A EMPATIA EM ESTUDANTES DE MEDICINA EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR QUE UTILIZA MÉTODOS ATIVOS PARA O APRENDIZADO

REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/pa10202408081103


Silvan Francisco da Silva1
Luciana Brandão Carreira2


RESUMO

Este trabalho teve como objetivo analisar a empatia entre alunos de medicina em uma faculdade com métodos ativos de ensino e propor um plano pedagógico coerente com as Diretrizes Curriculares Nacionais. Tratou-se de um estudo descritivo, transversal com análise quantitativa e qualitativa utilizando a Escala Jefferson de Empatia Médica – versão para estudantes. A média de idade dos alunos foi de 23,14 anos (± 4,7); 63,1% eram mulheres; 92,6% solteiros; 88,6% sem trabalho remunerado; 89,9% estudaram em escola particular. Os escores foram: global (85,6 ± 6,9), cuidado compassivo (12,4 ± 4,3), colocar-se no lugar do paciente (7,6 ± 3,0), tomada de perspectiva (65,6 ± 5,6). Os resultados indicaram a necessidade de um plano pedagógico focado em habilidades socioemocionais, especialmente empatia. A empatia dos alunos manteve-se constante ao longo do curso, sem decréscimo significativo, influenciada por perfis sociodemográficos e autoavaliação.

Palavras-chave: Habilidades Socioemocionais, Ensino Ativo, Perfil Sociodemográfico, Autoavaliação.

ABSTRACT

This study aimed to analyze empathy among medical students at a college using active teaching methods and propose a pedagogical plan consistent with the National Curriculum Guidelines. This was a descriptive, cross-sectional study with quantitative and qualitative analysis using the Jefferson Scale of Physician Empathy – student version. The average age of the students was 23.14 years (± 4.7); 63.1% were female; 92.6% single; 88.6% without paid work; 89.9% had studied entirely in private schools. The scores were: global (85.6 ± 6.9), compassionate care (12.4 ± 4.3), putting oneself in the patient’s place (7.6 ± 3.0), and perspective-taking (65.6 ± 5.6). The results indicated the need for a pedagogical plan focused on socio-emotional skills, especially empathy. The students’ empathy remained constant throughout the course, without significant decrease, influenced by sociodemographic profiles and self-assessment.

Keywords: Socio-Emotional Skills, Active Learning, Sociodemographic Profile, Self- Assessment.

1. INTRODUÇÃO

A medicina, sempre citada como uma arte, a arte de curar, a arte de restabelecer a saúde, sempre teve sua fundamentação no aspecto técnico- científico (NOVIS; GEOVANINI; VERAN, 2021).

Os trabalhos desenvolvidos em sua maioria sempre buscam conhecimentos na área técnica para obter novos tratamentos, medicamentos, instrumentos e equipamentos (LOWN, 2020).

Contudo, a medicina é uma profissão humana, onde o vínculo entre o médico e o paciente é o fundamento para promover a saúde e bem-estar com base em uma relação de confiança (SILVA, 2013).

O conceito de saúde reflete a conjuntura social, econômica, política e cultural. Ou seja, saúde não representa a mesma coisa para todas as pessoas. Dependerá da época, do lugar, da classe social, de valores individuais e de concepções científicas, religiosas, filosóficas (SCLIAR, 2007).

Da mesma forma, o que é considerado doença pode variar (SCLIAR, 2007). Mesmo com o avanço técnico- científico, isso não garante resultados nos tratamentos, pois é necessário considerar o ente mais importante: o paciente (ANTUNES, 2016).

Assim sendo, mesmo com os importantes progressos científicos que a medicina vem apresentando, ela jamais poderá deixar de ser uma profissão de interação humana, onde essa relação pode influenciar os resultados dos tratamentos empregados (NAVA, 2004).

O desenvolvimento técnico- científico é de suma importância, porém não pode levar a um distanciamento entre os profissionais de saúde e os pacientes, sob o risco de ruptura da confiança e da promoção da saúde (RIBEIRO; AMARAL, 2008).

