FATORES ASSOCIADOS À PREMATURIDADE EM GESTANTES DIAGNOSTICADAS COM LÚPUS ERITEMATOSO 

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102491348


Ana Carolina Brito Alencar Alves³
Anna Lívia Farias Viana²
Beatriz de Aquino Albino²
Camila Vitória Morais Madeira³
Larissa Cavalcante Monteiro de Brito³
Lucas Leone dos Santos de Jesus³
Lúcia Helena da Costa Bezerra³
Maísa Mizzy Feitosa Coutinho Rodrigues²
Matheus Eduardo dos Santos Madruga²
Paula Frassinetti Pereira Costa³
Raíssa Rackel Pinheiro dos Santos Madruga²
Rayssa Galdino Cavalcante²
Victor Leonel Moura Ciraulo4


RESUMO

O presente estudo tem o objetivo de identificar os principais fatores associados à prematuridade em gestantes com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES).Para isso foi realizada uma revisão integrativa da literatura, sendo utilizados os descritores “Lúpus Eritematoso Sistêmico” AND “Gravidez” AND “Prematuridade” nas bases de dados BVS e PubMed, no qual foram encontrados diversos artigos, e, após a inclusão de filtros e exclusão por: distanciamento do tema, repetição ou indisponibilidade gratuita na íntegra, restaram 18 que foram utilizados na construção desse artigo. Através da leitura e compilação de dados foi possível reunir informações importantes sobre o tema, constatando que as gestantes com LES são mais prováveis de apresentarem complicações durante a gestação, sendo as mais frequente delas a reincidência de atividade da doença e a pré-eclâmpsia, dois fatores que, além do LES, estão também associados a um risco aumentado de parto prematuro. Além disso, o uso de corticoides em altas doses e a titulação sérica de C3 baixa também estiveram associados com maiores taxas de parto prematuro.Desse modo, foi possível concluir que embora as gestantes com LES apresentem risco aumentado para complicações, é possível hoje em dia, através de estratégias terapêuticas e acompanhamento médico especializado, que essas mulheres tenham gestações seguras. 

Palavras-chave: Lúpus Eritematoso Sistêmico, Gravidez, Prematuridade.

ABSTRACT

The present study aims to identify the main factors associated with prematurity in pregnant women with Systemic Lupus Erythematosus (SLE). For this, an integrative review of the literature was carried out, using the descriptors “Systemic Lupus Erythematosus” AND “Pregnancy” AND “Prematurity” in the VHL and PubMed databases, in which several articles were found, and, after the inclusion of filters and exclusion due to: distance from the theme, repetition or free unavailability in full, 18 remained and were used in the construction of this article. By reading and compiling data, it was possible to gather important information on the topic, noting that pregnant women with SLE are more likely to experience complications during pregnancy, the most frequent of which are recurrence of disease activity and pre-eclampsia, two factors that, in addition to SLE, are also associated with an increased risk of premature birth. Furthermore, the use of high-dose corticosteroids and low serum C3 titers were also associated with higher rates of premature birth. Thus, it was possible to conclude that although pregnant women with SLE are at increased risk for complications, it is possible today, through therapeutic strategies and specialized medical monitoring, for these women to have safe pregnancies.

Keywords: Systemic Lupus Erythematosus, Pregnancy, Prematurity.

1 INTRODUÇÃO

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), trata-se de uma doença crônica autoimune, isso significa que sua manifestação parte de uma resposta equivocada do sistema imunológico do paciente, o qual produz anticorpos falhos que atacam as células do próprio corpo em detrimento de antígenos ou microrganismos externos que sejam identificados como ameaça à saúde (VIANNA, SIMÕES, INFORZATO; 2010).

As mulheres em idade fértil são as principais acometidas por essa doença, que, devido ao seu caráter crônico e sistêmico, não apresenta uma cura – apesar de poder ser controlada – e pode se manifestar de forma a comprometer diversos órgãos e sistemas do corpo, desde a pele e articulações até órgãos nobres, como rins e pulmões (VIANNA, SIMÕES, INFORZATO; 2010).

