ANÁLISE DAS ATIVIDADES EXPERIMENTAIS DE UM LIVRO  DIDÁTICO DE QUÍMICA: INCLUSÃO E ACESSO A APRENDIZAGEM  DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL 

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202408292003


Leonardo Lima Nolasco1;
Francisco Junior Coelho Ferreira2;
Iara Rodrigues dos Santos Coelho3


Resumo

O estudo analisa o livro didático Química Ser Protagonista (LISBOA et al., 2016)  com foco na inclusão de alunos com deficiência visual em atividades experimentais. O objetivo  é identificar e propor adaptações para garantir que esses alunos possam participar plenamente  das práticas de química. A justificativa baseia-se na necessidade de promover uma educação  inclusiva, permitindo que todos os alunos, independentemente de suas condições, tenham  acesso equitativo ao aprendizado prático. A metodologia envolveu a análise dos capítulos do  livro para classificar as atividades experimentais quanto à sua adaptabilidade. Os principais  resultados indicam que o livro não possui adaptações específicas para deficiência visual,  destacando a necessidade de desenvolver modelos táteis, guias em Braille e recursos auditivos.  Conclui-se que tais adaptações são essenciais para a participação ativa e a compreensão efetiva  dos alunos com deficiência visual, beneficiando também a prática docente inclusiva. 

Palavras-chave: Inclusão; Deficiência Visual; Adaptação de Materiais; Educação em Química;  Acessibilidade. 

Abstract

The study analyzes the textbook Química Ser Protagonista (LISBOA et al., 2016)  focusing on the inclusion of visually impaired students in experimental activities. The aim is to  identify and propose adaptations to ensure that these students can fully participate in chemistry  practices. The rationale is based on the need to promote inclusive education, allowing all  students, regardless of their conditions, to have equitable access to practical learning. The  methodology involved analyzing the book’s chapters to classify experimental activities in terms  of their adaptability. The main results indicate that the book lacks specific adaptations for visual  impairment, highlighting the need to develop tactile models, Braille guides, and auditory  resources. It is concluded that such adaptations are essential for active participation and effective understanding of visually impaired students, also benefiting inclusive teaching  practices. 

Keywords: Inclusion; Visual Impairment; Material Adaptation; Chemistry Education;  Accessibility. 

1 Introdução 

Falar sobre temas como inclusão nos leva a refletir sobre o modo como estamos lhe  dando com os deficientes no nosso cotidiano. Sabe-se que hoje esse tema é bastante discutido  e que movimentos em prol da inclusão leva a população em geral informações para que todos  possam conscientizar-se, além de buscar garantir seus direitos. E se tratando de educação inclusiva nota-se que a mesma está tomando espaço e fazendo com que os deficientes exerçam  tais direitos e formem sua cidadania. 

Segundo Mantoan (2003) “Inclusão trata-se de um acontecimento prazeroso de  convivência com o diferente”, ou seja, a inclusão não deve ser encarada apenas como uma  necessidade para atender a alunos com necessidades especiais, mas como uma experiência que  beneficia a todos. Alunos, educadores e toda a comunidade escolar têm a oportunidade de  aprender uns com os outros, desenvolver empatia, respeito e compreensão ao conviver com  pessoas diferentes. Isso ajuda a criar um ambiente onde a diversidade é valorizada e onde cada  pessoa contribui com sua singularidade, enriquecendo o coletivo. Isso ajuda a construir uma  escola mais amigável e justa. 

Apesar de a educação inclusiva ter avançado ao longo nos anos nas escolas regulares,  ainda notamos algumas falhas que podem atrapalhar no ensino/aprendizagem dos alunos  deficientes, principalmente no que diz respeito à formação dos professores e na falta de materiais  didáticos adaptados nas escolas para atender esses alunos. 

É correto afirmar que existem inúmeras adversidades frente a efetivação da prática  inclusiva, ou seja, todas as ações impostas pelas leis, em sua grande maioria não ocorrem como  deveriam, As próprias escolas não dispõem adequadamente de acessibilidade para garantir de  forma integral o desenvolvimento de seus alunos (CARVALHO, 2007). As dificuldades na  implementação efetiva da educação inclusiva, aponta que, apesar das leis e diretrizes existentes,  a prática muitas vezes fica longe do ideal. Isso significa que, em muitos casos, as ações necessárias para a inclusão plena não são realizadas de maneira eficaz, resultando em soluções  improvisadas e insuficientes. Carvalho (2007) é citado para reforçar que as escolas  frequentemente não têm a infraestrutura e os recursos adequados para garantir a acessibilidade  e o desenvolvimento integral de todos os alunos. Essa falta de preparação das instituições  educacionais compromete a verdadeira inclusão, tornando-a mais uma promessa do que uma  realidade concreta. 

