LEVANTAMENTO DE APLICATIVOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DA COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA E ALTERNATIVA – OLHAR FONOAUDIOLÓGICO

SURVEY OF APPLICATIONS FOR IMPLEMENTATION OF AUGMENTATIVE ANDALTERNATIVE COMMUNICATION – A SPEECH-LANGUAGE PATHOLOGY PERSPECTIVE

LEVANTAMIENTO DE APLICACIONES PARA LA IMPLEMENTACIÓN DE LACOMUNICACIÓN AUMENTATIVA Y ALTERNATIVA – UNA PERSPECTIVA DE LA FONOAUDIOLOGÍA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202408222034


Maria Sandyelma Duarte Bastos1,
Iara Maria Ferreira Santos2


RESUMO

A Tecnologia Assistiva engloba a área da Comunicação Aumentativa e Alternativa direcionada a indivíduos com dificuldade/ausência de fala e/ou função da escrita; Possui recursos com propósito de auxiliar a comunicação entre usuário e demais pessoas. O Fonoaudiólogo atuante na área da linguagem voltado a essa temática deve avaliar e intervir na escolha do sistema. O presente trabalho teve como objetivo levantar os aplicativos para implementação da comunicação aumentativa e alternativa – categorizando-os a partir de suas características em relação à linguagem para os diversos tipos de pacientes que costumam fazer uso desses sistemas. Realizou-se pesquisa documental qualitativa com busca livre na Web, sites e em lojas de aplicativos. Observou-se que os aplicativos encontrados demonstram pouca articulação para a clínica e alguns fazem restrição quanto ao seu uso por determinado tipo de público. O artigo trouxe os aplicativos utilizados no âmbito social, categorizando-os quanto à possibilidade de uso e quanto a categoria de seu uso restringir ou não o uso para determinado público.

Palavras-chave: Comunicação aumentativa e alternativa; aplicativos; recursos fonoaudiológicos; linguagem.

ABSTRACT

Assistive Technology includes the Augmentative and Alternative Communication area, aimed at individuals with speech difficulties/lack of speech and/or writing skills. It has resources designed to aid communication between users and other people. Speech therapists working in the language area focused on this topic should evaluate and intervene in the choice of the system. This study aimed to identify applications for implementing augmentative and alternative communication categorizing them based on their characteristics in relation to language for the different types of patients who usually use these systems. A qualitative documentary research was conducted, with a free search on the Web, websites and in application stores. It was observed that the applications found demonstrate little articulation for clinical use and some restrict their use by a certain type of public. The article brought the applications used in the social sphere, categorizing them according to the possibility of use and whether or not the category of their use restricts their use for a certain public.

Keywords: Augmentative and alternative communication; applications; Speech-language pathology resources; language.

RESUMEN

Tecnología Asistiva cuenta con el área de Comunicación Aumentativa y Alternativa, dirigida a personas con dificultad/ausencia de la función del habla y/o escritura. Dispone de recursos diseñados para facilitar la comunicación entre el usuario y otras personas. El fonoaudiólogo que trabaja en el área del lenguaje enfocado en este tema debe evaluar e intervenir en la elección del sistema. El presente trabajo tuvo como objetivo estudiar aplicaciones para implementar comunicación aumentativa y alternativa, categorizándolas en función de sus características en relación al lenguaje para los diferentes tipos de pacientes que habitualmente utilizan estos sistemas. Se realizó una investigación documental cualitativa con búsqueda en la Web, sitios y tiendas de aplicaciones. Se observó que las aplicaciones encontradas muestran poca articulación para la clínica y algunas restringen su uso a cierto tipo de público. El artículo acercó las aplicaciones utilizadas en el ámbito social, categorizándolas según la posibilidad de uso y si la categoría de uso restringe o no su uso a un público determinado.

Palabras clave: Comunicación aumentativa y alternativa; aplicaciones; recursos fonoaudiológicos; lenguaje.

1 INTRODUÇÃO

O conceito de Tecnologia Assistiva (TA) aprovado e instituído pelo Comitê de Ajudas Técnicas – CAT, define que:

Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (CAT, 2007, p. 3).

Assim, compreende-se que a TA visa o bem-estar, a inclusão social, a autonomia, a mobilidade, o aprimoramento da comunicação e o direito do indivíduo com alguma especificidade, se relacionar, trabalhar e possuir uma vida com qualidade.