Nesse contexto, a empatia demonstra-se um atributo essencial no desenvolvimento do processo de cuidado. Por essa razão, faz-se necessário que a empatia seja estimulada e trabalhada desde a formação dos profissionais de saúde, especialmente médicos (SCHWELLER, 2014).

Definir empatia é complexo e desafiador. Na medicina, o conceito inclui variáveis emocionais e cognitivas que possibilitam o entendimento do paciente e a compreensão de suas experiências (NASCIMENTO et al., 2018).

Outro entendimento identifica empatia como uma disposição genuína de ouvir, compreender, compadecer-se e prestar apoio ao outro, fazendo-o sentir-se compreendido (NASCIMENTO et al., 2018).

A abordagem sobre empatia não se restringe à área de saúde. Em todos os segmentos, ela se mostra fundamental e já faz parte do processo de formação de alunos, conforme apontam estudos da OCDE sobre competências – Competências para o progresso social – O Poder das Competências Socioemocionais (OCDE, 2015).

Observa-se a possibilidade de colocar-se no lugar do outro, olhá-lo com atenção e ouvi-lo. Em uma sociedade onde a atenção aos outros declina e o individualismo cresce, a empatia pode melhorar a saúde e promover relações mais saudáveis e felizes (COSTA; AZEVEDO, 2010).

Esse trabalho teve como objetivo analisar a empatia entre alunos de medicina em uma faculdade com métodos ativos de ensino e propor um plano pedagógico coerente com as Diretrizes Curriculares Nacionais.

Dessa forma, observou-se a necessidade de uma assistência integral aos pacientes, observando suas histórias, necessidades, condições de vida e perspectivas, para então promover a saúde, fatores acolhidos pelos sistemas de saúde (LACERDA; SANTOS, 2018).

No Brasil, a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) trouxe princípios e mudanças profundas, como o acesso universal aos serviços de saúde e uma assistência integral, influenciando a atuação dos médicos e profissionais de saúde (MOREIRA; MANFROI, 2011).

Deseja-se que o médico atue no novo formato, capaz de trabalhar diversos níveis de atenção à saúde, interagindo com o paciente em seu contexto biopsicossocial e em equipes multiprofissionais para um atendimento integral (MOREIRA; MANFROI, 2011).

Todas essas habilidades devem estar em debate no percurso de formação que assumem nas diretrizes dos cursos de graduação, promovendo a conexão entre conhecimento conceitual, saber fazer e saber ser (NASCIMENTO et al., 2018).

Como afirmam Zabala e Arnaud (2014), a competência deve identificar o que qualquer indivíduo necessita para responder aos problemas aos quais será exposto ao longo da vida mediante ações que mobilizem componentes atitudinais, procedimentais e conceituais.

2. METODOLOGIA

2.1. TIPO DE PESQUISA

A metodologia aplicada foi um estudo descritivo e transversal com análise de dados quantitativos e qualitativos com alunos de todos os semestres do curso de medicina, em uma instituição que utiliza métodos ativos na formação dos profissionais médicos.

O estudo seguiu as normas de pesquisa em seres humanos da resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, sendo aprovado pelo Comitê de Ética do Centro Universitário do Pará.

Os riscos foram mínimos e compensados pelos benefícios da pesquisa, que visou a melhoria na formação dos alunos. A aplicação dos instrumentos de pesquisa ocorreu após a leitura e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.

2.2. COLETA DE DADOS E INSTRUMENTO DE PESQUISA

A pesquisa usou um instrumento eletrônico com duas partes: questões demográficas e experiências pessoais, e a Escala Jefferson de Empatia Médica para estudantes, com 20 perguntas em escala Likert de um a sete, totalizando de 20 a 140 pontos.

2.3. PARTICIPANTES DA PESQUISA

Os participantes foram alunos matriculados e ativos no curso de Medicina do Centro Universitário do Pará – CESUPA, de todos os semestres, totalizando 880 alunos. A amostra foi aleatória e representativa do universo dos alunos.

