FARMACOLOGIA CLÍNICA E A INTERDISCIPLINARIDADE NO ÂMBITO HOSPITALAR

CLINICAL PHARMACOLOGY AND INTERDISCIPLINARITY IN HOSPITAL SETTINGS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10249101515


Renan Barros Braga1
Kário Francisco Rodrigues de Araújo2
Sandra Maria Vinhal2
Janeide de Almeida Gomes2
Josias Pereira de Santana3
Waléria de Melo Escórcio de Brito3
Clívia Mirelly da Silva4
Eliana Patrícia Pereira dos Santos4
Bárbara Santos Abreu5
Larissa Vanessa Ferreira Memoria6
Renata Maria Machado de Araújo Soares6
Mariza Ozório da Rocha6
Maria Eduarda Diniz Fonseca Saldanha7
Lila Maria Mendonça Aguiar7
Daniela Uchoa Pires Lima7
Thays Luana da Cruz8
Julliete dos Santos Holanda da Silva8
Aline Amorim da Silveira8
Degmar Aparecida Netto Rossi8
Islany Barbosa Soares da Silva9
Antonio Tiago da Costa Fenelon9
Aline Márcia Pereira Pinheiro Silva9
Elisa de Moraes Batista10
Hayanne Oliveira da Silva Nóbrega11
Desirée Aguiar Bonfim12
Kaio Guilherme Campos Paulo Ikeda13
Michelle Graces Viana14
Erika Cinthya Coelho da Silva15
Soraia do Socorro Furtado Bastos16
Camila Franco17
Nanci Moreira da Cunha Marangoni18
Claudenira da Silva Santos19
Erika Sousa Domingues20
Kleber Claudio Nakayama21
Sara de Paula Fernandes Lopes21
Bruna Karine Oliveira do Carmo21
Nayanne Ricelli da Costa Silva Gonçalves22
Francisco Geornes Peixoto Saldanha23
Fabiana de Morais24


Resumo

A colaboração interprofissional na farmacologia clínica é essencial para um cuidado de saúde seguro e eficaz, integrando farmacêuticos clínicos com médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde. Este estudo, baseado em pesquisa bibliográfica, objetiva analisar os desafios e benefícios dessa colaboração, utilizando dados e artigos de fontes confiáveis como SciELO, Google Acadêmico e o Portal de Periódicos da CAPES. A análise revelou que, apesar dos desafios como a resistência à mudança e a comunicação ineficaz, os benefícios incluem a melhora na segurança do paciente, abordagens de tratamento mais holísticas e a utilização eficiente dos recursos de saúde. A conclusão destaca a necessidade de estratégias que promovam a colaboração interprofissional, criando um ambiente de respeito mútuo e comunicação eficaz para maximizar os benefícios na assistência farmacêutica hospitalar.

Palavras-chave: Colaboração Interprofissional. Farmacologia Clínica. Assistência Hospitalar. Segurança do Paciente. Comunicação Eficaz.

1 INTRODUÇÃO

A colaboração interprofissional na farmacologia clínica tornou-se um pilar essencial na prática de saúde moderna, destacando-se pela sua capacidade de promover um cuidado mais seguro e eficaz. A integração entre farmacêuticos clínicos, médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde possibilita uma abordagem holística e personalizada no tratamento dos pacientes, garantindo que todas as nuances do cuidado sejam consideradas.

Conforme Campos et al. (2020) destacam, essa prática não só melhora a segurança do paciente ao prevenir erros de medicação, mas também promove um ambiente de trabalho mais coeso e colaborativo, onde o conhecimento e a expertise de cada membro da equipe são valorizados e utilizados de forma sinérgica.

Historicamente, o modelo de assistência à saúde era predominantemente centrado na figura do médico, com pouca interação entre as diversas especialidades. No entanto, a complexidade crescente dos cuidados de saúde e a necessidade de uma abordagem mais integral levaram ao reconhecimento da importância da colaboração interprofissional. Neste contexto, o farmacêutico clínico emerge como um elemento crucial, capaz de fornecer dados valiosos sobre a terapia medicamentosa, monitorar os efeitos dos medicamentos e educar pacientes e profissionais sobre o uso adequado dos fármacos (Pereira et al., 2018). Essa mudança de paradigma reflete a evolução das práticas de saúde em direção a um modelo mais integrado e cooperativo.

