FOCO NA QUALIDADE DE VIDA DE PORTADORES DE ANEMIA FALCIFORME UMA ANÁLISE COM AGREGAÇÃO DE MEDICAMENTOS QUE AUXILIAM A QUIMIOTAXIA

FOCUS ON THE QUALITY OF LIFE IN INDIVIDUALS WITH SICKLE CELL ANEMIA AN ANALYSIS INCORPORATING MEDICATIONS THAT AID CHEMOTAXIS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202409092132


Antonia Moreira da Silva1
Gabrielly de Souza Franca2
Matheus Wellington Soares Santana3
Saymon Castro Melo4
Talita Brito de Oliveira5


RESUMO

Este estudo objetivou investigar o impacto da atenção farmacêutica na qualidade de vida de portadores de anemia falciforme agregando medicamentos que auxiliam a quimiotaxia. A metodologia consistiu em uma revisão bibliográfica com enfoque descritivo, tendo como base de dados, livros e publicações científicas datadas de 2019 a 2020. Os resultados mostraram que a anemia falciforme é uma condição que requer cuidados específicos e acompanhamento regular para prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, assim a agregação de medicamentos podem contribuir na promoção da saúde, desde que o uso seja devidamente prescrito, orientado e acompanhado. 

Palavras-chave: Bem-Estar; Doença Hemolítica; Fármacos; Reação do Organismo. 

ABSTRACT

This study aimed to investigate the impact of pharmaceutical care on the quality of life of individuals with sickle cell anemia by incorporating medications that assist in chemotaxis. The methodology consisted of a descriptive literature review, based on books and scientific publications dated from 2019 to 2020. The results showed that sickle cell anemia is a condition that requires specific care and regular follow-up to prevent complications and improve patients’ quality of life. Furthermore, the incorporation of medications can contribute to health promotion, provided that their use is properly prescribed, guided, and monitored.

Keywords: Well-being; Hemolytic Disease; Pharmaceuticals; Body Reaction.

INTRODUÇÃO

A anemia é um achado comum na prática clínica diária, sendo importante seu reconhecimento e sua investigação adequada. É caracterizada pela diminuição da quantidade de hemácias circulantes que, laboratorialmente, é mais reconhecida pela morfologia das células, diminuição da hemoglobina e do hematócrito (MEDEIROS et al., 2023). Acomete mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo. A anemia pode ser classificada de diversas formas, mas, na prática clínica é de acordo com o volume corpuscular médio das hemácias, as causas mais comuns acontecem pela deficiência de ferro, deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico, doenças crônicas e genéticas, como a Anemia Falciforme, temática desse estudo (SANTIS, 2019). 

A anemia falciforme (AF) foi descoberta em 1910, pelo médico norte americano James Henrick, ao observar as células sanguíneas anormais de um indivíduo da caribenho. Quando publicou suas descobertas, ele se referiu às células como em forma de foice, dando assim o nome à doença. No Brasil, a descoberta da doença se deu em 1946, em Salvador, na Bahia, pelo médico Jessé Santiago Acioly Lins, no seguimento de seus estudos (CARDOSO, 2023).

A AF é caracterizada por uma alteração genética causada na hemoglobina, chamada de Hemoglobina S (HbS).O ‘S’ deriva do inglês sickle (foice em português), por ser semelhante ao formato das células hemolíticas dos portadores da doença (SARAT et al., 2019). Essa alteração morfológica estrutural provoca uma deformação das hemácias (células vermelhas presentes no sangue), que reduz seu tempo de vida (BRASIL, 2024a). A anemia falciforme é uma doença genética crônica que se manifesta de forma variável em cada paciente, impactando sua qualidade de vida de maneira significativa (CARDOSO, 2023). A complexidade dessa condição requer uma abordagem multidisciplinar e uma atenção especializada para garantir um cuidado abrangente e eficaz aos portadores (ALVAREZ et al., 2019).

Um dos principais desafios enfrentados pelos portadores de anemia falciforme é o manejo dos sintomas e complicações associadas à doença. Além da anemia crônica, que é uma característica comum, os pacientes frequentemente experimentam crises de dor aguda, danos orgânicos irreversíveis e um risco aumentado de infecções graves, podendo levar o paciente a óbito (LIMA et al., 2021).

