ESTUDO E ANÁLISE ANTROPOMÉTRICOS DE CADEIRAS DE ESCRITÓRIOS MODERNAS

REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/ra10202408291435


Luis Davi Oliveira dos Santos
Inácio Francisco Dantas Arraes
Higley Barton Saunders Rocha Tavares
Leonardo do Nascimento Cunha


RESUMO  

Este estudo analisa as medidas antropométricas de cadeiras de escritório de diferentes marcas, confrontando-as com normas ergonômicas e dados históricos. Foram coletadas e comparadas as dimensões de profundidade, largura e altura dos assentos das cadeiras, evidenciando possíveis discrepâncias em relação aos padrões recomendados. A incorporação de cadeiras com dimensões ajustáveis em profundidade, largura e altura, conforme orientado pelas diretrizes estabelecidas na Norma Regulamentadora 17 (NR17), pode ser fundamental na prevenção de problemas de saúde relacionados ao trabalho sedentário. Os resultados destacam a importância da adequação ergonômica das cadeiras para prevenir problemas de saúde ocupacional entre os usuários. Recomenda-se investir em cadeiras ajustáveis e oferecer treinamentos sobre ergonomia para promover um ambiente de trabalho mais seguro e saudável. 

PALAVRAS-CHAVE:  Ergonomia, cadeiras de escritório, medidas antropométricas, normas ergonômicas, saúde ocupacional. .  

1. INTRODUÇÃO 

A ergonomia é uma disciplina científica dedicada ao estudo das interações entre os seres humanos e outros elementos de um processo, com o objetivo de otimizar o bem-estar humano e o desempenho do sistema (INTERNATIONAL ERGONOMICS ASSOCIATION, 2020). A análise antropométrica é uma das ferramentas fundamentais da ergonomia, permitindo a adaptação de produtos e ambientes às características físicas dos usuários (PHEASANT; HASLEGRAVE, 2018). 

Conforme o autor Grandjean mostra que a adaptação inadequada entre as dimensões das cadeiras de escritório e as medidas antropométricas dos usuários pode resultar em problemas de saúde, como dores lombares, fadiga e lesões musculoesqueléticas (GRANDJEAN; KROEMER, 2021; MARRAS et al., 2020). A importância de cadeiras ergonomicamente adequadas é amplamente reconhecida na literatura, com diversas pesquisas destacando a necessidade de considerar as variabilidades antropométricas na fase de design (KARWOWSKI, 2021; HELANDER, 2021). 

De acordo com Pheasant e Haslegrave (2018), a aplicação de princípios antropométricos no design de cadeiras de escritório pode melhorar significativamente o conforto e a saúde dos trabalhadores. Estudos realizados por Helander (2021) e Dul e Weerdmeester (2018) corroboram essa afirmação, evidenciando a correlação entre o design ergonômico e a redução de problemas de saúde ocupacional. 

Este estudo visa realizar uma análise detalhada das medidas antropométricas dos usuários de cadeiras de escritório, com o objetivo de identificar possíveis discrepâncias entre as dimensões do mobiliário e as características físicas dos trabalhadores. Além de fornecer recomendações para a melhoria do design das cadeiras, contribuindo para um ambiente de trabalho mais ergonômico e saudável (GRANDJEAN; KROEMER, 2021; HELANDER, 2021). 

2. REFERENCIAL TEÓRICO 

2.1 Introdução à Ergonomia, Ambiente de Trabalho e Análise Ergonômica do Trabalho 

       Segundo Oliveira e Neto (2018), ergonomia é a ciência que estuda a interação entre os seres humanos e os elementos de um sistema, com o objetivo de otimizar o bem-estar humano e o desempenho do sistema. A palavra “ergonomia” deriva do grego “ergon” (trabalho) e “nomos” (leis), significando “leis do trabalho”. Esta disciplina multidisciplinar incorpora conhecimentos de áreas como fisiologia, psicologia, biomecânica, design industrial e engenharia para adaptar o ambiente, tarefas e produtos às necessidades e capacidades humanas. Assim, a ergonomia visa prevenir lesões e doenças ocupacionais, melhorar a eficiência e aumentar o conforto e a satisfação dos trabalhadores. 

2.1.1 Ambiente de Trabalho 

O ambiente de trabalho engloba todos os aspectos físicos, sociais e organizacionais que compõem o local onde as atividades laborais são realizadas. Um ambiente de trabalho ergonomicamente adequado considera fatores como a iluminação, temperatura, ruído, disposição dos móveis, equipamentos e ferramentas utilizadas, bem como a organização do espaço. Desse modo, é possível reduzir a fadiga, o desconforto e o risco de lesões, além de promover uma maior produtividade e bem-estar dos funcionários (Oliveira e Neto, 2018) 

2.1.2 Análise Ergonômica do Trabalho (AET) 

De acordo com Sampaio e Batista (2021), a Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é um processo sistemático utilizado para avaliar as condições de trabalho e identificar possíveis riscos ergonômicos. A AET envolve várias etapas, incluindo a observação direta do trabalho, entrevistas com os trabalhadores, medição de variáveis físicas (como posturas e movimentos), e análise das tarefas e do ambiente. O objetivo da AET é identificar fatores que possam contribuir para problemas de saúde ou ineficiência no trabalho, propondo melhorias que alinhem as condições de trabalho às capacidades e limitações dos trabalhadores. Essa análise é essencial para a implementação de práticas ergonômicas eficazes, promovendo um ambiente de trabalho seguro e saudável. 

2.2 Ergonomia no trabalho sentado em ambiente de escritório 

Para Vergani e Dias (2017), a ergonomia no ambiente de escritório busca adaptar o espaço de trabalho, mobiliário e equipamentos às necessidades físicas e cognitivas dos funcionários, prevenindo desconforto, fadiga e lesões. A importância dessa adaptação ergonômica é evidente na melhoria da produtividade, redução de absenteísmo, aumento da satisfação no trabalho e na prevenção de doenças ocupacionais. Em um ambiente de escritório, onde muitas atividades são realizadas em frente ao computador e os trabalhadores passam longos períodos sentados, a ergonomia desempenha um papel crucial. 

       Em escritórios, os trabalhadores frequentemente passam a maior parte do tempo sentados, realizando tarefas como digitar, atender chamadas e participar de reuniões virtuais. A partir de uma análise ergonômica, esses espaços de trabalho devem ser projetados para minimizar o esforço físico e mental, promovendo posturas adequadas e movimentos naturais. Além disso, de acordo com Grazziotti e Tibiriçá (2007), a disposição dos móveis, a iluminação adequada, a qualidade do ar e a acústica são fatores ergonômicos que influenciam significativamente o conforto e a eficiência dos trabalhadores. 

Sampaio e Batista (2021) conduziram um estudo tomando como base que as cadeiras para escritórios devem ser projetadas com princípios ergonômicos para garantir o conforto e a saúde dos usuários. Eles analisaram que algumas características essenciais de uma cadeira ergonômica devem incluir ajustabilidade, permitindo ajustes de altura, inclinação do encosto, profundidade do assento e apoio para os braços; suporte lombar, que ajuda a manter a curvatura natural da coluna, prevenindo dores nas costas; assento confortável, que deve ser acolchoado e ter bordas arredondadas para evitar pressão excessiva nas coxas; e base estável, com rodízios e giratória, facilitando o movimento e a mobilidade do trabalhador. Todas essas recomendações estão dispostas na Norma Regulamentadora 17 (NR 17), que trata da ergonomia e estabelece diretrizes e parâmetros para o mobiliário de escritório, com o objetivo de garantir condições de trabalho seguras e confortáveis. 

       Trabalhar por longos períodos sentado pode levar a diversos problemas de saúde, incluindo dores nas costas e no pescoço, resultantes de posturas inadequadas e falta de suporte lombar; síndrome do túnel do carpo, causada pela repetição de movimentos e má posição do teclado e mouse; problemas circulatórios, como varizes e trombose venosa profunda, devido à imobilidade prolongada; distúrbios musculoesqueléticos, incluindo tendinites e bursites; e fadiga visual, provocada por iluminação inadequada e posicionamento incorreto do monitor( Barroso e Galvão, 2015 ). Dito isso, a aplicação da ergonomia nas cadeiras de escritórios é fundamental para criar um ambiente de trabalho saudável e produtivo. Ao considerar a ergonomia na concepção de cadeiras, estações de trabalho e organização do espaço, é possível reduzir os riscos de problemas de saúde associados ao trabalho sentado. 

       Estas especificações visam garantir que as cadeiras de escritório ofereçam suporte adequado e ajustável, contribuindo para a prevenção de problemas de saúde relacionados ao trabalho sentado. Incorporando essas diretrizes da NR17 à fundamentação teórica sobre ergonomia em escritórios, enfatizase a importância de um mobiliário projetado adequadamente para promover a saúde, o conforto e a produtividade dos trabalhadores. Ao considerar a aplicação da NR17 na escolha e design das cadeiras de escritório, assegura-se que os princípios ergonômicos são respeitados, prevenindo desconfortos e lesões, e promovendo um ambiente de trabalho mais eficiente e saudável. 

3. MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa para a construção deste artigo foi realizada no ano de 2024 nos meses de maio e junho. Quanto à abordagem adotada, possui caráter quantitativo causal comparativo, considerando apenas as medidas e descartando a opinião dos consumidores com o propósito de comparar com os dados já existentes. Este artigo tem como objetivo comparar as medidas de cadeiras de escritório de marcas diferentes, porém equivalentes, com os dados considerados adequados para essas cadeiras de fontes externas e, considerando  dados antropométricos e os conhecimentos adquiridos sobre ergonomia, analisar as possíveis consequências que trabalhos que envolvam ficar sentado por tempos prolongados podem ocasionar. 

 Imagem 01. Modelo de cadeira de escritório. 

 (Freepik.com.br) 

Primeiramente, para constituir nossa amostra, escolhemos as cadeiras  acordo com alguns parâmetros predefinidos, para que elas sejam os mais próximos possíveis, sendo eles: devem atender ao mesmo propósito\público-alvo, possuir a mesma faixa de preço, possuir as mesmas regulagens e serem feitas, maioritariamente, do mesmo material.  

Em seguida, coletamos as medidas em relação a altura, a largura e a profundidade do assento, e utilizamos esses dados, que são fornecidos publicamente nos próprios sites das empresas, que vamos denominar de A, B e C, pois a identidade das mesmas não serão 

divulgadas, com a finalidade de proteger seus dados. Os resultados obtidos da coleta de dados foram utilizados para montar as tabelas e gráficos das amostras, com o intuito de compará-las com os dados obtidos das fontes externas. 

O problema levantado neste artigo, se relaciona com os possíveis problemas causados por passar longos períodos de tempo, e repetidas vezes, sentado em uma cadeira que não se adequa aos padrões antropométricos durante o serviço e a importância de investir um pouco mais para obter um ambiente de trabalho mais seguro, que diminua os riscos ergonômicos. 

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 

       Ao se fazer uma pesquisa de caráter quantitativo casual com medidas de cadeiras de escritório equivalentes de marcas diferentes, no caso, marcas A, B e C,  e comparar com dados compilados por  Barroso e Galvão ( 2015 ) e Iida e Pazzeto ( 1998 ) foi possível analisar se tais medidas são compatíveis com esses dados históricos registrados. Esses dados estão representados nas seguintes tabelas. 

Tabela 1. Dados históricos registrados referentes a profundidade em centímetros de assentos. ( Barroso e  Galvão, 2015 ) 

Tabela 2. Dados históricos registrados referentes a largura em centímetros de assentos. ( Barroso e  Galvão, 2015 ) 

Tabela 3. Dados históricos registrados referentes a altura em centímetros de assentos. ( Barroso e  Galvão, 2015 ) 

4.1 Cadeira A 

       A cadeira da marca A possui encosto em tela flexível 100% poliéster de alta resistência e apoio lombar independente e regulável na altura. Além disso, possui apoia-braços reguláveis em altura com dimensões que atendem as normas nacionais NBR 13962:2018 da ABNT, possui assento estofado com espuma de densidade controlada (45 a 55 kgf/mm³) e suporta peso de até 136 kg. Também, possui mecanismo de ajuste de altura do assento (46,5 cm a 57,5 cm) e inclinação do encosto, rodízios/rodinhas de 55 mm de diâmetro, indicado para todos os tipos de piso. Outra característica é com relação às certificações, já que ela preenche todos os requisitos de ergonomia da Norma Regulamentadora NR 17. 

       Com relação à profundidade, essa cadeira da marca A tem medida de 47 cm, que não é compatível com nenhum dos dados históricos registrados, como mostra o gráfico abaixo, comparando essa medida com a média e os desvios-padrão de cada um desses registros compilados na Tabela 1. 

Tabela 4. Gráfico comparando a profundidade em centímetros da cadeira A com as médias e os desvios-padrão  das profundidades em centímetros dos registros da Tabela 1. 

       Com relação à largura, essa cadeira da marca A tem medida de 47 cm, que é compatível com um dos dados históricos registrados, como mostra o gráfico abaixo, comparando essa medida com a média e os desvios-padrão de cada um desses registros compilados na Tabela 2. 

Tabela 5. Gráfico comparando a largura em centímetros da cadeira A com as médias e os desvios-padrão das  larguras  em centímetros dos registros históricos 

       Com relação à altura, essa cadeira da marca A varia de 46,5 cm até 57,5 cm. O valor mínimo de 46,5 cm é compatível com todos os dados  históricos registrados, mas o valor máximo de 57,5 não é compatível com nenhum desses dados, como mostra o gráfico abaixo, comparando essas medidas mínimas e máximas com a média e os desvios-padrão de cada um desses registros compilados na Tabela 3. 

Tabela 6. Gráfico comparando as alturas mínimas e máximas  em centímetros da cadeira A com as médias e os desvios-padrão das alturas  em centímetros dos registros históricos. 

4.2 Cadeira B 

       A cadeira B possui braços reguláveis; revestimentos disponíveis para o assento em vários materiais, como: poliéster, politex, mescla pro exemplo; assento com espuma de alta performance e regulagem de altura à gás; opções de bases em alumínio ou nylon, com rodízios de 65mm em nylon ou PU ( poliuretano ) e estrutura em plástico injetado de alta resistência com apoio em tela tipo mesh, disponível nas cores preto e cinza; apoio lombar regulável integrado ao encosto, que permite ajuste vertical de 50 mm de curso com melhor suporte da coluna vertebral. 

       Com relação à profundidade, essa cadeira da marca B tem medida de 46,5 cm, que não é compatível com nenhum dos registros históricos, como mostra o gráfico abaixo, comparando essa medida com a média e os desvios-padrão de cada um desses registros compilados na Tabela 1. 

Tabela 7. Gráfico comparando a profundidade em centímetros da cadeira B com as médias e os desvios-padrão das profundidades em centímetros dos registros históricos. 

       Com relação à largura, essa cadeira da marca B tem medida de 50,5 cm, que não é compatível com nenhum dos dados históricos registrados, como mostra o gráfico abaixo, comparando essa medida com a média e os desvios-padrão de cada um desses dados compilados na Tabela 2. 

Tabela 8. Gráfico comparando a largura em centímetros da cadeira B com as médias e os desvios-padrão das  larguras  em centímetros dos registros históricos 

       Com relação à altura, essa cadeira da marca B varia de 47 cm até 58,5 cm. O valor mínimo de 47 cm é compatível com todos os registros históricos, mas o valor máximo de 58,5 não é compatível com nenhum deles, como mostra o gráfico abaixo, comparando essas medidas mínimas e máximas com a média e os desvios-padrão de cada um desses registros compilados na Tabela 3. 

Tabela 9. Gráfico comparando as alturas mínimas e máximas  em centímetros da cadeira B com as médias e os desvios-padrão das alturas  em centímetros dos registros históricos. 

4.3 Cadeira C 

       A cadeira C possui assento com espuma de alta densidade em conformidade com a NR17; braço soft ergo com regulagem de altura; possui revestimento em tela Mesh; material da base em polipropileno; regulagem de intensidade de inclinação; altura ajustável dos braços e suporta peso máximo de 140 kg.        Com relação à profundidade, essa cadeira da marca C tem medida de 50 cm, que não é compatível com nenhuma dos registros históricos, como mostra o gráfico abaixo, comparando essa medida com a média e os desvios-padrão de cada um desses registros compilados na Tabela 1. 

Tabela 10. Gráfico comparando a profundidade em centímetros da cadeira C com as médias e os desvios-padrão das profundidades em centímetros dos registros históricos 

       Com relação à largura, essa cadeira da marca C tem medida de 49 cm, que é compatível com um dos registros históricos, como mostra o gráfico abaixo, comparando essa medida com a média e os desvios-padrão de cada um dos dados compilados na Tabela 2. 

Tabela 11. Gráfico comparando a largura em centímetros da cadeira C com as médias e os desvios-padrão das  larguras  em centímetros dos registros históricos

Com relação à altura, essa cadeira da marca C varia de 46 cm até 55 cm. O valor mínimo de 46 cm é compatível com todos os registros históricos, enquanto que o valor máximo de 55 é compatível com três dos registros históricos, como mostra o gráfico abaixo, comparando essas medidas mínimas e máximas com a média e os desvios-padrão de cada um desses registros compilados na Tabela 3. 

Tabela 12. Gráfico comparando as alturas mínimas e máximas  em centímetros da cadeira C com as médias e os desvios-padrão das alturas  em centímetros dos registros históricos. 

 Diante os dados obtidos, a análise quantitativa das medidas das cadeiras de escritório das marcas A, B e C, comparada com os dados históricos registrados, revela diversas discrepâncias que destacam a importância de seguir princípios ergonômicos para a concepção de mobiliário adequado. A incorporação de cadeiras com dimensões ajustáveis em profundidade, largura e altura, conforme orientado pelas diretrizes estabelecidas na Norma Regulamentadora 17 (NR17), pode ser fundamental na prevenção de problemas de saúde relacionados ao trabalho sedentário, promovendo assim uma melhoria no bem-estar geral dos colaboradores. 

Recomenda-se que as organizações invistam em cadeiras de escritório que estejam de acordo com as medidas padrões ergonômicas de profundidade, largura e altura do assento e, de preferência, que possuam ajustes para que cada usuário possa regular a mesma mais adequadamente. Ademais, a promoção de treinamentos que abordam a importância da ergonomia e a maneira correta de realizar os ajustes nas cadeiras pode desempenhar um papel significativo na evolução de um ambiente de trabalho mais seguro e saudável. 

Conforme discutido, a ergonomia no ambiente de escritório é crucial para garantir que os móveis e equipamentos utilizados sejam adaptados às necessidades físicas dos trabalhadores. Um design inadequado não só afeta o conforto e a saúde dos funcionários, mas também pode impactar negativamente na produtividade e na satisfação no trabalho (Karwowski, 2021). 

5. CONCLUSÃO 

 Em síntese, a análise quantitativa das medidas das cadeiras de escritório das marcas A, B e C, comparada com os dados históricos registrados, demonstra que nenhuma das três marcas estão dentro dos padrões dos dados históricos. Levando em consideração o resultado dessa comparação, é inexorável destacar a importância crucial de seguir princípios ergonômicos na concepção de mobiliário adequado. Observou-se diversas discrepâncias que ressaltam a necessidade de cadeiras com dimensões ajustáveis em profundidade, largura e altura, conforme orientado pela Norma Regulamentadora 17 (NR17), para prevenir problemas de saúde relacionados ao trabalho sedentário e promover o bem-estar dos colaboradores. Também foi possível observar que a medida que mais se distancia dos padrões é a profundidade do assento, e a que mais se aproxima foi a altura do assento. 

 Recomenda-se que as organizações invistam em cadeiras que atendam aos padrões ergonômicos e ofereçam ajustes personalizados, afinal uma cadeira ergonômica dentro de um ambiente de trabalho que exige um grande tempo sentado funciona com um EPI (equipamento de proteção individual), enquanto a promoção de treinamentos sobre ergonomia pode contribuir para um ambiente de trabalho mais seguro e saudável. Em resumo, a ergonomia no ambiente de escritório desempenha um papel fundamental na produtividade, satisfação no trabalho e saúde dos funcionários, destacando a importância contínua de priorizar o design ergonômico em ambientes corporativos. 

6.  REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO  

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