A justificativa para este estudo baseia-se na necessidade de compreender melhor os desafios e benefícios da colaboração interprofissional na farmacologia clínica. Embora os benefícios desta prática sejam amplamente reconhecidos, a sua implementação enfrenta diversos obstáculos, como a resistência à mudança e a dificuldade de comunicação entre os diferentes profissionais (Freitas et al., 2019). A problemática central deste estudo reside em como superar esses desafios para maximizar os benefícios da colaboração interprofissional. Qual é a melhor abordagem para integrar eficazmente os farmacêuticos clínicos nas equipes de saúde de maneira a melhorar os resultados terapêuticos e a segurança dos pacientes?

Os objetivos deste trabalho são múltiplos. Primeiramente, visa-se analisar os principais desafios enfrentados na implementação da colaboração interprofissional na farmacologia clínica. Em segundo lugar, busca-se identificar os benefícios concretos que essa prática pode trazer para a segurança e eficácia do tratamento medicamentoso. Por fim, pretende-se propor estratégias para superar os obstáculos identificados, promovendo uma integração mais eficiente e produtiva dos farmacêuticos clínicos nas equipes de saúde.

A metodologia adotada para a realização deste estudo baseia-se em uma pesquisa bibliográfica, utilizando dados e artigos disponíveis em fontes confiáveis como SciELO, Google Acadêmico e o Portal de Periódicos da CAPES. Conforme defendido por Gil (2008), a pesquisa bibliográfica é essencial para a construção de um conhecimento fundamentado em evidências já publicadas, permitindo uma análise crítica e abrangente do tema. Este método possibilita a integração de diferentes perspectivas e o aprofundamento nas melhores práticas e desafios da colaboração interprofissional na farmacologia clínica, proporcionando uma base sólida para a discussão e as propostas apresentadas neste trabalho.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Contribuição do Farmacêutico Clínico na Equipe Multidisciplinar

A presença do farmacêutico clínico na equipe multidisciplinar traz inúmeros benefícios. Primeiramente, sua expertise em farmacologia permite identificar e prevenir interações medicamentosas e reações adversas, assegurando que os pacientes recebam o tratamento mais adequado e seguro possível. Andrade et al. (2019) destacam que o conhecimento detalhado sobre fármacos e suas implicações terapêuticas permite ao farmacêutico clínico contribuir de forma decisiva para a individualização das terapias, ajustando doses e selecionando medicamentos com base nas necessidades específicas de cada paciente.

Além disso, o farmacêutico clínico desempenha um papel crucial na educação e orientação dos pacientes sobre o uso correto dos medicamentos. Essa função educativa é vital para garantir a adesão ao tratamento e para que os pacientes compreendam a importância de seguir as prescrições médicas corretamente. Barbosa et al. (2020) enfatizam que a comunicação clara e eficaz entre o farmacêutico clínico e os pacientes pode melhorar significativamente os resultados terapêuticos, reduzindo a incidência de complicações decorrentes do uso inadequado de medicamentos.

A colaboração entre o farmacêutico clínico e outros profissionais de saúde também é um ponto central na melhoria dos cuidados de saúde. Sousa et al. (2019) relatam que a interdisciplinaridade no ambiente hospitalar promove uma troca constante de informações e conhecimentos, permitindo que a equipe de saúde desenvolva estratégias terapêuticas mais eficazes e integradas. O farmacêutico clínico, ao trabalhar em conjunto com médicos, enfermeiros e outros profissionais, ajuda a desenvolver protocolos de tratamento que consideram todas as nuances da condição do paciente, resultando em um cuidado mais personalizado e abrangente.

Lima et al. (2019) apontam que a presença do farmacêutico clínico nas reuniões de equipe e na tomada de decisões clínicas é crucial para a elaboração de planos de tratamento mais seguros e eficazes. A sua contribuição na avaliação de terapias medicamentosas e na sugestão de ajustes com base em evidências científicas atualizadas é um diferencial que melhora a qualidade do cuidado prestado.

O impacto positivo da interdisciplinaridade na assistência farmacêutica hospitalar também é ressaltado por Campos et al. (2020), que destacam que a integração das diversas especialidades permite uma abordagem mais completa e eficaz dos problemas de saúde. A colaboração entre farmacêuticos, médicos, enfermeiros e outros profissionais facilita a identificação precoce de problemas relacionados aos medicamentos e a implementação de intervenções preventivas, melhorando assim a segurança do paciente.

No entanto, a integração do farmacêutico clínico na equipe multidisciplinar não está isenta de desafios. A comunicação eficaz e a coordenação entre diferentes especialidades exigem um esforço contínuo e a disposição de todos os membros da equipe para trabalhar de forma colaborativa. A formação contínua e a atualização constante em relação às melhores práticas e novas evidências científicas são essenciais para que o farmacêutico clínico possa desempenhar seu papel de maneira eficaz e assertiva.

Outro aspecto importante é a humanização do cuidado farmacêutico. O farmacêutico clínico deve estar atento às necessidades individuais dos pacientes, proporcionando um atendimento que considere não apenas aspectos técnicos, mas também emocionais e sociais. A empatia e a capacidade de ouvir são habilidades fundamentais que complementam o conhecimento técnico e contribuem para um cuidado mais humanizado e centrado no paciente.

2.2 Integração das Práticas Interdisciplinares na Assistência Farmacêutica Hospitalar

A abordagem interdisciplinar na assistência farmacêutica hospitalar é fundamentada na colaboração estreita entre farmacêuticos clínicos, médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde. Silva et al. (2019) destacam que essa interação permite a troca constante de informações e conhecimentos, promovendo uma visão mais ampla e detalhada do estado de saúde dos pacientes. Essa troca de informações é crucial para a identificação precoce de problemas relacionados aos medicamentos e para a implementação de intervenções preventivas, aumentando assim a segurança do paciente.

Os desafios e oportunidades dessa integração são variados. Costa et al. (2019) apontam que a comunicação eficaz entre os membros da equipe interdisciplinar é um dos principais desafios a serem superados. A coordenação de esforços e a harmonização de objetivos entre diferentes especialidades requerem um compromisso contínuo com a colaboração e o respeito mútuo. No entanto, as oportunidades geradas por essa integração são imensas, incluindo a possibilidade de desenvolver planos de tratamento mais personalizados e eficazes, que considerem todas as nuances da condição do paciente.

A contribuição do farmacêutico clínico na equipe interdisciplinar é essencial para a otimização das terapias medicamentosas. Martins et al. (2018) ressaltam que o farmacêutico clínico possui um conhecimento aprofundado sobre fármacos, suas interações e possíveis efeitos adversos, o que permite uma análise crítica das prescrições médicas e a recomendação de ajustes terapêuticos quando necessário. Além disso, o farmacêutico clínico desempenha um papel vital na educação e orientação dos pacientes sobre o uso correto dos medicamentos, promovendo a adesão ao tratamento e minimizando riscos associados ao uso inadequado de fármacos.

A prática interdisciplinar em farmacologia clínica hospitalar também envolve a participação ativa do farmacêutico clínico em reuniões de equipe e na tomada de decisões clínicas. Lopes et al. (2018) enfatizam que essa participação é crucial para a elaboração de planos de tratamento mais seguros e eficazes. O farmacêutico clínico contribui com sua expertise na avaliação de terapias medicamentosas, oferecendo dados valiosos que podem levar a melhorias significativas nos resultados terapêuticos dos pacientes.

Almeida et al. (2020) destacam a importância da prática interdisciplinar na promoção de um cuidado de saúde mais humanizado. O farmacêutico clínico, ao trabalhar em conjunto com outros profissionais de saúde, pode desenvolver uma abordagem de cuidado que leva em consideração não apenas os aspectos físicos da doença, mas também os aspectos emocionais e sociais dos pacientes. Essa abordagem é fundamental para promover o bem-estar geral dos pacientes e para garantir que eles recebam um cuidado completo e compassivo.

Outro aspecto crucial da integração das práticas interdisciplinares na assistência farmacêutica hospitalar é a formação contínua e a atualização constante dos profissionais de saúde. A implementação de programas de educação continuada que abranjam as melhores práticas e as evidências científicas mais recentes é essencial para manter a eficácia das intervenções terapêuticas e para garantir a segurança dos pacientes. A colaboração interdisciplinar também oferece uma excelente oportunidade para a troca de conhecimentos e experiências, enriquecendo a prática clínica e promovendo a inovação no cuidado de saúde.

2.3 Desafios e Benefícios da Colaboração Interprofissional em Farmacologia Clínica

Um dos principais desafios na colaboração interprofissional é a comunicação entre os diferentes profissionais de saúde. Campos et al. (2020) destacam que a falta de uma comunicação eficaz pode levar a erros de medicação e a uma gestão inadequada dos cuidados com os pacientes. A coordenação entre médicos, farmacêuticos, enfermeiros e outros profissionais requer um esforço contínuo para assegurar que todos estejam alinhados e informados sobre os planos de tratamento e as necessidades dos pacientes. Para superar esse desafio, é necessário investir em treinamento contínuo e na implementação de sistemas de comunicação eficientes que facilitem a troca de informações e a tomada de decisões conjuntas.

Outro desafio significativo é a resistência à mudança e à colaboração interprofissional. Pereira et al. (2018) mencionam que alguns profissionais podem estar relutantes em compartilhar responsabilidades ou aceitar contribuições de colegas de outras disciplinas. Essa resistência pode ser atribuída a diferenças culturais e educacionais entre as profissões de saúde, além de questões relacionadas ao status e à hierarquia dentro das instituições. Para mitigar essa resistência, é fundamental promover uma cultura de colaboração e respeito mútuo, onde todos os profissionais sejam encorajados a contribuir e a valorizar as perspectivas uns dos outros.

A integração de práticas interdisciplinares também enfrenta desafios logísticos, como a coordenação de horários e a disponibilidade dos profissionais. Oliveira et al. (2019) apontam que a sobrecarga de trabalho e a falta de tempo podem dificultar a realização de reuniões interdisciplinares regulares e a implementação de estratégias colaborativas. Para contornar essas barreiras, as instituições de saúde devem adotar políticas que facilitem a colaboração, como a designação de tempos específicos para reuniões de equipe e a utilização de tecnologias que permitam a comunicação remota e o compartilhamento de informações em tempo real.

Apesar desses desafios, os benefícios da colaboração interprofissional na farmacologia clínica são substanciais. A prática interdisciplinar melhora a segurança dos pacientes ao reduzir a incidência de erros de medicação e ao garantir um monitoramento mais rigoroso das terapias medicamentosas. Lopes et al. (2018) ressaltam que a presença de farmacêuticos clínicos nas equipes de saúde contribui para a identificação precoce de interações medicamentosas e reações adversas, permitindo a implementação de intervenções preventivas e corretivas em tempo hábil.

Além disso, a colaboração interprofissional promove uma abordagem mais holística e centrada no paciente. Freitas et al. (2019) enfatizam que a integração de diferentes perspectivas e conhecimentos permite a elaboração de planos de tratamento mais personalizados e abrangentes, que consideram não apenas os aspectos clínicos, mas também os fatores emocionais, sociais e comportamentais que podem influenciar a saúde dos pacientes. Essa abordagem integral melhora os resultados terapêuticos e a satisfação dos pacientes com os cuidados recebidos.

A colaboração interprofissional também facilita a educação contínua e a troca de conhecimentos entre os profissionais de saúde. Gonçalves et al. (2019) destacam que a interação regular entre médicos, farmacêuticos e outros profissionais promove a atualização constante sobre as melhores práticas e as evidências científicas mais recentes. Essa troca de informações enriquece a prática clínica e contribui para a inovação no cuidado de saúde, beneficiando tanto os profissionais quanto os pacientes.