Diante desse contexto, este estudo objetivou investigar o impacto da atenção farmacêutica na qualidade de vida de portadores de anemia falciforme agregando medicamentos que auxiliam a quimiotaxia. 

METODOLOGIA 

Este estudo consistiu em uma revisão de literatura com abordagem exploratória e descritiva, cujo percurso foi construído com utilização da pesquisa bibliográfica como procedimento metodológico, que se propõe a investigar e descrever objetos e sujeitos em seu ambiente, para estudo, sem a interferência do pesquisador. Esse tipo de método permite uma ampla descrição sobre o assunto, mas não esgota todas as fontes de informação, sua importância está na rápida atualização dos estudos sobre a temática (CAVALCANTE & OLIVEIRA, 2020). 

Para atender os objetivos da pesquisa foram utilizados neste estudo fontes secundárias. Nessa categoria, as fontes de informação são baseadas em fontes primárias e fornecem análises, interpretações ou resumos dessas fontes já postulados (MULLER & FERREIRA, 2023). Estes achados norteadores se pontuam no foco na qualidade de vida de portadores de anemia falciforme, uma análise com agregação de medicamentos que auxiliam a quimiotaxia.

O levantamento de dados que consubstanciaram essa pesquisa foi realizado em revistas eletrônicas como, PUBMED, SCIELO, Google Acadêmico, entre outras, voltadas ao tema proposto. Também foram utilizados textos extraídos de livros, teses, dissertações, relatórios, manuais e artigos científicos atualizados e publicados para fins acadêmicos e profissionais.

Para cumprimento desta pesquisa foram selecionados literaturas e artigos em língua portuguesa publicados no período de 2019 a 2024, que oferecessem informações sobre o tema do trabalho, sendo assim excluídos todos os dados com mais de 5 anos de publicação e que não proporcionou dados com relação à temática.

Após a seleção do material bibliográfico, foram avaliadas, analisadas e organizadas todas as informações com a finalidade de realizar a verificação dos argumentos relevantes e pertinentes ao estudo. 

Considerando o universo da pesquisa como o conjunto de elementos que possuem as características que serão objeto do estudo, e a amostra concebida como população amostral, que é uma parte do universo escolhido e selecionada a partir de um critério de representatividade, abrangência e relevância.  

Desse modo, este estudo se propôs em selecionadas 60 fontes de pesquisa com diversos autores, e após  criteriosa análise, foram escolhidas para compor este trabalho 50 fontes de pesquisa, com amostras escritas em língua vernácula do país, a língua portuguesa sobre anemia falciforme e qualidade de vida. 

ANEMIA

A anemia é um dos distúrbios mais frequentes na medicina. Embora seja uma condição comum, às vezes é mal diagnosticada, com tratamento inadequado e pouco compreendida pelos pacientes. Popularmente, a anemia é conhecida como falta de sangue, mas é possível ser um pouco mais precisos nessa temática (FORTINI, 2019).

Em termos conceituais, anemia é a redução do número de glóbulos vermelhos (também chamados de hemácias ou eritrócitos) no sangue. Essas células são responsáveis por transportar o oxigênio para todos os órgãos e tecidos do corpo (BRASIL, 2024a). A anemia é uma indicação de doença (SANTIS, 2019). Dessa forma, quando um paciente é diagnosticado com anemia, o próximo passo é investigar a causa subjacente, pois certamente há alguma doença provocando a queda no número de glóbulos vermelhos no sangue (MOTTA, 2021).

Portanto, as anemias são condições médicas caracterizadas pela redução na quantidade de glóbulos vermelhos (hemácias) ou na concentração de hemoglobina no sangue (MEDEIROS et al., 2023). Quando há uma diminuição na quantidade de glóbulos vermelhos ou na função da hemoglobina, o corpo pode não receber oxigênio suficiente, resultando em sintomas como fadiga, palidez, falta de ar e fraqueza (MACHADO et al., 2019). 