2.4. CRITÉRIOS   DE    INCLUSÃO   E EXCLUSÃO

Os critérios de inclusão abrangiam todos os alunos matriculados que desejassem colaborar. Foram excluídos os que não quisessem participar, não respondessem ou respondessem incompletamente,  recusassem  assinar  o termo de consentimento ou fossem menores de 18 anos.

2.5. RESULTADOS E IMPACTOS ESPERADOS

O trabalho propôs analisar a empatia em estudantes de medicina ao longo do curso, em uma instituição que utiliza métodos ativos.

A análise poderia identificar se a empatia dos alunos aumentava durante a formação, permitindo a criação de estratégias pedagógicas para seu desenvolvimento.

O estudo descritivo, com abordagem quantitativa, utilizou estatísticas descritivas e inferenciais para identificar tendências e associações entre variáveis (AYRES, 2015).

Foi utilizado o teste da razão de verossimilhança do Qui-quadrado para amostras independentes, com nível de significância p-valor < 0.05. A regressão ordinal foi empregada para verificar o impacto das variáveis sociodemográficas no escore global de empatia dos alunos.

O teste de correlação de Pearson foi usado para analisar a relação entre a idade dos alunos e os escores da Escala Jefferson de Empatia Médica (versão para estudantes). Os dados foram processados usando Microsoft Excel e SPSS versão 24.0.

2.6. DIFICULDADES, RISCOS E BENEFÍCIOS

As dificuldades incluíam a possível falta de adesão dos alunos em responder os questionários e a possibilidade de que as respostas não refletissem a realidade dos alunos.

Foi enfatizado que as respostas seriam mantidas em sigilo para incentivar a honestidade. Os benefícios incluem a possibilidade de estabelecer novas metodologias para trabalhar a empatia na formação médica.

2.7. O PRODUTO

O estudo visou elaborar uma ementa de disciplina para reflexão sobre a empatia, utilizando expressões artísticas como instrumento de percepção, permitindo aos discentes desenvolver habilidades sociais e emocionais através do autoconhecimento.

3.  RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme os resultados obtidos, verificou-se que a maioria significativa (p<0.05) dos alunos são mulheres (94; 63,1%) (Figura 1), com idade entre 17 e 26 anos (128; 85,9%) (Figura 2). A idade média dos alunos é 23,14 anos (± 4,76) (Figura 3).

A idade mínima dos alunos era de 17 anos, e a máxima era de 48 anos. O primeiro quartil (Q1) indicou que 75% dos alunos tinham mais de 20 anos de idade, a mediana indicou que 50% dos alunos tinham mais de 22 anos de idade, e o terceiro quartil apontou que 25% dos alunos tinham mais de 24 anos de idade.

Figura 1. Distribuição dos alunos do curso de medicina de uma faculdade particular no Norte do Brasil que utiliza métodos ativos de ensino, avaliados quanto ao nível de empatia, segundo o sexo.

Fonte: Protocolo de pesquisa (2021).

Figura 2. Distribuição dos alunos do curso de medicina de uma faculdade particular do Norte do Brasil que utiliza métodos ativos de ensino, avaliados quanto ao nível de empatia, segundo a faixa etária

Fonte: Protocolo de pesquisa (2021).

Figura 3. Distribuição dos alunos do curso de medicina de uma faculdade particular do Norte do Brasil que utiliza métodos ativos de ensino, avaliados quanto ao nível de empatia, segundo a idade média.

Fonte: Protocolo de pesquisa (2021).

A maioria significativa (p<0.05) dos alunos são solteiros (138; 92,6%), cursaram o ensino fundamental totalmente em escola particular (134; 89,9%) e o ensino médio também totalmente em escola particular (144; 96,6%).

A maioria não possui trabalho remunerado (132; 88,6%). Apenas 21 (14,1%) alunos declararam ter tido algum tipo de experiência pessoal com doença grave.

