BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO NA ECONOMIA FAMILIAR

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10248261544


Danilo Gustavo Soares Nunes
 Isabelly Victória Marques Almeida
Orientadora: Profa. Nilva Cristina De Oliveira Silva
Coorientadora: Sabrina Piccinelli Zanchettin Silva


Resumo

A prática do Aleitamento Materno (AM) é reconhecida por sua contribuição vital à nutrição infantil, fornecendo todos os nutrientes essenciais nos primeiros meses de vida da criança e continuando como um valioso complemento proteico ao longo do desenvolvimento infantil. No entanto, essa prática, embora traga benefícios à saúde, envolve custos econômicos significativos para as mães, que investem tempo e energia sem remuneração direta.

O estudo aborda a complexidade do aleitamento materno, não apenas como um ato de nutrição, mas como uma prática influenciada por fatores econômicos. Esse estudo destaca que a amamentação deve estar suscetível às pressões do mercado, uma vez que seus custos e benefícios permeiam esferas pública e privada. O ato de amamentar, embora inestimável em termos de saúde individual, muitas vezes carece de incentivos financeiros para sua promoção e proteção.

A pesquisa propõe uma revisão bibliográfica ao examinar o valor econômico do aleitamento materno, destacando não apenas seus benefícios para a saúde, mas também os custos sociais associados. A perspectiva ampla da influência da amamentação na sociedade ressalta a necessidade de sua inclusão nos cálculos orçamentários, a fim de informar políticas públicas e fomentar práticas que valorizem e incentivem esse ato.

O estudo contribui para uma compreensão mais completa dos impactos do aleitamento materno, fornecendo percepções que transcendem os benefícios individuais para abordar questões econômicas e sociais. Essa abordagem integrada é essencial para desenvolver estratégias que promovam uma prática sustentável e reconhecida em todos os seus aspectos na sociedade contemporânea.

Palavras chave: Aleitamento Materno, economia familiar, saúde, nutrição infantil, amamentação.

Abstract

The practice of Breastfeeding (BF) is recognized for its vital contribution to child nutrition, providing all essential nutrients in the first months of a child’s life and continuing as a valuable protein supplement throughout child development. However, this practice, although it brings health benefits, involves significant economic costs for mothers, who invest time and energy without direct remuneration.

The study addresses the complexity of breastfeeding, not just as an act of nutrition, but as a practice influenced by economic factors. This study highlights that breastfeeding must be susceptible to market pressures, since its costs and benefits permeate public and private spheres. The act of breastfeeding, although invaluable in terms of individual health, often lacks financial incentives for its promotion and protection.

The research proposes a literature review to examine the economic value of breastfeeding, highlighting not only its health benefits, but also the associated social costs. The broad perspective of the influence of breastfeeding on society highlights the need for its inclusion in budget calculations, in order to inform public policies and encourage practices that value and encourage this act.

The study contributes to a more complete understanding of the impacts of breastfeeding, providing insights that transcend individual benefits to address economic and social issues. This integrated approach is essential to develop strategies that promote a sustainable and recognized practice in all its aspects in contemporary society.

Keywords: Breastfeeding, family economics, health, child nutrition, breastfeeding.

Introdução

O aleitamento materno é uma prática ancestral que remonta ao início da história da humanidade, representando não apenas a base da vida, mas também um elo fundamental na relação entre lactante e lactente. No entanto, ao longo dos tempos, especialmente com a chegada da era industrial e o avanço da tecnologia, o leite materno tem enfrentado desafios e concorrência, levando a uma diminuição significativa e preocupante das taxas de amamentação. Essa queda tem gerado crises e imposto riscos para a saúde materno-infantil. (Sociedade de Pediatria de São Paulo;2021)

O Aleitamento Materno é altamente nutritivo e pode atender todas as necessidades alimentares do bebê nos primeiros quatro a seis meses de vida. Dos seis aos doze meses, ele continua a fornecer cerca de três quartos das proteínas necessárias para o bebê, e depois disso, continua a ser um valioso complemento proteico à dieta infantil. Além desses componentes, o leite materno também contém açúcares, gorduras, sais minerais e vitaminas essenciais para o desenvolvimento saudável do bebê (MARGOTTI; 2017).