A Comunicação Aumentativa e Alternativa é direcionada aos indivíduos que apresentam ausência de fala ou ausência de escrita funcional e também a indivíduos que possuam falta de sintonia entre a habilidade de falar e/ou habilidade de escrever (Sartoretto; Bersch, 2023). Possui como propósito utilizar-se de recursos, sejam eles eletrônicos ou não, com intuito de contribuir para a melhor comunicação do indivíduo, englobando a capacidade do mesmo expressar-se e a capacidade de compreender o que lê e está sendo comunicado.

Os recursos de baixa tecnologia utilizados na CAA são aqueles produzidos com materiais básicos, que estão em fácil acesso e são normalmente customizados, considerando as necessidades de cada indivíduo. Estes podem ser criados e confeccionados com os seguintes materiais, por exemplo: fotos, desenhos, pictogramas impressos ou imagens extraídas de revistas e da internet (Bersch; Sartoretto, 2023; ComunicaTea; ComunicaTEAMM, 2022).

Os recursos de alta tecnologia são os que incluem diferentes dispositivos eletrônicos e recursos tecnológicos, estes normalmente equivalem a maior custo benefício e permitem um limite de customização. Utilizam-se dos símbolos em formato digital, são eles, fotos, imagens e pictogramas; além de incluir os computadores e tablets que contenham programas e aplicativos voltados à CAA e que possibilitam adaptações (ComunicaTea; ComunicaTEAMM, 2022).

A Comunicação Aumentativa e Alternativa auxilia os indivíduos em suas atividades de vida diária, uma vez que permite uma comunicação efetiva com as demais pessoas, possibilitando melhor participação do usuário do sistema no cotidiano, envolvendo-o no contexto de vida. Porém, podem existir algumas limitações de atividades, que irão gerar restrições de participação, ou até mesmo o indivíduo poderá ser submetido a problemas cotidianos não previstos pelas interfaces dos sistemas. Isso indica que temos uma área que ainda está em expansão e requer envolvimento de profissionais qualificados para o suporte necessário a esses indivíduos.

A CAA não pretende substituir os signos humanos; até porque o processo de constituição de linguagem não é simples seja quais forem os sujeitos (Lemos, 2002), todavia, considera-se que o apoio do recurso de CAA para indivíduos com alterações importantes de linguagem são imprescindíveis. São estes indivíduos: indivíduos que apresentam deficiências de linguagem oral e/ou escrita, sendo o seu discurso funcional, limitado em recepção, compreensão e expressão da linguagem Limongi, 2000). O uso de sistemas alternativos para comunicação, apresentam-se como facilitadores e aumentam o contexto de interação social do usuário do sistema. O profissional da fonoaudiologia que trabalha com linguagem e utiliza-se da CAA tem a função de avaliar e intervir nas habilidades linguísticas e comunicativas dos usuários de CAA. Assim, compreende-se a importância da fonoaudiologia tanto para pacientes que precisam aumentar o leque de comunicação quanto para os pacientes com problemas severos e que necessitarão da Comunicação Aumentativa e Alternativa.

Com base no exposto, o objetivo geral desta pesquisa foi levantar os aplicativos que são usados em alta tecnologia para implementação da comunicação aumentativa e alternativa – categorizando-os a partir de suas características em relação à linguagem para os diversos tipos de pacientes que costumam fazer uso desses aplicativos.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Comunicação Aumentativa e Alternativa traduzida do inglês Augmentative and Alternative Communication – AAC, vai além de uma terminologia. A CAA tem seu leque de oportunidades para o indivíduo que precisa utilizar-se para comunicar-se. Pode ocorrer sem auxílios externos, objetivando observar a expressão do indivíduo, por meio de canais de comunicação que não são a fala, sendo eles, gestos, sons, expressões tanto faciais quanto corporais que podem ser identificadas pelas pessoas e o indivíduo expressar-se (Sartoretto; Bersch, 2023). Com o fito de ampliar mais o repertório de comunicação que é intrinsecamente conectado a habilidades de expressão e de compreensão, são separados e criados auxílios externos; sendo eles, cartões de comunicação, pranchas de comunicação, alfabéticas e de palavras, os vocalizadores ou o computador. Estes auxílios ao utilizar-se de um software adequado, possibilita ser uma ferramenta com grande valia, de voz e comunicação (Sartoretto; Bersch, 2023).