Tendo em vista esses aspectos do LES, diversos estudos foram realizados buscando esclarecer suas implicações e repercussões no período gestacional de pacientes diagnosticadas, uma vez que a associação do lúpus em gestantes é uma condição frequente. Foi constatado o aumento das recidivas da doença e um risco maior de intercorrências, que afetam tanto o feto quanto a mãe (FIGUEIRÓ-FILHO et al, 2010).

As gestantes com LES apresentarão complicações obstétricas cerca de 2 a 4 vezes mais frequentemente do que aquelas que não possuem esse diagnóstico, e dentre as complicações que podem ocorrer, como restrição do crescimento intrauterino, pré-eclâmpsia, síndrome antifosfolípide e lúpus neonatal, o parto prematuro é a mais prevalente delas, podendo acometer até um terço dessas pacientes (LOPES et al, 2021).

Um parto será considerado prematuro diante da sua ocorrência antes de 37 semanas de gestação, quando o recém-nascido será denominado pré-termo. Essas crianças podem sofrer consequências posteriormente, apresentando uma maior probabilidade de atraso no desenvolvimento motor, social e intelectual, o que gera dificuldade na realização de atividades do dia a dia, na socialização e no aprendizado escolar (RODRIGUES, BOLSONI-SILVA; 2011). 

Sendo assim, fica evidente que o Lúpus Eritematoso Sistêmico em gestantes pode influenciar na ocorrência de desfechos obstétricos prejudiciais, tanto para a mãe quanto para o bebê, de forma que, ampliando os estudos nessa área e reconhecendo os principais aspectos relacionados à prematuridade nessas pacientes, é possível propor ações que busquem o controle ou redução da prevalência dos partos prematuros em mulheres com LES, minorando suas consequências, como a mortalidade materna e o atraso no desenvolvimento das crianças que nascem pré-termo.

Desta maneira, tem-se como o objetivo deste estudo o de identificar os principais fatores que levam à ocorrência de partos prematuros em mulheres diagnosticadas com Lúpus Eritematoso Sistêmico, de modo a fazer prevalecer as medidas supramencionadas, tendo-se em vista a melhora da qualidade de vida das acometidas por esta síndrome.

2 METODOLOGIA

Este artigo tratou-se de uma revisão integrativa da literatura, tendo como princípio a compilação de outros estudos realizados previamente sobre o assunto para discuti-los e assimilar as informações já existentes, de forma a reunir em um só documento o que de mais relevante se encontrar, tornando mais abrangente a compreensão desse assunto (SOUZA; MARQUES-VIEIRA; SEVERINO; ANTUNES, 2017).

Foram então selecionados os descritores adequados para a busca das fontes para construção do artigo nas bases de dados, tendo sido verificados nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS/MeSH). Os descritores utilizados na pesquisa foram: “Lúpus Eritematoso Sistêmico” AND “Gravidez” AND “Prematuridade”. 

No dia quinze de setembro do ano de 2023 foi realizada a busca com os descritores citados na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), resultando em 60 artigos. Para restringir a pesquisa buscando maior objetividade nos resultados foram utilizados os seguintes filtros: texto completo, idioma em inglês e português e publicações realizadas nos últimos 5 anos, restando assim 8 artigos. 

Ainda no dia quinze de setembro do ano de 2023 foi realizada também uma busca na base PubMed, como forma de ampliar a quantidade de fontes a serem utilizadas na construção do artigo. Para essa busca foi necessário utilizar descritores em inglês, que também foram verificados no DeCS/MeSH, sendo eles: “Systemic Lupus Erythematosus” AND “Pregnancy” AND “Preterm Infant”.

Na base de dados do PubMed foram encontrados inicialmente o total de 272 artigos, que passaram pelo mesmo processo com a utilização de filtros para uma seleção mais sensível do que de fato fosse relevante. Os filtros utilizados foram: texto completo gratuito, idioma em inglês e português e publicações realizadas nos últimos 5 anos, restando assim 46 artigos.

Somando os artigos da primeira busca realizada na BVS com os do PubMed, foram obtidos um total de 54 artigos que foram selecionados para estudo e composição deste artigo. Porém, durante a realização do mesmo, através da leitura desses artigos foram realizadas algumas exclusões, os critérios utilizados para isso foram: afastamento do tema, reincidência dos artigos em sua totalidade ou do contexto apresentado e indisponibilidade do artigo na íntegra gratuitamente.