Ao considerar o valor econômico da amamentação, ampliam-se as percepções sobre os benefícios que vão além da saúde do indivíduo. Embora o aleitamento materno proporcione inúmeros benefícios à saúde, ele também acarreta custos econômicos para as mães, que investem seu tempo e energia sem receber remuneração. A amamentação está suscetível às pressões do mercado, pois seus custos e benefícios abrangem esferas pública e privada, não havendo incentivos financeiros para protegê-la. (GUARESCHI, 2021). Essa perspectiva holística demonstra a amplitude do impacto da amamentação na sociedade, reforçando a necessidade de incorporar o leite humano nos cálculos orçamentários.

Apesar da recomendação e dos benefícios da amamentação, as taxas de aleitamento materno em todo o mundo ainda estão distantes de serem alcançadas, e múltiplas são as razões que interferem nessa prática. As mulheres podem desejar realizar a amamentação. No entanto, deparam-se com obstáculos de natureza social, cultural e política ao longo de todo o período gravídico-puerperal, o que prejudica o início e a continuidade desse processo. (CARREIRO; 2018).

Sendo que a amamentação pode prevenir que a criança tenha diarreia e pneumonia, duas grandes causas de morte infantil. Amamentar também protege as mães contra câncer de mama e de ovário (Ministério da saúde; 2019).

Segundo o ministério da saúde (2015) não amamentar pode significar sacrifícios para uma família com pouca renda. Dependendo do tipo de fórmula infantil consumida pela criança, o gasto pode representar uma parte considerável dos rendimentos da família. Além de economizar nos gastos recorrentes de suplementação alimentar e outros tipos de leite, a escolha pelo aleitamento materno contribui para a prevenção de infecções e doenças, especialmente aquelas que afetam os sistemas gastrointestinais e respiratórios. Além disso, estabelece um contato íntimo entre a mãe e o bebê.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatiza a importância da amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida e, posteriormente, a continuidade da amamentação combinada com outros alimentos até os dois anos de idade da criança.

Referencial teórico

O aleitamento materno é um ato de amor e nutrição essencial que traz uma série de benefícios tanto para o bebê quanto para a mãe. Para o bebê, o leite materno é uma fonte completa de nutrição, fornecendo todos os nutrientes essenciais necessários para um crescimento saudável nos primeiros meses de vida. Além disso, o leite materno contém anticorpos que ajudam a fortalecer o sistema imunológico do bebê, proporcionando proteção contra diversas doenças, trazendo consigo uma série de benefícios econômicos e ambientais a curto e longo prazo. Essa prática impacta positivamente não apenas nas crianças que são amamentadas e nas mulheres que amamentam, mas também em toda a sociedade (Ministério da saúde; 2015).

Em uma perspectiva global, os benefícios do aleitamento materno se refletem na redução significativa da morbidade e mortalidade.

Estimativas indicam que a falta de aleitamento materno resulta, anualmente, em números alarmantes, como a morte de 595.379 crianças com idades entre 6 e 59 meses devido a complicações como diarreia e pneumonia, além de 974.956 casos de obesidade infantil. Além disso, é responsável pela morte de 98.243 mulheres, vítimas de câncer de mama, câncer de ovário e diabetes tipo 2. Essas estatísticas representam um ônus significativo em termos de saúde e economia, com um potencial de economia global de 1,1 bilhão de dólares anualmente (Alves; 2021).

A amamentação oferece vantagens que vão além da relação mãe-filho, impactando toda a família. Segundo o Ministério da Saúde (2015), o leite materno é completo, favorecendo o crescimento e desenvolvimento da criança, além de ser prático e econômico (Biblioteca virtual em saúde).