Um dos materiais que faltam para o atendimento a esses alunos é o livro didático  adaptado, fazendo assim os próprios professores buscarem alternativas pedagógicas para  atender as necessidades dos alunos com deficiência em sala de aula e, desse modo, pode- se às vezes levar os professores a não se empenhar melhor a esses alunos provocando até um certo  isolamento dos mesmos. 

Tal fato pode ficar mais complexo quando se trata de matéria como Química, onde se faz  importante a observação dos processos de transformações. Aqui, vamos destacar os alunos com deficiência visual (DV) e as dificuldades dos mesmos em acompanhar tais transformações  durante uma prática de experimentação para que se possa explicar o que está ocorrendo. Então,  é importante destacarmos a importância de adaptação dos livros didáticos de química para  atender esses alunos. 

O objetivo do presente trabalho é fazer a análise bibliográfica do livro de Química Ser  Protagonista (LISBOA et al., 2016), utilizado no 1° ano do ensino médio no IFPI- Campus  Picos, com intuito de mostrar a importância da interação do aluno DV durante as práticas  experimentais. Para tanto, se faz necessária leitura profunda da obra, acerca do objeto que será  estudar e avaliar se há a existência de atividades experimentais que possam vir a ser adaptadas,  visando atender a necessidade do aluno DV e possibilitando a participação do mesmo nas aulas  práticas e assim, melhorar a captação do conteúdo. 

2 Referencial teórico  

No capítulo V que fala da Educação especial, onde o art. 59 da Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 9.394, de 20 de Dezembro de 1996) estabelece que os sistemas de ensino certificaram  aos educandos deficientes: “I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização  específicos, para atender às suas necessidades”; (BRASIL, 1996).

Segundo Mantoan (2003, p. 97), “a educação inclusiva se tratando de um processo que  está a todo tempo em construção, deve ser entendida como uma tentativa a mais de atender e  compreender as dificuldades de aprendizagem de qualquer aluno no sistema educacional e com  um meio de garantir que os alunos”, que de alguma forma apresentam alguma deficiência,  tenham os mesmos direitos que os outros, ou seja, os mesmos direitos dos seus colegas que  participam do ambiente escolar do ensino regular. 

Desse modo, podemos ressaltar a importância da validação dos direitos dos deficientes  e que as instituições de ensino devem atender as suas necessidades desde melhoria da estrutura  até os materiais didáticos adaptados. 

“Os recursos didáticos são muito importantes na educação especial, em específico aqui,  as pessoas com deficiência visual, que apresentam dificuldade de contato com o ambiente físico e carência de material adequado”. (FERNANDES et al. pág. 195, 2016). Somado a isso, os  livros didáticos de química que não trazem adaptação para atender esses alunos acabam  danificando no aprendizado desses alunos e ainda, não cooperam em nada com o professor, já que, tais livros adaptados poderiam ajudar significativamente à melhoria da metodologia usada pelo  mesmo além de promover a inclusão do aluno DV. 

Conforme explica Faria et al., (2017), 

Em relação à deficiência visual (DV), observa-se que a maior dificuldade para a  educação destes alunos é que as propostas educacionais têm como base a visão para percepção e apropriação de conhecimento. Porém, faz-se necessário quebrar esta limitação mostrando-lhes que além da visão existem outros caminhos de comunicação  que tornam possível o ensino para deficientes visuais, como o tato, a fala, a escrita e  até mesmo o paladar. (FARIA et al. pág. 4, 2017). 

Assim, de acordo com o autor supracitado, entende-se, portanto, que existem diversos  métodos que podemos utilizar em sala que não carece apenas da visão para entender seu  conceito básico, contudo, outras formas de se trabalhar com alunos deficiência visual é utilizar  seus outros sentidos para que se possa fazê-lo aprender o conteúdo da prática experimental.

3 Objetivos  

3.1 Objetivos gerais 

▪ O objetivo do projeto é possibilitar que alunos com deficiência visual participem  das atividades experimentais juntamente com os demais alunos, para que possam ter as mesmas  oportunidades de aprendizado prático que seus colegas sem deficiência. Dessa forma, busca-se  criar um ambiente de aprendizado mais inclusivo, onde todos os alunos, independentemente de  suas condições, possam participar para desenvolver de forma mais eficaz sua capacidade de  aprendizado. 

3.2 Objetivos específicos 

▪ Compreender e aplicar os princípios fundamentais da química. ▪ Participar ativamente das atividades junto com os alunos que não possuem  deficiência visual. 

▪ Demonstrar os benefícios das adaptações em experimentos para pessoas com  deficiência visual. 

