PSICOLOGIA CLINICA: UMA ANÁLISE DOS CONCEITOS E TÉCNICAS APRESENTADAS NO LIVRO INTRODUÇÃO A TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL CONTEMPORÂNEA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10248150912


André Brasil da Silva1
Gildeane Costa Mendonça Gomes2
Hermes Luiz de Sousa Santos Junior3
Isis Miridan Lopes de Sousa4
Joane Almeida Rabelo5
Luiz Carlos Rodrigues da Silva6
Nelma Sousa de Araújo Rodrigues7
Raimunda Salete Sá de Morais Aquino8
Raimundo Silva dos Santos9
Ribamar Viana de Aquino10
Thayronne Rennon Lima Gomes11


RESUMO

O reconhecimento crescente dos transtornos psicológicos e seus prejuízos tem destacado a importância da psicologia, ciência dedicada à compreensão do ser humano, seja em sua normalidade ou patologia. Dentro das várias abordagens psicológicas, a terapia cognitivo-comportamental será a abordagem usada como referência nesse artigo. A TCC baseia-se na premissa de que as cognições influenciam significativamente nossas emoções e comportamentos. Este artigo apresenta alguns conceitos e técnicas da TCC, presentes no livro “Introdução à Terapia Cognitiva Comportamental Contemporânea”, e como elas contribuem para a contenção de danos e promoção do bem-estar em casos clínicos. A TCC utiliza técnicas específicas para reduzir sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, como será exemplificado nos casos de Stewart e Martha. Stewart, com sua fobia de aranhas, beneficiou-se de técnicas como exposição in vivo e reestruturação cognitiva, que ajudaram a reduzir seu medo irracional. Martha, com transtorno depressivo, encontrou alívio através da modificação de situações e da reestruturação cognitiva, que melhoraram sua percepção de si mesma e de seu ambiente. A análise qualitativa e exploratória adotada permitiu uma compreensão detalhada dos dados não numéricos, enquanto a pesquisa bibliográfica forneceu um referencial teórico sólido. Este estudo reforça a relevância da TCC como uma das abordagens que podem eficazes para tratar distúrbios psicológicos, demonstrando que as técnicas aplicadas não só reduzem sintomas, mas também promovem um bem-estar duradouro, contribuindo para o progresso pessoal dos pacientes.

PALAVRAS-CHAVE:  Terapia Cognitivo Comportamental Contemporânea, Psicologia clínica, Conceitos e técnicas da TCC.

1 INTRUDUÇÃO

          Atualmente, o reconhecimento da existência e dos prejuízos causados pelos transtornos psicológicos é uma temática que tem ganhado destaque. Nesse contexto salienta-se a psicologia um dos ramos da ciência que se esmera em compreender o ser humano e seu funcionamento, seja ele patológico ou não. A semelhança de outras ciências, as psicologias foram sendo construídas e aperfeiçoadas até chegar no conjunto de saberes dos quais dispomos hoje. Nesse percurso constitutivo, as várias formas de conceder o ser humano, sua relação com mundo, com os outros e consigo mesmo, foram sendo elaboradas e estruturadas como abordagens da psicologia.

          Dentre as muitas perspectivas de ser humano que a psicologia nos disponibiliza, intentou-se delimitar a discussão deste artigo na visão de homem sugerida pela terapia cognitiva comportamental. Essa abordagem considera que as cognições influenciam significativamente na forma como nos sentimos e nos comportamos, o que dentro dessa perspectiva se estrutura como modelo cognitivo (Beck, 2013). Cabe aqui deixar claro que não há nenhuma pretensão em elevar a terapia cognitiva comportamental um patamar de superioridade em relação as demais abordagens, mas sim, discutir sobre sua concepção de homem e a aplicação de suas técnicas no campo texto da clínica psicológica.

          Diante disso, ao acessar o conteúdo do livro introdução a terapia cognitiva comportamental contemporânea, intentou-se analisar o seguinte problema: como a aplicação das técnicas ali apresentadas contribuíram na contenção de danos e na promoção do bem estar nos casos clínicos apresentados?