A Comunicação Suplementar Alternativa – CSA, termo que possui mesmo significado que a CAA, tem sido implementada geralmente desse modo:

Temos implementado a CSA nos casos em que a oralização encontra-se impedida ou comprometida devido à lesão neuromotora desde o início de nossa prática clínica. Esses recursos podem ser introduzidos para crianças em aquisição da linguagem, bem como para pessoas cuja fala se encontra comprometida temporária ou permanentemente. A CSA está presente nas esferas educacionais, clínicas e hospitalares e envolve, portanto, profissionais de diversas áreas (Vasconcellos, 2018, p. 360).

Os recursos utilizados na comunicação de cada indivíduo são criados sendo totalmente personalizados de acordo com as características que irão atender o que o indivíduo necessita (Sartoretto; Bersch, 2023). O fonoaudiólogo terapeuta tem um papel crucial em como direcionar e inserir a maneira de comunicação que atende a demanda do paciente. Assim, para os sujeitos que necessitam da implementação da comunicação aumentativa e alternativa, se possibilita o uso de aplicativos, os quais devem oportunizar resultados terapêuticos ao paciente, para que o usuário consiga expressar-se, ser compreendido, construir diálogos, ter propriedade e qualidade em sua comunicação.

A CSA inclui o uso integrado de recursos (sinais manuais e gráficos) e de estratégias e técnicas diversas que podem ser muito simples ou envolver o uso de baixa e de alta tecnologia. Os sistemas de sinais gráficos podem incluir desde fotografias e desenhos, até escritas ortográficas tradicionais ou combinações entre esses diferentes tipos gráficos. O sistema gráfico-visual mais empregado no Brasil é o PCS. O Bliss é empregado em escala bem menor (Vasconcellos, 2018, p. 361).

Para criar os recursos adequados para os indivíduos, faz-se necessário uso de sistemas ou bibliotecas de símbolos que para uso virtuais estão disponíveis na web, em diferentes sites e em aplicativos, este último pertencendo a alta tecnologia, já para uso manual, ou seja, baixa tecnologia podem ser impressos símbolos, fotos, pranchas e utilizar-se de figuras dispostas no dia a dia. Assim, os sistemas de imagens representam a língua oral ou representações visuais (Sartoretto; Bersch, 2023). Por meio de uso dos símbolos gráficos, estes dispostos em grupos de imagens diversas, desde simples a mais elaboradas (Sartoretto; Bersch, 2023). Esses criados com o propósito de atender distintos desejos e demandas na comunicação dos seus usuários, satisfazendo que expresse durante todos os momentos do dia (Sartoretto; Bersch, 2023).

Cláudia de Lemos (2002), em sua perspectiva de construção da linguagem, indica que a criança é capturada pela língua através de um sistema de relações, e sua aquisição de linguagem ocorre por meio de interação com outro; e por não seguir estágios previsíveis, a fala da criança possui singularidade.

Partindo dessa visão de aquisição de linguagem, compreende-se que se não forem apresentados os recursos e sistemas para as crianças que possuem comprometimento de fala/escrita elas não irão construir a linguagem efetivamente (embora a língua esteja sempre presente). Todavia, se apresentados os sistemas e recursos da comunicação aumentativa e alternativa aos pacientes, junto à interação, a criança possivelmente será capturada pouco a pouco. Isso ocorre já que a partir da implementação da CAA a criança começará a dialogar, se comunicar mesmo que com ausência de fala, mas com recursos que podem realizar a ponte ao clicar em pictogramas e esses serem sequenciados a medida que clica, ou somado a isso ainda assim ter o vocalizador, que dará voz sobre o que lhe é desejado.

Vasconcellos (2018), ao se valer do interacionismo brasileiro, ressalta que é possível imaginar uma Clínica de Linguagem direcionada a pessoas impedidas de se comunicar de forma oral, distanciando-se de clínicas e técnicas organicistas utilizadas com pacientes. Essas clínicas organicistas evitam concentra-se nas possibilidades linguísticas desses pacientes, focam nos obstáculos neuromotores.

