A INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA PREVENÇÃO DE QUEDAS EM MULHERES IDOSAS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202408171105


Alessandra Ferreira de Meneses; Ana Cecília Tete Lopes; Thaynara Lorrane dos Santos Valentim;
Orientadora: Professora: Ana Luíza Ferreira Donatti.


RESUMO

Introdução: Na pessoa idosa, ocorre a perda da massa óssea e massa muscular, o que favorece o enfraquecimento global do corpo e é daí que surgem as quedas. Nesse contexto, a Fisioterapia vem desempenhar um papel importante na prevenção, restauração e reabilitação do indivíduo, de modo a preservar a capacidade física do paciente, ao executar técnicas fisioterapêuticas e métodos com a finalidade de realizar diagnósticos e analisar cada caso. Objetivo: Conhecer as ações estratégicas utilizadas pela Fisioterapia para intervir e contribuir na prevenção de quedas em mulheres idosas. Método: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, onde as buscas eletrônicas foram realizadas nas plataformas PubMed, Scientific Electronic Library Online (SciELO) e LILACS, utilizando os descritores “Idosas”; “Quedas”; “Fatores de Risco”; “Fisioterapia”; “Prevenção”, nos idiomas inglês e português. Resultados: Os estudos selecionados enfatizaram que as intervenções fisioterapêuticas específicas, como exercícios de fortalecimento muscular, como Pilates, treinos de força, resistência, equilíbrio e mobilidade funcional demonstraram benefícios significativos na melhoria do equilíbrio e redução do risco de quedas em mulheres idosas. Conclusão: Conclui-se que a fisioterapia tem um papel importante na vida ativa de mulheres idosas e na prevenção de quedas, sendo de grande importância para prevenção de quedas, usando de orientações, exercícios, e medidas educativas para proporcionar às mulheres idosas uma maior autonomia e melhora nas atividades da vida diária, promovendo a qualidade de vida e proporcionando o bem-estar.

DESCRITORES: “Idosas”; “Quedas”; “Fatores de Risco”; “Fisioterapia”; “Prevenção”.

ABSTRACT

Introduction: In the elderly, there is a loss of bone mass and muscle mass, which favors the overall weakening of the body and this is where falls arise. In this context, Physical Therapy plays an important role in the prevention, restoration and rehabilitation of the individual, in order to preserve the patient’s physical capacity, by performing physical therapy techniques and methods in order to make diagnoses and analyze each case. Objective: To know the strategic actions used by Physical Therapy to intervene and contribute to the prevention of falls in elderly women. Method: This is a systematic review of the literature, where electronic searches were performed on the PubMed, Scientific Electronic Library Online (SciELO) and LILACS platforms, using the descriptors “Elderly”; “Falls”; “Risk Factors”; “Physiotherapy”; “Prevention”, in English and Portuguese. Results: The selected studies emphasized that specific physical therapy interventions, such as muscle strengthening exercises such as Pilates, strength, resistance and balance training, and functional mobility demonstrated significant benefits in improving balance and reducing the risk of falls in elderly women. Conclusion: It is concluded that physiotherapy plays an important role in the active life of elderly women and in the prevention of falls, being of great importance for the prevention of falls, using guidance, exercises, and educational measures to provide elderly women with greater autonomy and improvement in activities of daily living, promoting quality of life and providing well-being.

DESCRIPTORS: “Old”; “Falls”; “Risk Factors”; “Physiotherapy”; “Prevention”.

1 INTRODUÇÃO

O envelhecimento é algo inerente ao ser humano, sendo caracterizado por mudanças fisiológicas e estruturais, que vai ocorrendo ao longo da vida. Essas mudanças vêm acompanhadas pelo aparecimento gradual de limitações, declínio fisiológico funcional e morfológico, variando de indivíduo para indivíduo, podendo também ser agravado por fatores externos, como: sociais, ambientais e culturais. Na pessoa idosa, ocorre a perda da massa óssea e massa muscular, o que favorece o enfraquecimento global do corpo e é daí que surgem as quedas, onde representa um problema de saúde pública, apresentando alta mortalidade e está entre a sexta causa de óbitos em idosos, sendo umas das principais causas de hospitalização¹. O processo de envelhecer é consecutivo às transformações observáveis ou não no corpo humano e são caracterizadas por alterações físicas e fisiológicas, além de modificações comportamentais, ligadas ao aspecto mental e circunstâncias que acabam influenciando na redução das funções orgânicas. Fisiologicamente, o envelhecimento se caracteriza pelo desenvolvimento gradual de limitações, de forma que se pode afirmar que há um declínio fisiológico funcional e morfológico, que sofre influências e agravos de fatores diversos tais quais: meio ambiente, genética e exposição à determinante de risco².

A queda na população idosa compreende um evento resultante da diminuição progressiva da força, estabilidade biomecânica e postural, equilíbrio e qualidade da marcha. O processo de queda é causado pela perda involuntária do equilíbrio que compromete a estabilidade postural, a qual pode levar o idoso à imobilidade dificultando assim a sua qualidade de vida. Os fatores causadores da queda podem ser de ordem fisiológica e/ou biológica ou psicológica e/ou social, e incluem: diminuição de força muscular, desequilíbrio, uso de bengala, andadores e muletas; deficiência visual e cognitiva, medo de cair, depressão, comportamento sedentário, idade, número de medicamentos (psicotrópicos, para comprometi- mentos cardiovasculares), deficiência nutricional, incontinência urinária, artrite e tipo de calçado³.

No contexto da fisioterapia, deve-se atentar para as demandas e queixas dos idosos, a prevenção de quedas é um fator de extrema importância no processo de envelhecimento. Assim, os benefícios podem ser obtidos através da melhoria do funcionamento motor do idoso, promoção da independência e uma mudança de importância para o sistema público de saúde, com resultados positivos nesta abordagem e reduções nas hospitalizações, mortalidade e quedas. O fisioterapeuta apresenta um papel de suma importância na prevenção de quedas em idosos através da orientação para a realização de atividades físicas, alongamentos, fortalecimento muscular, treino de marcha e equilíbrio, buscando a manutenção ou melhoria da capacidade funcional, redução das incapacidades e limitações e proporcionando maior independência4.

