REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202409092138
Jacqueline de Lima Gomes Noé1;
Michele Silva Freire Mariano1;
Cristiam Moraes da Costa2;
Daniel Rosa da Silva2;
Douglas Batista da Silva3;
Vicente Antonio de Senna Junior3
RESUMO
O planeta é envolto por uma imensa quantidade de água, que é extremamente importante para todos os seres vivos, pois é fundamental para diversas funções no organismo. Contudo, a água deve garantir o padrão de potabilidade, já que é utilizada para hidratação e preparo de alimentos. Visto que as crianças passam bastante tempo do seu dia nas escolas, este trabalho objetivou analisar e avaliar a qualidade da água de abastecimento na Escola Estadual Santa Rita de Cássia e na Oficina de Ensino Sonho Meu, ambas localizadas no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. Foram utilizados métodos físico-químicos e microbiológicos, e os resultados foram satisfatórios, tornando o consumo da água seguro. Dada a conclusão dos resultados, a monitoração regular para a prevenção de patologias de veiculação hídrica é fundamental para a manutenção da saúde, sendo a fiscalização responsabilidade dos responsáveis pelo estabelecimento.
Palavras-chaves: Parâmetros físico-químicos e microbiológicos, qualidade da água, padrões de potabilidade.
ABSTRACT
The planet is enveloped by an immense amount of water, which is extremely important to all living beings as it is fundamental to various bodily functions. However, it must meet drinking water standards because it is used for hydration and food preparation. Since children spend much of their day in school, this study aimed to analyze and evaluate the water quality of supplies at Santa Rita de Cássia State School and the Sonho Meu Teaching Workshop, both located in the municipality of Nova Iguaçu, in Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. Physical-chemical and microbiological methods were employed, and the results were satisfactory, making the water safe for consumption. Given these findings, regular monitoring is crucial for the prevention of water borne diseases and the maintenance of health; the responsibility for this lies with the establishment’s management.
Keywords: Physical-chemical and microbiological parameters, water quality, potability standards.
INTRODUÇÃO
A superfície da Terra é coberta por aproximadamente 71% de água em estado líquido. Cerca de 2% dessa água total é considerada água doce, mas é inacessível, pois está presente em geleiras e aquíferos. Apenas cerca de 1% da água doce está disponível em lagos, rios e na atmosfera para consumo. A água é um recurso hídrico vital e o composto inorgânico mais abundante na matéria viva, sendo extremamente importante para o ser humano. Ela representa cerca de 60% do peso corporal de uma pessoa adulta e pode chegar a 80% do peso corporal em crianças (UNESCO, 2012; MARIA LUIZA MACHADO GRAZIERA, 2023).
Conforme o artigo 225 da Constituição Federal de 1988, é garantido a todos o direito a um ambiente ecologicamente equilibrado e sustentável, o que abrange o acesso à água de qualidade essencial para a sobrevivência de todas as espécies (SANTOS et al., 2021).
Antes de 1997, a qualidade da água era regulamentada com base nas diretrizes da Organização Mundial da Saúde e nas recomendações do Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos. A partir daquele ano, o Decreto Federal nº 79.367 conferiu ao Ministério da Saúde a responsabilidade de criar normas e padrões para a potabilidade da água. Nesse contexto, a Portaria nº 5623 foi estabelecida para definir os limites máximos para as características físicas, químicas e biológicas da água potável (MELO et al., 2021).
Em 1986, o Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano, com o objetivo de motivar as secretarias estaduais de saúde a intensificar suas atividades de monitoramento e controle da água (ARANTES, 2024).
Água “segura” vai além da simples potabilidade e envolve critérios fundamentais como a ausência de contaminantes que representam riscos à saúde, incluindo patógenos e substâncias químicas tóxicas. Deve passar por tratamento eficaz para garantir que esteja livre de microrganismos nocivos e substâncias perigosas, como metais pesados e nitratos. Além disso, é essencial que a água esteja continuamente disponível e acessível, com um sistema de abastecimento confiável e um custo acessível para todos, garantindo que cada pessoa tenha acesso a esse recurso vital para a saúde e o bem-estar (MIRANDA et al., 2023).