Estimula vínculos afetivos, serve como método natural de planejamento familiar, previne sangramentos pós-parto e reduz o risco de câncer de mama e ovários. Apesar desses benefícios, fatores culturais, sociais e econômicos influenciam a adesão à amamentação. Embora as taxas de aleitamento materno no Brasil estejam aumentando, ainda estão aquém do ideal recomendado. O desmame precoce persiste como uma realidade predominante, apesar dos esforços para promover a prática do aleitamento materno (Dias; 2016).

O leite materno é uma fonte incomparável de nutrientes, sendo o alimento ideal para um crescimento saudável nos primeiros seis meses de vida, sem necessidade de complementação. É crucial incentivar e orientar as mães sobre a amamentação exclusiva. A amamentação oferece uma defesa eficaz contra uma série de infecções, desde gastrointestinais até respiratórias e urinárias, além de ajudar a prevenir alergias. Para as mães, os benefícios incluem facilitar a involução uterina, reduzir a perda de sangue e diminuir o risco de câncer de mama e ovários (Dias; 2016).

Além disso, o impacto social do aleitamento materno é notável. Estudos indicam que crianças amamentadas adoecem menos, necessitam de menos atendimento médico e hospitalizações, resultando em menor absenteísmo dos pais no trabalho (OPAS e OMS, 2020)

Apesar dos benefícios amplamente reconhecidos do aleitamento Materno tanto para a criança quanto para a mãe, os índices globais de aleitamento materno ainda estão aquém do recomendado, apesar das leis e programas de promoção, proteção e apoio existentes.

Estudos revelam a baixa prevalência do aleitamento materno em níveis regionais, nacionais e internacionais, ressaltando diversos fatores que impactam essa prática. Nesse contexto, o acompanhamento contínuo e a vigilância constante tornam-se essenciais para fortalecer a promoção, a proteção e o apoio ao aleitamento, visando à redução contínua das taxas de morbimortalidade infantil (Santos; 2019).

A partir do final da década de 2000, as ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno foram estruturadas em eixos prioritários, englobando a atenção básica, a atenção hospitalar, a rede brasileira de bancos de leite humano, a proteção legal ao aleitamento materno, a mobilização social e o monitoramento dos indicadores de aleitamento materno (Santos; 2019).

Esse enfoque multidimensional reflete a necessidade de uma abordagem abrangente para alcançar progressos significativos na promoção do Aleitamento Materno, com o programa do ministério da saúde Rede de Bancos de Leite Humano (rBLH-BR) uma ação estratégica de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. Engloba as ações de coleta, processamento e distribuição de leite humano para bebês prematuros ou de baixo peso que não podem ser alimentados pelas próprias mães, além de atendimento para apoio e orientação para o aleitamento materno (Santos; 2019).

O desmame precoce é uma preocupação frequentemente discutida, representando um problema generalizado tanto no Brasil quanto globalmente.

Essa questão é especialmente prevalente em países com diversas realidades econômicas e culturais em relação ao Brasil, evidenciando as dificuldades em promover e apoiar a amamentação prolongada. É crucial identificar, monitorar e analisar qualquer fator que possa contribuir para o desmame precoce de forma precoce. Esse fenômeno representa uma séria ameaça ao desenvolvimento dos bebês e é um dos principais responsáveis pela desnutrição e mortalidade infantil durante o primeiro ano de vida. (GUARESCHI; 2021)

No Brasil, esforços para promover a amamentação são notados desde os anos 1970, visando estabelecer políticas nacionais de apoio à amamentação. Progressos nesse sentido levaram a melhorias nos indicadores relacionados à amamentação. No entanto, o sucesso da amamentação está ligado às condições de vida e escolhas das mulheres, à saúde delas e de seus bebês, ao contexto sociocultural das famílias e ao reforço das redes de apoio (Lutterbach; 2023).

