APLICAÇÃO DO CHECKLIST DE CIRURGIA SEGURA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

APPLICATION OF THE SAFE SURGERY CHECKLIST: A LITERATURE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202408301627


Francisca Cirlainy Carneiro de Castro Moreira1; Rosilene Farias Mouta2; Milena de Melo Abreu3; Phaloma Mércia Lima Albuquerque4; Lisandra Bezerra Frota5; Benedita Beatriz Bezerra Frota6


Resumo

A segurança do paciente no centro cirúrgico é um componente vital dos cuidados de saúde, pois o processo cirúrgico é complexo onde requer uma abordagem sistemática e abrangente, envolvendo todos os membros da equipe de saúde. Diante desse cenário, o Ministério da Saúde do Brasil, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde da Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), apresentou o Manual de Implementação de Medidas para o projeto Segurança do Paciente: “Cirurgias Seguras Salvam Vidas”. O Programa “Cirurgia Segura Salva Vidas” incluiu a utilização de um checklist para os procedimentos cirúrgicos. O estudo tem como objetivos analisar a execução do checklist de cirurgia segura dez anos depois de sua criação nos hospitais, seus benefícios, fragilidades e a adesão. Para a elaboração desta pesquisa optou-se por uma revisão integrativa, onde seguindo as etapas propostas foi possível evidenciar que o processo de implementação ainda necessita de mais esforços, os principais benefícios foram a diminuição de erros de lateralidade e melhor comunicação da equipe. A falta de entendimento sobre a importância do checklist e treinamento é uma fragilidade para a completa utilização e observa-se também que a falta de adesão por parte da equipe de enfermagem e principalmente médica é o problema mais evidenciado nos artigos.

Palavras-chave: cirurgia segura; checklist; enfermagem.

1 INTRODUÇÃO

A segurança do paciente no centro cirúrgico é um componente vital dos cuidados de saúde, por ser um processo complexo, iniciando desde o momento que o paciente recebe a notícia da necessidade de realizar a intervenção cirúrgica, ou, até mesmo quando é decidido pelo próprio paciente, no caso, cirurgias estéticas. (Christóforo, 2009).

A discussão sobre o assunto foi fortalecida em 1999, a partir da publicação do Instituto de Medicina dos Estados Unidos (IOM) intitulada “Errar é Humano: Construindo um Sistema de Saúde Mais Seguro” (To Err is Human: Building a Safer Health System), que apontou o problema dos danos causados pela assistência à saúde em pacientes norte-americanos (Nascimento; Draganov, 2015).

Os cuidados assistenciais ao paciente cirúrgico começam com o preparo pré-operatório, que tem por finalidade levar o paciente às melhores condições para a cirurgia, garantindo-lhe menores possibilidades de complicações. Este preparo inclui orientações, preparo físico, emocional, com a finalidade de um encaminhamento ao centro cirúrgico com mitigação de possíveis riscos, promovendo uma recuperação segura e evitando complicações no pós-operatório (Gouvêa; Travassos, 2010).

No Brasil, a segurança do paciente começou a fazer parte da agenda política a partir da mobilização do Ministério da Saúde junto à Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2004, com a criação do programa “Aliança Mundial para Segurança do Paciente” com o objetivo de melhorar a qualidade da assistência à saúde e mitigar os riscos aos quais os pacientes estão expostos no ambiente hospitalar. A Aliança Mundial para a Segurança do Paciente visa também despertar a consciência profissional e o comprometimento político para uma melhor segurança na assistência à saúde e apoiar os Estados Membros no desenvolvimento de políticas públicas e na indução de boas práticas assistenciais (Galvão, 2002).

O segundo Desafio Global para a Segurança do paciente dirige a atenção para os fundamentos e práticas da segurança cirúrgica, que são, inquestionavelmente, componentes essenciais da assistência à saúde. No entanto, persiste a necessidade de se investir na busca de melhoria da qualidade e garantia de segurança nas intervenções cirúrgicas, que resultem progressivamente em mais vidas salvas e mais incapacidades preveníveis. Assim, esse Desafio Global tem como objetivo aumentar os padrões de qualidade almejados em serviços de saúde de qualquer lugar do mundo e contempla: a prevenção de infecções de sítio cirúrgico; a anestesia segura; equipes cirúrgicas seguras; e os indicadores da assistência cirúrgica (Brasil, 2007).

Diante desse cenário, o Ministério da Saúde do Brasil, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde da Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), apresentou o Manual de Implementação de Medidas para o projeto Segurança do Paciente: “Cirurgias Seguras Salvam Vidas”. Este manual contribui para a plena percepção do risco, primeiro passo para a mudança ou o reforço no sentido de uma prática efetiva de medidas preventivas, que potencializam os avanços tecnológicos observados na assistência cirúrgica (Brasil, 2007).