O Ministério da Saúde define que a água para consumo humano deve atender a rigorosos padrões de potabilidade em aspectos microbiológicos, físicos, químicos e radioativos. Isso inclui a eliminação de patógenos nocivos, a ausência de turbidez e substâncias tóxicas, e níveis seguros de radiação. Esses critérios são fundamentais para garantir que a água seja segura e não represente riscos à saúde pública, assegurando a proteção da população e prevenindo doenças relacionadas à água contaminada (ARANTES, 2024).
Durante muito tempo, a água potável foi considerada uma abundância infinita, um presente contínuo da natureza. No entanto, a rápida expansão populacional e a crescente desordem nas atividades humanas começaram a modificar essa perspectiva. O aumento na demanda, juntamente com a poluição e a má gestão dos recursos hídricos, tem afetado negativamente a capacidade de renovação da água. A crescente carga sobre os ecossistemas aquáticos e a intensificação da contaminação estão reduzindo a disponibilidade de água limpa, transformando um recurso antes visto como ilimitado em algo precioso e raro. Isso destaca a necessidade urgente de uma gestão mais eficaz e sustentável para assegurar o abastecimento futuro de água (HANDAM et al., 2022).
A água está no centro do desenvolvimento sustentável e está vinculada ao Objetivo 6 da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), que defende o acesso universal e equitativo à água potável e ao saneamento até 2030 (CAVALCANTE et al., 2023).
As águas minerais são aquelas extraídas de fontes naturais, formadas por processos geológicos específicos. Cada fonte mineral possui uma assinatura química única, que resulta da interação com os diferentes tipos de rochas e terrenos que a água atravessa em seu caminho subterrâneo. A composição da água mineral é determinada pelos minerais e elementos presentes nas rochas e no solo por onde ela percola (SANTOS et al., 2021). Essa composição pode variar bastante, pois os minerais dissolvidos são modificados por fatores como a erosão das rochas, as condições hidrogeológicas e os processos climáticos. Além disso, o ambiente ao redor da fonte, como a presença de vegetação e outras características geográficas, também influencia a qualidade e a concentração dos minerais na água, levando a uma ampla diversidade de perfis minerais entre diferentes fontes (PINTO et al., 2022)
Independentemente da fonte (superficial ou subterrânea), a água pode servir de veículo para vários agentes biológicos e químicos, sendo necessário observar os fatores que podem interferir negativamente em sua qualidade (Di BERNARDO, 1993; BURTON et al., 2021).
Os compostos nitrogenados, como amônia, nitrito e nitrato, podem ser prejudiciais à saúde humana quando presentes em altas concentrações na água. A amônia pode ser tóxica para o sistema respiratório e fígado, o nitrito pode causar metemoglobinemia, prejudicando o transporte de oxigênio no sangue, e o nitrato, ao ser convertido em nitrito, pode aumentar o risco de problemas respiratórios e câncer, além de afetar a saúde cardiovascular. Portanto, é essencial monitorar e controlar esses compostos para proteger a saúde humana e o meio ambiente (BORDALO, 2022).
A água desempenha um papel vital na manutenção da vida, facilitando processos bioquímicos e a circulação de substâncias entre os meios intra e extracelular. De acordo com a RDC/274, o teor de nitrato em águas minerais naturais deve ser inferior a 50 mg/L. A ingestão de água com níveis elevados de nitrato pode provocar metemoglobinemia e contribuir para a formação de nitrosaminas e nitrosamidas, que são carcinogênicas (NOVATO, 2021).