Foram excluídos no total 36 artigos, sendo 6 deles por repetição, 2 por indisponibilidade gratuita e 28 por distanciamento do tema selecionado, sendo assim, restaram 18 artigos que de fato compuseram o corpo amostral e tiveram seus dados utilizados para a construção deste estudo, estando todos devidamente creditados e referenciados ao final, conforme os direitos autorais. Todo esse processo se encontra ilustrado na Figura 1.

Figura 1 – Fluxograma da seleção do corpo amostral do estudo, 2023.

Fonte: 1) Elaborado pelos autores.

3 RESULTADOS

Este estudo foi realizado a partir dos 18 artigos selecionados que compuseram o corpo amostral, os quais estão dispostos no Quadro 1. No que diz respeito ao ano de publicação, 3 artigos foram publicados no ano corrente de 2023, o que corresponde a 16,7% do total. Em 2022, foram publicados 5 artigos, totalizando 27,8%. Enquanto isso no ano de 2021, com 4 artigos publicados, o total foi de 22,2%, bem como no ano de 2020. Apenas 1 artigo foi publicado em 2018 e 2019, cada ano concentrando assim 5,5% dos artigos.

Em relação ao idioma de publicação dos artigos incluídos, houve uma maioria absoluta dos artigos publicados na língua inglesa, sendo esses 17, o que equivale a 94,5%, e apenas 1 artigo foi publicado em português, completando 5,5% do corpo amostral.

Já sobre à base de dados da qual foram retirados os artigos, 4 deles foram provenientes da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), sendo 22,2%. E da PubMed, foram colhidos 14 artigos, totalizando 77,8% do corpo amostral. 

Quadro 1 – Síntese dos principais achados sobre o tema, 2023.