O Programa “Cirurgia Segura Salva Vidas” incluiu a utilização de uma lista de verificação dos procedimentos cirúrgicos, criada a partir do consenso de profissionais de diferentes especialidades cirúrgicas, cobrindo as etapas antes, durante e depois da cirurgia: o checklist de cirurgia segura. A finalidade do checklist é determinar as medidas a serem implantadas para reduzir a ocorrência de incidentes e eventos adversos e mortalidade cirúrgica. Esse instrumento foi criado para tornar mais eficiente a comunicação interprofissional e definir responsabilidades (De Souza et al., 2010).

O Checklist é dividido em 3 etapas: a primeira é a entrada do paciente, antes da indução anestésica; a segunda é o timeout, antes do início da cirurgia; a terceira é a saída, checkout, realizada ao final, antes do paciente sair da sala de cirurgia. Esse instrumento é uma ferramenta inestimável para garantir a segurança do paciente durante o procedimento cirúrgico, pois auxilia a equipe cirúrgica a identificar e prevenir possíveis erros e complicações, aprimora a comunicação entre os membros da equipe e estabelece claramente as responsabilidades de cada um.

O checklist de cirurgia segura tem sido utilizado há mais de dez anos, um período de tempo razoável para evidenciar as dificuldades na implantação deste instrumento, bem como suas fragilidades, tendo em vista que as pesquisas ainda mostram dados alarmantes em relação a erros na assistência ao paciente cirúrgico (Metelski, 2023).

Tanto em nível nacional quanto internacional, há um esforço contínuo para melhorar a segurança cirúrgica. Isso envolve o estabelecimento de protocolos e diretrizes, bem como a conscientização dos profissionais de saúde sobre a importância da segurança do paciente. Através desses esforços, questiona-se no estudo: Como os profissionais de saúde estão realizando a aplicação do Checklist de cirurgia segura?

O interesse pelo tema é justificado pelo fato de que os pesquisadores atuam profissionalmente em centros cirúrgicos e, portanto, utilizam esse instrumento em seu dia a dia. Isso despertou a curiosidade em pesquisar mais sobre o assunto e entender como o checklist está sendo aplicado e sua eficácia na prevenção de erros e complicações durante as cirurgias, com o propósito de ampliar as discussões sobre o tema e subsidiar estudos futuros.

Diante do exposto, o estudo tem como objetivo geral analisar a execução do checklist de cirurgia segura dez anos depois de sua criação e como objetivos específicos: Identificar os benefícios da aplicação do Checklist de cirurgia segura para o paciente; verificar as fragilidades e desafios na aplicação do checklist de cirurgia segura; avaliar a adesão do checklist de cirurgia segura pelos profissionais de saúde.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA

O procedimento cirúrgico requer uma abordagem sistemática e abrangente, envolvendo todos os membros da equipe de saúde, para garantir que cada paciente receba o mais alto nível de cuidado e que os riscos associados à cirurgia sejam minimizados (Christóforo, 2009).

De acordo com a Portaria N° 529/2013 que instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente, onde está remete à proteção, minimização de riscos e prevenção de danos, melhorias contínuas, boas práticas e qualidade da assistência. É necessário reconhecer e compreender o erro como um evento inerente aos serviços de saúde para ser possível preveni-lo (Metelski, 2023). A segurança do paciente consiste na redução das situações de risco nos processos assistenciais e na aplicação das melhores práticas, de modo a atender o paciente da melhor forma possível (Siman; Brito, 2017).

No contexto de cuidado à saúde, as salas de cirurgias são os locais onde mais ocorrem eventos adversos(O’Leary et al.,2016). Para auxiliar a equipe cirúrgica na redução destes eventos a Organização Mundial da Saúde (OMS) em conjunto com a equipe multiprofissional e diversos pacientes desenvolveram uma Lista de Verificação para Segurança Cirúrgica (Surgical Safety Checklist). Esta ferramenta tem como objetivo promover uma linguagem uniforme para a vigilância nacional e internacional de segurança do paciente no período perioperatório (Brasil, 2014).

A temática dos checklists com maior número de publicação foi cirurgia segura, área prioritária segundo o Desafio Global para a Segurança do Paciente, que objetiva melhorar a segurança cirúrgica e reduzir o número de complicações e óbitos relacionados. Esse documento sistematiza práticas baseadas em evidências e propõe reduzir as distrações, elucidar etapas mínimas esperadas diante de uma situação complexa, aumentar a interação entre os membros da equipe e com intuito de elevar seu desempenho(SANTOS et al., 2019)

Com isso, a enfermagem tem papel essencial em promover a segurança do paciente, especialmente no cuidado cirúrgico. Onde sua corresponsabilidade na aplicação do checklist, possibilita reduzir a ocorrência de eventos adversos, surgindo assim a oportunidade de implantar melhorias na qualidade da assistência perioperatória e aumentar a efetividade dos cuidados de enfermagem, tendo resultado mais segurança ao paciente, com a diminuição de erros assistenciais (Rabêlo et al.,2022).