A água desempenha um papel vital no corpo humano, facilitando a síntese de proteínas essenciais para o crescimento e reparo celular. Além disso, é crucial na excreção de metabolitos e toxinas prejudiciais que precisam ser eliminados para manter a saúde. A água também é fundamental para diversas funções corporais, como a regulação da temperatura, a digestão e a absorção de nutrientes, além de ajudar na lubrificação das articulações e na manutenção do equilíbrio hídrico. Sem água suficiente, essas funções vitais ficam comprometidas, o que pode levar a desequilíbrios metabólicos e problemas de saúde (VARGAS et al., 2021).
Ou seja, praticamente todas as atividades que desempenhamos dependem da água. Desde as mais básicas e cotidianas, como a higiene pessoal e o preparo de alimentos, até as mais complexas, como a produção industrial e a agricultura, a água é um recurso essencial. Sem ela, não seria possível garantir a qualidade de vida, a saúde e o bem-estar das pessoas. A água é fundamental para o funcionamento adequado dos sistemas biológicos e ambientais, além de ser crucial para o desenvolvimento econômico e social. A irrigação das lavouras, a geração de energia, o transporte de mercadorias e até a preservação de ecossistemas inteiros estão intrinsicamente ligados à disponibilidade e à gestão adequada dos recursos hídricos. Assim, a água não só sustenta a vida cotidiana, mas também impulsiona o progresso e a sustentabilidade das sociedades modernas (SILVA, 2021; BORDALO, 2022).
Água poluída pode transmitir doenças e microrganismos infecciosos, representando riscos à saúde. O monitoramento é crucial e frequentemente envolve a detecção de bactérias, como as coliformes fecais, que indicam contaminação fecal e comprometimento do sistema de abastecimento. Identificar e eliminar essas contaminações é essencial para garantir a segurança da água potável (VARGAS et al., 2021).
Arantes (2024) enfatiza que a água desempenha um papel crucial na propagação de doenças, muitas vezes devido à presença de microorganismos patogênicos. Esses microorganismos geralmente se originam da poluição por fezes humanas e animais, que contaminam as fontes de água. A água contaminada pode abrigar uma variedade de patógenos, como bactérias, vírus e parasitas, responsáveis por doenças infecciosas graves. Para proteger a saúde pública e prevenir surtos de doenças transmitidas pela água, é essencial que a água seja adequadamente tratada e monitorada. A persistência desses microorganismos em ambientes aquáticos reforça a necessidade de implementar sistemas eficazes de saneamento e controle de qualidade da água.
A ingestão de água contaminada por patógenos, como E. coli, Salmonella, vírus da Hepatite A e parasitas como Giardia e Cryptosporidium, pode causar doenças infecciosas graves, incluindo gastroenterites e cólera. Garantir que a água seja adequadamente tratada e monitorada é essencial para evitar esses riscos à saúde (RIATTO et al., 2021).
É essencial entender que toda água doce precisa de tratamento para se tornar potável e segura para o consumo. Esse processo garante que a água esteja livre de contaminantes e conforme os padrões da Vigilância Sanitária. A vigilância da qualidade da água é crucial para proteger a saúde pública e garantir uma vida saudável para todos (ANDRADE, 2021).
Sabe-se que muitas pessoas ainda têm um conhecimento limitado sobre o assunto e podem não estar totalmente informadas sobre a importância do tratamento e da qualidade da água. No entanto, é um dever dos profissionais da área fornecer orientação clara e acessível para a população. Ao compartilhar informações precisas e educar a comunidade sobre os processos de tratamento da água e os padrões de segurança, esses profissionais desempenham um papel crucial na promoção da saúde pública e na prevenção de riscos. Garantir que a população compreenda a importância desses cuidados ajuda a fortalecer a confiança nos serviços de água e a melhorar a qualidade de vida (MARTELLET et al., 2024).