ArtigoAutoresAnoRevistaIdioma
Association of preterm outcome with maternal systemic lupus erythematosus: a retrospective cohort studyXiafang Chen, Wen Di, Lili Ye, Yabin Hu, Meng Jiang, Jiayue Wu, Jun Bu, Jianhua Sun, Fei Bei2023Italian Journal of PediatricsInglês
Vivência de gestação gemelar associada a Lúpus Eritematoso Sistêmico-LESLidia Cristina Villela Ribeiro, Érica de Jesus Miranda, Marcos Lázaro da Silva Guerreiro2020Revista de Ciências Médicas e BiológicasPortuguês
Maternal and fetal complications associated with systemic lupus erythematosus: An updated meta-analysis of the most recent studies (2017-2019).Wen Rong He, Hua Wei2020MedicineInglês
Systemic Lupus Erythematosus and Pregnancy: A Single-Center Observational Study of 69 PregnanciesEstephania Pignaton Naseri, Fernanda Garanhani Surita, Anderson Borovac-Pinheiro, Marília Santos, Simone Appenzeller, Lilian Tereza Lavras Costallat2018Revista Brasileira de Ginecologia e ObstetríciaInglês
Pregnancy and systemic lupus erythematosus in Spain: Has anything changed in the 21st century?Manuel de la Hera Madrazo, Pedro Muñoz Cacho, Leyre Riancho Zarrabeitia, Lorena Álvarez Rodríguez, Ana Haya, Marcos López-Hoyos, Víctor M. Martínez-Taboada2022Reumatología ClínicaInglês
Maternal and fetal outcomes of SLE in pregnancy: a literature reviewAbdul Basit Sangah, Sidra Jabeen, Meklit Zenbabaw Hunde, Sunita Devi, Hassan Mumtaz, Shazia Saleem Shaikh2023
Journal of Obstetrics and Gynaecology
Inglês
Pregnancy Outcomes in Systemic Lupus Erythematosus WomenNihal Al-Riyami, Bushra Salman, Amani Al-Rashdi, Tamima Al-Dughaishi, Rahma Al-Haddabi, Batool Hassan2021Sultan Qaboos University Medical JournalInglês
Maternal and Fetal Outcomes in Systemic Lupus Erythematosus PregnanciesYih Jia Poh, Irene Yuen Lin Yii, Lim Hee Goh, Hui Hua Li, Liying Yang, Hak Koon Tan, Julian Thumboo, Lay Kok Tan2020Annals, Academy of MedicineInglês
Preterm birth is strongly affected by the glucocorticoid dose during pregnancy in women complicated by systemic lupus erythematosusHiromi Shimada, Risa Wakiya, Kenji Kanenishi, Nobuyuki Miyatake, Shusaku Nakashima, Mai Mahmoud Fahmy Mansour, Mikiya Kato, Taichi Miyagi, Koichi Sugihara, Yusuke Ushio, Rina Mino, Mao Mizusaki, Tomohiro Kameda, Norimitsu Kadowaki, Hiroaki Dobashi2022Arthritis Research & TherapyInglês
Adverse Perinatal Outcomes Before and After Diagnosis with Systemic Lupus Erythematosus Among African American WomenMeghan Angley, Carolyn Drews-Botsch, Tené T. Lewis, Martina Badell, Sam Lim, Penelope P. Howards2022Arthritis Care & ResearchInglês
Pre-pregnancy serum complement C3 level is a predictor of preterm birth for pregnancies with systemic lupus erythematosusYuri Hiramatsu, Kentaro Isoda, Takuya Kotani, Eri Nakamura, Yumiko Wada, Youhei Fujiki, Shigeki Makino, Daisuke Fujita, Tohru Takeuchi2021Arthritis Research & TherapyInglês
Predictors of adverse pregnancy outcome in a cohort of women with systemic lupus erythematosus in MalaysiaOng Swee Gaik, Ding Hui Jen2021Medical Journal of MalaysiaInglês
Impact of low-dose acetylsalicylic acid on pregnancy outcome in systemic lupus erythematosus: results from a multicentre studyChiara Tani, Dina Zucchi, Isabell Haase, Maria Gerosa, Maddalena Larosa, Lorenzo Cavagna, Alessandra Bortoluzz,  Francesca Crisafulli, Johanna Mucke,  Francesca A L Strigini,  Laura Baglietto, Marco Fornili, Francesca Monacci,  Elena Elefante,  Roberta Erra, Elisa Bellis, Melissa Padovan,  Laura Andreoli,  Lavinia Agra Coletto, Giovanni Zanframundo,  Marcello Govoni,  Luca Iaccarino,  Angela Tincani, Andrea Doria,  Rebecca Fischer-Betz,  Marta Mosca2022Lupus Science & MedicineInglês
Preconception clinical factors related to adverse pregnancy outcomes in patients with systemic lupus erythematosus or primary Sjögren’s syndrome: a retrospective cohort studyJuan J. Fierro, Jelmer R. Prins, Gwenny M. Verstappen, Hendrika Bootsma, Johanna Westra, Karina de Leeuw2023RMD OpenInglês
High-risk factors for adverse pregnancy outcomes in systemic lupus erythaematosus: a retrospective study of a Chinese populationMeng Jiang, Yanling Chang, You Wang, Qiong Fu, Sihan Lin, Jiayue Wu, Wen Di2021BMJ OpenInglês
Hydroxychloroquine PK and exposure-response in pregnancies with lupus: the importance of adherence for neonatal outcomesStephen J Balevic, Daniel Weiner, Megan E B Clowse, Amanda M Eudy, Anil R Maharaj, Christoph P Hornik, Michael Cohen-Wolkowiez, Daniel Gonzalez2022Lupus Science & MedicineInglês
Obstetric and neonatal complications among women with autoimmune diseaseAndrew Williams, Katherine Grantz, Indulaxmi Seeni, Candace Robledo, Shanshan Li, Scd, Marion Ouidir, Carrie Nobles, Pauline Mendola2020Journal AutoimmunInglês
Hydroxychloroquine Levels throughout Pregnancies Complicated by Rheumatic Disease: Implications for Maternal and Neonatal OutcomesStephen J Balevic, Michael Cohen-Wolkowiez, Amanda M Eudy, Thomas P Verde, Laura E Schanberg, Megan EB Clowse2019Journal of Reumatology  Inglês

Fonte: 1) Elaborado pelos autores.