A Fisioterapia para o público idoso possui como objetivos principais a diminuição de dores e desconfortos, manutenção do equilíbrio, flexibilidade e força, através da avaliação e aplicação de diferentes métodos e estratégias, dentre eles o Teste Timed Up and Go (TUG), a Escala de Equilíbrio de Berg e Barthel adaptada para análise da mobilidade, equilíbrio e independência funcional do idoso. Alguns destes são usados também como estratégia de tratamento, a exemplo da Escala de Equilíbrio de Berg. Assim sendo, a Fisioterapia vem desempenhar um papel importante na prevenção, restauração e reabilitação do indivíduo, de modo a preservar a capacidade física do paciente, ao executar técnicas fisioterapêuticas e métodos com a finalidade de realizar diagnósticos e analisar cada caso, buscando sempre a promoção da saúde e a qualidade de vida de cada indivíduo5.

É comprovado que a prática de atividade física melhora a saúde do idoso de forma global, auxiliando na prevenção de quedas, oferecendo maior segurança na realização das atividades de vida diária, favorecendo o contato social, reduzindo o risco de doenças crônicas, melhorando a saúde física e mental e a performance funcional. Proporciona também independência, autonomia e qualidade de vida ao idoso. Acredita-se, porém, que deva ser orientada por um profissional qualificado, seja educador físico ou fisioterapeuta6.

O campo de atuação do fisioterapeuta vem crescendo gradativamente. Além do enfoque na reabilitação, ele atua também na prevenção de doenças e promoção de saúde, em nível individual e coletivo. Considerando-se a participação do fisioterapeuta na atenção primária, é importante que este desenvolva atividades com intuito de estimular hábitos saudáveis de vida, como a prática de atividades físicas, incentive uma alimentação saudável, proporcione orientações domiciliares e intervenha na organização do ambiente com objetivo de reduzir riscos de quedas.7O fisioterapeuta é um dos profissionais de saúde indispensáveis na atuação para uma melhor qualidade de vida e saúde do idoso, tendo como metas preservar a função motora, prevenir incapacidades decorrentes do processo do envelhecimento, tratar as alterações e os sintomas provenientes de doenças, dentro das suas especialidades, podendo atuar na prevenção de quedas, onde estes profissionais desenvolvem atividade física, avaliação do ambiente de vida diária e verificação de risco domiciliar, bem como outros possíveis riscos não relacionados a ambientes onde os idosos permanecem mais tempo8.

Os alongamentos, mobilizações ativas e passivas, exercícios isotônicos e isométricos, e modalidades da cinesioterapia são também utilizados pela Fisioterapia. Os planos de tratamento baseados em exercícios envolvem estratégias de educação e gerenciamento da saúde, que se propõem a melhorar a postura estática e dinâmica do sujeito, a conscientizar acerca da relevância da manutenção dos exercícios e atividades9.

O presente estudo justificou-se devido ao aumento da população idosa e levando em consideração todo o processo fisiológico do envelhecimento e os aspectos patológicos no qual vulneravelmente este grupo encontra-se inserido, é nítido a necessidade da atuação fisioterapêutica voltada para a prevenção, no intuito de reduzir os danos provenientes desse processo. Tornando de suma relevância entender o processo de mudanças trazidos pelo avanço da idade e compreender a importância dos profissionais da fisioterapia na prevenção de quedas em mulheres idosas, orientações que devem ser passadas pelo fisioterapeuta, visando a preservação e manutenção da saúde, contribuindo desta forma na independência desse público. Por se tratar de um processo progressivo e irreversível, o envelhecimento traz ao profissional fisioterapeuta uma atuação voltada para autonomia em sua atividade de vida diária e assim reduzir agravos de quedas, contribuindo para essa população crescente uma maior autonomia.

Dessa forma, o presente estudo mostrou-se relevante, pois contribui para a prevenção de quedas em mulheres idosas, contribuindo assim para idosas e fisioterapeutas que trabalham nessa área, outros profissionais da saúde e para a sociedade como um todo, de forma a desmistificar ideias errôneas sobre o indivíduo idoso, além de destacar a importância da atuação da fisioterapia na redução de danos provocados por quedas, e melhora da qualidade de vida do paciente idoso. Por fim, essa pesquisa, torna-se relevante ainda devido promover discussão acerca da prevenção de quedas para a saúde e qualidade de vida das mulheres idosas e o potencial do profissional fisioterapeuta frente ao grupo em questão. Além disso, permite sensibilizar o pensamento acadêmico, pois apesar da busca pela valorização do fisioterapeuta frente às pessoas idosas, as universidades precisam ampliar a forma de ensino para essa área em conjunto com o aluno que necessita construir  habilidades,  raciocínio  clínico,  pensamento  crítico,  de  liderança  e gerenciamento. 

Tem como relevância ainda contribuir para o conhecimento acadêmico-científico, sendo fundamental para a sociedade para discutir meios, ações, ferramentas e intervenções que busquem prevenir casos de incidência de quedas em mulheres idosas, que podem trazer severas consequências para   o público de mulheres idosas. Para a comunidade científica, a análise de intervenção também contribui para que sejam incentivadas novas pesquisas e amplie-se a discussão em torno da temática em debate.

Assim sendo, o objetivo geral foi conhecer as ações estratégicas utilizadas pela Fisioterapia para intervir e contribuir na prevenção de quedas em mulheres idosas.