A correta purificação da água é crucial para reduzir a incidência de doenças e mortes associadas ao consumo de água poluída. A supervisão da qualidade da água nos sistemas públicos de abastecimento é essencial para assegurar que ela não ofereça perigos à saúde (SILVA et al., 2021). É fundamental realizar a limpeza e a manutenção periódicas dos reservatórios e filtros domésticos para assegurar que a água armazenada em casa permaneça segura para o consumo (FERNANDES, 2023).
A atenção às doenças transmitidas por água e alimentos (DVA) deve ser rigorosa nas instituições educacionais, pois as crianças são particularmente vulneráveis a toxinfecções alimentares, que podem ser fatais em casos graves. Se as normas básicas de higiene não forem devidamente seguidas, tanto alunos quanto professores e funcionários podem contrair doenças de origem hídrica ou alimentar no ambiente escolar. A alimentação escolar é frequentemente a principal refeição diária para muitas crianças. Contudo, a falta de um programa eficaz de higienização dos reservatórios de água em diversas instituições pode resultar na contaminação dos alimentos, elevando o risco de toxinfecção alimentar (BOFF et al., 2021)
OBJETIVO GERAL
• Avaliar a qualidade da água usada na cozinha, refeitórios e bebedouros da Escola Estadual Santa Rita de Cássia, verificando os parâmetros físico-químicos e microbiológicos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Conferir a presença de micro-organismos em bebedouros e torneiras. • Estudar a legislação sobre potabilidade da água.
• Analisar amostras de água com base em parâmetros físico-químicos e microbiológicos.
• Identificar se a água consumida é potável.
JUSTIFICATIVA
A água é essencial para a vida, representando uma grande parte do peso corporal humano e desempenhando um papel crucial na saúde e no desenvolvimento. Apesar de 71% da superfície terrestre ser coberta por água, apenas 1% é água doce acessível para consumo. A importância da qualidade da água é reforçada pelo direito garantido pelo artigo 225 da Constituição Federal de 1988, que assegura um ambiente ecologicamente equilibrado, incluindo água potável. Diante da crescente poluição e da gestão inadequada dos recursos hídricos, torna-se imperativo monitorar e garantir a potabilidade da água. Este artigo visa analisar a relevância da qualidade da água, os desafios associados à sua gestão e as práticas necessárias para assegurar que este recurso vital esteja disponível e seguro para toda a população, promovendo a saúde pública e o desenvolvimento sustentável.
METODOLOGIA
O estudo foi realizado no município de Nova Iguaçu, RJ, localizado na Baixada Fluminense, na região metropolitana do Rio de Janeiro, aproximadamente 28 km da capital. Com uma população estimada em 818.875 habitantes (IBGE, 2018), o município abriga as Escolas Oficina de Ensino Sonho Meu e a Escola Estadual Santa Rita de Cássia no ano de 2023. Com autorização da direção escolar, foram coletadas diversas amostras de água em dois locais de consumo e uso, como a cozinha e o bebedouro, para análise.
Procedimento operacional coleta de água para análises físico-químicas
A coleta de amostras é um dos passos mais importantes para avaliar a qualidade da água, sendo essencial que seja realizada com precisão e seguindo técnicas adequadas para evitar contaminação. Para garantir que as amostras não sejam contaminadas pelos coletores, todo o material utilizado deve estar estéril. As amostras para medições de parâmetros físico-químicos foram coletadas em garrafas plásticas estéreis com capacidade para 500ml. Antes da coleta, o ponto de saída da água foi desinfetado com álcool 70%, e a torneira foi aberta (nos pontos com bicas) e a água foi drenada por 1 minuto para garantir a limpeza do sistema antes da coleta.
Foram avaliados os aspectos de transparência, cor, odor, pH e temperatura na própria escola. As amostras para análise dos demais parâmetros foram enviadas ao Laboratório de Química da Universidade Iguaçu. Todas as análises foram realizadas utilizando o kit de potabilidade Alfa Kit.