4 LÚPUS E GESTAÇÃO

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica autoimune que acomete majoritariamente mulheres em idade reprodutiva. A sintomatologia é ampla, podendo abranger vários órgãos devido às alterações biológicas polimórficas causadas pela doença. Pode afetar os vasos sanguíneos, o cérebro, os pulmões, a pele e as articulações e, consequentemente, danificar todos esses órgãos (JIANG et al, 2021).

Devido ao caráter sistêmico da doença, e ao principal público atingido serem mulheres adultas, em idade fértil, a associação do Lúpus à gestação sempre foi tema de grande interesse na medicina e fonte de importante discussões. Uma vez que a maioria dessas mulheres têm a fertilidade preservada e conseguem engravidar sem dificuldade, além de possuírem o desejo de se tornarem mães, é necessário garantir a sua segurança (GAIK; JEN, 2021).

Nas últimas décadas, através da melhoria do acompanhamento pré-natal e manejo multidisciplinar das gestantes, o LES deixou de ser uma contraindicação para gravidez. Novas descobertas e atualizações terapêuticas sobre a doença também contribuíram nesse processo, proporcionando melhores desfechos obstétricos (MADRAZO et al, 2022).

Seguindo o momento mais adequado para concepção, realizando o monitoramento da atividade da doença e ocorrência de crises, a maioria das mulheres é capaz de ter uma ou mais gestações saudáveis e com segurança, sendo de extrema importância o acompanhamento tanto com obstetra quanto com o reumatologista (SANGAH et al, 2023).

Por isso o aconselhamento médico antes da gestação, sobre os potenciais fatores de risco para apresentar complicações, o acompanhamento durante o pré-natal, para diagnosticar e tratar precocemente essas intercorrências e, também, os cuidados perinatais são de extrema importância na melhora dos indicadores dessas pacientes (JIANG et al, 2021).

Apesar disso, com o aumento do número de gestantes com LES, diversos estudos passaram a ser realizados sobre esse binômio, buscando identificar as repercussões da doença durante a gravidez, sendo constatado um aumento do risco de complicações maternas e fetais nessas gestações em comparações com outras mulheres (ANGLEY et al, 2022).

Por isso a gravidez de pacientes com Lúpus é considerada de alto risco, especialmente quando há atividade da doença no momento da gestação, sendo recomendado que as pacientes que desejam ter filhos façam um planejamento, para que só engravidem após 6 meses de remissão da doença, quando os riscos diminuem (CHEN et al, 2023).

4.1 COMPLICAÇÕES NA GESTAÇÃO

A principal repercussão materna suscitada pelo Lúpus durante a gestação é o aumento da atividade da doença, podendo desencadear episódios de crises de sintomas. A hipertensão gestacional também é frequente em muitas pacientes, bem como a ocorrência de nefrite lúpica, pré-eclâmpsia e eclâmpsia (AL-RIYAMI et al, 2021). 

Além disso, a incidência de mulheres que precisam ser submetidas a uma cesárea como forma de parto também é maior em gestantes com LES do que aquelas que não apresentam o diagnóstico, bem como a ocorrência de abortos espontâneos ou mesmo perdas gestacionais tardias e o parto de bebês natimortos (HE; WEI, 2022).

A indicações médicas para um parto por via cirúrgica podem ser diversas, e no caso das gestantes com LES os motivos frequentes que levam a tal medida são falha na progressão do trabalho de parto normal, alterações no monitoramento da frequência cardíaca do bebê ou a presença de hipertensão materna, podendo progredir para pré-eclâmpsia ou eclâmpsia (WILLIAMS et al, 2019).

Nas gestações de mães com LES o bebê também está suscetível a sofrer diversas complicações, como restrição do crescimento intrauterino (CIUR), parto prematuro, Lúpus neonatal, tamanho pequeno para a idade gestacional (PIG), rotura prematura das membranas (RPMO), e a mortalidade também é maior quando comparada a crianças de mães sem LES (SHIMADA et al, 2022).

Estudos indicam que as complicações podem ser mais frequentemente observadas no segundo e terceiro trimestre da gestação, e juntamente com a clínica e sintomatologia apresentada pela mãe, a ultrassonografia com doppler arterial umbilical pode ser útil no rastreio e monitoramento desses efeitos adversos (HE; WEI, 2022).