Cabe destacar que existem diversos fatores que podem ser indicados como as causas das anemias, que são devidamente agrupadas em diferentes categorias, incluindo as deficiências nutricionais, as doenças crônicas, a perda sanguínea aguda ou crônica e distúrbios genéticos (ALCANTARA; BENITHAH & SANTOS, 2021).

 As deficiências nutricionais, tais como a deficiência de ferro, vitamina B12 ou ácido fólico, constituem uma das principais causas de anemia em todo o mundo. Essa deficiência pode ocorrer devido a uma dieta pobre, má absorção de nutrientes ou perda excessiva de sangue. Além disso, algumas medicações usadas no tratamento dessas doenças podem ter efeitos colaterais que afetam a produção ou a função dos glóbulos vermelhos. (BRAGA, 2019). 

As doenças crônicas, como insuficiência renal, doença inflamatória intestinal e câncer, também podem causar anemia devido a uma diminuição na produção de glóbulos vermelhos ou ao aumento da destruição das células sanguíneas (CORREIA, 2019). A perda sanguínea aguda devido a lesões traumáticas, cirurgias ou fluxo menstrual excessivo, pode levar à anemia. Dentre as anemias oriundas de distúrbio genéticos e hereditários se encontra a anemia falciforme (FIGUEIREDO, 2019).

ANEMIA FALCIFORME 

A anemia falciforme é caracterizada por uma mutação no gene da hemoglobina, que resulta na produção de hemácias em forma de foice. Essas células sanguíneas deformadas têm uma vida útil reduzida e podem obstruir os vasos sanguíneos, causando dor intensa, danos aos órgãos e outras complicações graves (NASCIMENTO et al., 2022).

A  anemia falciforme é uma patologia comum em pessoas de ascendência africana, mediterrânea, do Oriente Médio e do Sul da Ásia, embora também possa afetar pessoas de outras origens étnicas (JULIÃO, 2019). A herança da anemia falciforme segue um padrão autossômico recessivo, o que significa que um indivíduo precisa herdar uma cópia do gene mutante de cada um dos pais para desenvolver a doença. Se herdar apenas uma cópia do gene mutante, a pessoa é considerada portadora assintomática da doença (GOMES et al., 2019).

A fisiopatologia da anemia falciforme ocorre em razão da mutação genética nas hemácias, deixando-as deformadas. Em sua conformação, em vez de os glóbulos se apresentarem em um formato arredondado, manifestam-se em um formato de foice, favorecendo episódios de obstrução dos vasos sanguíneos e dificultando a oxigenação satisfatória para o organismo humano (LIMA et al., 2023).

Essa patologia é capaz de provocar lesões moderadas a graves no organismo do paciente que pode apresentar sintomas, como: mialgia, febre, artralgia, fadiga intensa, crise do sequestro esplênico, colelitíase, priapismo, complicações renais, entre outros (BRASIL, 2022).

Os sintomas da anemia são inespecíficos e variam de acordo com a idade do paciente, a gravidade da anemia, a velocidade de instalação do quadro, a capacidade de adaptação do organismo e a presença de comorbidades associadas (GOLDMAN, 2022). Esses sintomas da anemia falciforme variam de leves a graves e podem incluir crises de dor intensa, conhecidas como crises falcêmicas, fadiga, palidez, icterícia, infecções frequentes, retardo de crescimento em crianças, úlceras nas pernas, acidentes vasculares cerebrais e insuficiência renal (MEDEIROS et al., 2023). A gravidade dos sintomas varia de acordo com a quantidade de hemoglobina fetal presente nas células sanguíneas, bem como com a presença de outras variantes genéticas associadas (BEZERRA, 2021). 

Os sinais da doença falciforme geralmente começam na primeira infância, ainda que algumas pessoas possam permanecer assintomáticas por anos, e variam em gravidade, dependendo do tipo de complicação e área corporal afetada. Destes, podem ser citados a diminuição dos níveis de hemoglobina, as ocorrências dos episódios de dor e os problemas vasculares, além de infecções recorrentes, hipertensão pulmonar, complicações renais, entre outros (BORTOLUZZI; DOURADO & SANTOS, 2022). Há crianças que apresentam inchaço bastante doloroso nas mãos e nos pés, e aquelas muito suscetíveis a infecções bacterianas, como pneumonias e meningites. Na adolescência, úlceras próximas aos tornozelos são comuns, registrando-se, também, casos de atraso no desenvolvimento físico e sexual (BRASIL, 2019). Neste contexto, os cuidados a pessoa com doença falciforme devem ser iniciados já nos primeiros dias de vida. Tendo em vista que as crianças portadoras de anemia falciforme, bem como os adultos, precisam de cuidados especiais devido aos seus sintomas que podem evoluir para graves crises dolorosas que impactam na vida (ARAÚJO et al., 2020).