Procedimento de coleta de água para análises microbiológicas
Foi utilizado um copo estéril de 200 mL e colocado uma cartela microbiológica de papel na amostra coletada, aguardado uns minutos até emudecer. Retirou-se o excesso de água e recolocou na embalagem plástica lacrada e colocou na estufa por 15 horas a temperatura de 36 – 37 cº, para verificar se há presença de E. Colli e coliformes totais (ALFA KIT, 2023).
MÉTODOS FÍSICOS-QUÍMICOS
Para garantir a correta interpretação das comparações colorimétricas dos parâmetros, foram seguidos os seguintes cuidados: a cubeta deve ser posicionada sempre no meio da cartela, e a visualização deve ser feita a partir de uma altura de 10 centímetros abaixo. As comparações devem ser realizadas em um local bem iluminado, e os tempos de cada reação devem ser seguidos conforme indicado no manual do Kit de Potabilidade da Alfa Kit (ALFA KIT, 2023).
Parâmetros físicos-químicos analisados.
Turbidez: A amostra foi colocada em uma cubeta grande, até a borda, sem derramar. A cubeta foi posicionada sobre a referência de cores presentes em círculos do kit, e a amostra foi observada para comparar as escalas de turbidez, que foram classificadas entre <50 NTU e 200 NTU (ALFA KIT, 2023).
Cor: Foram transferidos 50 mL da amostra para um proveta de vidro. Após remover o suporte inferior e a tampa, a proveta foi posicionada sobre uma cartela de comparação de cores para a visualização da cor da amostra. A amostra foi classificada entre 3 e 100 mg/L Pt/Co (ALFA KIT, 2023).
Ferro: A amostra foi transferida para uma cubeta até a marca de 5 mL e foram adicionadas duas gotas do reagente Tiofer. Após fechar a cubeta e agitar a amostra, esperou-se 10 minutos antes de comparar a cor com a cartela. A amostra foi classificada entre 0,25 e 5,0 mg/L Fe (ALFA KIT, 2023).
PH: A amostra foi colocada em uma cubeta até a marca de 5 mL e foram adicionadas uma gota do reagente pH do kit. Após fechar a cubeta e agitar a amostra, a cubeta foi aberta e posicionada sobre a escala de cores da cartela, classificando o pH entre 6,0 e 9,0 (ALFA KIT, 2023).
Dureza: A amostra foi transferida para uma cubeta grande até a marca de 10 mL. Foram adicionadas quatro gotas do reagente 01 do teste e a amostra foi agitada. Em seguida, adicionou-se uma medida do reagente 02 e a amostra foi agitada novamente. Após a adição do reagente 03, gotejou-se o reagente até a amostra atingir a cor azul-púrpura, contando as gotas. Cada gota corresponde a 10 mg/L de CaCO3, e o resultado final é obtido multiplicando-se o número de gotas por 10. A água foi classificada como: menos que 50 mg/L CaCO3 (água mole), entre 50 e 150 mg/L CaCO3 (dureza moderada), entre 150 e 300 mg/L CaCO3 (água dura), e mais de 300 mg/L CaCO3 (água muito dura) (ALFA KIT, 2023).
Cloreto: A amostra foi transferida até a marca de 10 mL em uma cubeta plástica grande. Adicionaram-se duas gotas do reagente 01 do teste, e o reagente 02 foi gotejado na amostra, agitando com movimentos circulares e contando as gotas até atingir a cor amarelo tijolo. Cada gota corresponde a 10 mg/L de Cl-, e o resultado foi multiplicado por 10 (ALFA KIT, 2023).
Alcalinidade Total: A amostra foi transferida até a marca de 10 mL em uma cubeta grande. Adicionou-se uma gota do reagente 02 do teste e agitou-se a amostra. Se a cor azul apareceu, continuou-se a análise adicionando o reagente 03 até a cor salmão ser observada, contando as gotas e multiplicando o número de gotas por 10. Cada gota corresponde a 10 mg/L de CaCO3. Se a cor salmão aparecer inicialmente, o resultado é 0 (ALFA KIT, 2023).