3 METODOLOGIA

O presente trabalho teve como proposta executar uma revisão de ordem integrativa de literatura, de maneira a propor uma extensa interpretação metodológica referente às análises, integrando pesquisas de autores renomados, para uma compreensão do fenômeno investigado. Refere-se, portanto, a uma pesquisa descritiva do tipo revisão integrativa com abordagem qualitativa. A revisão integrativa permite reunir e sintetizar resultados de pesquisas sobre determinado tema de forma ordenada e sistemática, contribuindo assim, para um estudo minucioso (Sousa et al., 2018).

De acordo com a proposta apresentada por Dantas et al., (2021), o método de revisão integrativa deve ser desenvolvido seguindo etapas bem definidas; são elas: Identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa; Amostragem ou busca na literatura; Extração de dados ou Categorização; Análise crítica dos estudos incluídos; Interpretação dos dados e Apresentação da revisão integrativa, estando descritas nos tópicos a seguir.

3.1 Primeira etapa: identificação do tema e seleção da questão de pesquisa

Considerando, portanto, as publicações científicas que contribuíram diretamente para o estudo em questão, elaborou-se a seguinte pergunta norteadora: quais os benefícios do checklist cirúrgico, seus desafios e adesão da equipe após 10 anos de sua implementação?

Essa questão incita, a partir da busca na literatura, revelar o estado da arte após dez anos de implementação dos checklist de cirurgia segura.

Nesse estudo utilizou-se a estratégia PICo para elaboração da pergunta norteadora, em que P é a população/paciente/problema do estudo, I é o fenômeno de interesse e Co é o contexto do estudo em que a população está inserida, e segundo Stern, Jordan e McArthur (2014) existe uma maior sensibilidade para a recuperação de pesquisas do tipo qualitativas com foco nas experiências humanas e nos fenômenos sociais.

A estratégia escolhida está demonstrada a seguir:

  • P – Problema = checklist cirurgico;
  • I – Fenômeno de Interesse = benefícios, desafios e adesão;
  • Co – Contexto = centro cirúrgico.

3.2 Segunda etapa: amostragem ou busca na literatura

A determinação de quais serão os critérios de inclusão e exclusão foram alinhados à necessidade de satisfazer a questão norteadora e ao mesmo tempo garantir a representatividade dos dados (Soares et al., 2013).

Como critérios de inclusão foram estabelecidos os seguintes: textos completos, estar escrito no idioma português, apresentar relação com o tema, terem sido publicados entre os anos de 2014 a 2024.

Quanto aos critérios de exclusão: serão excluídos os textos incompletos, literaturas sem referência de autoria, com versões apenas em resumos, assim como não atender aos critérios de inclusão previamente descritos.

Os dados foram coletados através do estudo de teses, dissertações, artigos de periódicos científicos na área das ciências da saúde, bem como manuais e protocolos de instituições de saúde. As fontes de dados utilizadas para busca do escopo da pesquisa foram as seguintes bases de dados científicas: SCIELO (Scientific Electronic Library Online), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), Bdenf e MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online) indexados na BVS (Base de dados da enfermagem) (Biblioteca Virtual da Saúde). A busca foi realizada com o operador booleano AND, relacionando os descritores em ciências da saúde (DeCS): “checklist”, “cirurgia segura” e “enfermagem” nas plataformas mencionadas.

Para a busca foi necessário apena um cruzamento entre os descritores, e remeteu como amostra final 13 artigos e o percurso se deu da seguinte maneira:

Tabela 01: Busca dos artigos nos bancos de dados on-line

 SCIELOLILACSBDENFMEDLINE
Uso dos DeCs816866107
Critérios de inclusão e exclusão2144492
Exclusão de artigos duplicados2136302
Leitura de títulos e resumos814112
Leitura completa6752
Artigos selecionados4342

Fonte: Primária

3.3 Terceira etapa: extração de dados ou categorização

Após a seleção e composição da amostra, os pesquisadores seguiram para a organização e sumarização dos dados de modo claro e sucinto, criando um banco de dados, o que facilita a comparação dos estudos em assuntos específicos, problemas, variáveis e características das amostras, de onde emergem as categorias. As especificações de dados interessantes para a pesquisa que foram adotadas para a identificação e as informações colhidas de cada estudo selecionado devem estar pontuadas, para que durante o processo de análise o pesquisador possa retomar as principais contribuições de cada artigo de modo prático.

Utilizou-se de um instrumento de coleta de dados para a extração das informações, com o objetivo de facilitar o processo seletivo dos dados e sua análise (ANEXO A). Contém como variáveis: nome do artigo, local, ano de publicação, idioma, tipo de publicação, objetivo, amostra, nível de evidência, resultados e conclusão. Organizada, criando um banco de dados acessível a todas as informações pertinentes ao tema.

3.4 Quarta etapa: análise crítica dos estudos incluídos

Esta etapa tem por objetivo sumarizar e documentar as informações dos estudos selecionados, através de instrumentos que unam e organizem de modo coerente os estudos encontrados nas fases anteriores, a fim de formar um banco de dados de fácil acesso e manejo das amostras. Esta etapa determina a credibilidade de seus resultados e fortalece as conclusões do tema investigado (Mendes; Silveira; Galvão, 2008).