O diagnóstico da anemia falciforme se baseia na análise da hemoglobina por cromatografia líquida de alta eficiência, eletroforese ou focalização isoelétrica, realizados para confirmar o diagnóstico e avaliar a gravidade da doença. No Brasil a triagem neonatal (teste do pezinho) para hemoglobinopatias foi introduzida em 2001 e tem sido a principal forma de detecção precoce da presença de HbSS. São realizados testes genéticos, que identificam a presença da mutação no gene da hemoglobina (ARAÚJO et al.,2020).

Em termos epidemiológicos, cabe destacar que do ano de 2000 a 2019, houve 2.422 óbitos por doença falciforme em menores de 20 anos no Brasil, com maior frequência na região Nordeste (40,46%), seguida de Sudeste (39,02%), Centro-Oeste (9,58%), Norte (7,84%) e Sul (3,10%). As principais vítimas foram pessoas de raça/cor da pele negra (78,73%) (NASCIMENTO et al., 2022). 

O tratamento da anemia falciforme depende da condição do paciente. Entretanto, há indicações técnicas, procedimentos preventivos e paliativos realizados para atenuar os seus efeitos, dentre os quais, a imunização contra doenças, terapia medicamentosa, suplementação contínua com ácido fólico e arginina, transfusão sanguínea (PORTO et al., 2020).  Em alguns casos, pode ser realizado o transplante de células tronco hematopoiéticas, mas esse tratamento demanda riscos, e às vezes não alcançam o objetivo, que é a cura. Portanto, os cuidados preventivos podem auxiliar proporcionando qualidade de vida aos portadores de anemia falciforme (ALMEIDA; BERETTA, 2019).

MEDICAMENTOS QUE AUXILIAM A QUIMIOTAXIA 

A quimiotaxia exerce um papel fundamental nos mecanismos biológicos. Assim, o termo quimiotaxia é mais conhecido quando relacionado com os movimentos das células induzido pela presença de uma substância química, chamada de agente quimiotático. Uma forma de caracterizar a quimiotaxia é através do direcionamento dos seus movimentos, por um estímulo químico em organismos que possui ou não sistema nervoso central (BESERRA, 2020).

Os medicamentos são indicados para controlar a dor e a inflamação, auxiliar transfusões de sangue afim de aumentar os níveis de hemoglobina, terapia de hidratação, suplementação de ácido fólico, antibioticoterapia profilática e transplante de células-tronco em casos graves (GERVÁSIO, 2019).

A hidroxiuréia é a primeira opção de medicamentos para pacientes em quadros clínicos moderados e graves, em razão de proporcionar melhora clínica em todo o grupo de pacientes que fazem uso deste medicamento (PAULA, et al. 2022). 

A terapia medicamentosa, visa contribuir no tratamento de portadores de anemia falciforme. Atualmente, importantes moléculas vêm sendo estudadas, e reconhecidas como novas tecnologias, dentre os quais: L-Glutamina; Crizanlizumabe; Voxelotor. Dentre os medicamentos emergentes estão: LentiGlobin BB350 (bb111); CTX-001; Etavopivat; Inclacumabe; e Mitapivit (BORTOLUZZI, 2022).

O Crizanlizumabe, já é um medicamento aprovado pela ANVISA, o  Inclacumabe, ainda está em andamento,  o Voxelotor, foi aprovado em 2019 pela FDA. Os estudos demonstram que o Voxelotor e um tratamento via oral com boa tolerância, seguro e eficaz como monoterapia e em combinação com hidroxiureia para crianças a partir de 12 anos (BERNARDO et al., 2023).