Amônia: A amostra foi transferida até a marca de 5 ml da cubeta. Adicionaram-se três gotas do reagente 01, e a cubeta foi fechada e agitada. Seguiu-se o mesmo procedimento para os reagentes 02 e 03. Após 10 minutos, a cubeta foi aberta e comparada com a cartela de cores. O resultado foi multiplicado por 1,214 para obter a concentração de N-NH3, variando de 0,0 a 3,0 mg/L. A toxicidade da amônia pode variar com o pH (ALFA KIT, 2023).
Oxigênio Consumido: Foram transferidos 50 ml da amostra para uma proveta de vidro. Adicionou-se uma gota do reagente 01 e a proveta foi fechada e agitada. Após 10 minutos, o suporte inferior e a tampa foram removidos e a proveta foi posicionada sobre a cartela para comparar a cor (ALFA KIT, 2023).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observando a água como um produto amplamente utilizado, é fundamental considerar que suas características podem favorecer o crescimento microbiano. Portanto, o controle de qualidade é essencial para garantir a segurança do consumo e prevenir doenças (PINTO et al., 2003). Comparando os resultados obtidos com os parâmetros estabelecidos pela Portaria nº 2914 do MS, as amostras coletadas dos bebedouros e das cozinhas apresentaram qualidades físico-químicas satisfatórias na primeira coleta. A qualidade microbiológica da água é regulamentada pela Portaria nº 2914 de 2011, que exige o monitoramento da água por meio da quantificação de coliformes termotolerantes, com um valor máximo de 2,2 NMP/ml para coliformes totais, garantindo assim a segurança microbiológica da água (CUNHA, 2012).
Tabela 1. ESCOLA ESTADUAL SANTA RITA DE CÁSSIA. Parâmetros Físico – Químico.
Gráfico 1. Parâmetros físico-químicos medidos na coleta da água.
Gráfico 2. Parâmetros físico-químicos medidos na coleta da água.
Após a análise dos resultados na Escola Santa Rita de Cássia, observou-se que os parâmetros de Oxigênio Consumido, Ferro, Alcalinidade Total, pH, Cor e Temperatura estão dentro dos limites toleráveis estabelecidos pelo Ministério da Saúde. No entanto, os níveis de Amônia, Cloreto, Dureza Total e Cloro Livre apresentaram algumas variações em relação aos valores esperados. Apesar dessas pequenas discrepâncias, os níveis encontrados não apresentam riscos significativos para a saúde dos consumidores da água.
OFICINA DE ENSINO SONHO MEU–VILA DE CAVA
Tabela 2. Oficina de Ensino Sonho Meu. Parâmetros Físico – Químico.
Após a análise dos resultados na Escola Santa Rita de Cássia, observou-se que os parâmetros de Oxigênio Consumido, Ferro, Alcalinidade Total, pH, Cor e Temperatura estão dentro dos limites toleráveis estabelecidos pelo Ministério da Saúde. No entanto, os níveis de Amônia, Cloreto, Dureza Total e Cloro Livre apresentaram algumas variações em relação aos valores esperados. Apesar dessas pequenas discrepâncias, os níveis encontrados não apresentam riscos significativos para a saúde dos consumidores da água.
OFICINA DE ENSINO SONHO MEU–VILA DE CAVA
Tabela 2. Oficina de Ensino Sonho Meu. Parâmetros Físico – Químico.
Analisando os resultados da Escola Oficina de Ensino Sonho Meu, observamos que todos os parâmetros analisados—Oxigênio Consumido, Ferro, Alcalinidade Total, pH, Cor, Amônia, Cloreto, Dureza Total e Cloro Livre—estão abaixo dos padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde. No entanto, os níveis encontrados não representam riscos para a saúde dos consumidores da água.