Existem também fatores que podem ser considerados preditores de complicações, indicando maiores probabilidades de uma gestação apresentar intercorrências, como o nível de atividade da doença antes e durante a gravidez, a presença de comprometimento renal com nefrite lúpica (AL-RIYAMI et al, 2021) e o envolvimento do sistema sanguíneo. Esses são aspectos relacionados a partos com idades gestacionais menores e bebês com menos peso (CHEN et al). 

A identificação sérica de determinados marcadores também pode ser um indicativo desfavorável para mãe e bebê, pois a associação do LES com anticorpos antifosfolípides e com a Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide (SAF) aumenta ainda mais a probabilidade de ocorrerem abortos espontâneos, restrição do crescimento intrauterino, mortalidade neonatal e ainda outras complicações perinatais (NASERI et al, 2018).

A SAF também é uma doença autoimune que pode se desenvolver de forma secundária ao Lúpus, podendo ser caracterizada por trombose (quando é vascular) ou morbidade na gravidez (quando é obstétrica). Os autoanticorpos se mantêm em títulos elevados, podendo ser o anticoagulante lúpico, autoanticorpos contra ß2-glicoproteína 1 ou cardiolipina (FIERRO et al, 2023).

Já nas mães com os anticorpos anti-Ro e anti-La positivos, foi identificada uma taxa baixa de ocorrência de Lúpus neonatal nas crianças, mas outras complicações também foram mais frequentes nessas mulheres, como a necessidade de induzir o parto ou encaminhar para cesárea (MADRAZO et al, 2022).

4.2 LÚPUS E PREMATURIDADE

Dentre todas as intercorrências gestacionais que possuem risco aumentado de acometer mulheres com LES, a que ocorre mais frequentemente é o parto prematuro, o que apesar de não ser completamente explicado, pode estar relacionado a alguns fatores, sendo o principal deles o alto nível de atividade da doença (NASERI et al, 2018).

Em estudos realizados sobre o nascimento de bebês prematuros filhos de mães com LES, foi identificada uma taxa de mortalidade maior naqueles em que as mães possuíam atividade da doença de nível considerado grave, uma taxa moderada naqueles cujas mães apresentavam atividade leve do LES, enquanto nenhum óbito ocorreu nos casos em que a doença estava em remissão (NASERI et al, 2018).

A pré-eclâmpsia também é um fator fortemente associado aos partos prematuros em gestantes com LES, sendo um dos principais contribuintes identificados para esse desfecho. A ocorrência de acidente vascular cerebral, insuficiência renal, insuficiência hepática e a mortalidade materna também aumentam com a pré-eclâmpsia (SANGAH et al, 2023).

A incidência de prematuridade também pode estar diretamente relacionada com o uso de glicocorticóides em altas doses (>20mg por dia) no tratamento do Lúpus durante a gestação, sendo recomendado manter essa medicação para as pacientes que apresentam difícil controle da doença, reduzindo gradualmente sua dosagem e adicionando outras medicações que não tragam riscos (SHIMADA et al, 2022).

Gestantes que apresentem um nível sérico de C3 anterior à gestação menor do que 85mg/dl também contam com um fator de risco potencial para desenvolver um parto prematuro, mesmo nos casos em que não há atividade da doença, e quanto menor o nível de C3 mais aumenta esse risco (Hiramatsu et al, 2021). 

Além disso, uma quantidade menor de leucócitos, neutrófilos e plaquetas foi identificada nesses bebês logo após o nascimento, comparado com outros RN, bem como níveis mais elevados de citocinas pró-inflamatórias, o que pode ser explicado devido a componentes moleculares e celulares da mãe que são transferidos para o feto, modulando seu sistema imunológico (CHEN et al).

Após o crescimento, durante a primeira infância, essas crianças podem apresentar ainda uma chance maior de desenvolverem doenças autoimunes, doenças coronarianas, dislexia, déficit de atenção e distúrbios na fala devido a atrasos de desenvolvimento (HE; WEI, 20)

4.3 TRATAMENTO DO LÚPUS E GESTAÇÃO

O tratamento do Lúpus é geralmente realizado com o uso de glicocorticóides e medicação antimalárica, que consiste na hidroxicloroquina (HCQ). Além disso, durante a gestação podem ser acrescentadas outras medicações no intuito de prevenir o desenvolvimento de hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia e eclâmpsia, como aspirina e heparina de baixo peso molecular (POH et al, 2020).