Enquanto uma proporção significativamente maior (104; 69,8%) declarou ter tido algum tipo de experiência familiar com doença grave.

Somente 32 (21,5%) alunos possuem pai ou mãe médicos. A maioria significativa dos alunos possui pai com escolaridade de nível superior (100; 67,1%) e 117 (78,5%) alunos possuem mãe com formação de nível superior.

Não houve diferença significativa (p>0.05) na proporção de alunos por semestre do curso de medicina. Apenas 12
(8,1%) alunos já precisaram trancar ou interromper algum semestre do curso de medicina.

Na análise dos escores da Escala Jefferson de Empatia Médica (versão para estudantes), foram separados o escore global, bem como os três fatores que avaliaram o cuidado compassivo, a capacidade de se colocar no lugar do paciente e a tomada de perspectiva.

Neste sentido, os escores ficaram assim discriminados: global (85.6 ± 6.9); tomada de perspectiva (12.4 ± 4.3); capacidade de se colocar no lugar do paciente (7.6 ± 3.0); cuidado compassivo (65.6 ± 5.6), como pode ser observado na Tabela 1.

As Figuras 4 a 7 mostraram o teste de normalidade dos escores dos alunos nos três fatores da Escala Jefferson de Empatia Médica – versão para estudantes, e o escore global. Apenas o escore global (Figura 7) apresentou distribuição normal (p>0.05).

Tabela 1. Distribuição dos alunos do curso de medicina de uma faculdade particular no norte do Brasil que utiliza métodos ativos de ensino, avaliados quanto ao nível de empatia, segundo o escore obtido na Escala Jefferson de Empatia Médica – versão para estudantes.

Figura 4. Teste de normalidade do escore obtido no fator Compaixão, pelos alunos do curso de medicina de uma faculdade particular no norte do Brasil, na Escala Jefferson de Empatia Médica – versão para estudantes, avaliados quanto ao nível de empatia.

Fonte: Protocolo de pesquisa (2021).

Figura 5. Teste de normalidade do escore global obtido no fator Perspectiva pelos alunos do curso de medicina de uma faculdade particular no norte do Brasil, na Escala Jefferson de Empatia Médica – versão para estudantes, avaliados quanto ao nível de empatia.

Fonte: Protocolo de pesquisa (2021).

Figura 6. Boxplot do escore global obtido pelos alunos de medicina de uma faculdade particular no norte do Brasil na Escala Jefferson de Empatia Médica – versão para estudantes, em função do sexo.

Fonte: Protocolo de pesquisa (2021).

Figura 7. Boxplot do escore global obtido pelos alunos de medicina de uma faculdade particular no norte do Brasil na Escala Jefferson de Empatia Médica – versão para estudantes, em função do estado civil.

Fonte: Protocolo de pesquisa (2021).

A regressão logística ordinal mostrou o impacto de variáveis sociodemográficas no escore global dos alunos de medicina na Escala Jefferson de Empatia Médica, revelando observações importantes sobre o nível de empatia.

Desta forma, considerando que quanto maior o escore global obtido pelo aluno, maior o grau de empatia apresentado, verificou-se que o escore global sofre aumento (0,680) entre os alunos com idade entre 18 e 24 anos.

Estes alunos possuem 1,974 ≈ 2 vezes mais chance de apresentar maior grau de empatia, quando comparados aos alunos com idade entre 30 e 45 anos, porém esta relação de dependência não se mostrou significativa (p>0.05).

Quanto à variável sexo, verificou-se que o escore global sofreu aumento (0,728) entre alunos de sexo feminino. Estes alunos possuem 2,071 ≈ 2 vezes mais chance de apresentar maior grau de empatia, quando comparados aos alunos do sexo masculino, porém esta relação de dependência não se mostrou significativa (p>0.05).

Quanto à variável ensino fundamental, verificou-se que o escore global sofre aumento (3,637) entre alunos que cursaram a maior parte do ensino fundamental em escola particular.