A Hidroxiuréia (HU) é um medicamento de uso oral, seu objetivo no tratamento de pacientes com anemia falciforme de propiciar a elevação da síntese de HbF. Seu uso tem provocado crescentes interesses de caráter científico e clínico a cada ano. (BRASIL, 2023). É classificado como um quimioterápico, que age aumentando a hemoglobina fetal nas células e reduzindo as possibilidades de aparecimento de trombose e dos episódios de dores intensas (BRASIL, 2024b). Após o processo de metabolização, que geralmente ocorre no fígado, é transformada em óxido nítrico (NO), que é o principal fator do efeito benefício do tratamento como: redução da frequência dos episódios vaso-oclusivos, episódios de dores e transfusões (BARROSO et al., 2021). A HU age na fase S da construção celular fazendo a interrupção do ciclo pela inibição da ribonucleotídeo redutase, obtendo como resultado a redução da síntese de DNA. Entretanto, a forma de atuação dela a ciência ainda não conhece totalmente (BRASIL, 2024b). 

Diversos estudos comprovam eficácia da HU em pacientes com anemia falciforme. Nas primeiras quatros semanas de uso desse medicamento é possível observar o aumento de volume do corpuscular médio, e redução na incidência de episódios vaso-oclusivos (COSTA JUNIOR, 2019). Inicialmente a dose preconizada deste medicamento é de 15mg/kg/dia, uma vez ao dia, essa dose aumenta 5mg/kg a cada 12 semanas, quando não há sinais de supressão. A HU pode ajudar também na diminuição dos neutrófilos, na expressão diminuída de moléculas de adesão aos eritrócitos e biodisponibilidade do óxido nítrico (MENEGHINI & NETTO, 2021).

Vale ressaltar que até 2022, no Brasil havia disponível hidroxiureia apenas para comercialização na dosagem de 500 mg encapsulados, a recomendação do tratamento em crianças, era a dose 20 mg/Kg/dia, para isso, era feita a diluição o conteúdo em água e administrado proporcionalmente (BRASIL, 2023).

Atualmente, os comprimidos de 100 mg e 1000 mg de hidroxiureia estão sendo comercializados no Brasil, e essa forma farmacêutica de administração visa facilitar a composição de doses diárias de HU, tanto para crianças, como para os adultos, sendo oferecidas conforme o peso de cada paciente (DUQUE et al., 2022).

A hidroxiureia é dispensada pelo SUS em cápsula de 500 mg, mas em função vigência da comercialização das formas farmacêuticas de 100 e 1000 mg, emergiu-se durante o processo de atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas de Doença Falciforme (PCDTDF) que se encaminhasse esse pleito de incorporação para análise pela Conitec (BRASIL, 2024b). 

Foi elaborado um relatório com análise de impacto orçamentário com a finalidade de estimar o impacto de uma possível incorporação ao SUS dessas concentrações de hidroxiureia para o tratamento de pessoas com doença falciforme na faixa etária  a partir de 9 meses de idade (BRASIL, 2023).

A idade de 9 meses está em concordância com outra demanda, também originária do processo de atualização do PCDTDF, qual seja, a avaliação da ampliação de uso da hidroxiureia para todas as crianças entre 9 meses e 2 anos de idade independentemente de critérios de inclusão, que hoje é a regra para o fornecimento de hidroxiureia nesta faixa etária (BRASIL,2024b).

QUALIDADE DE VIDA EM PORTADORES DE ANEMIA FALCIFORME

A gestão eficaz da anemia falciforme requer uma abordagem multidisciplinar que envolve não apenas médicos, mas também farmacêuticos, enfermeiros, assistentes sociais e outros profissionais de saúde que visam proporcionar qualidade de vida ao paciente (GOMES et al., 2019).

Nesse contexto, os farmacêuticos desempenham um papel crucial no fornecimento de educação ao paciente, monitoramento de efeitos colaterais de medicamentos, aconselhamento sobre adesão ao tratamento e coordenação de cuidados interdisciplinares. Essa conduta está diretamente ligada a qualidade de vida dos portadores de anemia falciforme (CARDOSO; PETITO & OLIVEIRA, 2024).