Na clínica que temos proposto, a implementação da CSA é entendida a partir do Interacionismo Brasileiro, como possibilidade de abertura de um canal com o outro terapeuta que viabiliza a produção de falas-escritas de sujeitos em suas singularidades, via materialização do significante, que é lido e registrado pelo “outro-terapeuta” (Vasconcellos, 2018, p. 359).

É importante compreender que:

O objetivo da CAA é apoiar a comunicação de uma maneira que seja mais efetiva para o indivíduo conduzir suas interações. Não se trata apenas de “comprar um tablet” ou “ter um aplicativo ou livro de comunicação”. Portanto, as estratégias visam tornar a comunicação mais eficiente ao ajudar a pessoa a se comunicar mais, melhor, com menos esforço e mais velocidade (ComunicaTea; ComunicaTEAMM, 2022, p. 23).

3 Metodologia

O objetivo da CAA é apoiar a comunicação de uma maneira que seja mais efetiva para o indivíduo conduzir suas interações. Não se trata apenas de “comprar um tablet” ou “ter um aplicativo ou livro de comunicação”. Portanto, as estratégias visam tornar a comunicação mais eficiente ao ajudar a pessoa a se comunicar mais, melhor, com menos esforço e mais velocidade (ComunicaTea; ComunicaTEAMM, 2022, p. 23).

A pesquisa documental pode proporcionar riqueza de informações; seu objetivo é a identificação factual de algo a partir dos questionamentos e interesses do investigador ou de uma comunidade. No caso desta pesquisa houve questões norteadoras voltadas ao nosso interesse acerca de quais aplicativos de Comunicação Aumentativa e Alternativa estão disponíveis para uso social e clínico considerando suas características em relação à linguagem. Essa pesquisa documental qualitativa foi realizada no período de outubro de 2022 a julho de 2023 e faz parte da Iniciação científica das autoras. Não foi necessário apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), uma vez que todos os dados são de livre acesso, dispensando assim o CEP.

Utilizou-se o Google Docs como material de anexo de achados. Foi realizada na Web, através do Google e do Microsoft Bing a busca livre dos Aplicativos – todos utilizados na comunicação alternativa. Na busca usou-se o seguinte termo: “aplicativos de comunicação aumentativa e alternativa”. Para um maior ganho de informações também foi realizada a busca do termo nos sites especializados em Tecnologia Assistiva e Comunicação Aumentativa e Alternativa e construiu-se o quadro contendo “Aplicativos” (Quadro 1). Foram incluídos os aplicativos que possuem tradução em Português e que possuíam função de CAA. Foram excluídos os que não apresentavam, de forma clara, sua função. As informações foram retiradas através de acesso ao Google Play Store e do site do fornecedor, outros aplicativos também foram necessários às buscas livres no Google, onde encontrou-se dados no APKPure APP e no Google App Store.

No mesmo quadro (quadro 1) buscou-se categorizar os sistemas quanto à restringe ou não o uso dos aplicativos pelos usuários, para isso seguiu-se uma sequência: nome do “App”; “Restringe”; “Não restringe o uso”.

De modo geral, considerou-se como fatores que restringiam o uso: uso para até dois públicos (infantil, adolescente, adulto e idoso), aparelho de acesso, adquirido por PRO, uso apenas online, uso de apenas uma biblioteca de símbolos (ex: ARASAAC), sistema operacional, comorbidades do público, compras no aplicativo e características do aplicativo que se considerem pertinentes. O que não restringe o uso: Idioma: português, idade, uso compartilhado, que englobe todos os públicos (infantil, adolescente, adulto e idoso), possibilidade de uso em alta e baixa tecnologia e uso gratuito ou teste gratuito, dentre outros (melhor descritos nos resultados).

4 Resultados e Discussão

A partir da busca livre na web e no aplicativo Play Store e sites especializados da TA e da CAA fez-se compilado dos aplicativos mais utilizados pelos indivíduos. No quadro 1, estão os 24 aplicativos encontrados, destaca-se que todos eles podem ser usados em Alta Tecnologia e alguns que podem ser impressos, podem ser usados e baixa tecnologia. Os aplicativos, não puderam ser classificados pontualmente quanto a ser: Receptivo; servir a Compreensão e Expressão da Linguagem, mas de modo geral, a partir da análise dos dados obtidos, observou-se que a maioria serve mais a expressão de comunicação do que à compreensão, então, em geral a maioria é relativamente receptivo e servem mais a uso cotidiano que a uso terapêutico propriamente dito. Com isso, faz-se necessário indagar, quais os profissionais que constroem esses aplicativos, em sua essência, e se o profissional da fonoaudiologia está entre estes. E compreender se há um estudo prático por trás de cada recurso construído para o uso do fonoaudiólogo com seus pacientes.