          Na dinâmica da terapia cognitiva comportamental trabalha-se com a aplicação de técnicas psicológicas visando a redução dos sintomas do paciente ao mesmo tempo que promove seu bem estar. O livro em discussão, apresenta um resumido perfil do paciente, contendo informações pontuais para a compreensão do caso e a seleção das técnicas a serem aplicadas. Diante disso, a proposta em apreço se mostra relevante quando pretende analisar e discutir aspectos psicopatológicos do funcionamento humano, a maneira como esse funcionamento é percebido na perspectiva da teoria cognitivo comportamental e como a aplicação de técnicas dessa abordagem pode contribuir na contenção de danos e na promoção do bem estar do sujeito.

Como objetivo geral desse artigo, intentou-se compreender de que forma as técnicas da terapia cognitivo comportamental apresentados no material em apreço puderam contribuir na redução dos sintomas e na promoção do bem estar dos pacientes no contexto da terapia clínica. No que tange aos objetivos específicos, propõe-se analisar aspectos históricos da psicologia e aspectos conceituais da terapia cognitiva comportamental como conceituação cognitiva, reestruturação cognitiva e psicoeducação; apresentar algumas categorias de cognições mal-adptativas, suas implicações e como elas são trabalhadas na perspectiva da terapia cognitiva comportamental; e por último, discutir alguns dos casos apresentados no material em apreço considerando os seus sintomas, história de vida, critérios diagnósticos segundo o DSM-5, a as técnicas escolhidas para tratamento na terapia psicológica.

Na construção desse trabalho, utilizou-se uma abordagem qualitativa. Essa abordagem favorece a apresentação, análise e discussão de dados não numéricos presentes no livro base desse trabalho. Os objetivos serão exploratórios e o procedimento teórico utilizado será a pesquisa bibliográfica.  Segundo Lakatos (2022), a pesquisa bibliográfica possibilita a compreensão, discussão e ressignificação de saberes já estabelecidos, a partir do emprego de métodos científicos.

Dessa forma, o presente trabalho se estrutura tendo no primeiro tópico uma breve análise sobre os princípios básicos da terapia cognitivo comportamental. Em seguida Serão apresentadas alguns conceitos de cognições mal adaptativas Suas implicações e como a terapia cognitivo comportamental as combate. Na sequência serão discutidos como a história de vida do sujeito e os seus sintomas influenciam na seleção das técnicas utilizadas para o seu processo terapêutico.

2 CONCEITOS E PRATICAS DA TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL NA CLÍNICA.

          Desde que o ser humano começou a viver em sociedade fenômenos internos e externos fizeram parte da sua constituição como sujeito e afetaram de forma direta e indireta na sua existência. A existência desses fenômenos trouxe inevitáveis inquietações, se constituindo assim como objeto da investigação humana. Freire (2014), traça o trajeto histórico da investigação humano dos fenômenos externos internos inerentes a existência humana admitindo que embora de maneira rudimentar o fenômeno humano já era estudado e já dava evidências da sua amplitude e complexidade.

          Os fenômenos internos que são comuns a existência humana ganham notoriedade, o que acrescentou o número daqueles que buscam várias maneiras de compreende-lo. Como precursores dessa busca por compreender esses fenômenos, Freire (2014) destaca que na filosofia antiga algumas temáticas que na época já eram alvo de reflexão fazendo dela a área do saber que inaugura a investigação dos fenômenos da existência humana.

          No entanto a complexidade já mencionada anteriormente fez com que a filosofia não desse conta e discutir os fenômenos internos do ser humano sozinha e consequentemente outras ciências se propuseram a construir melhores explicações para esses fenômenos. Como fruto desse esforço, no ano de 1879 em Leipzig na Alemanha, o psicólogo Wilhelm Wundt inaugura o primeiro laboratório de psicologia experimental, evento que se constitui como marco histórico do surgimento da psicologia (Bock, 2008).

          Embora não seja o objetivo desse trabalho trazer um aprofundamento sobre a história da psicologia, Vale ressaltar que conforme aponta book 2008 As questões envolvendo o fenômeno humano eram tantas que várias perspectivas teóricas, isto é, várias formas de ver o ser humano foram concebidas estudadas e defendidas. Essas formas de conceber o ser humano em alguns pontos se assemelhavam em outros se contrastava, de certo que todas serviram para o aperfeiçoamento da ciência e para a construção das abordagens que a psicologia dispõe atualmente.

          Dentre as abordagens que a psicologia dispõe, este trabalho visa tratar da terapia cognitiva comportamental. A Terapia Cognitivo-Comportamental emergiu na década de 1960 como uma abordagem inovadora no campo da psicoterapia, combinando princípios da terapia cognitiva e da terapia comportamental. Sua criação é amplamente atribuída ao psiquiatra Aaron T. Beck, que, ao pesquisar depressão, identificou padrões de pensamento negativo e distorções cognitivas que perpetuavam o sofrimento emocional dos pacientes (Beck, 2013).

          Na terapia cognitivo comportamental, assim como outras abordagens da psicologia o processo terapêutico se dá dentro de uma estrutura e se apoia em um arcabouço conceitual. Assim, a terapia cognitivo comportamental tem como estrutura elementar o modelo cognitivo, o qual propõe que “as emoções os comportamentos e a fisiologia de uma pessoa são influenciados pelas percepções que elas têm dos eventos. (Beck, 2013, p. 50)”

          Quando falamos de modelo cognitivo dentro da terapia cognitiva comportamental é interessante levar em consideração que a forma como o sujeito se sente emocionalmente diante da terminada situação, assim como a forma que se comporta estão diretamente associadas à como ele interpreta e pensa a respeito da situação vivenciada (Wright et.al, 2019).

          O outro conceito que deve ser trabalhado para que compreenda os elementos do processo terapêutico na terapia cognitiva comportamental é o da conceituação cognitiva. Ela é concebida como um processo de identificação e compreensão dos padrões de pensamento, crenças e comportamentos do paciente. Seu objetivo é promover um entendimento detalhado sobre como os pensamentos automáticos, esquemas e crenças centrais influenciam as emoções e comportamentos do indivíduo. Com o resultado desse processo em mãos, o terapeuta e o paciente podem identificar distorções cognitivas e trabalhar juntos para modificar pensamentos disfuncionais (Hofmann, 2014).

          Outro conceito crucial no entendimento da terapia cognitiva comportamental é o de reestruturação cognitiva. (Hofmann, 2014; Wright et.al, 2019).  Ela é uma técnica voltada para identificar e modificar pensamentos distorcidos que contribuem para o sofrimento emocional e reforçam comportamentos disfuncionais. Esse processo envolve a análise crítica de pensamentos automáticos negativos, a identificação de padrões de pensamento disfuncionais e a substituição desses pensamentos por outros mais realistas e equilibrados.

          Perspectiva da terapia cognitiva comportamental esses pensamentos denominados de má adaptativos categorizados para assim serem melhor compreendido e poderem ser trabalhados de maneira mais assertiva. Nesse sentido o autor apresenta alguma dessas categorias e pensamentos mal adaptativos e o conceito introdutório a respeito delas.

          Uma das categorias de pensamentos disfuncionais apresentados pelo autor é o pensamento dicotômico que tem como principal característica e dividir a realidade ei apenas duas possibilidades invariáveis, ou seja, na dinâmica do pensamento dicotômico ou as coisas são totalmente boas ou são totalmente ruins não um ponto de equilíbrio um meio termo tudo é preto ou branco não existe tons de cinza.

Um indivíduo com o pensamento disfuncional de personalização compreende que todos os eventos negativos que acontecem à sua volta, têm uma relação direta com ele ou o aquilo que está fazendo. Como exemplo, um palestrante o perceber que alguém da plateia está bocejando, pode imediatamente chegar à conclusão de que todos ali estão morrendo de tédio e que a sua palestra está sendo horrível.

Uma outra cognição mal-adaptativa é a concentração os aspectos negativos. Nessa categoria o indivíduo enfatiza se concentra exclusivamente na face negativos de uma situação ao mesmo tempo que ignora todas os aspectos positivos que aquela situação pode vir a ter. Se retornarmos ao exemplo do palestrante o mesmo poderia dar mais ênfase ao bocejo de um espectador do que ao aplauso e algumas dúvidas deles.

          A desqualificação dos aspectos positivos é outra categoria apontada neste material. Nela estão presentes os mesmos elementos situacionais da categoria que apontamos acima cois em quanto na concentração em aspectos negativos o sujeito foca apenas naquilo que é ruim na desqualificação nos aspectos positivos o sujeito vai além minimizando e desvalorizando aspectos positivos de uma situação vivenciada.

          A categori

a denominada de conclusões precipitadas parece está disposta de maneira transversal entre as demais categorias de pensamentos mal adaptativos. Nessa distorção o sujeito impetra um veredito e te algo é muito negativo mesmo que não disponha de evidências suficientes para justificar tal posicionamento, É como se esse sujeito tivesse uma habilidade de ler o pensamento dos outros.

Na supergeneralização, o sujeito compreende que os eventos negativos uma vez acontecidos possam se tornar uma regra isto é o padrão permanente. Parei ilustrar isso podemos citar alguém que ao não ser exitoso em realizar uma avaliação escolar na disciplina de matemática pode super generalizar este fato acreditando que nas avaliações e todas as outras disciplinas ele também não será bem sucedido.

Na categoria catastrofização o sujeito atribui consequências desproporcionais ao evento vivenciado. É quando o estudante de ao tirar uma nota insuficiente em uma avaliação presume que a sua vida escolar é um fiasco e que nunca será bem sucedido por conta de uma nota abaixo da média que lhe foi atribuída em uma única avaliação de uma única disciplina.

O raciocínio emocional é uma categoria importante para compreender da razão pela qual as cognições mal adaptativas e os transtornos mentais são tão persistentes e resistentes à mudança. Segundo Hofmann, (2014), o “tal erro (raciocínio emocional) é cometido quando a pessoa interpreta uma reação emocional a um pensamento como evidência da validade desse pensamento”. Um exemplo que ilustra essa situação, é o comportamento de usar a aflição sentida ao pensar em uma reprovação escolar como uma evidencia cabal de que isso inevitavelmente aconteceria.

          Diante das categorias de pensamentos mal adaptativos acima apresentados, cabe salientar que essa não é uma lista exaustiva. Além disso, cabe dizer que esses pensamentos mal adaptativos têm implicações significativamente negativas em uma ou em múltiplas áreas da vida dos sujeitos que os possuem.

          Os pensamentos mal adaptativos de qualquer categoria têm poder de provocar o mal estar mental, social e fisiológico naqueles que os possuem. Além disso eles podem promover o comprometimento total ou parcial atividades habituais do indivíduo tais como a sua relação com a família amigos bem como o seu desempenho em suas atividades laborais.

          Em virtude desses comprometimentos é que o autor sugere, que levando em consideração o sujeito e o trajeto da sua existência esses pensamentos mal adaptativos sejam identificados e trabalhados utilizando as técnicas das quais se vale a terapia cognitiva comportamental.

          Quanto as técnicas utilizadas são indispensáveis que se levem em consideração que cada sujeito é singular e, portanto, cada quadro de adoecimento demandará a aplicação de um conjunto de técnicas que melhor se encaixa e que melhor contribuirá para promoção da saúde mental do sujeito atendido. Essa singularidade tem o objetivo e lançar por Terra pensamento de que existe um protocolo rígido de técnicas que pode ser aplicada a todos indistintamente.

          As técnicas na Terapia cognitiva comportamental são utilizadas como instrumentos para identificar e modificar esquemas e pensamentos disfuncionais (Wright et.al., 2019). Na intenção de reunir um conjunto de técnicas Leahy (2019) Elenca algumas delas como possibilidades dentro de um processo terapêutico dentre elas destaca-se a: evocação de pensamentos; avaliação e teste de pensamentos; avaliação de pressupostos e regras; Exame do processamento de informações; identificação e modificação dos esquemas; técnicas de regulação emocional entre outras.

          Apresentadas essas técnicas, vale ressaltar que a lista acima proposta não tem pretensão alguma de ser exaustiva, mas se propõe a expor algumas das técnicas que podem ser utilizadas pelo terapeuta a depender da demanda do paciente e do conjunto de sinais e sintomas que compõem essa demanda.

          Para que se entenda melhor como se dá a aplicação das técnicas da terapia cognitiva comportamental, Hofmann, (2014) apresenta a analise de alguns casos. Um deles o de Stewart, um jovem de 25 anos, que estuda relações internacionais em uma universidade renomada e está noivo de Alice, uma colega de classe. Eles moram com outros dois estudantes fora do campus. Embora Stewart seja geralmente saudável, ele tem pré-hipertensão e colesterol ligeiramente elevado, mas não toma medicação e mantém um peso normal. Ele sofre de um medo intenso de aranhas, evitando locais onde acredita que possam estar, e toma várias medidas para se proteger delas em seu quarto. Esse medo, que começou na infância após um acampamento, é reconhecido por ele como exagerado e está afetando seu relacionamento com Alice.

          Cientes de alguns aspectos relativos à vida retrógrada do paciente o autor sugere algumas estratégias de tratamento. Ao perceber as informações entregues pelo paciente e compará-las com os critérios diagnósticos do DSM o transtorno que parece melhor explicar os sintomas apresentados é o de fobia específica do tipo animal.

          Percebido isso, o autor estrutura uma estratégia de tratamento composta por um conjunto de técnicas que irá contribuir na promoção do bem estar e na contenção de danos. Entre as técnicas selecionadas está a exposição in vivo, que consiste na “exposição repetida e prolongada ao mesmo tempo em que se desencoraja o uso de métodos de esquiva” (Hofmann, 2014. p. 51). Uma outra técnica sugerida, foi a reestruturação cognitiva na qual o paciente seria levado a refletir sobre o real perigo do objeto temido que no caso em apreço são as aranhas. Por último o autor sugere que o paciente faça alguns exercícios de respiração o que irá ajudá-lo a reduzir a sensação e falta de ar diante de uma possível exposição ao objeto fóbico, orientando o paciente a não usar essa técnica como uma ação de esquiva.

          Um outro caso trazido por Hofmann, (2014) é o de Martha, uma mulher casada de 39 anos, é mãe de um menino de 14 anos e possui um diploma em literatura inglesa. Desde o nascimento de seu filho, ela é dona de casa e, nas horas livres, escreve poemas e peças teatrais. Seu marido, Frederick, é arquiteto, e o relacionamento deles é ocasionalmente turbulento. Martha sofre de depressão, que agrava os conflitos conjugais e é frequentemente desencadeada por pequenas discussões. Esses conflitos reforçam seus sentimentos de inutilidade e medo de ser abandonada, embora seu marido nunca tenha ameaçado deixá-la. Durante episódios depressivos, que podem durar de seis meses a um ano, Martha se isola, perde interesse em seus hobbies, e sente um forte vazio e desesperança. Ela se considera inadequada e tem pensamentos suicidas, mas não formulou planos devido ao amor pela família. Seu primeiro episódio depressivo ocorreu aos 25 anos, logo após o parto, e desde então a depressão tem sido recorrente, frequentemente desencadeada por grandes mudanças em sua vida.

Ao analisar a história de vida de Marta e os sintomas por elas descrito o autor então sugere que ela possui um transtorno depressivo. Hofmann, (2014), aponta que esse transtorno é resultado de estratégias de enfrentamento mal adaptativas frente aos estressores, junto a uma visão negativa sobre si mesmo, o mundo e o futuro, além de uma atenção excessiva aos aspectos negativos do desencadeador.

A estratégia de tratamento para o caso em apreço foram a modificação de situação buscando trabalhar com o esposo de Marta a fim de identificar e resolver alguns dos conflitos conjugais que são desencadeadores a depressão dela. Além disso fazer com que Marta exercite a sua atenção levando AA se concentrar em aspectos positivos da sua vida.

Uma outra estratégia também sugerida é a da reestruturação cognitiva tentando identificar e contestar cognições mal adaptativas que Marta tem a respeito de si mesma do futuro e do mundo que a cerca. Uma vez identificada o processo terapêutico irá leva-la a refletir e testar essas crenças que quando alteradas possibilitarão respostas emocionais mais assertivas.

Além dos casos de Stewart e Martha, o autor apresenta alguns outros casos com diagnóstico de outros transtornos, sua organização dentro de uma estrutura de conceituação cognitiva, sugestão sugestões de técnicas a serem aplicadas levando em conta as singularidades e cada sujeito de cada processo, bem como Apresentando evidências empíricas de efetividade e validação das técnicas sugeridas para o transtorno em discussão.

3 METODOLOGIA:

          Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa de natureza básica, com abordagem qualitativa. Segundo Gil (2022), a pesquisa básica tem como principal objetivo gerar conhecimentos novos e aprofundar teorias já existentes, sem que necessariamente haja uma aplicação prática imediata.

Os objetivos deste trabalho são exploratórios. Conforme Lakatos (2022), a pesquisa exploratória visa proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Esse tipo de pesquisa é especialmente útil quando o tema investigado ainda é pouco explorado ou compreendido, permitindo ao pesquisador desenvolver insights e levantar novas questões de estudo.

O procedimento teórico adotado neste estudo será a pesquisa bibliográfica. De acordo com Gil (2022), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Este tipo de pesquisa é fundamental para o levantamento do estado da arte e para a construção do referencial teórico, possibilitando um entendimento mais aprofundado sobre o tema investigado.

Quanto às técnicas de análise de dados, pretende-se utilizar a análise de conteúdo. Lakatos (2022) descreve a análise de conteúdo como um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que visa obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção destas mensagens. Essa técnica é adequada para tratar dados qualitativos, permitindo uma interpretação mais rica e detalhada dos materiais coletados

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O propósito deste estudo foi examinar e examinar como as técnicas de Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) auxiliam na redução de danos e na promoção do bem-estar em ambientes clínicos. Apontou o modelo cognitivo, a conceituação cognitiva e a reestruturação cognitiva como elementos fundamentais que guiam a terapia, possibilitando uma compreensão mais aprofundada dos pensamentos, emoções e comportamentos dos pacientes.

Ao longo deste texto, foram discutidos aspectos históricos e conceituais da TCC, enfatizando a relevância de compreender as cognições mal-adaptativas e suas consequências nos transtornos mentais. As categorias de pensamentos disfuncionais, tais como pensamento dicotômico, personalização, concentração em aspectos negativos e outras, foram descritas para ilustrar a influência negativa dessas cognições na vida das pessoas, resultando em sofrimento emocional e comprometimento funcional.

A análise de casos clínicos mostrado reforçou a eficiência das técnicas da TCC na prática clínica. Exemplos como os de Stewart, com sua fobia de aranhas, e Martha, com transtorno depressivo, mostraram como a utilização de técnicas específicas, como exposição in vivo, reestruturação cognitiva e exercícios de respiração, podem trazer melhoras significativas na saúde mental e na qualidade de vida dos pacientes. Essas intervenções são sempre ajustadas às necessidades individuais, ressaltando a flexibilidade e a personalização da terapia cognitivo comportamental.

A abordagem adotada, que se baseia em uma abordagem qualitativa e exploratória, possibilitou uma análise minuciosa e enriquecedora dos dados não numéricos, como discutido na literatura relevante. A pesquisa bibliográfica usada corroborou a construção do referencial teórico, fornecendo uma base sólida para a discussão dos achados.

Resumidamente, este estudo reforça a relevância da Terapia cognitivo comportamental como uma abordagem eficaz e científica no tratamento de distúrbios psicológicos. A utilização das técnicas mencionadas não apenas reduz os sintomas, mas também promove um bem-estar duradouro, contribuindo para a persistência e o progresso pessoal dos pacientes. A continuidade de estudos nessa área é crucial para o aperfeiçoamento das técnicas terapêuticas e para a ampliação do conhecimento sobre a eficácia da TCC em diversos contextos clínicos.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA-APA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais-DSM-5-TR: Texto Revisado. Porto Alegre: Artmed Editora 2023.

BECK, Judith S. Terapia cognitivo-comportamental. Porto Alegre: Artmed Editora, 2013.

BOCK, Ana Mercês Bahia; Teixeira, Maria de Lourdes T.; Furtado, Odair. Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. São Paulo: Saraiva Educação, 2008.

FREIRE, Izabel Ribeiro. Raízes da psicologia. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2022.

HOFMANN, Stefan G. Introdução à terapia cognitivo-comportamental contemporânea. Porto Alegre:  Artmed Editora, 2014.

LEAHY, Robert L. Técnicas de Terapia Cognitiva-: Manual do Terapeuta. Porto Alegre: Artmed Editora, 2019.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: atlas, 2003.

WRIGHT, Jesse H. et al. Aprendendo a Terapia Cognitivo-Comportamental-: Um Guia Ilustrado. Artmed Editora, 2019.


1 Graduado em História (UEMA). Mestre em Ensino de História (UFT). Professor da Educação Básica em Barra do Corda-MA. E-mail: andre.brasil@ifma.edu.br

2 Graduada em Pedagogia (Facibra), Especialista em Psicopedagogia (Faculdade Horizonte), professora da educação básica em Lima Campos – Ma. Email: prof.gildeane@gmail.com

3 Bacharel em Psicologia (UFMA), Especialista em Psicologia da Educação, (UEMA); professor da Rede Municipal de Educação de São José de Ribamar – Ma; O Email: hermesluizjr@hotmail.com

4 Graduada em Psicologia (Universidade Santo Agostinho). Especialista em Saúde Mental e Políticas Públicas. E-mail: miridanisis@gmail.com

5 Graduada em Letras/Português (FAMICE). Graduada em Filosofia (FAEME). Especialista em Filosofia Contemporânea (FAEME). Especialista em Atendimento Educacional com Habilitação em LIBRAS e Braile (CERRADO). Bacharelanda em Psicologia (FEMAF). E-mail: joanealmeida567@gmail.com  

6 Doutorando em Educação (UAA). Mestre em Ensino de História (UFT). Bacharelando em Psicologia(FEMAF). Professor da Educação Básica em Barra do Corda-MA. E-mail: solracro9@gamil.com

7 Graduada em Pedagogia (IPAE). Graduanda em Psicologia (FEMAF). E-mail: nelmaaraujo529@gmail.com

8 Graduada em Geografia (UEMA). Em Pedagogia (ISEPRO). Graduanda em Psicologia (FEMAF). Especialista em Educação Especial e Libras (ISEPRO). E-mail: salete.m.aquino@hotmail.com

9 Graduado em Educação Física (FAESF). Especialista em Desporto Escolar, Fitness e Saúde. E-mail: raimundoedfisca8@gmail.com

10 Graduando em Psicologia (FEMAF). E-mail: rv.aquino@icloud.com

11 Graduado em Pedagogia (FAM). Especialista em Educação Especial (FLATED). Bacharelando em Psicologia (FEMAF). E-mail: profthayronne@gmail.com