A administração de ácido acetilsalicílico como profilaxia para pré-eclâmpsia é utilizada em gestantes com LES e também em mulheres que não possuem nenhuma condição autoimune, mas apresentam risco elevado para essa patologia. A Aliança Europeia de Associações de Reumatologia recomenda o seu uso para as pacientes diagnosticadas com Lúpus, especialmente nos casos de associação à Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide ou nefrite lúpica (TANI et al, 2022). 

A administração de HCQ pode contribuir para melhores desfechos obstétricos, reduzindo a ocorrência de partos prematuros e restrição do crescimento intrauterino. O risco de pré-eclâmpsia também pode ser controlado por essa medicação, que age restaurando a função endotelial, que quando disfuncional pode favorecer a pré-eclâmpsia (SANGAH et al, 2023).

A hidroxicloroquina está relacionada também a menores taxas de Lúpus neonatal e ao controle de crises sintomáticas da doença durante a gestação (MADRAZO et al, 2022), além de já ter sido comprovada a segurança do seu uso em mulheres grávidas, não aumentando o risco de anomalias e malformações congênitas, aborto espontâneo ou morte fetal (SANGAH et al, 2023).

Algo importante de se notar é que para obter os efeitos mencionados, a concentração sérica de HCQ precisa estar adequada para a gestante, levando em consideração as mudanças fisiológicas que a mulher passa durante esse período, como o aumento da massa e água corporal e consequentemente o volume de distribuição, e também a maior taxa de filtração glomerular. Esses fatores contribuem para diminuir a concentração de HCQ, que quando muito baixa está associada a uma chance maior de parto prematuro, sendo indicado então reavaliar as dosagens utilizadas durante a gestação (BALEVIC et al, 2019).

O uso dos corticoides no controle do Lúpus durante a gestação não é tão unânime quanto a HCQ, pois em altas doses ele pode acabar sendo mais prejudicial do que benéfico, e acabar aumentando o risco de parto prematuro (POH et al, 2020). Sua vantagem se dá principalmente nos casos de Lúpus de difícil controle, com crises de repetição, sendo a droga mais utilizada nessa situação (SHIMADA et al, 2022).

No geral os efeitos colaterais dessas drogas rotineiramente utilizadas no tratamento são menos prejudiciais para a gravidez, do que a própria atividade da doença, sendo indicado então manter o seu uso durante toda a gestação. Além disso a amamentação também é considerada segura tanto com o uso da HCQ quando da corticoterapia, desde que a dosagem seja inferior a 20mg/dia (RIBEIRO; MIRANDA; GUERREIRO, 2020).

4.4 OUTRAS PROBLEMÁTICAS

Além de toda a questão do comprometimento da saúde materna e fetal abordada, uma outra preocupação que surge diante do diagnóstico do Lúpus é o medo e ansiedade gerados nas mulheres, que muitas vezes desejam engravidar, porém se sentem amedrontadas frente ao risco de enfrentarem complicações e consequências negativas para a criança (RIBEIRO; MIRANDA; GUERREIRO, 2020).

Muitas mulheres ainda, após uma primeira experiência gestacional difícil, tendo encarado complicações devido ao Lúpus, desenvolvem um trauma e receio intenso de passar por uma nova gestação, ter mais filhos e apresentar os mesmos problemas novamente (SANGAH et al, 2023).

Sintomas ansiosos como preocupação intensa e inquietude, ou mesmo depressivos, como tristeza e desânimo, são sentimentos frequentemente vividos e relatados por essas pacientes, que muitas vezes acabam desenvolvendo também transtornos mentais pela dificuldade de lidar com a gestação, suas complicações o medo ou mesmo o aumento das crises da doença durante esse período (SANGAH et al, 2023).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tem-se, portanto, que, embora o LES seja um complicador da fase gestacional para com suas portadoras, não inviabiliza a gravidez em si – o que é uma excelente notícia para àquelas que almejam a maternidade e padecem do LES. Dessa forma, tendo-se em vista os eventuais problemas que podem vir a se manifestar durante esta fase gestacional, tal qual foi observado durante o presente artigo, a chance de estes serem causadores de males maiores é reduzida mediante estratégias terapêuticas e acompanhamento médico especializado.