Para promover efetivamente a amamentação, é crucial abandonar a abordagem restrita e simplista que algumas políticas de saúde ainda adotam. Muitas dessas políticas destacam os benefícios da amamentação, mas atribuem a responsabilidade quase exclusiva às mulheres, sem levar em conta a complexidade envolvida nesse processo. É fundamental adotar uma visão mais abrangente, considerando não apenas os aspectos positivos da amamentação, mas também os desafios enfrentados pelas mulheres, como condições de vida, apoio familiar e o contexto social em que estão inseridas. A promoção bem-sucedida da amamentação requer uma abordagem holística, que reconheça a interconexão de fatores que influenciam as decisões das mulheres e ofereça apoio adequado em todas as áreas pertinentes (Lutterbach; 2023).

O incentivo à amamentação faz parte do escopo de iniciativas na área da alimentação e nutrição que fomentam o Direito Humano à Alimentação Adequada. A gestante, também tem o direito à licença maternidade de 120 dias com o pagamento do salário integral e benefícios legais a partir do oitavo mês de gestação (LEI nº 10.421 de 15 de abril de 2002, art. 392 da CLT). As empresas também tem incentivo com o Programa Empresa Cidadã (LEI Nº 11.770, DE  9 DE SETEMBRO DE 2008.), ela recebe incentivos fiscais do governo e, em troca, deve conceder aos empregados os direitos associados ao programa e deverá conceder a licença-maternidade de 180 dias. Especificamente, a empresa que concede a licença complementar às trabalhadoras pode descontar o valor pago desse benefício do Imposto de Renda devido, sem poder lançar esse valor como despesa operacional (Lutterbach; 2023).

A literatura destaca a importância das orientações durante o pré-natal intensificando nos grupos de gestantes, mas é igualmente vital manter esforços educativos após o parto. Além disso, pesquisas enfatizam a necessidade de treinamento contínuo dos profissionais de saúde nesse tema (Alves; 2021).

Essas descobertas estão alinhadas com pesquisas realizadas que ressaltaram a importância, foram conduzidas em diferentes regiões do Brasil, ressaltando a importância de enfocar os ganhos para a saúde da criança ao incentivar a amamentação. Colocar essas vantagens em destaque pode intensificar a motivação das mães, aumentando assim a prevalência dessa prática essencial para a saúde infantil (Alves; 2021).

Portanto é importante contextualizar o processo de aleitamento materno dentro do ambiente sociocultural e familiar, visando cuidar não apenas da mãe e do bebê, mas de toda a família. Uma atenção de qualidade e humanizada, tanto durante o pré-natal quanto nos períodos de parto e pós-parto, é fundamental para o êxito da amamentação. Durante essas fases, são identificadas as principais dificuldades enfrentadas pelas mães, tornando crucial a contribuição efetiva da equipe de saúde para orientá-las sobre as práticas corretas de uma rede de apoio: social, familiar e equipe de saúde, para apoiar e para orientá-las sobre as práticas corretas (Santos; 2019).

Objetivo

O objetivo deste trabalho é investigar e analisar os benefícios econômicos e sociais do aleitamento materno para as famílias, com foco na economia doméstica.

Justificativa

A justificativa para este trabalho está na necessidade de evidenciar os impactos econômicos e sociais do aleitamento materno, proporcionando uma compreensão mais profunda sobre como essa prática influencia não apenas o orçamento familiar, mas também a qualidade de vida das famílias. Ao evidenciar os benefícios e custos diretos e indiretos associados ao aleitamento materno, este estudo poderá fornecer dados concretos que sensibilizem políticas públicas, empresas e comunidades sobre a importância de apoiar as mães que amamentam.

Além disso, ao entender melhor o papel do aleitamento materno na economia doméstica, será possível desenvolver estratégias mais eficazes de sensibilização e apoio para as mães, bem como fomentar o desenvolvimento de políticas públicas que promovam o aleitamento materno.

Metodologia

O presente estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica de revisão integrativa da literatura, para obter dados sobre o tema Benefícios Do Aleitamento Materno Na Economia Familiar, nos últimos nove anos. Utilizou-se a revisão integrativa da literatura, a qual possui uma abordagem ampla muito importante, principalmente, no campo da enfermagem, produzindo um saber uniforme e fundamentado.