Estes alunos possuem 37,973 ≈ 38 vezes mais chance de apresentarem maior grau de empatia, quando comparados aos alunos que cursaram o ensino fundamental totalmente em escola pública, porém esta relação de dependência não se mostrou significativa (p>0.05).

Quanto à variável ensino médio, verificou-se que o escore global sofre aumento (0,254) entre alunos que cursaram o ensino médio totalmente em escola particular.

Estes alunos possuem 1,289 ≈ 1 vez mais chance de apresentarem maior grau de empatia, quando comparados aos alunos que cursaram o ensino médio totalmente em escola pública, porém esta relação de dependência não se mostrou significativa (p>0.05).

Quanto à variável trabalho remunerado, verificou-se que o escore global sofre aumento (0,976) entre alunos que não possuem trabalho remunerado.

Estes alunos possuem 2,654 ≈ 3 vezes mais chance de apresentarem maior grau de empatia, quando comparados aos alunos que trabalham remunerado, porém esta relação de dependência não se mostrou significativa (p>0.05).

Quanto à variável sobre ter experiência pessoal com doença grave, observou-se que o escore global sofreu redução (-0,471) entre alunos que não tiveram essa experiência.

Estes alunos possuem 0,624 ≈ 1 vez mais chance de apresentarem menor grau de empatia, quando comparados aos alunos que tiveram essa experiência pessoal, porém esta relação de dependência não se mostrou significativa (p>0.05).

Quanto à variável sobre ter experiência com doença grave na família, observou-se que o escore global sofreu aumento (0,273) entre alunos que não tiveram essa experiência.

Estes alunos possuem 1,313 ≈ 1 vez mais chance de apresentarem maior grau de empatia, quando comparados aos alunos que tiveram essa experiência familiar, porém esta relação de dependência não se mostrou significativa (p>0.05).

Sobre a variável pai e/ou mãe serem médicos, observou-se que o escore global sofreu redução (-0,745) entre alunos que não possuem pais médicos.

Estes alunos possuem 0,475 ≈ 1 vez mais chance de apresentarem menor grau de empatia, quando comparados aos alunos que possuem pais na profissão de médicos, porém esta relação de dependência não se mostrou significativa (p>0.05).

Entre alunos que possuíam pai com ensino médio completo e incompleto, observou-se que o escore global sofreu redução de -2,881 e -3,912, respectivamente.

De maneira que esses alunos possuíam aproximadamente 1 vez mais chance de apresentar menor grau de empatia, quando comparados aos alunos que possuíam pai com ensino superior incompleto, sendo essas relações de dependência significativas (p<0.05).

Entre alunos que possuíam mãe com ensino incompleto, observou-se que o escore global sofreu aumento de 4,057.

De maneira que esses alunos possuíam aproximadamente 57,818 ≈ 58 vezes mais chance de apresentar maior grau de empatia quando comparados aos alunos que possuíam mãe com ensino superior completo, sendo essas relações de dependência significativas (p<0.05).

O grau de empatia mostrou mais chances de aumento em alunos do 1º semestre (3,080), 5º semestre (2,531) e 11º semestre (2,605), onde os alunos do 1º semestre possuíam 21,750 ≈ 22 vezes mais chance de apresentar maior grau de empatia.

Os alunos do 5º semestre possuíam 12,567 ≈ 13 vezes, e os alunos do 11º semestre possuíam 13,527 ≈ 14 vezes mais chance de apresentar maior grau de empatia, quando comparados aos alunos do último semestre (12º semestre).

A Tabela 2 apresenta o teste de correlação de Pearson entre a variável idade dos alunos e os escores Perspectiva, Compaixão, Capacidade de se colocar no lugar do paciente e global, obtidos na Escala Jefferson de Empatia Médica (versão para estudantes).

Verificou-se que a idade dos alunos não se mostrou correlacionada com nenhum dos fatores que compõem a Escala Jefferson e não se correlacionou com o escore global, de maneira que o nível de empatia dos alunos não sofreu influência da idade.