Cabe destacar que a implementação de programas de atenção farmacêutica personalizados e culturalmente sensíveis e humanizadas pode ajudar a otimizar os resultados clínicos e promover uma melhor qualidade de vida para os portadores de anemia falciforme (PEREIRA & FREITAS, 2019).

No cenário ambulatorial é essencial que os pacientes acometidos por anemia falciforme, busquem a realização dos exames de rotina periodicamente, como o hemograma que precisa ser realizado ao menos duas vezes ao ano e nos tipos de exames que devem ser feitos anualmente e repetidos sempre que houver necessidade do paciente (PAULA et al., 2022).

Os exames laboratoriais clínicos são de extrema importância para auxiliar no diagnóstico de patologias das doenças falciformes, além disso, a correta avaliação auxilia no reconhecimento das suas disfunções (MEDEIROS, 2023). É importante que o profissional que realiza as análises laboratoriais, efetue uma correta interpretação e correlacione os resultados com o estado clínico, e até repetindo testes duvidosos, para um controle de qualidade mais efetivo (PORTO et al., 2020). Com isso se faz necessário o conhecimento do farmacêutico sobre os sintomas da anemia falciforme e a emissão de exames precisos para a detecção da doença (SILVA, 2020).

As crises de dor nos ossos e articulações são frequentes em pacientes acometidos de anemia falciforme, sendo este quadro decorrente da obstrução da microcirculação, originada do afoiçamento das hemácias. A recorrência das crises ocorre de forma súbita e acarreta consequências intensas e impacta a qualidade de vida das pessoas (SANTOS, 2020). Diante desse quadro, se faz necessário que se busque atendimento imediato nos serviços de atenção à saúde a fim de prevenir complicações, nesse momento é indispensável que os profissionais de saúde estejam preparados para atender esse público. (LIMA et al., 2021).

Cabe asseverar que existem pacientes que precisam de doses mais elevadas de medicamentos como o hidroxiuréia, que tende a aumentar a possibilidade de toxicidade, caso não seja devidamente monitorado (BRASIL, 2024b).

É fundamental que o tratamento seja orientado e acompanhado progressivamente por profissionais como o farmacêutico, em razão de seu conhecimento clínico e farmacológico. Caso aconteça a toxicidade, recomenda-se que seja interrompido até que haja a recuperação hematológica, que se caracteriza pela identificação de parâmetros hematológicos aceitáveis (PAULA, et al. 2022). 

Outro ponto importante a se destacar é a preparação do paciente para a realização do transplante de medula óssea, que traz em seu contexto, a esperança de cura ao paciente. A indicação farmacológica é que o uso da hidroxiuréia seja suspenso quatro semanas que antecedem o início do condicionamento para transplante e seja reintroduzida caso o procedimento não tenha logrado êxito (GORGÔNIO, 2021).

O uso do hidroxiuréia em domicílio elenca algumas preocupações em relação a manipulação do medicamento, em razão de possibilitar erros na dose administrada devido à dificuldade na compreensão da metodologia de diluição, pois requer atenção as diluições e administração das doses diárias (BRASIL, 2024b). 

Portanto, é relevante que os familiares busquem compreender a patologia e as corretas orientações de saúde, com vista a minimizar a dor e reduzir os riscos de internações hospitalares secundárias, pois a periodicidade de crises acontece constantemente ao decorrer da vida, com intensidade variável. Para não colocar em risco a condição de saúde de crianças e adolescentes com anemia falciforme (SILVA et al., 2021). A maior perspectiva do paciente com anemia falciforme, não é a cura, mas a qualidade de vida, sendo atribuído a ausência de eventos adversos e a cessação das crises, ou seja, uma vida mais próxima do normal possível (BRASIL, 2024b). Por ser uma doença congênita, de alta relevância e gravidade, a anemia falciforme é responsável pela baixa expectativa de vida dos acometidos.

Entretanto, a partir da incorporação do diagnóstico precoce, aconselhamento genético e tratamento disponibilizados pelo SUS os pacientes com anemia falciforme passaram a ter melhor prognóstico e qualidade de vida nos últimos tempos (SOUZA; SANTOS & SOUZA, 2021).