2 MÉTODO

Essa pesquisa trata-se de uma revisão sistemática da literatura, onde as buscas eletrônicas foram realizadas nas plataformas PubMed, Scientific Electronic Library

Online (SciELO) e LILACS, utilizando os descritores “Idosas”; “Quedas”; “Fatores de Risco”; “Fisioterapia”; “Prevenção”, nos idiomas inglês e português. A abordagem trata-se de uma pesquisa qualitativa, que visa compreender os tipos de intervenções fisioterapêuticas utilizadas nos últimos cinco anos. Assim, o presente trabalho foi elaborado por meio da análise de artigos publicados relacionados ao tema, de modo a explorar ainda mais as evidências científicas já concluídas, envolvendo o sujeito idoso, o processo de envelhecimento e as estratégias preventivas de quedas da Fisioterapia.

2.1-Seleção de evidências

Para atingir o objetivo proposto, foi elaborada uma pergunta com base na estratégia PICO (Patient Intervetion Comparison Outcome): Quais as estratégias de intervenção fisioterapêutica para contribuir na prevenção de quedas em mulheres idosas? A busca dos artigos que se enquadraram nos critérios de inclusão foi realizada de duas formas. Primeiro foram selecionados de acordo com o título e em seguida os estudos foram lidos e analisados, por fim foram selecionados artigos que estavam dentro dos critérios da pesquisa, eliminando os demais.

2.2-Critérios de inclusão e exclusão

Foram considerados como critérios de inclusão estudos compatíveis com os descritores supracitados, publicação dos últimos cinco anos e inclusão de estudos que abordem a intervenção terapêutica para a prevenção de quedas e seus efeitos para a saúde física de mulheres idosas.

Os critérios de exclusão adotados foram pesquisas com referências duplicadas; estudos não disponibilizados na íntegra, tendo em vista que tal condição tornaria dificultosa e extração de dados fidedignos e pertinentes dos estudos e, assim, impactaria na condução de futura pesquisa e artigos que não retratassem a temática proposta.

2.3-Sumarização dos dados

A sumarização dos dados contemplou a extração dos dados a seguir: autores e ano de publicação das evidências, características da amostra, tipo de avaliação do papel do fisioterapeuta, e o desfecho é o efeito desse profissional na prevenção de quedas em mulheres idosas.

3 RESULTADOS

A partir das buscas nas bases de dados eletrônicos selecionados foram encontrados um total de 119 registros. Mediante o processo de triagem, que compreendeu a análise dos critérios de inclusão e exclusão, 16 artigos foram selecionados.

O tema elegido possui um arsenal literário significativo nos bancos de dados analisados, que muito contribuiu na captação de materiais relevantes metodologicamente. Nos artigos analisados, de forma unânime, os estudos selecionados enfatizaram que as intervenções fisioterapêuticas específicas, como exercícios de fortalecimento muscular, Pilates, treinos de força, resistência, equilíbrio e mobilidade funcional demonstraram benefícios significativos na melhoria do equilíbrio e redução do risco de quedas em idosas.

Dentre os estudos incluídos nesta revisão, foi possível observar que os recursos fisioterapêuticos utilizados na prevenção de quedas em idosos foram uma variabilidade de treinamentos (integrado, central, de equilíbrio, Pilates, Ba Duan Jin e Tai Chi), bem como Exercício Físico Multissistêmico (EFM), Fisioterapia Convencional e Fisioterapia Aquática, Exercícios Domiciliares supervisionados e não supervisionados, hidroterapia, cinesioterapia, atividade física geral, esteira não motorizada, exercício de marcha progressiva, treinamento personalizado de marcha, força e equilíbrio. Os detalhamentos de tais achados se encontram na Tabela 1.