Quadro 1. Aplicativos: restringe o uso, não restringe o uso

APPRESTRINGENÃO RESTRINGE
Acalm-Para Android.-Cadastro personalizado de ícones e vocalizações;
-Vocalizador intuitivo e interativo;
-Alternativa móvel;
-Aplicações em impressão, edição, escrita, visual e social.
Bela Tagarela – CAA-Público: Crianças e adolescentes impossibilitados de se comunicar verbalmente ou com prejuízos na fala;
-Requer Android 5.0 ou superior.
-Gratuito;
-Objetivo: gerar autonomia para a criança;
Disponibiliza:
1.Figurinhas;
2.Reproduz voz as figuras; 3.Possibilidade de adicionar figurinhas em cada categoria, criar até 3 categorias completamente personalizáveis);
4.Possui um módulo para criação de Pranchas para serem salvas e compartilhadas em PDF;
-Módulo exclusivo para organização de atividades diárias, divididas por dias da semana e horários;
-Play store e windows.
Cboard
-Para crianças (a partir de 10 anos) e adultos com problemas de fala e idioma;
-Requer Android 5.1 ou superior; Compras no app.
Gratuito;
-Disponível em variedade de plataformas, incluindo desktops, tablets e celulares;
-Os cartões podem ser editados; -Possibilidade de criar seus próprios painéis; -Mais de 3400 símbolos do Mulberry Symbol Set;
-Suporte offline está disponível no Google Chrome (computador e android), varia entre sistemas operacionais;
Expressia: CAA-Para pessoas que apresentam dificuldades de fala; -Uso pessoal;
-Requer    Android    (celular    ou tablet) 5.0 ou superior.
-Idioma: Português;
-Gratuito e livre de anúncios; -Disponibiliza:
1.Cartões do app e criar outros com imagens do aparelho do indivíduo; 2.Vocalização de frases;
3.Acesso a Pranchoteca (salvar e personalizar pranchas);
4.Pranchas da Arasaac, da Expressia e outros;
5.Importar pranchas da LetMeTalk;
6.Exportação em PDF para impressão;
7.Utilizar offline.
Expressia: Atividades-Uso profissional;
-Uso pago, função por assinatura:
1.Para pessoas   com dificuldades de aprendizagem (pacientes e alunos);
2.Acesso à Central de Atividades Adaptativas (salvar e personalizar);
3.Criar atividades (ficam salvas na nuvem) usando voz, texto ou áudio;
4.Salvar resultados das atividade dos pacientes/alunos; 5.Aplicação à distância ou presencial;
6.Acesso online em qualquer dispositivo; 7.Compartilhamento de atividades entre profissionais; 8.Impressão de pranchas de CAA;
-Requer Android (celular ou tablet) 5.0 ou superior.
-Idioma: Português;
-App oferece recursos  
básicos gratuitos para experimentar.
Falaê-Para pessoas com dificuldades de fala e mobilidade; Consiste em duas partes:
-Plataforma web:
1.Registro de usuários;
2.O usuário pode definir seu perfil, criar e editar pranchas, páginas e itens de comunicação;
-Aplicativo android:
1.App se conecta a plataforma e sincroniza as informações;
2.Os símbolos pictográficos são propriedade de CATEDU;
-Requer Android 4.0.3 ou superior.
-Gratuito; -Idioma: Português.
Falando Fotos: Autism-Para crianças que não falam e são diagnosticadas;
-Função: expressar desejos básicos da criança;
-Uso apenas de imagens disponíveis no app;
-Requer Android 3.0 ou superior;
-Compras no app.
-Gratuito;
-Idioma: Português;
-A depender da configuração, alarme soa ou sintetizador de voz reproduzir a frase (pode ser alterada pelo usuário ou por outro).