Note, ainda, como observado, o risco de prematuridade é maior naquelas acometidas com incidência grave do LES. Tal gravidade que pode ser diagnosticada com antecedência, o que viabiliza a adoção de estratégias mais efetivas e cuidados aplicados às necessidades da gestante ou daquela que quer engravidar, que consequentemente irá acarretar em um período gestacional mais tranquilo ou menos preocupante.

 É importante também observar que os riscos relacionados à gestação das portadoras de LES não estão estritamente ligados à doença em si. Como supramencionado neste artigo, a incidência de prematuridade pode estar diretamente relacionada ao uso de altas doses de glicocorticóides no tratamento do Lúpus durante a gestação, ou ainda a outros fatores como a presença de pré-eclâmpsia na gestante e o nível de atividade da doença.

 Por fim, insta salientar que dentre os métodos de controle do LES analisados pelo presente estudo, o que se mostrou mais seguro para a gestante e seu bebê foi aquele feito com uso da Hidroxicloroquina, estando diretamente ligada ao controle de crises sintomáticas da doença durante a gestação e reduzindo a ocorrência de outras intercorrências perinatais, sendo uma alternativa mais segura que o uso de corticóides.

 De fato, o LES é uma doença que pode dificultar bastante a vida de mulheres que almejam ser mães – muito por conta de problemas de ordem psicológicas que a doença gera nas mulheres, que ficam ansiosas ou paranóicas quanto aos riscos de uma eventual gravidez –, no entanto, a boa notícia é que a ciência avançou a um ponto em que esta condição patológica não mais é um inibidor ou inviabilizador de uma gravidez.

 Evidentemente o cuidado e a atenção terão de se fazer presentes sempre, na medida em que se faz imperioso o acompanhamento por perto de reumatologista e obstetras, que irão conduzir e auxiliar da melhor forma a paciente a fim que se adote todas as estratégias necessárias para que se conduza este período gestacional da forma mais prolífica e menos preocupante possível. Com os cuidados adequados e individualizados para as especificidades da paciente, o LES se torna uma doença menos penosa para as mulheres e lhes dá um pouco mais de esperança e regozijo.

REFERÊNCIAS

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ANGLEY, Meghan et al. Adverse Perinatal Outcomes Before and After Diagnosis with Systemic Lupus Erythematosus Among African American Women. Arthritis Care & Research, Hoboken, v. 74, n. 6, p. 904–911, 2022. DOI: 10.1002/acr.24848

BALEVIC, Stephen et al. Hydroxychloroquine Levels throughout Pregnancies Complicated by Rheumatic Disease: Implications for Maternal and Neonatal Outcomes. Journal of Rheumatology, Toronto, v. 46, n. 1, p. 57-63, 2019. DOI: 10.3899/jrheum.180158

BALEVIC, Stephen et al. Hydroxychloroquine PK and exposureresponse in pregnancies with lupus: the importance of adherence for neonatal outcomes. Lupus Science & Medicine, v. 9, e000602, p. 1-9, 2021. DOI: 10.1136/lupus-2021-000602

CHEN, Xiafang et al. Association of preterm outcome with maternal systemic lupus erythematosus: a retrospective cohort study, Italian Journal of Pediatrics, Roma, v. 49, n. 43, p. 1-9, 2023. DOI: 10.1186/s13052-023-01436-5

FIERRO, Juan et al. Preconception clinical factors related to adverse pregnancy outcomes in patients with systemic lupus erythematosus or primary Sjögren’s syndrome: a retrospective cohort study. RMD Open, Londres, v. 9, e003439, 2023. DOI: 10.1136/rmdopen-2023-003439

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¹Acadêmico do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina Nova Esperança (FAMENE)

²Acadêmico do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba (AFYAPB)

³Acadêmico do Curso de Medicina do Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ)

Bacharel em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba