INTERFERÊNCIA NA MICROBIOTA INTESTINAL DE GESTANTES COMO COADJUVANTE NA PREVENÇÃO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

INTERFERENCE IN THE INTESTINAL MICROBIOTA OF PREGNANT WOMEN AS AN ADJUVANT IN THE PREVENTION OF AUTISM SPECTRUM DISORDER (ASD)

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10248262149


Bruna Freitas Amaral Garcia1
Camila dos Santos Silva2
Elane de Santana Sardinha3
Euller Gabriel Costa Silva4
Jean Lucas Cerqueira Borges de Almeida5
Kamilla Rubian Vasconcellos dos Santos6
Maria Clara da Silva7
Maria Gabriela Alves Silva8
 Maria Luiza da Silva Farias9
Noemi da Cruz dos Santos Leitão10
Vanessa Siminéa Pacheco Silva11
Weslan Vieira Malta12
Francyelle Amorim Silva13


RESUMO

Introdução: O transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma síndrome com alterações neuronais de causa desconhecida. No entanto, sabe-se que fatores extrínsecos como a alimentação, detêm influência na composição da Microbiota Intestinal Materna e nos aspectos de desenvolvimento neuronal do embrião. O desequilíbrio nos componentes do microbioma intestinal materno, formam metabólitos tóxicos, principal fator desencadeador do TEA na prole. Objetivo: Compreender o papel da interferência na Microbiota intestinal de gestantes como coadjuvante na prevenção do TEA. Metodologia: O estudo foi realizado através de uma pesquisa de revisão da literatura, nas bases de dados National Library of Medicine (Pubmed), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), e na plataforma de busca eletrônica Google Acadêmico, com artigos publicados nos idiomas português e inglês. Os termos de busca utilizados foram: Microbiota Intestinal, Gravidez, Autismo e Inflamação. Resultados e Discussão: O transtorno do Espectro Autista (TEA) é ocasionado por modificações no desenvolvimento neuronal fetal, momento de vulnerabilidade no período gestacional, onde perturbações ocorridas como o desequilíbrio da Microbiota Intestinal Materna (MMI) influenciam diretamente. Pesquisas afirmam que portadores do TEA possuem um estado neuroinflamatório gerado por ativação do sistema imunológico materno, tornando o embrião vulnerável à citocinas pró-inflamatórias sintetizadas por processos relacionados a alterações homeostáticas da MMI. Considerações Finais: Destarte, pode-se concluir que a manutenção adequada da MMI é de elevada importância, pois mantém a integridade da barreira intestinal, conferindo proteção ao feto contra processos inflamatórios que perturbam o desenvolvimento neuronal adequado.

Palavras-chave: Gestação. Microbioma Gastrointestinal. Transtorno Autístico. Autismo.

ABSTRACT

Introduction: Autism Spectrum Disorder (ASD) is a syndrome with neuronal changes of unknown cause. However, it is known that extrinsic factors, such as food, influence the composition of the maternal intestinal microbiota and aspects of the neuronal development of the embryo. The imbalance in the components of the maternal intestinal microbiome, form toxic metabolites, the main triggering factor of ASD in the offspring. Objective: To understand the role of interference in the intestinal microbiota of pregnant women as a coadjuvant in the prevention of ASD. Methodology: The study was carried out through a literature review search in the National Library of Medicine (Pubmed), Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS) databases, and in the Google Scholar electronic search platform. , with articles published in Portuguese and English. The search terms used were: Intestinal Microbiota, Pregnancy, Autism and Inflammation. Results and Discussion: The Autistic Spectrum Disorder (ASD) is caused by changes in fetal neuronal development, a moment of vulnerability in the gestational period, where disturbances such as the imbalance of the Maternal Intestinal Microbiota (MMI) directly influence. Research claims that ASD carriers have a neuroinflammatory state generated by activation of the maternal immune system, making the embryo vulnerable to pro-inflammatory cytokines synthesized by processes related to homeostatic changes in the MMI. Final Considerations: Thus, it can be concluded that the proper maintenance of the LMM is of high importance, as it maintains the integrity of the intestinal barrier, providing protection to the fetus against inflammatory processes that disturb proper neuronal development.

 Keywords: Pregnancy. Gastrointestinal microbiome. Autistic Disorder. Autism.

1        INTRODUÇÃO

O conceito elencado ao transtorno do espectro autista (TEA) é delineado através do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (2015), como uma acentuada escassez nos aspectos de comunicação e interação sociais, associados a estereótipos de repetição e limitações comportamentais, tais características associadas à sua sintomatologia, possuirão variações a depender do indivíduo afetado (MODABBERNIA; VELTHORST; REICHENBERG, 2017).

O TEA é uma síndrome inclusa nos transtornos de neurodesenvolvimento, sua etiologia em grande parte dos acontecimentos continua não conhecida, porém estudos atuais associam intrinsecamente aos fatores ambientais, como a alimentação e exposição à xenobióticos. Torna-se válido salientar que o período de desenvolvimento neurológico embrionário é de elevada sensibilidade à impactos extrínsecos, ocasionando alta vulnerabilidade do mesmo a alterações cognitivas (MODABBERNIA; VELTHORST; REICHENBERG, 2017).

 Dados epidemiológicos obtidos através de uma revisão sistemática da literatura realizada por Zeidan et al. (2022), apontam que a cada 100 crianças, 1 é diagnosticada com o transtorno do espectro autista (TEA) em todo o mundo, tal referência consolida o fato que a prevalência do TEA possui níveis cada vez mais crescentes. Dentre os fatores envolvidos em sua patogênese, torna-se pertinente dar ênfase à microbiota intestinal materna, componente de grande impacto no desenvolvimento adequado do feto (AZHARI; AZIZAN; ESPOSITO, 2018).

A elevação na permeabilidade intestinal, bem como o desequilíbrio na composição de tal microbioma, são recursos envolvidos no surgimento do transtorno do espectro autista na prole (AZHARI; AZIZAN; ESPOSITO, 2018). Além disso, fatores ambientais possuem relevante atuação durante a gestação, e obtêm ligação direta com aspectos fisiológicos fetais, através da intervenção epigenética, com possíveis alterações nas expressões dos genes, tal relação ocasiona desajustes de conexões neuronais, que acentuam-se durante os ciclos de formação do feto (CHENG et al., 2019).

Durante o período gestacional o organismo da gestante passa por diversas adaptações fisiológicas, para que o desenvolvimento do feto ocorra de forma bem-sucedida. Neste contexto, uma alimentação adequada é de grande importância, para atender as demandas nutricionais que se elevam, a fim de preservar o metabolismo e apoiar o desenvolvimento fetal (SOUSA et al., 2021).

Uma boa nutrição impacta, dentre outros fatores, na microbiota intestinal (MI), sendo a adoção de uma alimentação pró-inflamatória, um fator de risco para impactos negativos no microbioma, que por sua vez atua na ativação imune materna (MIA), estimulando a liberação de citocinas, entre elas encontra-se a IL-17, que pode chegar ao feto via placenta e causar uma neuroinflamação, aumentando o risco para o desenvolvimento do TEA (GUMUSOGLU et al., 2020; LAMMERT et al., 2018).

Processos infecciosos configuram-se como riscos de extrema relevância na gênese do transtorno do espectro autista, pois provocam obstáculos significativos para o correto desenvolvimento neurocognitivo do feto (HAN et al., 2021), tal situação é suscitada através da desarmonia na quantidade e composição dos microrganismos intestinais (LI et al., 2019).

Fatores como a inflamação neural acometida à prole, atrelados a situações onde há estímulo do sistema imune materno, são prevalentes entre indivíduos portadores do transtorno do espectro autista, tendo grande relevância em sua manifestação, uma vez que o cérebro é dotado de elevada sensibilidade a perturbações, principalmente durante a vida intrauterina, que impactam diretamente no neurodesenvolvimento embrionário (NUNES, 2021).

Tendo em vista, os aspectos envolvidos no desenvolvimento do TEA e o crescimento na prevalência do mesmo, faz-se necessário dar mais ênfase aos cuidados e possíveis intervenções para prevenir seu surgimento. Neste estudo, será abordada a compreensão da importância do papel de uma MI saudável durante a gestação, os fatores de risco para o desenvolvimento do Transtorno do Espectro Autista, a relação de uma microbiota intestinal materna em desequilíbrio e seu impacto negativo no neurodesenvolvimento fetal, bem como possíveis intervenções preventivas, incluindo-se explanações sobre o nível de influência da composição do microbioma intestinal materno no desenvolvimento neuronal do feto, e de quais formas a alimentação pode interferir positivamente em aspectos preventivos no aparecimento de transtornos ocasionados por perturbações na formação do sistema cognitivo do embrião.

2        METODOLOGIA

Realizou-se uma revisão narrativa da literatura no período de fevereiro a novembro de 2022. A busca bibliográfica foi efetuada nas bases de dados: National Library of Medicine (Pubmed), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), e na plataforma de busca eletrônica: Google Acadêmico, tendo como palavras-chave utilizadas: Gestação, Microbioma Gastrointestinal, Transtorno Autístico, Autismo. Foram também aplicados, para auxiliar na presente pesquisa, alguns Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) referentes à temática em questão: Microbioma Gastrointestinal, Transtorno Autístico, Transtorno do Espectro Autista, Gestante, Gestação, e suas respectivas traduções para a língua inglesa, com a finalidade de encontrar material científico para responder ao seguinte questionamento: De que forma a inflamação causada pela microbiota intestinal materna, pode afetar o desenvolvimento do sistema nervoso central do feto, e sua relação com o surgimento do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Foram incluídos na revisão bibliográfica artigos originais, apresentando abordagens do tipo revisão sistemática, integrativa,  pesquisas de campo e meta-análise, dissertação para a obtenção do título de mestre, nos idiomas inglês e português, bem como manuais diagnósticos e estatísticos relevantes para a área,  os critérios de exclusão utilizados abrangeram artigos com anos de publicação datados de um período superior há dez anos, pesquisas de revisão de literatura, bem como trabalhos de conclusão de curso, resumos simples e publicações em anais de eventos, tal seleção compreendeu os períodos de 2015 a 2022. Ademais, após leitura e análise das informações presentes nos artigos selecionados, foi desenvolvida esta pesquisa de revisão narrativa.

3        RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

3.1 DEFINIÇÃO DE MICROBIOTA INTESTINAL E A RELEVÂNCIA DO PROCESSO DE MODULAÇÃO

Compreende-se como microbiota intestinal (MI), o conjunto de microrganismos que colonizam o trato gastrointestinal (TGI), mantendo um estado de simbiose com seu hospedeiro. Tal relação simbiótica maturada ao longo do tempo, desenvolveu um impacto de extrema relevância na fisiologia, e nos processos de saúde e doença dos seres vivos (SPARVOLI, 2019). Fatores como, tipo de parto, alimentação adotada nos primeiros anos de vida e a exposição a antibióticos, são aspectos que irão determinar as características apresentadas pelo microbioma desde a infância, todavia, tais características são passíveis de intervenções posteriormente (GRECH et al., 2021).

Componentes diversos como bactérias, vírus, fungos e protozoários compõem o microbioma do intestino, entretanto as bactérias por serem mais predominantes, são os microrganismos mais estudados, sendo, portanto, o foco do processo de interferência. De maneira geral os grupos de bactérias predominantes na microbiota são bacterioidetes gram negativos e firmicutes gram positivos, quando em homeostase esses microrganismos contribuem para a biossíntese de vitaminas e aminoácidos essenciais, assim como para a produção de ácidos graxos de cadeia curta, como acetato, propionato e butirato, que fortalecem o epitélio intestinal, pois atuam como fonte de energia para o mesmo (GOMES; MAYNARD, 2020; SINGH et al., 2017).

Sendo assim, a composição do microbioma intestinal durante o período gestacional materno é de suma importância, pois a produção de metabólitos advindos dos componentes de tal microbiota, impactam diretamente no embrião e sua formação, visto que o mesmo encontra-se sujeito aos potenciais efeitos negativos provenientes de moléculas derivadas da própria microbiota materna, como citocinas pró-inflamatórias derivadas de uma MI em desequilíbrio, que podem ser transferidas, ocasionando e predispondo o feto a modificações precoces à nível genético e de suas vias sinalizadoras (GRECH et al., 2021).

Desse modo, considerando tais características, a alimentação carrega consigo uma proeminente atuação direta no controle do bem-estar e equilíbrio da microbiota presente no intestino, através de seus constituintes, que serão utilizados como substratos energéticos para o desempenho adequado dos microrganismos colonizadores. Faz-se essencial que hábitos alimentares saudáveis e balanceados sejam instituídos, para que dessa forma, complicações sejam minimizadas, e a saúde fetal e materna sejam beneficiadas (FIALHO, 2021).

3.2 FISIOPATOLOGIA DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

O TEA é uma síndrome complexa e multifatorial que possui como característica alterações no sistema nervoso central, sua causa ainda não está totalmente definida, entretanto, evidências clínicas emergentes apontam que a desregulação no sistema imune possui papel central em sua patogênese, nesse contexto, estudos têm ligado cada vez mais o surgimento do autismo com a ocorrência da ativação imune materna (MIA) durante o período gestacional. Além disso, mulheres grávidas acometidas por distúrbios autoimunes, inflamação relacionada à obesidade ou a doenças infecciosas correm um risco elevado de gerarem filhos que possuam o transtorno do espectro autista (LAMMERT et al., 2018).

Também é válido ressaltar que tal transtorno possui um componente genético muito forte atrelado ao seu surgimento, comprova-se isso pela alta herdabilidade que ocorre entre os irmãos. Ademais, outro fator relacionado ao impacto da genética, possui ligação com alterações em um único gene, como mutações no FMR1 (síndrome do X frágil), MECP2 (síndrome de Rett), TSC1/TSC2 (complexo de esclerose tuberosa) e CACNA1C (síndrome de Timothy) e mutações em CNTNAP2 (displasia cortical-síndrome de epilepsia focal). A combinação entre fatores imunológicos, ambientais e genéticos podem interferir também no neurodesenvolvimento e na plasticidade sináptica (THAWLEY et al., 2022).

Pessoas com autismo costumam apresentar mudanças neurofisiológicas e neuroanatômicas em determinadas regiões do cérebro responsáveis pelos comportamentos, emoções e processo cognitivo. Além do mais, mecanismos moleculares possuem possível relação com a fisiopatologia do TEA, e incluem mudanças em proteínas sinápticas, neurotrofinas, neurotransmissores, seus transportadores e na neuroinflamação (NUNES, 2021).

Essas alterações surgem durante a primeira infância, sendo evidenciadas por dificuldades em interações sociais, aprendizagem e coordenação, atraso no desenvolvimento da linguagem, padrões incomuns na comunicação, nível elevado de estresse, apego a rotina, sensibilidade à mudanças, características alimentares restritivas, e preferências por alimentos específicos (DSM, 2015).

3.3 EPIDEMIOLOGIA DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Atualmente existe um debate na literatura sobre a ocorrência de casos do transtorno do espectro autista. Diversas pesquisas foram realizadas em todo o mundo, que permitem afirmar que o surgimento do mesmo é muito mais frequente do que se imaginava quando foram realizados os primeiros estudos entre as décadas de 1960 e 1970. Uma vez que, estudos realizados em 2014, pelo Center for Disease Control and Prevention (CDC) evidenciou que 1 a cada 68 crianças possuíam TEA nos Estados Unidos (PORTOLESE et al., 2017)

Além disso, segundo estudos epidemiológicos de Reis et al (2019), pesquisas recentes comprovam que os índices de indivíduos que possuem o Transtorno do Espectro Autista (TEA), encontram-se em níveis cada vez mais crescentes, atingindo cerca de 1-2% das crianças, possuindo sua ocorrência em maior incidência se comparada à diversas doenças crônicas não transmissíveis. Tendo em vista que sua origem se caracteriza como multicausal, analisar sua existência entre as pessoas torna-se um ato de extrema relevância. Dessa forma, estudos consistentes comprovaram que foi documentada uma média de 46,64 de indivíduos que possuem o transtorno, a cada 10.000 entre pré-escolares, e 48,94 entre crianças escolares, sendo a mais elevada prevalência em países da América do Norte (RIBEIRO, 2022).

Também foi evidenciado que aproximadamente 1% de indivíduos na população mundial possuem o transtorno e que sua prevalência se dá em maior parte nos indivíduos do sexo masculino que em indivíduos do sexo feminino, sendo a diferença de 4:1, ou seja, 4 casos em indivíduos do sexo masculino para cada 1 caso em indivíduos do sexo feminino, já quando trata-se da prevalência do autismo no Brasil os dados ainda são bastante limitados, a última pesquisa realizada apontou que cerca de 500.000 pessoas possuíam TEA em 2010, entretanto dados de 2014 obtidos através do ministério da saúde, apontaram que a incidência do TEA corresponde a  27,2 casos a cada 10.000 habitantes com idades entre 5 e 18 anos (BECK, 2017). Ademais, dados obtidos de um trabalho de revisão sistemática realizado em 2022, apontam uma incidência global de autismo com prevalência de 100 casos a cada 10.000 indivíduos que pode variar a depender da região (ZEIDAN et al.,2022)

3.4 FATORES MATERNOS ENVOLVIDOS NO SURGIMENTO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

O consenso atual sugere que o TEA é resultado de distúrbios de fatores genéticos e ambientais. Diferenças anatômicas e de conectividade do cérebro em crianças que o possuem, direcionam sua causa a origens pré-natais, entre as mesmas aponta-se que a mais significativa é a alimentação materna, sendo que seu desequilíbrio com respectivo déficit de micronutrientes e macronutrientes eleva o risco de alterações homeostáticas, comprovando-se que a compreensão acerca de tais fatores é de suma importância para o conhecimento sobre a etiologia, e consequentes formas de prevenção (ZHONG et al., 2020).

Entre outros agentes analisados na gestante que estão associados ao desenvolvimento do TEA na criança, encontram-se a obesidade, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, exposição a poluentes, depressão, estresse, infecções e doenças autoimunes. Grande parte desses precedentes de risco possuem em comum a inflamação, esse fato apoia a ideia de que este estado inflamatório materno é o principal desencadeador da MIA, resultante de disfunção neuronal, ativação microglial e consequentemente, um espectro de fenótipos neurocomportamentais em crianças (HAN et al., 2021).

O aumento nos níveis de proteína C reativa, tem sido apontado também como um precedente que detém influência direta com o desenvolvimento do autismo, por provocar elevação do estresse oxidativo no embrião, desencadeando um processo inflamatório, assim como a presença de doenças autoimunes em gestantes, pois impactam no neurodesenvolvimento através do efeito inflamatório desencadeado por autoanticorpos e citocinas (CHENG et al., 2019).

Estudos realizados em animais com obesidade e alta ingestão calórica mostraram que o excesso de peso e o estado de hiperglicemia intrauterina configuram-se como ameaças iminentes para o surgimento de inflamação neural e para comportamentos do tipo autista na prole, visto que infecções, estresse e obesidade durante o período gravídico, ocasionam a liberação de citocinas pró inflamatórias no organismo da gestante, onde as mesmas possuem a capacidade de chegar ao feto via placenta e ativar células do sistema imunológico, desencadeando um estado de neuroinflamação (NUNES, 2021). Ademais, foi evidenciado que o desequilíbrio na MI materna soma-se aos riscos pré-natais envolvidos com o surgimento do TEA (LI et al., 2019).

Dentre os aspectos pré-gestacionais associados, torna-se relevante destacar que os seres humanos realizam a ingestão diária, e passam por constante exposição a várias moléculas conhecidas como xenobióticos, que são capazes de provocar modificações genéticas importantes (BANHELA; NAIDOO P.; NAIDOO S., 2020). Tais compostos são considerados fatores externos que possuem elevada influência no organismo de indivíduos, inclusive durante o período gestacional onde a interação dos mesmos afeta o desenvolvimento do sistema nervoso central fetal, contribuindo para o surgimento de anomalias orgânicas associadas a aparição de transtornos como o autismo, e seus níveis de severidade (BIOSCA-BRULL et al., 2021).

A expressão dos genes possui interferência de fontes ambientais, que irão desencadear a forma a qual células e tecidos irão reagir, bem como suas funcionalidades, podendo-se citar como exemplo a diferenciação e consequentes modificações em células sanguíneas hematopoiéticas do cordão umbilical causadas por razões extrínsecas, evidenciadas por estudos de meta-análise, comprovando-se que a exposição à componentes tóxicos durante a gravidez, ocasiona a formação de respostas advindas do sistema imunológico, que atravessam a barreira hematoencefálica embrionária, alterando seu processo natural de evolução cerebral (MORDAUNT et al., 2019).

3.5 MICROBIOTA INTESTINAL (MI) MATERNA E SUA RELAÇÃO COM O DESENVOLVIMENTO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

É indubitável que infecções que ocorrem durante a gestação possuem relação intrínseca com o surgimento de transtornos do neurodesenvolvimento, como o TEA. Entretanto, trabalhos realizados sugeriram que tal ocorrência não é proveniente de um agente infeccioso específico, más sucede-se através de estímulos imunológicos causados por produtos bacterianos, virais ou citocinas específicas, que ocasionam uma resposta imunológica gestacional, gerando um comportamento anormal no concepto, incluindo-se ansiedade e atitudes sociais repetitivas (ROSE et al., 2017).

Assim sendo, a MI exerce papel primordial na modulação das respostas pró e anti-inflamatórias, que por sua vez possuem relação com a ativação imunológica, pois a microbiota intestinal está totalmente atrelada a proteção do sistema imunológico, destarte, alterações de ordens negativas em seus componentes associam-se a dificuldades que se estendem ao feto, como parto prematuro, morte fetal intrauterina e desordens cardiometabólicas (TEIXEIRA, 2017).

Experimentos realizados mostraram que alimentos com elevados níveis de gorduras saturadas, açúcar, sal e níveis reduzidos de fibra, induziram à autoimunidade e inflamação através de mecanismos relacionados a microbiota, como o estímulo de células T-helper 17 (Th17). Ainda, outras pesquisas efetuadas em camundongos e em humanos também evidenciaram que emulsificantes, aditivos antimicrobianos e adoçantes artificiais, ingredientes que são inseridos no decorrer do processamento de alguns alimentos, levam ao desenvolvimento da permeabilidade intestinal, por aumentar bactérias mucolíticas e endotoxinas (BOLTE et al., 2021).