3.5 Quinta fase: interpretação dos dados

Para a análise dos dados coletados, foi utilizado o Método de Bardin, uma referência destacada para a análise de conteúdo. De acordo com Bardin (2012), a análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise de comunicações que emprega procedimentos sistemáticos e objetivos para descrever o conteúdo das mensagens. Este método é composto por fases ou etapas que visam sintetizar os achados.

Na Fase I (Pré-análise), foi feita a seleção dos materiais que estão relacionados ao objeto de estudo e que fornecem embasamento argumentativo para os resultados obtidos. Nesta fase, são aplicados os critérios de inclusão e exclusão para facilitar a obtenção de dados que serão efetivamente utilizados.

Na Fase II, foram realizados o estudo e a leitura minuciosa dos materiais obtidos. Nesta fase, os escritos são avaliados e selecionados aqueles que serão necessários para sustentar o tema de estudo, bem como os que serão utilizados para fazer correlação com a proposta do tema em questão. Finalmente, na Fase III (Validação dos Dados Analisados), estabelecemos a relação dos objetivos com os resultados e a possível emergência de novas hipóteses (Azevedo; Silva; Maia, 2021).

3.6 Sexta fase: apresentação da síntese da revisão

A revisão deve possibilitar a replicação do estudo. Nesta última etapa a elaboração de documento deve contemplar todas as fases percorridas pelo pesquisador, apresentando os principais resultados obtidos de forma criteriosa. Apresenta extrema importância, já que produz impacto devido ao acúmulo do conhecimento existente sobre a temática pesquisada (Botelho; Cunha; Macedo, 2011).

Foi incluído informações suficientes que permitiram ao leitor avaliar a pertinência dos procedimentos empregados na elaboração da revisão, os aspectos relativos ao tópico abordado e o detalhamento dos estudos incluídos.

As principais informações foram dispostas em tabelas e quadros, deixando claras as informações pertinentes aos resultados dos artigos, confrontando os assuntos com a literatura pertinente ao tema. Os pleonasmos e exposição de dados irrelevantes devem ser evitados, pois comprometem a fluidez da leitura.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A leitura e análise das publicações selecionadas para compor o escopo da pesquisa permitiu a elaboração de dos resultados em quatro categorias temáticas para a possibilidade de responder os objetivos da pesquisa, são elas: (1) execução do checklist de cirurgia segura dez anos depois de sua criação e seus benefícios, (2) as fragilidades e desafios na aplicação do checklist de cirurgia segura e (3) adesão ao checklist de cirurgia segura pelos profissionais de saúde.

A síntese dos artigos selecionados está exposta na tabela abaixo:

Tabela 2: síntese dos artigos selecionados

ANO TITULOMÉTODOSBASE
12023Uso do checklist de cirurgia segura em uma maternidade-escola cearenseEstudo documental, retrospectivo.BDENF
22022Enfermagem e a aplicação da lista de cirurgia segura: uma revisão integrativarevisão de literaturaBDENF
32022Efeito do Checklist de cirurgia segura na incidência de eventos adversos: contribuições de um estudo nacionalPesquisa transversal e retrospectivaSCIELO
42022Checklist de cirurgias seguras: percepção da equipe de saúdeEstudo descritivo-explorató rio qualitativoSCIELO
52022Atuação da enfermagem no checklist de cirurgia seguraRevisão de literaturaBDENF
62022A adesão da equipe de enfermagem ao checklist de cirurgia seguraRevisão de literaturaLILACS
72021Boas práticas na utilização do checklist de cirurgia segura por enfermeiros no período transoperatórioRevisão de literaturaBDENF
82021Análise da adesão ao checklist de cirurgia segura e a cultura de segurança no centro cirúrgico: revisão da literaturaRevisão de literaturaLILACS
92021Benefícios do protocolo cirurgia segura para o paciente e equipe multiprofissionalRevisão de literaturaLILACS
102020A percepção da equipe de enfermagem acerca da utilização do checklist de cirurgia segura no centro cirúrgico em uma maternidade do Sul do BrasilEstudo descritivo-explorató rio qualitativoMEDLIN E
112020Implantação e adesão do checklist de cirurgia segura em instituições hospitalares: revisão integrativaRevisão de literaturaSCIELO
122019Checklist de cirurgia segura: adesão ao preenchimento, inconsistências e desafios.Estudo transversal, documental, retrospectivoMEDLIN E
132019Lista de verificação de segurança cirúrgica: benefícios, facilitadores e barreiras na perspectiva da enfermagemPesquisa transversal e retrospectivaSCIELO

Fonte: Autores

4.1 Execução do checklist de cirurgia segura dez anos de sua criação e seus benefícios

Os estudos mostraram durante o processo de implementação do CL que mudanças ocorreram em relação a diminuição dos eventos adversos, pois sistematiza as ações assistenciais e previnem situações de risco ao paciente.