▪ Desenvolver estratégias de ensino que promovam a inclusão de alunos com  deficiência visual em aulas de química. 

▪ Fomentar a colaboração entre professores, alunos e assistentes para melhorar a  experiência educacional inclusiva. 

Promover a sensibilização e conscientização da comunidade escolar sobre a importância da  inclusão e acessibilidade para alunos com deficiência 

4 Metodologia 

A metodologia ocorrerá em torno da análise bibliográfica buscando um modo de atender  ao universo da pessoa com DV (Deficiência Visual). Assim, foi realizado presente trabalho  uma análise bibliográfica do livro didático Química Ser Protagonista (LISBOA et al., 2016),  utilizado no ensino médio, adotado no IFPI-Campus Picos onde, o mesmo atendeu a uma aluna  com deficiência visual que cursava o primeiro ano do ensino médio.

A análise contou com as seguintes etapas: 

▪ Na primeira etapa foi realizada uma análise do livro na perspectiva de encontrar  atividades experimentais no fim de cada capítulo. 

▪ Na segunda etapa realizou-se o processo de identificar quais os capítulos que havia  atividades experimentais que podem vir a ser adaptadas ou não adaptáveis; • Na terceira etapa, classificou-se as atividades experimentais em adaptadas,  parcialmente adaptáveis ou não adaptáveis; 

Para a escolha das atividades experimentais que poderiam ser classificadas como  adaptadas, parcialmente adaptadas ou não adaptáveis, foi estabelecido alguns critérios de  avaliação: 

Para os experimentos adaptados: 

▪ Devem possuir materiais e equipamentos que podem ser substituídos por outros que atenda  às necessidades das pessoas com DV como, por exemplo, balanças digitais vocalizadas e  termômetros vocalizados; 

▪ Precisam ser experimentos que possam ser executados não apenas por  observação/visualização da transformação química, mas que também o aluno com  deficiência visual possa manusear os materiais e/ou equipamentos, observando assim a  transformação através do tato, ou outro órgão do sentido. 

Para experimentos parcialmente adaptáveis: 

▪ Adaptar os equipamentos ou materiais dos experimentos quando esses não forem todos  totalmente substituíveis. 

Para os experimentos não adaptáveis: 

▪ Eliminar aqueles que podem causar acidentes ao aluno com deficiência visual, tais como  experimentos com fogo e ácidos; 

▪ Anular os que precisavam construir tabelas, apenas acompanhar a transformação química e  anotar os resultados, ou então construir gráficos. 

Desse modo, poderemos dar início a avaliação das atividades e com base nos critérios estabelecidos no aqui no presente trabalho, iremos selecionar quais os capítulos que possuem  as atividades experimentais que poderão ser adaptadas ou não.

5 Resultados e discussão 

Após a análise da obra Química Ser Protagonista (LISBOA et al., 2016) com base em  critérios estabelecidos, constatou-se que nem todos os experimentos poderiam ser adaptados  para alunos com deficiência visual. Somente os capítulos 1, 3, 4, 7, 12 e 13 foram identificados  como contendo experimentos que podem ser total ou parcialmente adaptados para esses alunos.  Nos demais capítulos, os experimentos propostos apresentam riscos de acidentes durante a  prática experimental e, por isso, não são adequados para adaptação. Especificamente, os  capítulos 2, 5, 6, 8, 10, 11 e 14 contêm experimentos que não podem ser adaptados de forma  segura. Vale notar que o capítulo 9 não possui atividade experimental no final. O quadro 1 a seguir, apresenta os conteúdos das atividades experimentais do livro analisado que foram  selecionadas como adaptáveis ou parcialmente adaptáveis. 

Quadro 1: Conteúdos selecionados para adaptação completa ou parcial. Fonte: Própria 

Conforme ilustrado no Quadro 1 acima, os experimentos dos capítulos 1, 3, 4, 7, 12 e  13 são considerados adaptáveis para alunos com deficiência visual. Esses experimentos não  apresentam nenhum risco de segurança e não possuem dificuldades significativas para  adaptação. Além disso, eles podem ser facilmente modificados para uso por alunos com  deficiência visual, utilizando materiais de baixo custo e seguros, garantindo que todos os  estudantes possam participar das atividades experimentais de forma inclusiva e sem perigo. 

No quadro 2, logo abaixo, demonstra os conteúdos do livro acerca das atividades experimentais que não podem ser adaptados conforme os critérios aqui estabelecidos. 

