iguaçu, Nova Iguaçu-RJ;
2Doutor e Docente do curso de Farmácia da UniversidadeIguaçu,NovaIguaçu-RJ