Tabela 1: Resumo das Informações dos principais artigos selecionados

AUTOR/ANOTÍTULOINTERVENÇÃOJUSTIFICATIVA
Teixeira; Galdino (2021)Efeitos da Hidroterapia na capacidade funcional, qualidade de vida e equilíbrio em idososExercícios de fortalecimento muscular e pélvico como o método Pilates, hidroterapia, dança e treinos funcionaisO fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico pode ser uma abordagem eficaz para o tratamento da Incontinência Urinária  (IU) em pacientes idosas do sexo feminino, proporcionando um aumento da força muscular pélvica.
Silva (2018)Envelhecimento e Qualidade de Vida: Os idosos nos passos da dança de salãoExercício físico (GEF), intervenção múltipla (GIM) e grupo controle (GC).A fisioterapia pode usar a dança como ferramenta para a prática de exercícios com os idosos, melhorando a qualidade de vida do público feminino idoso.
Ferreira (2019)Quedas recorrentes e fatores de risco em idosos institucionalizadosTreinamento de flexibilidadeA prática regular de exercícios físicos apresenta melhorias significativas nos aspectos de equilíbrio, flexibilidade, funcionalidade e resistência muscular, resultando na redução do risco de quedas.
Oliveira et al. (2017)Fisioterapia na prevenção de quedas em idosos: Revisão de literatura.Ergonomia, com o objetivo de prevenir e tratar dores nas costas e melhorar a postura durante as atividades diáriasAs estratégias envolvendo treino de equilíbrio, força e gerenciamento de tarefas, são eficazes para a prevenção de quedas na população idosa.
Menezes (2018)Efetividade de uma intervenção fisioterapêutica cognitiva-motora em idosos institucionalizados com comprometimento cognitivo leve e demência leveExercício Físico Multissistêmico (EFM) e Fisioterapia Convencional  Os exercícios promoveram redução dos sintomas neuropsiquiátricos de pacientes com demência leve e contribuíram para a atenuação do comprometimento no desempenho das atividades instrumentais da vida diária.
Leitão (2018)Epidemiologia em quedas entre idosos no Brasil: Uma revisão integrativa da literaturaAquecimento, alongamento, fortalecimento muscular, equilíbrio e relaxamentoA prática de exercícios físicos domiciliares, particularmente os fisioterapêuticos, representa uma excelente opção para melhorar o equilíbrio em idosos, aumentando sua qualidade de vida e reduzindo morbidades, minimizando os custos com internações.
Leiva et al. (2020)Relação entre competência, usabilidade, ambiente e risco de quedas em idososOs exercícios resistidos deve ser realizado com sessões de 8 а 10 exercícios com 8 а 12 repetições pаrа cаdа grupo, sendo pelo menos 2 vezes por semаnа, com duração de 60 minutos e sessões de relaxamento com mínimo de 48 horas entre cаdа uma, pаrа que o músculo possа se recuperar e prevenir também o super treinamentoOs exercícios se mostraram eficazes na redução de quedas em idosos, contribuindo para o aprimoramento do equilíbrio, da auto percepção, da diminuição do medo de cair e para uma melhor qualidade de vida.
Ascoli; Freitas (2018)A atuação do Fisioterapeuta na prevenção de quedas durante a terceira idadePilates e HidroterapiaO método Pilates pode contribuir na redução da dor, aumento da flexibilidade e manutenção da qualidade de vida em idosas.
Junior (2019)Caracterização dos principais exercícios terapêuticos na diminuição de quedas em idosos: Revisão integrativaAlongamento, fortalecimento muscular e treinamento de equilíbrio.Os fisioterapeutas desempenham um papel fundamental na prevenção de quedas em idosos, utilizando instruções para atividade física, alongamento, fortalecimento muscular e treinamento de equilíbrio.
Brasil (2021)Eu quero me exercitarAtividade física geral, esteira não motorizada, exercício de marcha progressiva, treinamento personalizado de marcha, força e equilíbrio.A fisioterapia preventiva para idosos engloba um conjunto de exercícios físicos e respiratórios projetados para preservar a função e a saúde em idosos, evitando ou retardando complicações associadas ao envelhecimento.
Meres (2018)A fisioterapia na prevenção de quedas em idososExercícios de fortalecimento muscula do assoalho pélvico (MAP)   Os exercícios fisioterapêuticos de fortalecimento do MAP podem ser complementados com o uso de cones vaginais, estimuladores (vibração) e com a eletroestimulação intravaginal, que demonstra resultados significativos para a melhora dos sintomas de IU em até 85% dos casos.
Jahana; Diogo (2023)Queda em idosos: Principais causas e consequênciasCinesioterapia promove uma melhoria na capacidade do equilíbrio dinâmico e estático, na mobilidade e na marchaÉ um método que permite um efeito mais satisfatório pela contração e relaxamento da musculatura do assoalho pélvico, efeitos mais satisfatórios observando-se a evolução ou recuperação de vários pacientes de forma mais duradoura.
Araújo et al (2020)Capacidade funcional e risco de quedas em idosos participantes de exercício físico e não praticantes da cidade de Guidorial – MG.Esse estudo foi dividido em 2 grupos, sendo o primeiro ‘Grupo Dispositivo Auxiliar de Marcha’ onde tinha idosos que usavam dispositivos auxiliares, tais como bengala e andador. O segundo grupo tinha idosos que não fazem uso dos dispositivos, com nome de ‘Grupo Sem Dispositivo’.Obteve uma resposta positiva em relação a auto eficácia dos usos dos dispositivos auxiliares da marcha, durante as atividades de subir e descer escadas e ladeiras, deambular em superfícies escorregadias. O grupo sem dispositivo auxiliar de marcha (GSDAM), teve bons resultados perante a auto eficácia nas atividades externas e sociais. Quando comparada a autofinancia de quedas no GSDAM, foi observado uma relação direta entre os idosos que transpareceram ter uma preocupação em cair e os que realmente caíram.
Oliveira et al (2022)Fisioterapia na prevenção de quedas em idosos: Revisão de literaturaTreinamento integrado; Treinamento de equilíbrio; Treinamento central; Pilates; Ba Duan Jin; Tai Chi.Programas de prática de Exercícios físicos, treinos de equilíbrio e propriocepção, exercícios terapêuticos na água e até mesmo o Tai Chi, são abordagens eficazes para prevenir e para tratar alterações advindas de quedas em idosos.
Santos (2020)Fisioterapeuta e a saúde do idoso na atenção básicaExercício Físico Multissistêmico (EFM) no grupo de intervenção. Aumento de força muscular; Melhora na propriocepção; Redução do risco de queda em idosos com pré- fragilidade; Aumento na Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS).  
Abreu (2020)Efeitos da fisioterapia aquática em pacientes idosos: revisão integrada  Hidrocinesioterapêuticos, onde são realizados exercícios metabólicos em membros superiores e inferiores: aquecimento, exercícios para fortalecimento, treino de marcha e equilíbrio, alongamento, e por fim relaxamento.  A fisioterapia aquática também pode ter um efeito positivo nos resultados, pois o medo de cair foi reduzido ao perceber que eles eram capazes de realizar tarefas antes consideradas impossíveis fora desse ambiente, embora não tenham sido utilizadas ferramentas no estudo para mensurar isso.
Tabela 1: Resumo das Informações dos principais artigos selecionados
Fonte: As autoras (2024)

4 DISCUSSÃO

Levando em consideração os resultados apresentados na tabela 1 “Resumo das Informações dos principais artigos selecionados”, percebe-se a presença em alguns artigos da intervenção fisioterapêutica e suas estratégias selecionadas na prevenção de quedas no público idoso, a prática de exercícios físicos com regularidade, sobretudo atividades relacionadas ao aspecto aquático, e ainda atividades contributivas aos aspectos funcionais do alvo de pesquisa, como correr, pular, agachar sendo exemplos de atividades neste contexto.

O processo de envelhecimento envolve perdas funcionais e estruturais progressivas, como diminuição da massa muscular (sarcopenia) ou da densidade mineral óssea (osteoporose), o que resulta em declínio da força muscular, flexibilidade e equilíbrio.   As principais patologias que atingem os idosos são o Parkinson, que os afeta, normalmente, entre os 50 e 70 anos, sendo que, aproximadamente, 2% da população idosa, acima dos 65 anos, apresenta essa doença. A doença de Alzheimer, por sua vez, é uma doença degenerativa, responsável por cerca de 50% a 70% dos casos de demência. Estimativas mostram que 35 milhões de pessoas no mundo são afetados por essa síndrome, que ocorre principalmente em idosos acima de 60 anos, sendo aproximadamente 5% homens e 6% mulheres; a Incontinência Urinaria é a principal patologia que afeta os idosos no mundo, principalmente no Brasil, pois a população tem um índice de longevidade considerável e esta patologia está presente em 5% da população mundial e acomete, geralmente, as mulheres idosas¹² (2023).

Segundo a Sociedade Internacional de Continência (International Continence Society – ICS), a Incontinência Urinária (IU) é a perda inesperada de urina. É um problema que é equivocadamente subentendido como sendo algo normal do processo de envelhecimento. Os principais tipos mais comum de IU, dentre elas são: Incontinência Urinária de Esforço (IUE) que é quando se tem perda involuntária de urina por meio de esforços como espirrar ou tossir; Incontinência Urinária de Urgência (IUU) quando se tem a vontade súbita de urinar e não se tem o controle sobre o músculo detrusor e a Incontinência Urinária Mista (IUM) que está associada aos dois tipos já mencionados¹ (2021).

O fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico (MAP) é uma estratégia essencial porque também é importante analisar a capacidade que as mulheres têm em contrair este grupo muscular corretamente. O tratamento fisioterapêutico tem sido indicado como uma forma de abordagem inicial ao aparecimento dos sintomas. Um dos objetivos fundamentais no tratamento fisioterapêutico é o fortalecimento do assoalho pélvico, visto que proporciona uma melhora da força e função dessa musculatura, beneficia uma contração ativa e eficaz durante o aumento da pressão intra-abdominal, impedindo assim a perda urinaria¹¹ (2018).

A ocorrência de quedas nessa população tem causa multifatoriais, como os fatores intrínsecos, que estão relacionados ao próprio idoso como alterações na marcha, déficit visual, redução de força muscular e óssea, redução no tempo de reação, déficit cognitivo e estabilidade postural. É necessário que mulheres idosas com essas patologias realizem fisioterapia para que consigam realizar movimentos básicos com autonomia, como andar sozinho, e para que estimule a memória, já que são patologias que, com o tempo, atingem gradativamente a memória dos pacientes, causando o esquecimento, inclusive, de quem eles próprios são. A fisioterapia não é importante apenas para pacientes já diagnosticados com alguma patologia, mas também para que muitas dessas patologias possam ser evitadas, pois com a fisioterapia e com os exercícios físicos é possível diminuir o número de quedas em mulheres idosas¹ (2021).

O risco de quedas aumenta em função dos prejuízos motores e os idosos são mais susceptíveis devido ao fato de apresentarem alterações na mobilidade, equilíbrio e controle, o que pode ou não estar associado a patologias. Quedas entre idosos ocupa o primeiro lugar das internações (cerca de 56,1%) e corresponde a terceira posição no óbito, com índice alto na mortalidade. Cerca de 1 a cada 3 pessoas com idade igual ou superior a 65 anos apresenta uma queda por ano, apontando uma incidência anual de 28 a 35%, já na população com idade igual ou superior a 70 anos, a incidência cresce para 32 a 42%. Indivíduos com mais de 85 anos têm o índice de queda aumentado cerca de 50%. A maior incidência do número de pessoas que caem se dá na população feminina8 (2018). 

As quedas podem resultar em comprometimentos físicos, funcionais e psicossociais, que podem levar a mulher idosa a dependência, reduzindo a qualidade de vida e a capacidade para realizar tarefas do dia-a-dia, seja por medo de se expor ao risco ou por proteção de familiares ou cuidadores. Esses fatores influenciam em quedas dentro e fora de casa e são responsáveis por 87% das fraturas e 56,1% das internações nas pessoas idosas, sendo um dos problemas de saúde pública global importante e crescente, afetando uma em cada duas mulheres. Outra alteração observada pela alta prevalência de casos nas mulheres idosas é a menopausa, um acontecimento biológico, que é a parada de produção de estrogênio, principal hormônico feminino5 (2018). 

A eficácia da utilização da fisioterapia quanto aos sintomas urinários proporciona maior satisfação dos pacientes quanto à qualidade de vida e bem estar promovendo melhorias tanto fisicamente quanto socialmente. Quanto mais rapidamente for identificada a IU, melhor os resultados no tratamento, especificando de forma individualizada, de acordo com o tipo e gravidade, além de identificar ainda qual a origem.

Exercícios de fortalecimento muscular e pélvico como o método Pilates, hidroterapia, dança e treinos funcionais, ajudam a fortalecer o assoalho pélvico na prevenção de quedas em relação ao público feminino da terceira idade e seus efeitos em benefício desta classe, possibilitando também identificar causas e variáveis de risco em decorrência de quedas ocorridas em idosos, ampliando, assim, o horizonte de entendimento do manejo fisioterapêutico, uma vez que os efeitos dos exercícios aquáticos ajuda a combater a perda de massa muscular (sarcopenia) e ajuda a melhorar a força geral, o que pode ajudar na realização das atividades diárias1 (2021).

Em relação aos exercícios, as mulheres idosas podem utilizar de contrações longas ou curtas, sendo as longas ficando em posição deitada de costas ou de lado com as pernas afastadas e o tórax relaxado, levantar o assoalho pélvico e sentir a contração conforme os esfíncteres são apertados e a passagem interna se torne estreita e tensa, prendendo por 10 segundos e relaxando a musculatura completamente¹¹ (2018).

Com isso exercícios físicos como o fortalecimento do assoalho pélvico, as contrações corretas dos músculos perineais em concomitância com a respiração adequada é de grande importância, pois a fisioterapia mostra-se eficaz na sustentação dos órgãos pélvicos e reforça a resistência uretral, dando condições para o equilíbrio do grupo muscular

Em contribuição com este estudo, Teixeira e Galdino¹ (2021) e Junior9 (2019) relatam que exercícios de cinesioterapia, promovem uma melhora na capacidade do equilíbrio dinâmico e estático, na mobilidade e na marcha. Exercícios ativos e resistidos de membros inferiores, ou com o auxílio de um bastão e bolas de membros superiores, exercícios de treino de sentar e levantar servem para o fortalecimento e equilíbrio, juntamente com o treino de marcha com obstáculos e por fim realizar um alongamento muscular global.

Em contrapartida, os estudos de Silva² (2018) e Meneses5 (2018) com objetivo de avaliar a eficácia de uma intervenção múltipla para prevenir quedas em indivíduos da terceira idade, utilizaram exercícios físicos multimodais e intervenções educativas para prevenção de quedas em idosos, divididos em grupos: exercício físico (GEF), intervenção múltipla (GIM) e grupo controle (GC). Em concordância com Brasil10 (2021), o exercício realizado de resistência aeróbia, iniciada com caminhada moderada a vigorosa, o outro de resistência muscular na posição sedestada para membros inferiores, e em pé (flexão plantar e dorsiflexão de tornozelo, exercícios de flexão e flexão e extensão de joelho e quadril, sentar e levantar da cadeira e o último exercício para equilíbrio por meio de exercícios de postura estática e dinâmica com apoio unipodal, caminhada entre cones e caminhada na ponta dos pés, e tornando o exercício mais difícil, incluindo tarefas cognitivas relacionadas à execução de tarefas dos membros superiores e inferiores. Para a intervenção múltipla incluiu intervenção educativa, com palestras e debate organizado em temas em que os participantes dividiam experiências e problemas, os tópicos abordados dos temas incluem o que define quedas, os riscos, os fatores e como prevenir, os medicamentos, alimentos entre outros.

Os autores Ferreira³ (2019) e Silva² (2018), corroboram que a prática de exercícios físicos combinados com força e equilíbrio demonstra ser um método eficaz que resguarda a mobilidade e a melhoria da qualidade de vida de idosos com síndrome de fragilidade. Aliado a isso, Meres11 (2018) destaca que exercícios de força muscular feitos duas vezes por semana, com duração de 60 min/ sessão, variando de 8 a 10 exercícios e com repetições entre 8 a 12 para cada grupamento de músculos e intercalando um repouso de dois dias para recompor a musculatura e os exercícios de equilíbrio varia de 10 a 30 segundos, entre duas e três repetições em cada posição a ser executada do exercício, os mesmos realizados de forma estática e dinâmicas, utilizando de superfícies estáveis e instáveis, com diferentes posicionamentos da cabeça e mudanças visuais, e dificultando e aumentando o tempo de cada posicionamento e o tempo total da execução dos exercícios deve ser de 15 minutos.

Sob essa perspectiva, Araújo et al.13 (2020) concentrou-se em um grupo de idosos e avaliou os efeitos de um programa MPE de 12 semanas. A amostra consistiu naqueles indivíduos que possuíam um risco aumentado de quedas devido a alterações fisiológicas e diminuição da capacidade funcional. O programa de exercícios multifacetados incluiu intervenções direcionadas para melhorar a propriocepção, força muscular, tempo de reação e equilíbrio, visando reduzir o risco de quedas e melhorar a qualidade de vida dos participantes. Com isso, observou-se melhorias significativas em várias medidas de resultado, incluindo redução do risco de queda, melhoria da propriocepção, força muscular e equilíbrio, bem como redução do medo de cair, da depressão e aumento da qualidade de vida relacionada à saúde.

Outro aspecto crucial identificado nos artigos selecionados de Leitão6 (2018), Johana e Diogo12 (2023) é a eficácia dos exercícios domiciliares, tanto supervisionados quanto não supervisionados. A possibilidade de realizar exercícios em casa aumenta a adesão dos idosos aos programas de prevenção de quedas, especialmente para aqueles que enfrentam barreiras de mobilidade ou acesso limitado a serviços de saúde. No entanto, a supervisão periódica por profissionais de fisioterapia é fundamental para garantir a correta execução dos exercícios e ajustar as intervenções conforme necessário.

Nos artigos analisados de Santos16 (2020) e Abreu17 (2020) relatam que os exercícios agregados a um projeto aquático para os idosos são necessários para a reabilitação e traz benefícios para o processo de envelhecimento, melhorando a funcionalidade e o bem-estar dos idosos. Os exercícios usados são os hidrocinesioterapêuticos, onde são realizados exercícios metabólicos em membros superiores e inferiores: aquecimento, exercícios para fortalecimento, treino de marcha e equilíbrio, alongamento, e por fim relaxamento.

Em contrapartida, na pesquisa de Oliveira et al.15 (2022) foram analisados os efeitos dos exercícios de fisioterapia aquática e terrestre na melhoria do equilíbrio, da marcha, da qualidade de vida e na redução do medo de cair em adultos mais velhos com distúrbios ortopédicos ou neurológicos. Os resultados indicam que os exercícios de fisioterapia aquática foram mais eficazes do que os exercícios terrestres nessas populações específicas. Nesse sentido, ao se considerar a sua importância, vê-se que os exercícios aquáticos podem ser uma alternativa terapêutica complementar valiosa para fisioterapeutas que tratam essa população, contribuindo para a melhoria do equilíbrio, da marcha, da qualidade de vida e na redução do medo de cair. Já Ascoli e Freitas8 (2018) investigaram a eficácia de um programa de exercícios de Pilates na prevenção de quedas em comparação com um programa geral de atividade física em idosos. Os resultados obtidos revelam que ambos os grupos apresentaram melhorias no equilíbrio e na estabilidade postural, porém o grupo que participou do programa de Pilates registrou melhorias significativamente maiores em relação ao grupo que seguiu um programa de atividade física geral. Nesse viés, nota-se que esses achados são consistentes com estudos anteriores que destacam os seus benefícios na melhoria do equilíbrio e na redução do risco de quedas em idosos. Isso destaca a importância de intervenções que visem não apenas o equilíbrio estático, mas também a força muscular e a estabilidade dinâmica para prevenir o problema.

A pesquisa de Leiva et al7. (2020), contemplou que para os efeitos dos exercícios resistidos, os mesmos devem ser realizados com sessões de 8 а 10 exercícios com 8 а 12 repetições pаrа cаdа grupo, sendo pelo menos 2 vezes por semаnа, com duração de 60 minutos e sessões de relaxamento com mínimo de 48 horas entre cаdа uma, pаrа que o músculo possа se recuperar e prevenir também o super treinamento. Embora tenha sido feita uma comparação direta com outras modalidades de exercício, os resultados sugerem que obteve impacto positivo em vários aspectos fisiológicos e psicológicos dos participantes. Uma vez que melhorou a capacidade de equilíbrio, a força muscular dos membros inferiores, um aumento na capacidade aeróbica e a diminuição do medo de cair ao longo das 4 e 8 semanas de intervenção. No entanto, o estudo apresenta algumas limitações, como o controle da atividade física em ambos os grupos e o método de alocação dos participantes. Além disso, as práticas de exercícios terapêuticos, como Pilates, Ba Duan Jin e Tai Chi, foram particularmente destacadas nos estudos de Oliveira et al.15 (2022) por seus benefícios na promoção da flexibilidade, equilíbrio e consciência corporal. Tais atividades não apenas contribuem para a redução de quedas, mas também melhoram a saúde mental e o bem-estar geral dos idosos, promovendo um estilo de vida mais ativo e saudável. A literatura revisada aponta que a inclusão regular dessas práticas pode ser altamente benéfica para a população idosa.

Adicionalmente, os resultados indicaram que programas multifacetados e personalizados são mais eficazes do que intervenções únicas ou genéricas. A combinação de diferentes modalidades de exercício, ajustadas às necessidades individuais dos idosos, potencializa os benefícios terapêuticos e minimiza os riscos associados a cada prática. Essa abordagem holística é essencial para abordar as múltiplas dimensões que influenciam a propensão a quedas entre os idosos. Logo, todos esses estudos oferecem insights valiosos sobre as estratégias fisioterapêuticas eficazes e também aquelas com menor ou nenhum potencial para a prevenção de quedas em idosos. Por meio de intervenções multifacetadas até métodos específicos de treinamento e avaliação de fragilidade, a fisioterapia desempenha um papel crucial na promoção da segurança e da qualidade de vida dessa população. 

5 CONCLUSÃO

A investigação realizada neste estudo concedeu a oportunidade de sinalizar e demonstrar os principais efeitos da intervenção fisioterapêutica, bem como as estratégias, junto às causas e fatores de risco, para a prevenção de quedas em idosas e dada à importância da temática em questão, pode-se confirmar que o envelhecimento humano é um processo multifatorial e natural e que ao avançar da idade as quedas podem se tornar mais frequentes, reforçando a importância de avaliação de idosos quanto ao grau da capacidade funcional, onde a perda de equilíbrio, mobilidade funcional e força muscular são fatores associados ao medo de quedas e têm um impacto significativo na qualidade de vida dos idosos. Portanto, a atuação da fisioterapia surge como uma abordagem crucial para promover um envelhecimento ativo e de qualidade, desempenhando um papel crucial nesse cenário, proporcionando cuidados personalizados e eficazes, enquanto intervenções inovadoras baseadas em tecnologia podem melhorar ainda mais os resultados. A fisioterapia para idosos é indicada como complemento no tratamento de diversas patologias como artrite, artrose, recuperação de fraturas, dores musculares e muitas outras, sendo de extrema importância em idosos na prevenção de quedas e limitações, pois através de técnicas de exercícios de fortalecimento muscular global, hidroterapia, coordenação motora, alongamento muscular, treino de equilíbrio com apoio bipodal e unipodal favorece uma melhor funcionalidade, melhora do equilíbrio e aspectos da marcha, contribuindo com essas atividades, para uma melhora do bem-estar físico, mental e social.

Considera-se assim, que os benefícios da fisioterapia na prevenção da saúde do idoso são múltiplos e entre eles são: o aumento da sensação de bem-estar físico e mental, melhora na qualidade de vida, melhora do humor, da autoestima e da autoconfiança, melhora do condicionamento físico, manutenção ou ganho de força muscular, manutenção da amplitude de movimento, melhora da flexibilidade e equilíbrio, diminui o risco de quedas, independência funcional, previne e retarda incapacidades relacionadas ao envelhecimento, reabilita e restaura a função motora comprometida dentro das suas potencialidades e especificidades.

Assim, o objetivo geral que consistiu em conhecer as ações estratégicas utilizadas pela Fisioterapia para intervir e contribuir na prevenção de quedas em mulheres idosas, foi alcançado, pois diante das evidências encontradas nessa pesquisa, pode- se observar que o processo de envelhecimento é um fato, porém cada um envelhece de uma maneira peculiar. A fisioterapia traz como estratégia a prevenção de quedas e de incapacidades para uma longevidade produtiva com qualidade de vida, considerando a presença ou ausência de doença, o nível de independência e autonomia que o idoso apresenta enxergando assim os aspectos que envolvem o idoso.

Compreende-se que nas intervenções fisioterapêuticas no idoso, o objetivo final é restaurar ou manter o melhor nível de funcionalidade possível em especial na função relacionada ao movimento e equilíbrio. Para que todos os objetivos sejam cumpridos, são realizados exercícios específicos, com uma dificuldade progressiva, de modo que aumente ou mantenha a autonomia e segurança do próprio paciente, desta forma, uma boa qualidade de vida é adquirida pelo idoso. Concluiu-se que a fisioterapia tem um papel importante na vida ativa de mulheres idosas e na prevenção de quedas, sendo de grande importância para prevenção de quedas, usando de orientações, exercícios, e medidas educativas para proporcionar a mulheres idosas uma maior autonomia e melhora nas atividades da vida diária, promovendo a qualidade de vida e proporcionando o bem-estar.

Contudo, apesar das limitações do trabalho, foi possível atingir os objetivos propostos, bem como responder o problema de pesquisa, apresentando as estratégias atuais utilizadas pela Fisioterapia para a prevenção de queda em idosas. Os resultados apresentados mostraram-se relevantes para preenchimento de lacunas do conhecimento quanto às abordagens fisioterapêuticas.

Existe uma variedade limitada de pesquisas que abordem a atuação do fisioterapeuta na prevenção de queda do público idoso, por isso, sugere-se que novos estudos devem ser realizados sobre o tema, a fim de proporcionar um aperfeiçoamento na reabilitação de pacientes idosos propensos a sofrerem quedas e contribuir para uma melhor escolha por parte do fisioterapeuta ao escolher condutas que visem trabalhar a prevenção de quedas em idosos, de forma a agregar conhecimento e novas informações para a sociedade acadêmica.

Para futuros estudos, é essencial continuar a explorar a eficácia de diferentes intervenções fisioterapêuticas em diversas populações idosas, considerando variáveis como gênero, condição de saúde e contexto socioeconômico. A ampliação das pesquisas contribuirá para o desenvolvimento de protocolos mais refinados e adaptáveis às necessidades específicas dos idosos, promovendo intervenções cada vez mais eficazes. Com isso, espera-se que esta revisão bibliográfica possa auxiliar na assistência de outros fisioterapeutas e profissionais em formação, quanto as técnicas de prevenção de quedas .

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  1. Teixeira, LP; Galdino, DAGA. Efeitos da hidroterapia na capacidade funcional, qualidade de vida e equilíbrio em idosos. Revista Científica Pro Homine, 2021; 3 (4): 12-13. Disponível em: https://editorarealize.com.br/artigo/visualisar/5353. Acesso em 21 jul. 2024.
  2. Silva, J. Envelhecimento e Qualidade de vida: Os idosos nos passos da dança de salão. Revista Saúde Física e Mental, 2018: 6 (2): 43-67, 2018. Disponível em: https://revista.uniabeu.edu.br/index.php/5FM/login>. Acesso em 12 jun. 2024.
  3. Ferreira, LBMM. Quedas recorrentes e fatores de risco em idosos institucionalizados. Ciência e Saúde Coletiva, 2019; 29 (1): 67-75, 2019.
  4. Oliveira, HML; et al.; Rodrigues, LF; Caruso, MFB; Freire, NSA. Fisioterapia na prevenção de quedas em idosos: Revisão de literatura. Revista Interdisciplinar de estudos experimentais (Online). 2017. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/riee/article/view/24040. Acesso em 25 jul. 2024.
  5. Menezes, AV. Efetividade de uma intervenção fisioterapêutica cognitiva-motora em idosos institucionalizados com comprometimento cognitivo leve e demência leve. Ciência e Saúde Coletiva, 2018; 21 (11): 3459-3467, 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/j/csc/a/p4WN4K?lang=pt. Acesso em 12 jul. 2024.
  6. Leitão, SM. Epidemiologia em quedas entre idosos no Brasil: Uma revisão Integrativa da literatura. Geriatria e Gerontologia, 2018; 12 (3): 172-179.
  7. Leiva-Caro, JA, et al.; Salazar-González, BC; Gallegos-Cabriales, ECG. Relação entre competência, usabilidade, ambiente e risco de quedas em idosos. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 2020; 23 (6): 139-148.
  8. Ascoli, ANIB; Freitas, AA. Atuação do Fisioterapeuta na Prevenção de quedas durante a terceira idade. Revista Visão Universidade, 2018; 1 (1): 31-44.
  9. Junior, BAL. Caracterização dos principais exercícios terapêuticos na diminuição de quedas em idosos: Revisão Integrativa. Brazilian Journal oh Health Review, 2019: 2 (4): 2365-2375.
  10. Brasil. Ministério da Saúde. Eu quero me exercitar. Idosos e atividade física: Nunca é tarde para ter uma vida mais ativa. Ministério da Saúde, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude-pt-br/assuntos/saude/brasil/eu-quero-me- exercitar/noticias/2021/idosos-e-atividade-fisica-uma-combinacao-que-da-certo. Acesso em 21 jul. 2024.
  11. Meres, MM. A fisioterapia na prevenção de quedas em idosos. Bacharel em Fisioterapia – Faculdade Educação e Meio Ambiente – FAEMA, Ariquemes, RO, 2018.
  12. Jahana, K; Diogo, M. Queda em idosos: Principais causas e consequências. Revista Saúde Coletiva, São Paulo, 2023: 4 (17): 148-153.
  13. Araújo, GME, et al.; Camargo, GL; Sales, BCM; Oliveira, PBS; Mota, RS. Capacidade funcional e risco de quedas em idosos participantes de exercício físico e não praticantes da cidade de Guidorial – MG. Revista Científica (UNIFAGOG), 2020; 2 (1).
  14. Oliveira, HML, et al.; Rodrigues, LF; Caruso, MFB; Freire, NSA. Fisioterapia na prevenção de quedas em idosos: Revisão da Literatura. Revista Interdisciplinar, 2022: 43-47.
  15. Santos, KR. Fisioterapia e a saúde do idoso na atenção básica. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, 2020; 5 (7): 153-166.
  16. Abreu, JB. Efeitos da fisioterapia aquática em pacientes idosos: Revisão Integrada. Brazilian Journal of Development, Curitiba, 2020; 6 (8); 78-88.