Tabela 2. Teste de correlação de Pearson entre a variável idade e os escores obtidos pelos alunos de medicina de uma faculdade particular no norte do Brasil na Escala Jefferson de Empatia Médica – versão para estudantes, avaliados quanto ao nível de empatia.

Conteúdo da Célula
Correlação de Pearson (r)
Valor-p (*Valores Significativos; NS – Valores Não Significativos).

Foi verificada também a correlação entre os fatores da escala, e observou-se que o escore obtido no fator “Tomada de Perspectiva” estava significativamente correlacionado (p<0.05) com o escore de “Compaixão”.

Dessa maneira, quanto maior foi o escore da “Tomada de Perspectiva”, menor foi o escore do fator “Compaixão” (r = – 0.375).

O escore obtido no fator “Tomada de Perspectiva” também está correlacionado significativamente (p<0.05) com o escore global, de maneira que quanto maior  o  escore  da  “Tomada  de Perspectiva”, maior o escore global (r = 0.590).

O escore obtido no fator “Compaixão” também esteve significativamente correlacionado (p<0.05) com o escore do fator “Capacidade de Se Colocar no Lugar do Paciente”.

Observou-se que quanto maior foi o escore no fator “Compaixão”, maior foi o escore no fator “Capacidade de Se Colocar no Lugar do Paciente” (r = 0.337).

O escore obtido no fator “compaixão” também está correlacionado significativamente (p<0.05) com o escore global, de maneira que quanto maior o escore no fator “compaixão”, maior o escore global obtido pelo aluno (r = 0.494). Por último, o escore obtido no fator “capacidade de se colocar no lugar do paciente” também está correlacionado significativamente (p<0.05) com o escore global, de maneira que quanto maior o escore no fator “capacidade de se colocar no lugar do paciente”, maior o escore global obtido pelo aluno (r = 0.504).

Os resultados obtidos culminaram na criação de um produto técnico específico, subsidiando um plano pedagógico com ênfase no desenvolvimento de habilidades socioemocionais, dentre as quais a empatia.

Nos resultados obtidos a média de idade foi de 23,14 anos (± 4,7), sendo 63,1% do sexo feminino e 92,6% de solteiros. A maioria não possui trabalho remunerado (88,6%) e estudou totalmente em escola particular (89,9%).

O escore global dos ingressantes (1º semestre) foi de 84,2 (± 7,7) e o dos concluintes no 10º semestre foi de 88,8 (± 6,8), contudo estas diferenças não foram significativas (p>0.05).

No conjunto da população de pesquisa, os escores foram: global (85.6 ± 6.9), cuidado compassivo (12,4 ± 4,3), colocar-se no lugar do paciente (7,6 ± 3,0) e tomada de perspectiva (65,6 ± 5,6).

Em relação a “colocar-se no lugar do paciente”, os escores das idades foram: 18 a 24 anos de 7,59; 25 a 29 anos de 7,58 e 30 a 45 anos de 7,71.

No escore global, os escores das idades foram: 18 a 24 anos de 85,66; 25 a 29 anos de 84,76 e 30 a 45 anos de 86,14. O sexo masculino teve escores maiores no escore global (87,2), em relação ao cuidado compassivo (13,18) e no “colocar-se no lugar do paciente” (8,23).

Quanto ao escore global obtido, os resultados foram inferiores aos reportados em estudos realizados com estudantes de medicina, como por exemplo, o estudo de Ferreira (2019), onde a média dos resultados de empatia foi 108,54 ± 13,99 no 1º ano e 117,21 ± 9,51 no 6º ano (p<0,001). Já na pesquisa de Mirani et al. (2019), a menor empatia foi vista para o último ano e a maior para o primeiro ano, de maneira semelhante  ao achado dessa pesquisa, onde os alunos do último semestre obtiveram média inferior (84,0) aos alunos dos primeiro semestre (84,2).