A validação do checklist fornece elementos de orientação para a prevenção de comportamentos que podem levar ao risco de eventos adversos, além de possibilitar que as equipes assistenciais busquem estratégias de cuidado seguras no gerenciamento de medicamentos (Andrade; Bastos; Lima, 2022).

A utilização do CL de cirurgia segura tem sido uma estratégia fortemente recomendada pela OMS por ser considerada como uma intervenção efetiva, de aplicação relativamente fácil, de baixo custo e com potencial para redução de complicações e mortes associadas à assistência cirúrgica (Faria et al., 2022).

O CL de cirurgia segura trouxe mudanças significativas ao processo do cuidado do paciente no perioperatório, onde a enfermagem desempenha papel fundamental na adesão e aplicabilidade desta ferramenta, nas diversas etapas de sua execução, reduzindo as taxas de morbimortalidade relacionadas às cirurgias e as complicações pós-cirúrgicas pela metade contribuindo fortemente na queda das taxas de infecção e no retorno não planejado ao Centro Cirúrgico (Barros et al., 2023; Moraes; Guilherme Neto; Santos, 2020)

Considerando a frequência crescente e gravidade do dano produzido pelos eventos adversos relacionados à assistência cirúrgica, somado aos resultados promissores revelados por estudos pioneiros sobre os benefícios trazidos pela utilização do CL, observa-se um esforço contínuo em todo o mundo no sentido de adotar o instrumento na assistência cirúrgica e melhorar progressivamente a adesão. No Brasil, a partir da publicação da RDC Nº36/201324, as organizações de saúde também têm caminhado no sentido de inserir a checagem de segurança cirúrgica como estratégia para melhorar os níveis de segurança e elevar os padrões de qualidade da assistência à saúde (Faria et al., 2022; Tostes; Galvão, 2019).

Outro ponto importante com a implementação do CL de cirurgia segura é a respeito do fortalecimento da cultura de segurança do paciente haja visto que a rotina de verificação dos itens do CL torna a questão da segurança como uma rotina cada vez mais infundada na prática dos profissionais.

A percepção dos profissionais de saúde sobre a implantação de estratégias de segurança do paciente traz, de um lado, a satisfação por possibilitar melhoria na qualidade do cuidado e, do outro, a decepção pelo atraso na implantação de ações e pela resistência de alguns profissionais em aderir ao processo. Além disso, a adesão à checagem de segurança contribui para o desenvolvimento da cultura de segurança nas organizações de saúde, valorizando o trabalho interdisciplinar e melhorando a comunicação entre os profissionais da equipe (Faria et al., 2022; Santos et al., 2022).

Santos et al., (2022) reafirmam ainda que esta percepção por parte dos profissionais, aliada ao envolvimento das equipes em uma linguagem comum, contribui fundamentalmente para o alcance da adesão do checklist como prática assistencial e não como dever administrativo, já que este último ofusca os potenciais benefícios da cultura de segurança do paciente.

Um dos principais benefícios relatados nos estudos após implementação dos CL de cirurgia segura é a melhoria da comunicação da equipe cirúrgica, favorecendo a melhoria e agilidade da assistência e evitando EA que interfiram na morbimortalidade dos usuários.

A literatura que afirma que a falha na comunicação é um dos principais fatores que contribuem para eventos adversos e que maiores são as chances de cancelamento de cirurgias, erros cirúrgicos e situações de risco que podem gerar morte quando a comunicação não é efetiva, proporcionando uma assistência perigosa, com isso, a utilização do checklist traz como principal benefício a melhoria na comunicação, a redução na chance de erros e o estabelecimento da enfermagem como principal liderança em seu processo de execução Cirúrgico (Barros, et al., 2023; Rocha et al., 2021; Silva et al., 2021).

Em outra revisão sistemática sobre os benefícios desta lista de verificação para a equipe cirúrgica, os resultados apontaram que o uso da ferramenta contribuiu para a melhoria do auto percepção do trabalho em equipe e comunicação. No entanto, quando o checklist foi utilizado em condições inadequadas ou os indivíduos envolvidos não aderiram ao processo de implementação, a utilização da CL pode ter impacto negativo, como a percepção de que o seu uso não produz mudança na comunicação interpessoal (Tostes; Galvão, 2019; Silva; Perez, 2022).

Se tratando de benefícios assistenciais, os presentes estudos, aponta-se que a aplicação do checklist contribui efetivamente para a prevenção de erros de lateralidade, troca de pacientes, retenção não intencional de objetos no interior do sítio cirúrgico e funcionamento dos equipamentos anestésicos e cirúrgicos, haja visto que em pesquisas realizadas mostram o relato de médicos cirurgiões que afirmaram ter vivenciado troca de lateralidade ou retenção de algum material cirúrgico em cavidades operadas. (Santos et al., 2022; Andrade; Bastos; Lima, 2022).