Gráfico 3. Parâmetros físico-químicos medidos na coleta da água.
Gráfico 4. Parâmetros físico-químicos medidos na coleta da água.
Pode-se observar na Tabela 2 que as duas amostras não apresentaram a presença de oxigênio consumido. Essa ausência cria condições favoráveis para o crescimento de bactérias anaeróbicas, que utilizam o oxigênio residual para sobreviver. A Escherichia coli, por exemplo, pode aproveitar esse ambiente anaeróbico para se estabelecer e proliferar.
De acordo com os padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde, não foram detectadas bactérias heterotróficas, coliformes totais ou Escherichia coli nos bebedouros e na cozinha. Portanto, a água analisada é considerada potável e adequada para o consumo.
CONCLUSÃO
A partir da análise realizada no Laboratório da Universidade Iguaçu, conclui-se que os parâmetros físico-químicos e microbiológicos avaliados nas escolas Estadual Santa Rita de Cássia e Oficina de Ensino Sonho Meu foram satisfatórios. Não foram encontradas bactérias heterotróficas, coliformes totais ou Escherichia coli, indicando que a água está adequada para o consumo dos alunos e funcionários, bem como para a preparação de alimentos e higienização na cozinha, conforme os padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
Portanto, é essencial manter a fiscalização regular por parte dos funcionários para evitar contaminações e garantir a qualidade contínua da água. Além disso, a supervisão periódica pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) é crucial para a prevenção de doenças veiculadas pela água e para assegurar o cumprimento das normas de potabilidade.
REFERÊNCIAS
ALFAKIT. Manual Colipaper petri. Análise Microbiológica de E.coli e Coliformes Totais. 2019.
ANDRADE, Daniela Ferreira de et al. A efetivação do acesso à água potável enquanto direito fundamental pelo estado brasileiro. 2021.
ARANTES, Natália Cabral. Vozes silenciadas ao direito à terra e a (in) sustentabilidade ambiental: uma análise do direito indígena. 2024.
BOFF, Salete Oro; BOFF, Vilmar Antônio. Extrafiscalidade tributária como política pública voltada à sustentabilidade socioambiental. RJLB. Ano, v. 7, p. 2149-2171, 2021.
BORDALO, Carlos Alexandre Leão. Pelo direito humano ao acesso à água potável na região das águas: uma análise da exclusão e do déficit dos serviços de abastecimento de água potável à população da Amazônia brasileira. Novos Cadernos NAEA, v. 25, n. 1, 2022.
BURTON, Matthew J. et al. The lancet global health commission on global eye health: vision beyond 2020. The Lancet Global Health, v. 9, n. 4, p. e489-e551, 2021.
CAVALCANTE, A. M. B.; SAMPAIO, A. C. P.; DUARTE, A. S.; SANTOS, M. A. F. Impacts of climate change on the potential distribution of epiphytic cacti in the Caatinga biome, Brazil. Anais da Academia Brasileira de Ciências, v. 95, n. 2
DE MELO, Maísa Maria Oliveira Cavalcanti; CORDEIRO, Luiz Filipe Alves; SALES, Aldo Torres. Potenciais ganhos da implementação de jardins filtrantes para o reuso de águas cinzas em prédios públicos. Revista Ibero-Americana de Ciências Ambientais, v. 12, n. 4, p. 796-807, 2021.
DE MIRANDA, Kanthya Pinheiro et al. Direito de acesso à água potável e saneamento básico para as populações que residem em favelas e áreas periféricas. Brazilian Journal of Development, v. 9, n. 6, p. 19077-19089, 2023.
