IMPORTANCE OF PREVENTING PREECLAMPSIA IN HIGH RISK PREGNANT WOMEN
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202407311254
Larissa Farah de Oliveira; Mariá Milesi Ortiz; Isadora Pasquarelli Staut; Maria Eduarda Caineli da Silva; Bianca dos Santos Bueno; Gabriela Silva Amaral; Marcelo Erik Bolgenhagen Lotario; Sara Giacomin da Fonseca; Lucas Valadão Ferreira De Lira; Orientador: Lucas Pires Ventura
RESUMO:
Objetivo: Identificar as formas de profilaxia da pré-eclâmpsia em gestantes de alto risco. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de revisão integrativa, cuja pergunta norteadora foi : “Qual a importância da prevenção da pré-eclâmpsia na gestação de alto risco?”. Foram utilizados os Decs: Pré-Eclâmpsia, Feminino, Gravidez nas bases de dados LILACS e MEDLINE. Sendo os critérios de inclusão: artigos em língua portuguesa, publicados entre 2013 e 2023, nas bases de dados LILACS e MEDLINE. Resultado: Diante da análise de 4 artigos, observou-se que o perfil das gestantes com predisposição à pré-eclâmpsia são aquelas que têm idade acima de 40 anos, hipertensas, diabéticas e de baixa escolaridade ou renda, logo, uma medida para evitar essa patologia, seria buscar o acompanhamento do pré-natal feito na UBS, e o uso de AAS. Conclusão: Entende-se, então, que o pré-natal é a principal maneira de prevenção da pré-eclâmpsia na gestante de alto risco devido a detecção precoce de condições predisponentes e orientação para medidas farmacológicas que contribuem para diminuição da mortalidade materna.
Palavras-chave: Pré-Eclâmpsia. Feminino. Gravidez.
INTRODUÇÃO
A pré-eclâmpsia trata-se de um distúrbio gestacional materno associado à hipertensão de início recente, ocorrendo mais frequentemente após a vigésima semana de gestação. Embora muitas vezes acompanhada de proteinúria de início recente, há a ocorrência em algumas mulheres na ausência de proteinúria. Como critérios diagnósticos de pré-eclâmpsia, temos (ACOG, 2018):
● Pressão arterial sistólica de 140 mmHg ou mais ou pressão arterial diastólica de 90mmHg ou mais, em duas ocasiões com pelo menos 4 horas de intervalo após 20 semanas de gestação em uma mulher com pressão arterial previamente normal;
● Pressão arterial sistólica de 160 mmHg ou mais ou pressão arterial diastólica de 110 mmHg ou mais;
● Presença de 300 mg ou mais de proteínas por coleta de urina de 24 horas; ● Relação proteína/creatinina de 0,3 mg/dL ou mais;
● Trombocitopenia (contagem de plaquetas inferior a 100.000/mL);
● Insuficiência renal (concentrações de creatinina sérica superiores a 1,1 mg/dL ou uma duplicação da concentração de creatinina sérica na ausência de outra doença renal);
● Função hepática prejudicada (concentrações sanguíneas elevadas de transaminases hepáticas – valores iguais ao dobro do valor normal);
● Cefaléia de início recente que não responde à medicação e não é contabilizado por diagnósticos alternativos ou sintomas visuais.
● Edema pulmonar;
No contexto da Atenção Básica, a organização da assistência ao pré-natal, dentre a qual encontra-se a estratificação de risco obstétrico, é um dos fatores determinantes para a redução da mortalidade materna. Nesse sentido, a estratificação de risco gestacional busca que cada gestante receba o cuidado necessário às suas demandas, por equipes especializadas e qualificadas apropriadamente (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2022).
A estratificação de risco objetiva predizer quais mulheres têm maior probabilidade de apresentar eventos adversos à saúde. Tais predições podem ser usadas para otimizar os recursos em busca de equidade no cuidado de maneira que se ofereça a tecnologia necessária para quem precisa dela. Desse modo, o uso excessivo de tecnologias e a realização de intervenções desnecessárias são evitados, podendo concentrar os recursos naqueles que mais precisam deles, melhorando os resultados em saúde e reduzindo-se os custos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2022).