Neste contexto, uma pesquisa nacional, que teve como objetivo conhecer a adesão da equipe cirúrgica e de enfermagem na implantação do protocolo de marcação do local cirúrgico e identificação do paciente correto, pois se sabe que esta é a meta número um da OMS, “a equipe operará o paciente certo e o local cirúrgico certo”, observou-se que as tarefas delegadas aos funcionários que pertencem ao quadro de colaboradores do hospital, assim como a primeira marcação da lateralidade, a pulseira de identificação e o nome do paciente, foram realizadas satisfatoriamente. Entretanto, houve uma redução considerável na realização da segunda marcação, de competência do cirurgião principal (Gehres; Cremonese; Schuh, 2020; Rabêlo et al., 2022).

No que concerne aos benefícios administrativos, os CL cirúrgicos contribuem na relação custo-benefício para os serviços de saúde e em mudanças positivas na conjuntura da qualidade assistencial, promover a redução de custos por meio de ganhos de eficiência, diminuição  da  rotatividade  de  enfermeiros,  redução  de  atrasos,  cancelamentos  dos procedimentos cirúrgicos e prevenção de complicações cirúrgicas. Ressalta-se que a enfermagem é uma profissão que se distingue neste sentido (Rocha et al., 2021; Tostes; Galvão, 2019).

O processo de implementação do checklist de cirurgias seguras é considerado complexo e requer avaliação cuidadosa e averiguação de potenciais barreiras. Os profissionais de saúde precisam ser sensibilizados e motivados, por meio de treinamentos e capacitação, para compreenderem que não se trata apenas de um protocolo, mas de uma ferramenta para reduzir a ocorrência de erros e, por conseguinte, melhorar a qualidade assistencial (Santos et al., 2022).

Com relação ao preenchimento do checklist, observou-se a baixa adesão de acordo com o preconizado, podendo ser explicados pela falta de conhecimento e treinamentos da equipe. A sobrecarga de trabalho, o mau dimensionamento no número de profissionais, a falta de trabalho em equipe e a falta de tempo foram citadas como dificuldades de execução e adesão (Gehres; Cremonese; Schuh, 2020; Rocha et al., 2021).

4.2 As fragilidades e desafios na aplicação do checklist de cirurgia segura

Os estudos remetem uma gama de fragilidades citadas no que diz respeito a um uso pleno desta ferramenta, diversos pontos a serem abordados como falta de apoio, cultura da equipe, dificuldades de compreensão de tópicos, sobrecarga de pessoal e resistência da equipe médica

Destaca-se que uma das principais fragilidades relatadas na pesquisa pela equipe de enfermagem consiste na falta de apoio das chefias de cirurgia, anestesia e enfermagem, associada à ausência de monitoramento da prática de uso e à descrença sobre os benefícios do checklist cirúrgico (Barros et al., 2023).

O processo de implementação do checklist é uma intervenção social complexa que exige mudanças nos hábitos e principalmente engajamento de toda esfera administrativa e coordenações, porque o processo geralmente resulta forma repentina em modificações no processo de trabalho, comportamento, perspectiva dos profissionais em relação à CL e a segurança do paciente e sem o adequado planejamento, podem surgir barreiras (Tostes; Galvão, 2019)

A pesquisa de Barros et al. (2023) enfatiza a orientação e conscientização da equipe por meio da promoção de reflexões e debates quanto à aplicabilidade do protocolo de cirurgia segura, contudo é preciso trabalhar a cultura interna no sentido de promover segurança ao paciente investindo em educação permanente, ampliação do conhecimento sobre a importância do checklist, promoção do trabalho em equipe e divisão de responsabilidades.

Com relação à dificuldade relacionada ao não preenchimento no tempo preconizado, a literatura aborda esse entrave como oposto às características apresentadas sobre o checklist, tendo em vista que ele se constitui em ferramenta de rápido preenchimento. Possivelmente essa barreira está potencializada pela falta de adesão de toda a equipe, o que pode gerar sobrecarga de responsabilidade e atribuições para um único membro (Barros et al., 2023).

Além da falta de participação da equipe, outras dificuldades encontradas foram: emprego de itens com difícil compreensão e ausência de explicação sobre a lista e que devido à sobrecarga de trabalho, a falta de tempo também é considerada uma das principais dificuldades para a execução do instrumento (Borges; Mendes; Araújo, 2021).

Ainda sob os resultados de Borges; Mendes; Araújo (2021) a LVSC é uma ferramenta que pode ser preenchida rapidamente sendo assim a falta de tempo, tida com uma barreira para utilização do instrumento, pode acabar sendo intensificado em função da falta de adesão por toda a equipe cirúrgica, propiciando uma sobrecarga de atribuições a um único profissional da equipe

Outras fragilidades foram consideradas na aplicação do checklist, dentre elas, a falta de interesse, a resistência médica e ainda a banalidade por parte desta classe. Ressalta-se que a maior dificuldade encontrada para um melhor desempenho da equipe cirúrgica está na própria equipe, sendo esta, a responsável por manter um bom relacionamento e, principalmente, uma comunicação efetiva (Gehres; Cremonese; Schuh, 2020; Silva et al., 2021; Rocha et al., 2021).