Posto isto, é de alta constatação que concentrações aumentadas de citocinas pró-inflamatórias no líquido amniótico de genetrizes em que seus descendentes desenvolveram TEA, demonstram o papel da ativação do sistema imunológico em seu desenvolvimento, sendo a principal citocina pró-inflamatória relacionada com sua fisiopatologia, a interleucina-17 (IL-17), contudo foi demonstrado que a interleucina-6 (IL-6) também possui relação com o aparecimento. Ademais, diversos estudos ressaltaram a relevância do estado do sistema imunológico materno e a contribuição da microbiota, nutrição e a genética em tal estado, sendo a MI relacionada a produção e regulação de IL-17 e de células Th17, respectivamente (THAWLEY et al., 2022)

Sendo assim, a composição da microbiota materna possui potencial contribuição para a patogênese de doenças que acometem o neurodesenvolvimento, através da produção desregulada de IL-17a, uma vez que o bloqueio na sinalização da mesma durante a gestação, reduziu o surgimento de alterações relacionadas ao desenvolvimento neural na prole (LAMMERT et al., 2018).

Dessa forma, para uma progressão adequada da gestação, as necessidades energéticas e nutricionais necessitam ser atendidas com êxito. A rotina alimentar durante o período gestacional, deve conter estabilidade entre as quantidades de macros e micronutrientes, para evitar riscos de implicações negativas, como o desequilíbrio no microbioma intestinal da gestante, visto que as demandas fisiológicas durante a gravidez se elevam (KOCYLOWSKI et al., 2018). Perturbações na homeostase da composição da MI em questão, implicará em uma maior susceptibilidade à processos inflamatórios, que caso se sucedem durante a fase da gravidez, ocasionarão a exposição direta do feto à tal condição, que conduz ao desequilíbrio cortical, elevando a probabilidade do surgimento de transtornos neurológicos (KIM et al., 2017).

3.6 INTERVENÇÕES NA MICROBIOTA INTESTINAL (MI) DE GESTANTES, PARA O PROCESSO DE PREVENÇÃO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

O trato gastrointestinal humano, abriga uma comunidade de microrganismos, que possui total relação com a função do sistema imunológico, metabólico e com o sistema nervoso central. Intervenções realizadas na mesma através da alimentação podem modificar sua função, seja de forma benéfica ou não, a depender da composição da dieta, podendo ainda alterar os sintomas de determinadas doenças, mesmo que elas possuam um risco genético (SHARON et al., 2019).

Muito se discute sobre a alimentação durante a gestação, evidências pré-clínicas apontaram que o microbioma intestinal é um essencial mecanismo que impacta o sistema imunológico e o neurodesenvolvimento da prole, no qual a dieta no período perinatal pode interferir. Uma característica interessante, é que a mesma responde de forma rápida a alterações realizadas nos hábitos dietéticos, sendo um aspecto importante a ser considerado, visto que determinada característica é importante na promoção da saúde e prevenção de patologias (DAWSON et al., 2021).

Como mencionado anteriormente, a MI atua na proteção do sistema imunológico, logo, distúrbios atrelados a mesma desencadeiam um estado de MIA, fator de risco para o surgimento de distúrbios no neurodesenvolvimento, dessa forma, é pertinente salientar que a interferência na composição de tal microbioma é imprescindível para que haja maior controle. Os prebióticos são potentes coadjuvantes no processo, e irão agir como substrato energético para as bactérias benéficas, estimulando seu crescimento e a síntese de ácidos graxos de cadeia curta, como acetato, propionato e butirato, metabólitos essenciais no processo de manutenção da barreira intestinal (JARD et al., 2018).

Já os probióticos, são microrganismos viáveis que quando ingeridos colonizam o trato gastrointestinal e proporcionam diversos benefícios à saúde do hospedeiro, podendo ser também uma alternativa segura durante o período gestacional, segundo o estudo de Navarro-Tapia (2020), onde em grupos avaliados não houveram complicações obstétricas significativas, entretanto é importante destacar que em alguns deles, o tamanho da amostra utilizada foi relativamente pequeno e a quantidade de probióticos ingerida entre os trabalhos comparados nem sempre foram iguais (NAVARRO-TAPIA, 2020).