RESULTADOS E DISCUSSÃO 

Neste estudo percebeu-se que é imprescindível que haja uma assistência multiprofissional e multidisciplinar, onde o farmacêutico tem sua contribuição fundamental, junto aos portadores de anemia falciforme. É preciso estar mais presente e atuante, para manter e garantir o cuidado integral dos pacientes (ALVAREZ et al., 2019). Os profissionais de saúde, incluindo os farmacêuticos, desempenham um papel fundamental na identificação, manejo e acompanhamento dessas condições, proporcionando cuidados individualizados e coordenados a cada paciente (LADEIA; SALES & DIAS 2020).

A ascensão de políticas públicas no campo da assistência farmacêutica aproximou os farmacêuticos das demandas sociais, sendo necessário na equipe de saúde, visando a otimização e visão mais holística e integral do paciente nas ações de atenção primária à saúde, tendo o medicamento como insumo estratégico e o paciente como foco principal (SILVA, 2020). 

Dessa forma se iniciou a construção consciente do conceito de Atenção Farmacêutica, sendo uma ferramenta que facilita a interação entre farmacêuticos e usuários do sistema de saúde, controla a terapêutica medicamentosa, previne, identifica e resolve problemas que possam surgir durante o processo. Atenção Farmacêutica é a provisão responsável do tratamento farmacológico com o objetivo de alcançar resultados satisfatórios na saúde, melhorando a qualidade de vida do paciente (MORAES et al., 2024).

A atenção farmacêutica desempenha um papel importante na gestão de medicamentos utilizados no tratamento da anemia falciforme, para alívio dos sintomas, fornecendo informações sobre o uso adequado de analgésicos, antimicrobianos, antibióticos e outros medicamentos necessários para o controle da doença (PORTO et al., 2020).

Os farmacêuticos podem colaborar com outros profissionais de saúde para desenvolver planos terapêuticos individualizados, adaptados às necessidades específicas de cada paciente, visando melhorar sua qualidade de vida e minimizar o impacto da doença em seu bem-estar físico e emocional. A atenção farmacêutica é a relação direta do farmacêutico com o paciente, realizando o controle do uso de medicações com os interesses do próprio paciente, utiliza o método clínico que inclui desde a coleta de dados, identificação de problemas, implantação de um plano de cuidado e seguimento do paciente (MUNHOZ et al., 2024). 

Considerando que hidroxiuréia é o medicamento eficaz no tratamento da anemia falciforme, podendo ser administrado em adultos e crianças. Apresenta-se nos quadros abaixo suas propriedades farmacocinéticas e suas interações medicamentosas (HIDROXIURÉIA, 2024).

Quadro 1– Propriedades Farmacocinéticas do  Hidroxiuréia

Propriedades FarmacocinéticasHidroxiuréia
AbsorçãoÉ prontamente absorvida após administração oral. Picos de níveis plasmáticos são alcançados em 1 a 4 horas após uma dose oral. Com doses aumentadas, são observados picos médios de concentrações plasmáticas e área sob a curva (ASC) de concentração plasmática versus tempo desproporcionalmente maiores. Não há dados sobre o efeito dos alimentos na absorção da Hidroxiuréia.
DistribuiçãoA Hidroxiuréia distribui-se rápida e extensamente pelo organismo, apresentando um volume de distribuição estimado aproximando-se ao da água corporal total. As razões entre fluidos do plasma e ascite variam de 2:1 até 7,5:1. A Hidroxiuréia concentra-se nos leucócitos e eritrócitos. A Hidroxiuréia atravessa a barreira hematoencefálica.
MetabolismoAté 50% da dose oral sofre conversão através de vias metabólicas que não estão totalmente caracterizadas. Uma delas é provavelmente o metabolismo hepático saturável. Outra via menor pode ser a degradação a ácido acetohidroxâmico pela urease encontrada nas bactérias intestinais.
EliminaçãoA excreção da Hidroxiuréia em humanos provavelmente é um processo linear renal de primeira ordem. Em pacientes com malignidades, a eliminação renal varia de 30 a 55% da dose administrada.

Fonte: HIDROXIURÉIA: Cápsula. Responsável Técnico Ronoel Caza de Dio. São Paulo. EMS S/A, 2024. Bula de remédio 2p. 