A identificação de barreiras e o desenvolvimento de estratégias institucionais que abordem questões sociais, culturais, profissionais, como volumes de trabalho dos membros da equipe cirúrgica e tempo para a execução do evento de checagem das etapas do checklist de cirurgias seguras, suporte e capacitação, podem contribuir para a melhoria da qualidade do procedimento cirúrgico (Santos et al., 2022; Rocha et al., 2021).

4.3 Adesão ao checklist de cirurgia segura pelos profissionais de saúde

Os resultados da pesquisa evidenciaram como o grande problema da implementação CL de cirurgia segura é a falta de adesão por parte da equipe, tantos médicos como enfermeiros, que acabam negligenciando a importância desta ferramenta, destaca-se como motivos a não compreensão dos itens do CL, a falta de treinamento, e nas instituições que aderem ao uso o seu preenchimento não foi correto ou foi incompleto.

Apesar de a enfermagem reconhecer a importância do checklist para a segurança do paciente e desejar sua implementação na rotina de trabalho, eles não aderiram ao protocolo, visto que a cultura de segurança do paciente cirúrgico não fazia parte da instituição na qual a pesquisa foi realizada. Dados como estes corroboram os entraves relatados pelos profissionais de enfermagem quanto ao uso do checklist, que decorrem de processos organizacionais inadequados (Barros et al., 2023).

Os profissionais de enfermagem relatam falta de participação da equipe médica, principalmente a equipe anestésica, o que em alguns momentos gera constrangimento, ressaltando a necessidade de treinamentos e processos educativos quanto à importância da ferramenta para o processo do cuidado (Ribeiro et al., 2019).

Segundo Silva; Perez (2022) a aplicação do checklist tem sido conduzida pela equipe de enfermagem, sem participação efetiva dos demais membros. Sendo um dos pilares fundamentais da proposta do checklist para a mitigação dos eventos adversos se refere especificamente a melhoria da comunicação entre a equipe multiprofissional.

O envolvimento da equipe no que tange à aplicabilidade do checklist tem sido apontado como elemento primordial para a promoção da adesão à ferramenta e para a obtenção de excelentes resultados em sua utilização, bem como para a melhoria na comunicação interpessoal. Quando a lista é realizada por todos e todos conhecem sua importância, seu preenchimento ocorre de maneira mais completa (Andrade; Bastos; Lima, 2022).

A principal dificuldade relatada nos trabalhos de Barros et al., (2023) e Rabêlo et al., (2022) foi a falta da participação da equipe na aplicação do protocolo e no cumprimento de todas as etapas. Os artigos relatam que a compreensão do protocolo de cirurgia pode ser vista como mero exercício de assinalar itens, o que gera resistência e banalização na execução do checklist e pode ser uma das fragilidades que se tem em sua adesão bem como a dificuldade de executar as etapas dos checklist nos tempos preconizados.

O estudo de Ribeiro et al., (2019) e Santos et al., (2022) referiu que o instrumento raramente é usado de forma adequada, e a grande maioria dos profissionais afirmaram não ter recebido treinamento da instituição. Esses achados denotam que a aparente ausência de um processo de implementação eficaz se deve à limitada iniciativa institucional de capacitação, no sentido de melhorar o desempenho das práticas de segurança do paciente, bem como elucidar para a equipe sobre a utilização do protocolo do checklist de cirurgias seguras, para que ele se torne prática efetiva.

O planejamento e a execução em prol da segurança do paciente e dever de toda equipe multidisciplinar, pois a partir deste momento que se compreende do desenvolvimento de projetos passíveis de aplicação e prática que possam contribuir para prevenção de erros e eventos adversos, trazendo assim benefício para o tratamento do paciente (Silva; Perez, 2022). É importante ressaltar que nesse estudo o CL esteve presente em 95% da amostra de prontuários analisados. No entanto, a existência do instrumento com todos os itens de checagem preenchidos foi verificada em apenas 67,4% dos prontuários. Dessa forma, impacto da utilização do CL na assistência cirúrgica pode estar comprometido pela incompletude do instrumento, sinalizando a necessidade de melhoria no desenvolvimento da cultura de segurança do paciente na instituição (Faria et al., 2022 e Rabêlo et al., 2022).

No primeiro estudo brasileiro que estimou a eficácia deste instrumento, verificou-se a existência do CL em 60,8% dos prontuários, com preenchimento completo em apenas 3,5% deles18. Em pesquisa mais recente, o CL foi encontrado em 90,72% dos prontuários. No entanto, nenhum dos instrumentos tinha preenchimento completo23. Em todos os estudos, os autores concluíram que a efetividade do CL na segurança do paciente depende de forma crucial da completude do instrumento (Rabêlo et al., 2022; Gehres; Cremonese; Schuh, 2020). Silva; Perez (2022) relatam que a adoção do protocolo checklist de cirurgia segura precisa ser melhor trabalhada na área da saúde, visto que ainda são identificadas falhas e resistência em sua utilização, por exemplo, na análise sobre o preenchimento do checklist em hospitais brasileiros, identificou que a média de preenchimento é menor que 80% para a maioria dos itens, sugerindo baixa adesão na sua utilização.