Além disso, aponta lacunas do conhecimento e fornece suporte para a tomada de decisão e melhoria na prática clínica proporcionando subsídios para uma melhoria na assistência à saúde. Neste método de construção deve se percorrer seis etapas distintas, a saber: a) estabelecimento da hipótese da pesquisa; b) estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos/amostragem ou busca na literatura; c) categorização dos estudos; d) avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa; e) interpretação dos resultados e f) apresentação da revisão.

A estratégia de identificação e seleção dos estudos foi à busca de publicações indexadas nas seguintes bases SCIELO, Biblioteca Virtual em Saúde e Sociedade de pediatria de São Paulo.

Foi utilizada a seguinte estratégica de busca, com descritores: Aleitamento Materno, economia familiar, saúde, nutrição infantil, amamentação.

Foram adotados os seguintes critérios para seleção dos artigos: recente, economia.

Disponível em texto completo, com resumo disponível, escrita nos idiomas inglês, espanhol e português, publicada nos últimos 5 anos.

QUADRO 1: apresentação do material científico utilizado na revisão bibliográfica. Lins – SP, 2024)

 Autor e ano da publicaçãoTítuloObjetivo
1Alves, V. G. da S., Mota, M. C., & Pagliari, C. (2021)Características Sociodemográficas Relacionadas Ao Conhecimento Dos Benefícios Do Aleitamento MaternoDescrever o perfil das mulheres de acordo com o número relatado de benefícios do aleitamento materno.
2Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica (2015)Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementarO aleitamento materno é a estratégia natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para a criança e constitui a mais sensível, econômica e eficaz intervenção para redução da morbimortalidade infantil.
3Margotti, E., & Margotti, W. (2017)Fatores relacionados ao Aleitamento Materno Exclusivo em bebês nascidos em hospital amigo da criança em uma capital do Norte brasileiro.O Aleitamento Materno é altamente nutritivo, podendo suprir todas as necessidades alimentares do infante durante os quatro a seis primeiros meses de vida.
4Carreiro, J. de A., Francisco, A. A., Abrão, A. C. F. de V., Marcacine, K. O., Abuchaim, E. de S. V., & Coca, K. P. (2018)Dificuldades relacionadas ao aleitamento materno: análise de um serviço especializado em amamentaçãoAnalisar a associação entre o tipo de aleitamento e as dificuldades relacionadas à essa prática entre mulheres e crianças assistidas em um ambulatório especializado em amamentação.  
5Dias, R. B., Boery, R. N. S. de O., & Vilela, A. B. A. (2016)Conhecimento de enfermeiras e estratégias de incentivo da participação familiar na amamentaçãoO conhecimento de enfermeiras sobre as vantagens da amamentação para a família pode determinar sua conduta profissional na busca de estratégias que visam à inserção familiar nas ações direcionadas ao aleitamento materno.
6Santos, E. M. dos., Silva, L. S. da., Rodrigues, B. F. de S., Amorim, T. M. A. X. de., Silva, C. S. da., Borba, J. M. C., & Tavares, F. C. de L. P. (2019).Avaliação do aleitamento materno em crianças até dois anos assistidas na atenção básica do Recife, Pernambuco, BrasilO presente estudo teve por objetivo avaliar o aleitamento materno exclusivo (AME) e total em crianças até 2 anos de idade atendidas em Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Recife-PE. Crianças do sexo masculino, uso de chupeta e mamadeira foram associados ao menor tempo de aleitamento materno exclusivo.
7Guareschi, A. P. D. F.; Sassaki, R. L.; Andrade, P. R. (2021)Correlação da economia do país no desmame precoce: revisão integrativaOs estudos correlacionam a situação econômica do país e familiar com o desmame precoce, com descrição dos fatores determinantes para este desfecho e suas possíveis implicações para a saúde do recém-nascido.
8Lutterbach, Flavia Gama Corrêa, Serra, Giane Moliari Amaral e Souza, Thais Salema Nogueira (2023)Amamentação como um direito humano: construção de material educativo pela voz das mulheresDescrever o processo de criação de material educativo para promoção da amamentação no ambiente hospitalar
9Zardo, CG; Rangel, CBF; Barbosa, DJ. (2020)Fatores que interferem no aleitamento materno: Implicações para enfermagemIdentificar os fatores que interferem no aleitamento materno e as implicações para a prática de enfermagem
10Sociedade de Pediatria de São Paulo (2021)30 anos de história. Semana mundial de aleitamento materno.Trazer ao conhecimento de todos os profissionais de saúde o aleitamento materno.
11CARREIRO, J. DE A. et al.Dificuldades relacionadas ao aleitamento materno: análise de um serviço especializado em amamentaçãoAnalisar a associação entre o tipo de aleitamento e as dificuldades relacionadas à essa prática entre mulheres e crianças assistidas em um ambulatório especializado em amamentação.
12Ministério da Saúde (2019).Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos.Traz recomendações e informações sobre alimentação de crianças nos dois primeiros anos de vida.
Desenvolvimento