Quadro 2 – Interações Medicamentosas-Hidroxiuréia

Interações Medicamentosas- Hidroxiuréia
Hidroxiuréia-MedicamentoO uso simultâneo de hidroxiureia e outros medicamentos depressores da medula óssea ou radioterapia pode aumentar a probabilidade de ocorrência de diminuição da função da medula óssea ou outras reações adversas. Estudos mostraram que a citarabina tem seu efeito tóxico aumentado em células tratadas com hidroxiureia.A utilização de hidroxiureia combinado com outros medicamentos ou com radioterapia ficará exclusivamente a critério médico.
Hidroxiuréia-Exame laboratorialEstudos têm mostrado que a hidroxiureia pode provocar resultados elevados falsos na determinação de ureia, ácido úrico e ácido lático, devido a sua interferência nas enzimas urease, uricase e desidrogenase láctica.
Hidroxiuréia-AlimentoNão há dados sobre o efeito dos alimentos na absorção da hidroxiureia.
Outras interaçõesHá um risco aumentado de doença sistêmica fatal induzida pela vacina com o uso concomitante de vacinas vivas. As vacinas vivas não são recomendadas em pacientes imunossuprimidos.

Fonte: HIDROXIURÉIA: Cápsula. Responsável Técnico Ronoel Caza de Dio. São Paulo. EMS S/A, 2024. Bula de remédio 2p. 

O conhecimento das propriedades farmacocinéticas do  Hidroxiuréia e o processo de interação deste medicamento deve ser de pleno interesse do profissional que visa a Atenção Farmacêutica que é um modelo de prática farmacêutica desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica. Compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e corresponsabilidades, na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. É a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional, e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. Esta interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades biopsicossociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde (RECIO et al., 2023)

CONCLUSÃO 

O impacto da atenção farmacêutica na qualidade de vida de portadores de anemia falciforme agregando medicamentos que auxiliam a quimiotaxia, ocorre em virtude dos benefícios que a atribuição do farmacêutico oferece, por meio de uma prática humanística e contextualizada, para a construção de um novo modelo de atenção à saúde, que visa possibilitar uma intervenção terapêutica medicamentosa monitorada, com foco na melhoria e bem-estar dos pacientes. Sabe-se que a anemia falciforme não tem uma cura amplamente disponível, mas existem tratamentos que podem contribuir no controle da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. 

Dentre os medicamentos com maior assertividade encontra-se a hidroxiureia (HU) que inibe a enzima ribonucleotídeo redutase. Até o momento, a HU é considerada a terapia medicamentosa mais eficaz no tratamento da anemia falciforme. Esse medicamento também pode ser prescrito a população pediátrica, por inúmeros benefícios, além de ser bem tolerado, podendo prevenir diversas complicações. 

A atenção farmacêutica desempenha um papel crucial na promoção da adesão ao tratamento, na prevenção de reações adversas e identificação de potenciais interações medicamentosas, contribui para a educação do paciente sobre o uso adequado de medicamentos, promovendo uma maior conscientização e responsabilidade no autocuidado. 

Desse modo, recomenda-se que o farmacêutico busque constante capacitação técnica profissional, além de desenvolver a habilidade de constituir vínculo de confiança com o paciente e com sua equipe multidisciplinar.

REFERÊNCIAS

1.ALCANTARA, P. G. A.; BENITHÁH, I. S.; SANTOS, R. T. O papel da biomedicina no diagnóstico e aconselhamento genético nos casos de anemia falciforme. Brazilian Journal of Development. Curitiba, v.7, n.6, p.56590-56605jun. 2021.

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1 Bacharel em Farmácia. Faculdade Metropolitana Fametro. Email: antoniamoreyra@hotmail.com
2 Bacharel em Farmácia. Faculdade Metropolitana Fametro. Email: antoniamoreyra@hotmail.com
3 Bacharel em Farmácia. Faculdade Metropolitana Fametro. Email: antoniamoreyra@hotmail.com
4 Bacharel em Farmácia. Faculdade Metropolitana Fametro. Email: matheus3248santana@gmail.com
5 Bacharel em Farmácia. Faculdade Metropolitana Fametro. Email: mellosaymon423@gmail.com