Para garantir a segurança cirúrgica, é necessário que os registros dos dados estejam preenchidos corretamente, completos e disponíveis não somente no período transoperatório, mas também no pré e pós-operatório. Pois o preenchimento inadequado dos dados pode desvelar outros contextos como conhecimento deficiente e dimensionamento de pessoal inadequado, gerando assim um déficit de qualidade de atendimento ao paciente (Silva; Perez, 2022; Rocha et al., 2021).

Moraes; Guilherme Neto; Santos, (2020) e Rocha et al., (2021) corroboram esse entendimento ao afirmarem que o clima de segurança, a percepção da gerência, a percepção do estresse da equipe, as condições de trabalho, a comunicação no ambiente cirúrgico e a percepção do desempenho profissional serão os fatores preponderantes na adesão adequada ao checklist para se obter cirurgias seguras. O estudo destes autores, validou um checklist em versão  brasileira  e  considerou  o  ambiente  vulnerável  à  ocorrência  de eventos que comprometem a segurança do paciente, sobretudo decorrente da necessidade da comunicação efetiva entre os profissionais de saúde e dos riscos inerentes ao procedimento cirúrgico.

Entende-se que a introdução de um documento na assistência ao paciente cirúrgico por si, não seja suficiente para garantir uma redução nas complicações relacionadas à cirurgia. É essencial que a organização de saúde priorize uma gestão pautada em valores, competências e comportamentos que estimulem o comprometimento de todos os colaboradores com a segurança na assistência à saúde. Além disso, o efeito imediato da utilização do CL pode não ser o mesmo para todas as realidades conforme sugerido pela OMS, considerando os diferentes contextos políticos, socioeconômicos e culturais (Faria et al., 2022; Silva et al., 2021).

5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

O checklist de cirurgia segura surgiu como uma ferramenta para melhoria da assistência para o paciente no processo perioperatório, configurando uma importante barreira para diminuição dos eventos adversos. Essa percepção da cultura segurança do paciente, em todo o contexto organizacional, torna-se relevante pois possibilita a identificação de processos que demandam maior investimento por parte da instituição e assim realizar o planejamento de ações de melhoria da gestão e assistência ao paciente, com foco na redução de incidentes em pacientes cirúrgicos.

O estudo evidenciou o processo de implementação citado na literatura nacional a respeito da implantação do CL e pode destacar os benefícios assistenciais como erros de lateralidade, melhora da comunicação entre a equipe e diminuição de complicações pós-operatórias, porém, percebeu-se que ainda existem lacunas no processo, como a não participação e apoio das gestões médicas, concentração de esforços por parte da equipe de enfermagem

A importância da adesão ao CL se sustenta na complexidade do ambiente cirúrgico, onde os profissionais estão sujeitos à falibilidade da memória e da atenção, sobretudo em questões rotineiras, as quais podem ser facilmente negligenciadas, tornando esta ferramenta indispensável.

Para subsidiar o processo de educação, é imprescindível a participação da administração e da gerência de enfermagem e que o processo seja feito com base em diálogo com cada membro da equipe cirúrgica, treinamento para todos os membros do processo antes do uso efetivo da CL e principalmente educação continuada.

As barreiras e dificuldades encontradas pelos profissionais de saúde na aplicação do checklist estabelecido pela Organização Mundial de Saúde causam impactos importantes no processo de segurança do paciente.

As mudanças na cultura de segurança devem ser implementadas através do incentivo dos gestores e da participação ativa de todos os profissionais de saúde, aplicando protocolos que preconizam a segurança do paciente em procedimentos cirúrgicos, entre eles o checklist de cirurgia segura.

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1Bacharel em Enfermagem, e-mail: cirlaynemoreira@hotmail.com
2Bacharel em Enfermagem, e-mail: rosilene.mouta123@gmail.com
3Bacharel em Enfermagem, especialista em Urgência e Emergência ( Adulto e Pediátrico),MBA em Gestão Hospitalar pela Faculdade Metropolitana, e-mail: milena.melo@stacasa.com.br
4Bacharel em Enfermagem, especialista em Enfermagem em Centro Cirúrgico e CME, e-mail: phallomaalbuquerque@hotmail.com
5Bacharel em Enfermagem, especialista em Cuidados Cardiológicos, e-mail: lisandra437@gmail.com
6Bacharel em Enfermagem, Docente Uninassau Sobral, especialista em Cuidados Cardiológicos, especialista em saúde pública, com ênfase em saúde da família, tecnóloga em gestão da qualidade; e-mail: bbb.frota@gmail.com