Go Talk Lite-Para pessoas que têm dificuldade em falar;
-Pago, compras no app, permite:
1.Gerenciar o sistema de varredura, usando todas as músicas disponíveis no ipad.
2.Vincular vídeos as pranchas (faz um acesso);
3.Ter pranchas gradeadas;
4.Gravar som e possui produção de texto por voz sintetizada;
5.Biblioteca de símbolos;
6.Criação de livros;
7.Oferece três tipos de páginas de comunicação: Standard, Express e Scenes;
8.Oferece compartilhamento dos livros por Wifi, e armazenar na Dropbox ou em qualquer Mac/Pc; 9.Possibilidade de adquirir bibliotecas SymbolStix, PCS ou Widgit Symbols no aplicativo;
10.Imprimir e salvar layouts de livros de comunicação em PDF;
-Compatibilidade: iPad;
-Requer iPadOS 12.0 ou posterior;
-Idioma: Português.
Grid para iPad-Para pessoas com necessidades complexas de comunicação;
-App pago, possui:
1.Grande variedade de recursos para diferentes idades e capacidades;
2.Abordagem baseada na investigação do símbolo e texto CAA;
3.Edição rápida no sistema;
4.Edição remota a partir de qualquer computador Windows;
5.Novos recursos acrescentados  todos  os dias;
-É necessário a criação de conta Smartbox para sincronização automática de conteúdos entre Grid para iPad e Grid 3;
-Não consta tamanho do download;
-Requer: iOS 11.
Idioma: Português; Teste grátis.
Leeloo
AAC
Autismo
falando
-Para crianças que sofrem de transtornos         mentais, de aprendizagem ou de comportamento, principalmente autismo;
-Requer Android: 5.0 ou superior.
APP STORE:
-Classificação etária: 4+, feito para idades de 6 a 8 anos;
-Compatibilidade: iOS 11.0 ou posterior  (Iphone,  iPad,  iPod touch). macOS 11.0 ou posterior e um Mac com chip Apple M1 ou posterior, para (Mac).
-Gratuito;
-Idioma: Português;
-Possui capacidade de voz;
– Pode escolher uma voz dentre mais de dez opções;
-Cartões disponíveis; pré-configurados    (de    acordo com frases e palavras) no app, também podem ser customizados;
-Pode  ser personalizado para um adulto ou para uma pessoa de idade avançada.
Let Me Talk:
Aplicação
Grátis CAA
-Pré-configurada para crianças com distúrbios do espectro do autismo e adequado para outras demandas.
APP STORE:
-Compatibilidade: iPhone, iPad, iPod touch. Todos requerem o iPad iOS 8.0 ou posterior;
-Mac Requer o mac OS 11.0 ou posterior e um Mac com o chip
M1 da Apple ou posterior;
-Classificação indicativa +12.
-Idioma: Português;
-App gratuito de CAA;
-Para   comunicação de todos os indivíduos;
1.Permite alinhar imagens em frases;
2.Apoio de voz para imagens e frases (utilizando sistema de voz português);
3.Base de dados com mais de 9.000 imagens disponíveis Arasaac;
4.Pode criar categorias e adicionar
imagens próprias;
-Disponibiliza uso offline.
Livox-Para pessoas com deficiências não verbais;
-Uso pago, a depender do plano: Basic, Plus, PRO ou
SUAVE (APAES e Prefeituras);
1.Até três usuários ou mais;
2.Cria-se cartões com imagens da câmera, da galeria ou do banco de imagens do Livox; 3.Uso com piscar de olhos;
4.Conversa natural (app ajuda a responder);
5. uso do Livox offline;
6.Transferência de conteúdos entre tablets;
7.EAD e Consultoria On-line;
-Ferramenta completa de avaliação e conteúdo (pacientes ou alunos);
-Requer Android (telefone e/ou tablet) 4.4 ou superior;
-Idioma: Português.
 