O aleitamento materno é reconhecido como uma prática essencial para a nutrição e saúde do bebê nos primeiros meses de vida, oferecendo todos os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento. No entanto, além dos benefícios à saúde, o aleitamento materno também exerce um impacto significativo na economia familiar. O aleitamento materno é fundamental à saúde da criança e da mãe e, ainda, oferece diversos benefícios econômicos e ambientais que são adquiridos a curto e a longo prazo. Dessa forma, essa prática repercute positivamente nas crianças amamentadas, nas mulheres que amamentam e em toda a sociedade (Alves; 2021).

Conclusão

O aleitamento materno não é apenas benéfico para a saúde do bebê, mas também exerce um impacto positivo na economia familiar e na sociedade como um todo. Investir na promoção e apoio ao aleitamento materno é fundamental para garantir o bem-estar das famílias e o desenvolvimento econômico sustentável. O aleitamento materno oferece diversos benefícios econômicos às famílias, além dos benefícios ganhos para a saúde materno-infantil. Historicamente, o aleitamento materno tem sido a base da nutrição infantil, proporcionando todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento saudável do bebê, o que evita gastos adicionais com fórmulas e outros tipos de leite. Estudos indicam que a amamentação exclusiva até os seis meses e continuada até dois anos ou mais pode economizar significativas quantias de dinheiro, que de outra forma seriam gastas na compra de substitutos do leite materno. No entanto, as políticas públicas ainda apresentam desafios significativos no incentivo à amamentação.

As mulheres que retornam ao trabalho após a licença-maternidade de quatro meses frequentemente precisam realizar o desmame parcial ou total antes de retornar às suas atividades laborais, devido à limitação de tempo disponível para amamentar. Mesmo aquelas que usufruem de licença-maternidade de seis meses podem enfrentar pressões para interromper a amamentação antes do período recomendado pelo Ministério da Saúde, que é de pelo menos dois anos. Este desmame precoce pode comprometer a saúde tanto do bebê quanto da mãe, resultando em maiores despesas médicas e na necessidade de adquirir fórmulas infantis ou outros tipos de leite, conforme as condições financeiras da família.

Portanto, a ausência de políticas públicas efetivas que incentivem e apoiem a amamentação prolongada não apenas afeta a saúde do binômio mãe-bebê, mas também impõe um ônus econômico às famílias. A implementação de medidas que estendam a licença-maternidade e ofereçam suporte adequado para a continuidade da amamentação no retorno ao trabalho é essencial para assegurar os benefícios completos do aleitamento materno e contribuir para a economia familiar.

Referencias:

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Santos, E. M. dos., Silva, L. S. da., Rodrigues, B. F. de S., Amorim, T. M. A. X. de., Silva, C. S. da., Borba, J. M. C., & Tavares, F. C. de L. P. (2019). Avaliação do aleitamento materno em crianças até dois anos assistidas na atenção básica do Recife, Pernambuco, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 24(3), 1211–1222. https://doi.org/10.1590/1413-81232018243.126120171

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