Algumas pesquisas mostram que a empatia diminui durante a faculdade de medicina. Um corpo crescente de pesquisas estabeleceu a importância da empatia em vários aspectos fundamentais da medicina.

Segundo Sousa (2020), a empatia do médico leva a uma melhor satisfação do paciente, maior adesão à terapia (MANSO, 2020), melhores resultados clínicos (HOJAT et al., 2011), e menor responsabilidade por negligência (RAKEL et al., 2011). 35 A empatia, no entanto, é difícil de definir.

Uma definição comumente aceita em situações de atendimento ao paciente é:

um atributo cognitivo que envolve a capacidade de entender as experiências e perspectivas internas do paciente e a capacidade de comunicar essa compreensão (HOJAT et al., 2002).

Desta forma, por ser um conceito evasivo, de difícil definição e quantificação, a empatia clínica no contexto das profissões de saúde, educação e cuidado do paciente foi definida para esclarecer a ambiguidade conceitual associada.

Segundo Hojat (2016), a empatia clínica foi considerada um atributo predominantemente cognitivo (em vez de afetivo ou emocional), envolvendo uma compreensão (em vez de um sentimento) da dor e sofrimento do paciente, combinada com a capacidade de comunicar essa compreensão e a intenção de ajudar.

Os 4 termos-chave dessa definição foram itálicos para ressaltar sua significância na construção da empatia clínica. A empatia clínica, no que diz respeito à relação paciente-médico, é muitas vezes dividida em duas dimensões.

O primeiro, afetivo, descreve a resposta emocional passiva de um indivíduo às emoções de outro. A segunda, cognitiva, é uma habilidade ativa que pode ser adquirida e é receptiva a nutrir.

Esse aspecto da empatia tem sido descrito como “preocupação desapegada”, ou a capacidade de um indivíduo de entender as experiências de outro sem invocar uma resposta emocional pessoal (HOJAT, 2016).

Com base na definição acima mencionada de empatia clínica, a Escala Jefferson de Empatia Médica foi desenvolvida para medir a empatia especificamente no contexto da educação médica e do cuidado ao paciente.

Antes do desenvolvimento desta escala,nenhum instrumento psicometralmente sonoro estava disponível para medir a empatia nesse contexto.

Embora alguns instrumentos estivessem disponíveis e usados para medir a empatia na pesquisa de educação médica (HOJAT et al., 2002), nenhum tinha validade facial e de conteúdo no contexto do atendimento ao paciente (HOJAT et al., 2001).

Assim, houve a necessidade de um instrumento de medição de empatia específico e relevante para o contexto. A Escala Jefferson de Empatia Médica foi desenvolvida em resposta a essa necessidade.

Esses resultados podem sugerir que intervenções educativas tem potencial de cultivar com sucesso a empatia em estudantes de medicina de graduação e que tais intervenções são bem recebidas pelos participantes.

Muitos dos estudos corroboram com estes achados – que a empatia diminui durante a faculdade de medicina (COUTINHO et al., 2019; MOREIRA et al., 2018) e está associado com gênero, idade e semestre de curso (NASCIMENTO et al., 2018; PAIVA et al., 2020).

De maneira semelhante a essa pesquisa, Sabioni et al. (2020) aplicou 370 formulários, sendo destes, 266 do sexo feminino e 104 do sexo masculino, porém a pesquisa 36 em questão demonstrou que a média de pontuação varia de 124-117 entre os períodos com desvio padrão máximo de 12,6.

Além disso, não foi evidenciado correlação entre os gêneros e não houve diferença significativa entre as idades, evidenciando que a mesma não foi critério influenciador na empatia.

Nessa pesquisa, os homens apresentaram escore global superior, diferente da maioria dos estudos recentes (ARAÚJO; TOLEDO JÚNIOR, 2020; NASCIMENTO et al., 2018; PAIVA et al., 2020).

Alguns sugerem que o estilo comportamental das mulheres é geralmente mais “fechado” do que os homens (ÁVILA et al., 2016).