Os principais critérios indicativos de gravidez de alto risco são: etilismo, tabagismo de dependência elevada, abuso de drogas, desnutrição, carência nutricional ou transtornos alimentares, abortamento recorrente, prematuridade anterior, cesárea prévia ou pré-eclâmpsia grave. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2022).
Diante disso, a pré-eclâmpsia, quando não diagnosticada precocemente no pré-natal, e não tratada de imediato, resulta no aumento da mortalidade materna. Isso ocorre devido às precárias condições econômicas, culturais e tecnológicas, constituindo grave violação aos direitos de reprodução das mulheres, considerando que a grande maioria dos casos de óbito poderia ser evitado através de um acompanhamento pré-natal efetivo, com ações de prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças durante a gestação, o parto e o puerpério, o que promoveria um avanço nos indicadores materno-infantis (AMORIM, 2017).
METODOLOGIA:
Este estudo se identifica como uma revisão integrativa de literatura, realizada por meio de uma busca bibliográfica criteriosa, com objetivos descritivos e explicativos, cuja pergunta norteadora foi: “Qual a importância da prevenção da pré-eclâmpsia na gestação de alto risco?”. A escolha desse método se deu pela possibilidade de combinar diferentes dados e conceitos de fontes documentais.
Para a pesquisa e recuperação de assuntos da literatura científica, usou-se as seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE). Para o levantamento de artigos, foram usados os seguintes descritores, em consulta ao Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Pré-Eclâmpsia, Feminino, Gravidez.
Para a inclusão dos artigos, foi realizada uma busca sistêmica, utilizando os critérios: artigos com os descritores como assuntos principais, que explicam ou evidenciam a relevância da prevenção da pré-eclâmpsia, artigos completos e originais, em língua portuguesa e publicados entre 2013 e 2023.
RESULTADOS:
Considerando apenas os DeCS, foram encontrados 962 na LILACS, dos quais foram excluídos os estudos que: não eram em língua portuguesa (675), foram publicados há mais de 10 anos (254), eram inespecíficos (29) e tinham texto incompleto (1). Dessa forma, restaram 3 artigos analisados dessa base de dados. O mesmo processo foi realizado na MEDLINE, com 11907 documentos e retirou-se as publicações que: não eram em língua portuguesa (11884), eram inespecíficas (19), com texto incompleto (1) e eram duplicadas (2), restando apenas 1 estudo, como demonstrado na Figura 1.
Figura 1: fluxograma com a seleção de artigos
Os dados usados na coletânea dizem a respeito do perfil socioeconômico, demográfico, o perfil de condição em saúde da gestante e a utilização de ácido acetilsalicílico para a prevenção e mitigação da pré-eclâmpsia. Assim, encontramos que o perfil da gestante que tem a condição de desenvolver pré-eclâmpsia é em mulheres primíparas acima de 40 anos, hipertensas, diabéticas, multíparas em qualquer idade, com baixa escolaridade e renda.
Além disso, evidenciaram que as mulheres que utilizam o ácido acetilsalicílico tem menor taxa de morbidade a depender da dose e o acompanhamento gestacional como o pré parto e mortalidade do binômio mãe feto como ilustrado no Quadro 1.
Quadro 1: Análise dos artigos para essa revisão integrativa.
DISCUSSÃO:
Considerando o que foi apresentado, tem-se, juntamente a esses fatores, a relevância da prevenção da pré-eclâmpsia, principalmente em casos de gestantes de alto risco, corroborando com o que foi apresentado por Moraes em seu texto. Como prevenção não farmacológica, evidencia-se a realização de um pré-natal adequado, com realização das consultas, através da identificação precoce dos agravos à saúde da mãe e de seu bebê, atuando no controle dos níveis pressóricos, além de conscientizar mulheres hipertensas sobre a importância do planejamento reprodutivo para que a gestação ocorra com menos riscos de desfechos desfavoráveis.
Além disso, como prevenção farmacológica, tem-se que a administração de ácido acetilsalicílico (AAS) em baixas doses apresenta benefícios pequenos a moderados na redução do risco de ter pré-eclâmpsia (16 a menos para cada 1000 mulheres tratadas), conforme compreendido no texto de Carvalho. Entende-se como mecanismo fisiopatológico da pré-eclâmpsia a produção intravascular deficiente de prostaciclina, um vasodilatador, e à produção excessiva de tromboxano, um vasoconstritor e promotor da agregação plaquetária, de modo que a utilização de um antiagregante plaquetário, tal qual o AAS, proporciona uma melhora no quadro e, por conseguinte, uma melhora no desfecho da doença (DULEY, 2019).