Matraquinha: Autismo-Para crianças e jovens autistas;
-Função: transmitir desejos, emoções e necessidades;
-Assinatura (PLUS), a depender da escolha, pode:
1. Cadastrar imagens do arquivo pessoal (depende do espaço
disponível do dispositivo) e frases;
2.Acesso à PDF para impressão, Jogo para PC/MAC e Kit Boas Vindas;
3.É paga à vista;
-Requer acesso online;
-Requer Android (mobile e/ou tablet) 5.0 ou superior.
Idioma: Português;
-7 dias grátis em qualquer assinatura.
 Picto TEA-Para pessoas que possuem
ASD (Transtorno do Espectro do Autismo), PDD (Transtorno Global do Desenvolvimento), Autismo ou qualquer condição que afeta as habilidades sociais e de comunicação para se comunicar;
-Pictogramas do app são do ARASAAC;
-Requer Android 4.0.3    ou superior.
Gratuito;
Idioma: Português;
-App personalizável em 6 estágios, com diferentes graus de dificuldade;
-A cada avanço de aprendizado, pode-se utilizar mais pictogramas, categorias e criar frases;
-Pode adicionar pictogramas próprios e personalizar o catálogo.
PicTalk
AAC
Para  indivíduos com deficiência/dificuldade   sem capacidades de fala;
-Concebido por pessoas, escolas ou grupos;
-Requer Android 4.4 ou superior
    Gratuito;
-Idioma: Português;
1. Transformar pictogramas ou fotografias em frases altas;
2. Utiliza Sistemas tais como os pictogramas ARASAAC;
3. Pictogramas podem ser partilhados a múltiplos grupos e são facilmente utilizáveis;
4.Utiliza as vozes Text-To-Speech do dispositivo para pronunciar as frases;
5. Cria coleção de pictogramas, podem ser compartilhadas;
6. Permite envio de pictogramas com as frases, com aplicações de mensagens favoritas.
Picto4me Sistema de comunicação para pessoas   com deficiência de mobilidade em execução;
-Para tablets, com sistema operacional Android, operação modelada a Plaphoons para Windows;
-Uso dos comunicadores utilizados pela Plaphoons;
-Usar pictogramas pequenos, para evitar falhas;
-É   a   versão   Android,   requer
Android 2.3.3 ou superior.
-Idioma: Português.
Que-fala! Para pessoas com deficiência;
-Usa pictogramas Arasaac;
-Requer Android 4.1 ou superior;
-Uso no tablet, smartphone ou Windows.
Gratuito;
Idioma: Português;
-O software de exibição e operação da prancha é totalmente gratuito;
-Possibilita interação direta com interlocutores;
-Edição na Web, indicação de
(preferência google Chrome e Mozilla
Firefox);
-Possibilita a impressão das pranchas.
 Snap ™ +
Core First
-Para pessoas com deficiência ou problemas na fala;
-Requer Android 4.4 ou superior
-Idioma: Português; -Gratuito; Possui:
-Pictogramas disponíveis;
                -Imagens         padronizadas que   expressam      ações,     vontades e desejos;
-Retorno sonoro;
-Criação (com imagens capturadas no momento ou armazenadas no dispositivo).
 Speak in
Pictures X –
An AAC
Voice
-Para crianças ou adultos que não são verbais, crianças autistas ou que possuem
dificuldade em se comunicar;
-Compras no app:
2. Utiliza voz;
3. Pode-se adicionar imagens próprias e alterar as palavras.
Idioma: Português;
Grátis para experimentar.
Speech To Symbol Pro -Para pais, terapeutas e professores que precisam se comunicar com crianças ou adultos com autismo ou qualquer deficiência que prejudique a capacidade de comunicação;
-Pago (PRO);
1. Utiliza símbolos Arasaac;
2. App traduz a voz, as palavras em símbolos;
3. Os símbolos são personalizáveis    (adicionar imagens ou símbolos);
4. Pode compartilhar mensagens e símbolos em apps de mensagem instantânea;
-Requer Android 5.0 ou superior.
-Idioma: Português.
 SymboTalk
– AAC
Talker
Para aqueles cuja condição física ou mental não permite que falem por si mesmos;
-Recursos pagos, compras no app disponibiliza:
1. Uso de dados em qualquer dispositivo ou plataforma e com qualquer tamanho de tela, em qualquer lugar;
2. Serviços  em Nuvem:
Compartilhamento,
Sincronização e Backup;
-Requer Android 5.1 ou superior
Gratuito;
Idioma: português; Disponibiliza:
1. Reproduz voz (pode gravar áudio para símbolos);
2. Placas de comunicação pré-definidas de diferentes áreas da vida, contém símbolos;
3. Criar símbolos ou escolher em uma
biblioteca online;
4. Construção de placas e sub placas flexíveis;
5. Editar quadros e colocar no modo
“eu” para acesso limitado do usuário;
6. Leitura de símbolos e opção de fazer o download das placas para uso em papel;
7. Quadros pré-definidos baseados em Símbolos ARASAAC para uso imediato;
8. Pesquisar imagens de símbolos de uma biblioteca online, incluindo
símbolos ARASAAC,    Mulberry    e Sclera;
9. Possibilita construção de prancha com muitas opções de grade; 10.Suporte off-line completo.
Tablero de
Comunicación
– Para pessoas com deficiência
de fala;
Google Play:
– Requer Android 4.0 ou superior.
 Gratuito:
-Idioma: Português;
-App para expressar suas
necessidades diárias e coisas para sua vida diária;
-Possui um módulo de aprendizagem de linguagem gestual.