Rodrigues et al. (2020) apontam que a colaboração interprofissional também pode levar a uma utilização mais eficiente dos recursos de saúde. A coordenação entre diferentes especialidades permite a otimização dos processos de cuidado, reduzindo duplicidades e desperdícios e melhorando a eficiência operacional das instituições de saúde. Isso resulta em um uso mais racional dos recursos disponíveis e em uma redução dos custos associados aos cuidados com a saúde.

3 METODOLOGIA

A metodologia adotada para a realização deste trabalho foi baseada em uma pesquisa bibliográfica, utilizando-se de dados e artigos disponíveis em fontes reconhecidas e de acesso livre, tais como SciELO, Google Acadêmico e o Portal de Periódicos da CAPES. A escolha pela pesquisa bibliográfica como metodologia se justifica pela necessidade de compreender e analisar de forma abrangente o tema da colaboração interprofissional na farmacologia clínica, a partir de uma perspectiva multidisciplinar e fundamentada em evidências científicas.

A pesquisa bibliográfica, conforme defendido por Gil (2008), é um método de investigação que possibilita a exploração de informações e dados já publicados, permitindo a construção de um conhecimento consolidado e embasado em estudos anteriores. Este método é particularmente relevante para áreas que envolvem práticas interdisciplinares, como é o caso da farmacologia clínica, pois oferece uma visão ampla e diversificada dos diferentes aspectos e desafios relacionados ao tema.

Para a seleção dos artigos e dados utilizados neste trabalho, foi realizado um levantamento nas bases de dados mencionadas, utilizando-se de palavras-chave específicas como “colaboração interprofissional”, “farmacologia clínica”, “interdisciplinaridade”, e “assistência farmacêutica hospitalar”. Essa estratégia de busca permitiu identificar uma vasta gama de estudos e publicações que abordam a temática de diferentes perspectivas, enriquecendo a análise e a discussão sobre os desafios e benefícios da colaboração interprofissional na farmacologia clínica.

A partir dos artigos selecionados, foram analisadas as metodologias empregadas pelos estudos, os resultados obtidos e as conclusões apresentadas pelos autores. Essa análise crítica foi fundamental para identificar pontos de convergência e divergência entre os estudos, bem como para compreender as implicações práticas das diferentes abordagens interdisciplinares na farmacologia clínica. Além disso, a pesquisa bibliográfica permitiu a identificação de lacunas no conhecimento atual, apontando áreas que necessitam de investigação futura.

A utilização de fontes confiáveis e de acesso livre, como SciELO e Google Acadêmico, assegurou a qualidade e a relevância dos dados coletados. Esses repositórios são amplamente reconhecidos na comunidade científica por disponibilizarem artigos revisados por pares e publicados em periódicos de alto impacto. O Portal de Periódicos da CAPES, por sua vez, oferece acesso a uma vasta coleção de publicações científicas, proporcionando uma base robusta e diversificada para a realização de revisões bibliográficas aprofundadas.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A colaboração interprofissional na farmacologia clínica revela-se essencial para a promoção de um cuidado de saúde mais seguro e eficaz. A integração de farmacêuticos clínicos com outros profissionais de saúde, como médicos e enfermeiros, proporciona uma abordagem mais abrangente e holística, fundamental para o tratamento adequado dos pacientes. Segundo Campos et al. (2020), essa integração facilita a identificação precoce de problemas relacionados aos medicamentos, promovendo intervenções preventivas que aumentam a segurança dos pacientes.

Entretanto, a implementação dessa colaboração enfrenta diversos desafios. A comunicação eficiente entre os membros da equipe é crucial, mas frequentemente dificultada pela falta de sistemas integrados e pela sobrecarga de trabalho dos profissionais. Pereira et al. (2018) apontam que a resistência à mudança e a relutância em aceitar contribuições de colegas de outras áreas também são obstáculos significativos. Superar essas barreiras exige um esforço conjunto para fomentar uma cultura de respeito mútuo e colaboração contínua.