DI BERNARDO, L. Métodos e técnicas de tratamento de água. Rio de Janeiro:ABES,1993 ALABURDA,J.;NISHIHARA,L.Presença Compostosdenitrogênioe máguasdepoços.RevistadeSaúdePública,v.32,n.2,p.160165,1998.http://dx.doi.org/10.1 590/S0034-89101998000200009
DIREITO DE ÁGUA ;INDAIATUBA SP 5ª Edição-EDITORA fOCO Maria Luiza Machado Graziera -2023
DOS SANTOS, Lueverton Gonçalves; NERIS, Lucas Gabriel Duarte. A sustentabilidade como direito fundamental: instrumentos constitucionais para o cumprimento da Agenda 2030. Revista Estudantil Manus Iuris, v. 2, n. 1, p. 27-43, 2021.
FERNANDES, David Augusto. Acesso à água potável como direito fundamental do ser humano. Revista Eletrônica do Curso de Direito da UFSM, v. 18, n. 2, p. e41681-e41681, 2023.
GRANZIERA, Maria Luiza Machado. Direito de águas: disciplina jurídica das águas doces. Editora Foco, 2022.
HANDAM, Natasha Berendonk et al. Qualidade sanitária da água para consumo humano: educação ambiental e em saúde-cartilha “Água potável: cuidados e dicas”. Brazilian Journal of Development, v. 8, n. 4, p. 23858-23867, 2022.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2018: Acesso ao saneamento básico e água no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.
MARTELLET, Luciana Gomes; DE ANDRADE, Nara Luísa Reis; MATTOS, Julio Cesar Pinho. ANÁLISE DA VULNERABILIDADE DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL E SANEAMENTO NO MUNICÍPIO DE RIO BRANCO-ACRE APLICADA AO MODELO DE REGULAÇÃO SUNSHINE. Revista de Gestão Social e Ambiental, v. 18, n. 7, p. e03231-e03231, 2024.
NOVATO, Douglas Teixeira; SILVA, LHA. Sustentabilidade e Direito Ambiental. Diálogos Internacionais da FDCL, 2021.
PINTO, Alyre Marques; RIBAS, Lídia Maria. Novo Marco Legal do Saneamento Básico. Revista da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, v. 26, n. 55, p. 84-119, 2022.
Revista Brasileira de História da Ciência, ISSN 2176-3275, v. 17, n. 1, p. 23- 45, jan | jun 2024.
RIATTO, Sabrina Gonçalves; DA SILVA LUNA, Vitor Matheus. Prevalência de fluorose e concentração de fluoreto em água potável. ARCHIVES OF HEALTH INVESTIGATION, v. 10, n. 6, p. 986-991, 2021.
SILVA, Leandro de Brito; SCHIMIDT, Fernando; SANTOS, Alex Mota dos. Ciência ambiental: reflexões sobre o monitoramento de resíduos de agrotóxicos em águas potável, superficial e subterrânea. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 26, n. 2, p. 193-200, 2021.
Sistema nacional de informações sobre saneamento (SNIS). Ministerio do Desenvolvimento Regional publica diagnósticos da situação do saneamento no Brasil. Disponível em http://www.snis.gov.br. Acesso em 15.08.2024.
Trata Brasil. Estudos sobre saneamento básico. disponível em https://tratabrasil.org.br/ . Acesso em 11/08/2024.
UNESCO. UNITED NATIONS EDUCATIONAL, SCIENTIFIC AND CULTURAL ORGANIZATION. The United Nations World Water Development Report 4: Managing Water under Uncertainty and Risk (v. 1), Knowledge Base (v. 2) and Facing the Challenges (v. 3). Washington, 2012.
VARGAS, Júlio Celso Borello; AZEVEDO, Bárbara Brzezinski. Complexidade, leis de escala urbana e perdas na distribuição de água potável: análise da rede de cidades do sul do Brasil. Ambiente Construído, v. 21, p. 65-78, 2021.
1Discente do curso de Farmácia da Universidade Iguaçu, Nova Iguaçu-RJ;
2Doutor e Docente do curso de Farmácia da UniversidadeIguaçu,NovaIguaçu-RJ