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2023.

Quando discute-se linguagem, reconhece-se a possibilidade de várias visões teóricas sobre o tema, que irão conduzir, inclusive também, a visão de comunicação. E isto deveria servir ainda a posição quanto à Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA). Os dados coletados e organizados, para além de cumprir a função técnica, também suscitam a discussão filosófica – porque não há possibilidade de um fazer clínico fonoaudiológico em linguagem sem uma tomada de posição.

E então, o que dizer de crianças que são impossibilitadas de falar, como é o caso geralmente das crianças que fazem uso da Comunicação Aumentativa e Alternativa? A pergunta é apenas provocativa, pois, isso em nada impede a linguagem. Existe nesse caso, ainda assim, um sujeito, um corpo e uma língua que opera. Não oralizar a fala, não exclui o sujeito sua relação com a língua/linguagem, esses sujeitos ouvem, escutam e pulsionam – convocam escuta (Vasconcellos, 2018).

Dito isto, não cabe buscar ‘posição’ teórica para os aplicativos, o que deve ser feito é pensar a clínica – pensar como oportunizar por meio dos aplicativos a possibilidade de movimentação do sujeito na fala, na escuta, na escrita e o mesmo para a o outro e assim, pensar como esses sujeitos que fazem uso da CAA na fala do outro, na escuta e na escrita dos pacientes vão à significação. Pensar nessa clínica, sim, exige uma tomada de decisão teórica, e o que se observou de todo o material colhido foi pouca posição de como esses instrumentos de fato articulam: Sujeito-Língua-Fala e o outro-falante.

Assim, embora se trate de sistemas, recursos, etc., não é possível simplesmente ‘inserir’ para a pessoa que necessita. É preciso ir além, é preciso um clínico que tome a língua, a fala e o sujeito como seu objeto de fato. E neste sentido, a crítica a aplicação indiscriminada dos sistemas por quaisquer pessoas e sem quaisquer critérios.

5 Conclusão

A Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) é uma área, que de fato, possui como objetivo um meio de comunicação para o usuário o tornando incluído no meio social e o dando o direito de autonomia para se relacionar com os demais e em todos os aspectos. Está é provida de muitos aplicativos que são úteis para a comunicação mas, como já mencionado neste artigo, é necessário que se compreenda e analise qual deve ser utilizado com cada paciente que necessite da CAA.

Dessa forma, o artigo trouxe os aplicativos utilizados no âmbito social, categorizando-os quanto à possibilidade de uso e quanto a categoria de seu uso restringir ou não o uso para determinado público. Contudo, torna-se necessária a realização de outras pesquisas voltadas aos recursos de CAA e a condução clínica da implementação desses recursos para os sujeitos que deles necessitem; pois como observamos nos resultados, não é o aplicativo em si que promoverá o encontro com os processos linguísticos e o outro.

REFERÊNCIAS

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1Graduanda em fonoaudiologia pela Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas. Rua Doutor Jorge de Lima, 113, Trapiche da Barra, Maceió-AL. E-mail: msandylmaduarte@gmail.com

2Mestra e Professora Assistente do Curso de fonoaudiologia da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas; Doutoranda em Ciências/Saúde Pública pela Universidade de São Paulo. Rua Doutor Jorge de Lima, 113, Trapiche da Barra, Maceió-AL. E-mail: iara.santos@uncisal.edu.br