Além disso, a prática interdisciplinar na farmacologia clínica deve ser sustentada por uma formação contínua e pela atualização constante das melhores práticas. Oliveira et al. (2019) destacam a importância de programas de educação continuada que permitam aos profissionais se manterem atualizados sobre as evidências científicas mais recentes. Essa atualização é essencial para que os farmacêuticos clínicos possam contribuir de forma efetiva nas decisões terapêuticas, garantindo que as intervenções sejam baseadas em dados atuais e relevantes.

A colaboração interprofissional não apenas melhora a segurança e eficácia do tratamento medicamentoso, mas também promove uma abordagem mais humanizada e centrada no paciente. Freitas et al. (2019) ressaltam que a integração de diferentes perspectivas e conhecimentos permite a elaboração de planos de tratamento que consideram as necessidades individuais dos pacientes, incluindo aspectos emocionais e sociais. Essa abordagem integral é fundamental para melhorar os resultados terapêuticos e aumentar a satisfação dos pacientes com os cuidados recebidos.

Além disso, a colaboração interprofissional facilita a utilização mais eficiente dos recursos de saúde. Gonçalves et al. (2019) destacam que a coordenação entre diferentes especialidades permite otimizar processos de cuidado, reduzindo duplicidades e desperdícios, e melhorando a eficiência operacional das instituições de saúde. Esse uso racional dos recursos resulta em uma redução dos custos associados aos cuidados de saúde, beneficiando tanto os pacientes quanto as instituições.

Portanto, apesar dos desafios, os benefícios da colaboração interprofissional na farmacologia clínica são substanciais. A melhoria da segurança dos pacientes, a promoção de uma abordagem holística e humanizada, a facilitação da educação contínua e a otimização dos recursos de saúde são aspectos que evidenciam a importância dessa prática. É fundamental que as instituições de saúde invistam em estratégias que promovam a colaboração interprofissional, criando um ambiente propício para a excelência no cuidado de saúde.

5 CONCLUSÃO

A colaboração interprofissional na farmacologia clínica é um componente vital para a promoção de um cuidado de saúde mais seguro, eficaz e centrado no paciente. A integração dos farmacêuticos clínicos com outros profissionais de saúde, como médicos e enfermeiros, resulta em uma abordagem de tratamento mais abrangente e personalizada, essencial para a segurança e eficácia das terapias medicamentosas. Apesar dos desafios significativos, como a comunicação eficiente e a resistência à mudança, os benefícios desta prática são substanciais.

A presença de farmacêuticos clínicos nas equipes de saúde permite a identificação precoce de problemas relacionados aos medicamentos, promovendo intervenções preventivas que aumentam a segurança dos pacientes. Além disso, a prática interdisciplinar facilita a criação de planos de tratamento que consideram as necessidades individuais dos pacientes, melhorando os resultados terapêuticos e aumentando a satisfação dos pacientes com os cuidados recebidos. Também contribui para a educação contínua dos profissionais de saúde e a utilização mais eficiente dos recursos disponíveis.

Portanto, é essencial que as instituições de saúde invistam em estratégias que promovam a colaboração interprofissional, criando um ambiente de respeito mútuo, comunicação eficaz e compromisso com a excelência no cuidado de saúde. A integração bem-sucedida das práticas interdisciplinares na assistência farmacêutica hospitalar é fundamental para a construção de um sistema de saúde mais eficiente, seguro e centrado nas necessidades dos pacientes.

REFERÊNCIAS

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1 Faculdade Carajás, av. Vp Oito Quadra Especial Lote 2A, Folha, Nova Marabá, 68508-150, Marabá, Pará, Brasil;

2 Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins/ Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (HDT-UFT/EBSERH), R. José de Brito Soares, 1015, Setor Anhanguera, 77818-530, Araguaína, Tocantins, Brasil;

3 Hospital Universitário de Brasília da Universidade de Brasília / Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (HUB-UNB/EBSERH), Setor de Grandes Áreas, Norte 605, Asa Norte, 70840-901, Brasília, Distrito Federal, Brasil;