Sendo assim, uma alimentação rica em triptofano e fibras, comumente gera estados imunológicos que possuem relação com a saúde do cólon. Padrões alimentares que possuem nozes, peixes, leguminosas e pães estão relacionados a menor concentração de aglomerados de bactérias patogênicas. Observou-se também o aumento de bactérias como Roseburia, Faecalibacterium e Eubacterium spp, conhecidas por seus efeitos anti-inflamatórios no intestino, através da ingestão de peixes oleosos, frutas, vegetais, nozes e cereais. Sendo dietas à base de hortaliças essenciais para o aumento na abundância dos componentes do microbioma intestinal, acentuando as respostas ao tratamento (BOLTE et al., 2021).

4        CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista os aspectos observados, o presente trabalho teve como objetivo compreender a forma com que o desequilíbrio na microbiota intestinal de gestantes ocasionada por fatores externos como a alimentação, é capaz de afetar o desenvolvimento do sistema nervoso central do feto, e sua correlação com o surgimento do transtorno do espectro autista, através de estudos que evidenciaram a nutrição como um dos principais agentes influenciadores de sua patogênese. Observou-se também, que alterações relacionadas ao microbioma intestinal de grávidas, possuem relação com o mecanismo fisiológico denominado ativação imunológica materna, que por sua vez desencadeia um processo inflamatório atrelado ao surgimento do autismo, tais alterações estão conectadas aos hábitos alimentares adotados pela genetriz.

Ademais, observou-se que a interferência na composição da microbiota que reside no intestino, através de prebióticos e probióticos pode auxiliar na minimização da liberação de citocinas, dessa forma, reduzindo o processo inflamatório causado por uma MI em desequilíbrio, o que contribui intrinsecamente para a prevenção de um dos fatores de risco relacionados ao surgimento do referido transtorno, porém são necessários mais estudos voltados de forma exclusiva para analisar a segurança do perfil das cepas de probióticos estudadas em gestantes. Contudo é importante salientar que, embora os achados tenham sido consistentes, prevalece a carência de mais estudos que abordam os mecanismos envolvidos na etiologia do transtorno do espectro autista, que relacionam alterações do microbioma intestinal durante o período gestacional e o seu desenvolvimento.

REFERÊNCIAS

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¹Graduada em Nutrição pela Universidade Estácio de Sá-Rio de Janeiro-RJ. Email:brunaf362@hotmail.com

2Graduada em Nutrição pela Universidade Federal de Sergipe- São Cristóvão/SE. E-mail: camiladssnut@gmail.com

3Graduada em Nutrição pela Unidade de Ensino Superior de Feira de Santana-Bahia. E-mail: elanessardinha@gmail.com

4Graduado em Nutrição pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: euller.gabriel.702@ufrn.edu.br

5Graduado em Nutrição pela Unidade de Ensino Superior de Feira de Santana- Bahia. E-mail: jean22lucas@hotmail.com

6Graduada em Nutrição pela Universidade Castelo Branco. Rio de Janeiro-RJ. E-mail: nutri.kamillarubian@hotmail.com

7Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário Maurício de Nassau de Caruaru-PE. E-mail: Claasilva1@outlook.com

8Graduada em Nutrição pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás.  E-mail: mariag.alvesilva@gmail.com

9Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário Maurício de Nassau de Caruaru-PE. E-mail: luizafsilvanutri@gmail.com

10Graduanda do Curso Superior de Nutrição pelo Centro Universitário Santa Terezinha de São Luís-MA. E-mail: noemiisantoss@gmail.com

11Graduada   em    Nutrição    pela    Universidade     Federal de Viçosa de Viçosa-MG. E-mail: simineavanessa@gmail.com

12Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário Maurício de Nassau de Caruaru-PE. E-mail: weslanmaltanutri@hotmail.com

13Mestra em Saúde Humana e Meio Ambiente – PPGSHMA – UFPE – CAV; Pós-graduada em Nutrição Materno-infantil – CCE Cursos; Nutricionista UFPE-CAV; docente do Curso de Nutrição do Centro Universitário Maurício de Nassau – UNINASSAU Caruaru; E-mail: francyelle.amorim@yahoo.com.br