Por fim, é relevante também entender que existe um perfil socioeconômico mais comum na apresentação da pré-eclâmpsia, conforme defendido por Ferreira. Segundo estudo recente, dentre a população acometida, a maioria possuía de 19 a 25 anos, estado civil solteiro, com ensino médio completo ou incompleto e se identificavam como sendo de cor parda. Dessa forma, além de reforçar a existência de um perfil mais comumente acometido, tem-se que compreender a população geralmente acometida auxilia na escolha da abordagem a ser utilizada para a prevenção de pré-eclâmpsia, visando obter melhores resultados no que tange a redução dos casos no Brasil (MORAES, 2019).
CONCLUSÃO:
Conclui-se que é de extrema importância a realização de um pré-natal específico para a prevenção de pré-eclâmpsia em gestantes de alto risco. Assim, deve ser levado em consideração o perfil epidemiológico da patologia, além do perfil clínico da paciente, de modo a buscar a identificação precoce de condições predisponentes à doença em cada gestante. Têm-se, então, que a adesão à assistência ao pré-natal é um fator determinante na prevenção e detecção precoce da pré-eclâmpsia, auxiliando na redução de uma das principais causas de mortalidade no Brasil.
REFERÊNCIAS:
1. ACOG PRACTICE BULLETIN. Gestational Hypertension and Preeclampsia. Clinical Management Guidelines for Obstetrician–Gynecologists, [s. l.], v. 135, ed. 6, p. e237-e260, 6 jun. 2020. Disponível em: https://preeclampsia.org/frontend/assets/img/advocacy_resource/Gestational_Hypert ension_and_Preeclampsia_ACOG_Practice_Bulletin,_Number_222_1605448006.pdf . Acesso em: 24 abr. 2023
2. AMORIM, F., NEVES, A., MOREIRA, F. et al. Perfil de gestantes com pré-eclâmpsia. Revista de Enfermagem [online]. Recife, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/download/15225/17988. Acesso em: 24 abr. 2023
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Gestação de Alto Risco. Brasília, 2022. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-content/uploads/2022/03/manual_gestac ao_alto_risco.pdf. Acesso em: 24 abr. 2023
4. CARVALHO, Catarina et al. Análise da Revisão Cochrane: O Papel dos Antiagregantes Plaquetários para Prevenir a Pré-Eclâmpsia e as Suas Complicações. Revista Científica da Ordem dos Médicos, v. 34, n. 13, p. 810-814, dez. 2021. Disponível em: https://www.actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/15995/6488. Acesso em: 24 abr. 2023
5. DULEY, Lelia et al. Antiagregantes plaquetários para prevenção da pré-eclâmpsia e suas complicações: uma Revisão Cochrane. JBMEDE-Jornal Brasileiro de Medicina de Emergência, v. 1, n. 2, p. e21016-e21016, 2021. Acesso em: 24 abr. 2023
6. FERREIRA, Eilen et al. Características maternas e fatores de risco para pré-eclâmpsia em gestantes. Rev Rene, v. 20, p. 1-7, Fortaleza, CE, Brasil, 2019. Disponível em: http://periodicos.ufc.br/rene/article/view/40327/pdf. Acesso em: 24 abr. 2023.
7. MORAES, Lhayse et al. Síndromes Hipertensivas na Gestação: Perfil Clínico Materno e Condição Neonatal ao Nascer. Revista Baiana de Saúde Pública, v. 43, n. 3, p. 599-611, jul./set. 2019. Disponível em: https://rbsp.sesab.ba.gov.br/index.php/rbsp/article/view/2974/2800. Acesso em: 23 abr. 2023.
8. SILVA, Maria et al. Mulheres com risco cardiovascular após pré-eclâmpsia: há seguimento no Sistema Único de Saúde? Revista Latino-Americana de Enfermagem. 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rlae/a/zysbhRdTsWfXttHCXGLX6bt/?lang=pt . Acesso em: 24 abr. 2023.