De fato, na maioria dos estudos, estudantes de profissões de saúde feminina e clínicos praticantes obtiveram pontuações médias significativamente maiores do que seus pares masculinos (HOJAT et al. 2001, 2002; ALCORTA-GARZA et al. 2005; FJORTOFT et al. 2011).

Em um estudo em larga escala de 11 aulas de estudantes de medicina, os escores médios das mulheres foram maiores do que os homens em todas as classes, e a diferença de gênero foi estatisticamente significativa para  10  das  11  classes  (HOJAT; GONNELLA, 2015).

Várias explicações plausíveis foram dadas para diferenças de gênero na empatia, incluindo aprendizagem social, predisposição genética, fundamentos evolutivos e outros fatores (HOJAT, 2016; MCTIGHE et al., 2016).

As pontuações obtidas pelos alunos dessa pesquisa refletiram níveis moderados-altos de empatia se comparados aos descritos em outros estudos (HOJAT; GONNELLA, 2015).

Na opinião de Cotta Filho et al. (2019), para as universidades, é de extremo interesse analisar o grau de empatia dos alunos que desejam embarcar em estudos com alta carga humanística, como a medicina.

Além disso, é necessário monitorar esse grau de empatia ao longo do tempo e avaliar o impacto dos diferentes programas educacionais que buscam manter e fortalecer a referida empatia.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados revelados somaram-se aos diversos aspectos ainda indefinidos no campo da empatia médica, cujos estudos, ao redor do mundo, seguiram tentando perscrutar.

Não obstante, tais dados devem contribuir para a formação de um perfil de como se comporta a empatia médica na formação dos estudantes do país.

Notou-se que a empatia do curso de medicina da faculdade analisada permaneceu a mesma do primeiro ao décimo segundo período, não sendo observado o decréscimo significativo como se acreditava.

Esse fato pode ser creditado ao fato de o questionário ser baseado em autoavaliação, permitindo que o estudante tenha uma impressão pouco verídica de seu comportamento.

Pesquisas futuras serão necessárias para ajudar a definir níveis de empatia no ambiente estudado, que podem ser classificados como deficientes, aceitáveis ou  excelentes,  ou  usar  percentis  de proporção semelhante ao proposto por Hojat (2015).

Além disso, estudos futuros que compreendessem as causas subjacentes das diferenças entre os gêneros observadas nos níveis de empatia foram considerados desejáveis.

Também foi importante saber se os alunos mais empáticos eram aqueles que optavam por especialidades centradas na pessoa ou, pelo contrário, se eram os ambientes mais tecnológicos e baseados em procedimentos que minavam a empatia na relação com o paciente.

Contudo, a possibilidade de criar intervenções educativas ao longo do curso para cultivar e desenvolver a empatia permitiu o desenvolvimento de técnicas e atividades que podem elevar os níveis de empatia.

Desta forma, com base nos achados da pesquisa, propôs-se como produto técnico uma ferramenta pedagógica, uma ementa de disciplina, para trabalhar a empatia através de expressões artísticas.

Utilizou-se a arte no processo de reflexão e autoconhecimento com a finalidade de desenvolver a empatia.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALCORTA-GARZA, Adelina et al. Validación de la escala de empatía médica de Jefferson en estudiantes de medicina mexicanos. Salud mental, v. 28, n. 5, p. 57-63, 2005. Disponível em:https://www.scielo.org.mx/scielo.php?pid= S0185-33252005000500057&script=sci_abstract &tlng=pt. Acesso em: 30 jun. 2023.

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1 Centro Universitário do Estado do Pará – CESUPA, Programa de Mestrado Profissional em Educação em Saúde – Educação Médica, Belém/PA, Brasil, Mestre, sfdasilva@gmail.com
2 Centro Universitário do Estado do Pará – CESUPA, Programa de Mestrado Profissional em Educação em Saúde – Educação Médica (ESEM), Belém/PA, Brasil, Doutora, lucianabrandaocarreira@gmail.com