4 Hospital Universitário Professor Alberto Antunes da Universidade Federal de Alagoas/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (HUPAA-Ufal/EBSERH), Av. Lourival Melo Mota, S/N, São Paulo, Brasil. Lourival Melo Mota, S/N, Tabuleiro do Martins, 57072-900, Maceió, Alagoas, Brasil;

5 Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU/EBSERH), Av. Pará, 1720, Umuarama, São Paulo, Brasil Pará, 1720, Umuarama, 38405-320, Uberlândia, Minas Gerais, Brasil;

6 Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí / Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (HU-UFPI/EBSERH), Campus Universitário Ministro Petrônio Portela, s/n – Ininga, 64049-550, Teresina, Piauí, Brasil;

7 Maternidade Escola Assis Chateaubriand da Universidade Federal do Ceará / Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (MEAC-UFC/EBSERH), Rua Coronel Nunes de Melo, s/n, Rodolfo Teófilo, 60430-270, Fortaleza, Ceará, Brasil;

8 Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul / Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (HUMAP-UFMS/EBSERH), Av. Sen. Sen. Filinto Müler, 355, Vila Ipiranga, 79080-190, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil;

9 Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão / Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (HU-UFMA/EBSERH), R. Barão de Itapary, 227, 65020-070, São Luis, Maranhão, Brasil;

10 Hospital Universitário Doutor Miguel Riet Corrêa Junior da Universidade Federal do Rio Grande / Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (HU-FURG/EBSERH), R. Visconde de Paranaguá, 102, Centro, 96200-190, Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil;

11 Hospital Universitário Alcides Carneiro da Universidade Federal de Campina Grande / Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (HUAC-UFCG/EBSERH), R. Carlos Chagas, s/n, São José, 58400-398, Campina Grande, Paraíba, Brasil;

12 Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Rua Silveira Martins, 2555, Cabula, 41.150-000, Salvador, Bahia, Brasil;

13 Hospital Universitário da Grande Dourados (HU-UFGD)/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), Rua Ivo Alves da Rocha nº 558, Altos do Indaiá, 79823-501, Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil;

14 Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel)/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), R. Prof. Dr. Araújo, 538 – Centro, 96020-360, Pelotas – Rio Grande do Sul, Brasil;

15 Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB)/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), R. Tabeliao Estanislau Eloy, 585 – Castelo Branco, 58050-585, João Pessoa – PB, Brasil;

16 Escola de Enfermagem Anna Nery, R. Afonso Cavalcanti, 275 – Cidade Nova, Rio de Janeiro – RJ, 20211-130, Brasil;

17 Hospital Universitário da Universidade Federal do Amapá (HU-Unifap)/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), Rod. Josmar Chaves Pinto, km 02, Jardim Marco Zero, 68903-419, Macapá, Amapá, Brasil;

18 Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM)/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), Avenida Getúlio Guaritá, Abadia, 38025-440, Uberaba, Minas Gerais, Brasil;

19 Hospital Universitário Getúlio Vargas da Universidade Federal do Amazonas (HUGV-Ufam)/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), Rua Tomas de Vila Nova nº 4, Nossa Sra. das Graças, 69020-170, Manaus, Amazonas, Brasil;

20 Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (Huap-UFF)/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), Rua Marques de Paraná nº 303, Centro, 24033-900, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil.

21 Hospital Universitário João de Barros Barreto da Universidade Federal do Pará (HUJBB-UFPA)/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), Rua dos Mundurucus, nº 4487, 66073-000, Guamá, Belém, Pará, Brasil;

22 Maternidade-Escola Januário Cicco (MEJC-UFRN)/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), Av. Nilo Peçanha, nº 25, nº 25, Belém, Pará, Brasil. Nilo Peçanha, nº 259, Petrópolis, 59012-300, Natal, Rio Grande do Norte, Brasil;

23 Universidade Federal do Ceará (UFC), Av. da Universidade, 2853 – Benfica, 60020-181, Fortaleza – CE, Brasil.

24 Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Campus Universitário Reitor João David Ferreira Lima, s/n – Trindade, 88035-972, Florianópolis – SC, Brasil.