Quadro 2: Experimentos selecionados como não adaptáveis. Fonte: Própria 

Conforme demonstrado no Quadro 2 acima, os experimentos apresentados nos  capítulos 2, 5, 6, 8, 10, 11 e 14 foram classificados como não adaptáveis para alunos com  deficiência visual. Essa classificação deve-se à presença de equipamentos e materiais que  representam riscos, como vidrarias delicadas e substâncias perigosas. Exemplos incluem o uso  de dispositivos para aquecimento de líquidos, como o Bico de Bunsen, encontrado nos capítulos  2 e 5, e a utilização de ácidos presentes nos capítulos 5, 10 e 14. Além disso, a necessidade de  construir gráficos e observar mudanças de cor e densidade em alguns experimentos, como nos  capítulos 6, 8 e 11, limita a participação ativa de alunos com deficiência visual nessas atividades  experimentais. 

Considerando que o livro didático frequentemente é um dos principais recursos  pedagógicos utilizados por professores, observa-se que a abordagem do livro analisado não está  totalmente alinhada com as diretrizes defendidas por Fernandes et al. (2016, p. 195). Esses  tópicos são fundamentais para o aprendizado básico de química; no entanto, é necessário  aprofundar estudos para desenvolver adaptações que garantam a segurança e a inclusão dos  alunos com deficiência visual, permitindo sua participação plena nas atividades experimentais.

6 Conclusão 

Após a análise do livro Química Ser Protagonista (LISBOA et al., 2016), constatamos  que a obra não possui adaptações específicas para alunos com deficiência visual em suas  atividades experimentais. Embora as atividades sejam bastante didáticas, a maioria delas não  atende às necessidades de um aluno com deficiência visual. 

É necessário criar versões dos experimentos que utilizem materiais acessíveis para  alunos com deficiência visual, como modelos táteis, guias em Braille, recursos auditivos, e  instruções verbais detalhadas. Esses materiais devem ser integrados ao livro didático para  facilitar a inclusão. 

Concluímos que, além de melhorar a compreensão do conteúdo, essas adaptações  permitirão que alunos com deficiência visual participem de atividades em grupo, interagindo  com seus colegas.  

Isso também facilitará o trabalho dos professores, permitindo que transmitam o  conteúdo de maneira inclusiva, onde todos possam participar ativamente. Além disso, as  adaptações oferecerão ao professor atividades práticas já prontas, garantindo a inclusão de  alunos com deficiência visual nas práticas experimentais.

Referências 

BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 9.394, de 20 de Dezembro de 1996). Disponível  em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em 26 de Jul de 2018 às  11:08h 

FARIA, Bianka Alves de; BONOMO, Fernanda Araújo França; RODRIGUES, Ana Clara  Cândido et al. Ensino de química para deficientes visuais numa perspectiva inclusiva:  estudo sobre o ensino da distribuição eletrônica e identificação dos elementos químicos.  Disponível em: < http://www.abrapecnet.org.br/enpec/xi- enpec/anais/resumos/R0977-1.pdf>.  Acesso em 25 de Jul de 2018 às 15:00h 

FERNANDES, Tatyane Caruso; HUSSEIN, Fabiana R. G. Silva e Domingues, Roberta C. P. Rizzo. Ensino de química para deficientes visuais: a importância da  experimentação num enfoque multissensorial. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc39_2/12-EQF-113-15.pdf>. Acesso em 25 de Jul de 2018  às 14:51h 

LISBOA, Julio Cezar Foschini. Ser protagonista: química, 1° ano: ensino médio / Julio Cezar  Foschini Lisboa… [et al.]; organizadora Edições SM; obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida por Edições SM; editora responsável Lia Monguilhott Bezerra. – 3. Ed. – São Paulo:  Edições SM, 2016. – (coleção ser protagonista) 

MANTOAN M. T. E. Inclusão escolar o que é? Por quê? Como fazer? 1. ed. São Paulo Brasil: Editora Moderna Ltda, 2003. p.16, 31, 38. Disponível em:  https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/211/o/INCLUS%C3%83O-ESCOLARMariaTeresa Egl%C3%A9r-Mantoan-Inclus%C3%A3o-Escolar.pdf?1473202907 . Acesso em: 24 ago.  2024. 

MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? São Paulo: Moderna 


1 Discente do Curso Superior de Licenciatura em Química do Instituto Federal do Piauí Campus – Picos. e-mail:  Leonardolima2697@hotmail.com;
2 Docente do Curso Superior de Licenciatura em Química no Instituto Federal do Piauí Campus – Picos. Mestre  em Química pela Uespi. E-mail: junior.ferreira@ifpi.edu.br;
3Licenciada em Ciências Biológicas (UFPI), Licenciada em Pedagogia (UNINTER), Especialista em Psicopedagogia pela Universidade Cândido Mendes. E-mail: yara.rodrigues.sc@gmail.com