FATORES RELACIONADOS A QUALIDADE DE VIDA DOS ENFERMEIROS QUE ATUAM NA ÁREA HOSPITALAR: REVISÃO INTEGRATIVA

FACTORS RELATED TO THE QUALITY OF LIFE OF NURSES WORKING IN THE HOSPITAL AREA: INTEGRATIVE REVIEW

FACTORES RELACIONADOS CON LA CALIDAD DE VIDA DE LOS ENFERMEROS QUE ACTUAN EN EL ÁREA HOSPITALARIA: REVISIÓN INTEGRATIVA

REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/th10247311546


Elizangela de Fátima Elizario Gontijo1
Alvaneza Renata de Jesus2
Geovanna Ribeiro Soares3
Fernanda Marcelino de Rezende e Silva4
Karla Amaral Nogueira Quadros5
Maíla Martins Oliveira6
João Marcos Alves Melo7
Rayssa Nogueira Rodrigues8
Thiago Henrique Alves do Amaral Quadros9
Arion Saraiva Reisdorfer10
Julia Diniz Ferreira Quadros11


RESUMO: Os estudos presentes neste trabalho englobam a qualidade de vida da equipe de enfermagem, dividido em diversas esferas de estudo que abrange a equipe de enfermagem, com foco na saúde do trabalhador, na perspectiva das condições de trabalho, e no estilo de vida dos mesmos. Diante do exposto, este estudo tem por objetivo analisar as produções científicas disponíveis na literatura sobre a qualidade de vida do profissional de enfermagem, identificando os fatores estressores e protetivos que afetam a qualidade de vida de enfermeiros que trabalham na área hospitalar. Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, foram utilizados os descritores: Qualidade de vida, Trabalho, Enfermagem, Saúde do trabalhador, hospitalar, consultados nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Por meio de busca eletrônica foram localizados 78 artigos após leitura dos títulos. Sendo selecionados 9 artigos, que atenderam aos objetivos proposto:  dois na BDENF e LILACS, três na SciELO, dois na    BDENF, um na LILACS, um na MEDLINE.  Para melhor compreensão dos resultados apresentados no estudo os mesmos foram organizados em categorias listados como: fatores sentimentais e emocionais, fatores assistenciais, fatores associados a segurança e fatores associados a exposição. Pode-se concluir que os profissionais da enfermagem são acometidos com diminuição da sua qualidade de vida por esses fatores, sendo na sua importância de repensar as estruturas da organização de saúde na perspectiva do trabalhador, que são determinadas com sucesso no dia a dia por muito trabalho e que devem ser a área de foco das intervenções de saúde.

Palavras chave: Qualidade de vida, Trabalho, Enfermagem, Saúde do trabalhador, hospitalar

ABSTRACT: The studies present in this work encompass the quality of life of the nursing team, divided into several spheres of study that cover the nursing team, focusing on workers’ health, from the perspective of working conditions, and the lifestyle of same. Given the above, this study aims to analyze the scientific production available in the literature on the quality of life of nursing professionals, identifying the stressors and protective factors that affect the quality of life of nurses working in the hospital area. This is an integrative literature review, the following descriptors were used: Quality of life, Work, Nursing, Occupational health, hospital, consulted in the Health Sciences Descriptors (DeCS). Through an electronic search, 78 articles were located after reading the titles. Nine articles were selected, which met the proposed objectives: two in BDENF and LILACS, three in SciELO, two in BDENF, one in LILACS, one in MEDLINE. For a better understanding of the results presented in the study, they were organized into categories listed as: sentimental and emotional factors, assistance factors, factors associated with safety and factors associated with exposure. It can be concluded that nursing professionals are affected with a decrease in their quality of life due to these factors, being in their importance to rethink the structures of the health organization from the perspective of the worker, which are successfully determined on a daily basis for many years. work and that should be the focus area of ​​health interventions.

Keywords: Quality of life, Work, Nursing, Occupational health, hospital

RESUMEN: Los estudios presentes en este trabajo abarcan la calidad de vida del equipo de enfermería, dividida en várias esferas de estúdio que abarcan al equipo de enfermería, com foco en la saludo de lós rabejadores, en la perspectiva de lãs condiciones de trabajo y del estilo de vida de lós mesmos. Temendo en cruenta ló anterior, este estúdio tene como objetivo analisar la Productions científica disponível en la literatura sobre la calidad de vida de lós professional de enfermería, identificando lós fatores estresantes y protectores que afectan la calidad de vida de los enfermeros que actúan en el área hospitalaria. Se trata de una revisión integrativa de la literatura, se utilizaron los siguientes descriptores: Calidad de vida, Trabajo, Enfermería, Salud ocupacional, hospital, consultados en los Descriptores de Ciencias de la Salud (DeCS). A través de una búsqueda electrónica se localizaron 78 artículos después de la lectura de los títulos. Se seleccionaron nueve artículos, que cumplieron con los objetivos propuestos: dos en BDENF y LILACS, tres en SciELO, dos en BDENF, uno en LILACS, uno en MEDLINE. Para una mejor comprensión de los resultados presentados en el estudio, se organizaron en categorías enumeradas como: factores sentimentales y emocionales, factores asistenciales, factores asociados a la seguridad y factores asociados a la exposición. Se puede concluir que los profesionales de enfermería se ven afectados con una disminución de su calidad de vida debido a estos factores, siendo de su importancia repensar las estructuras de la organización de la salud desde la perspectiva del trabajador, las cuales se determinan exitosamente en el día a día para muchos años de trabajo y esa debe ser el área de enfoque de las intervenciones de salud.

Palabras clave: Calidad de vida, Trabajo, Enfermería, Salud ocupacional, hospital

1. INTRODUÇÃO

A qualidade de vida é definida pelo Grupo de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde como a percepção do indivíduo de seu lugar na vida no contexto das culturas e sistemas de valores em que vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. No entanto, não há um consenso sobre a definição de qualidade de vida no trabalho, mas de acordo com Amaral, Ribeiro e Paixão (2015) pode-se entendê-la como um programa destinado a promover e atender às necessidades dos colaboradores no desempenho de atividades dentro de uma organização, cuja ideia básica é a valorização das pessoas, satisfação e engajamento no trabalho.

Para Spiller, Dyniewicz e Slomp (2008) a qualidade de vida no trabalho é entendida como o conjunto de fatores presentes em uma determinada instituição que possibilitam aos trabalhadores nessa situação atingir todo o seu potencial físico e intelectual, respeitando ao bem-estar físico, mental, material e social, seguindo os princípios de segurança, higiene e ergonomia.

A qualidade de vida dos profissionais de enfermagem afetada compromete o trabalho e a satisfação pessoal e profissional. Condições ambientais anti-higiênicas, sobrecarga de trabalho, baixos salários e turnos inflexíveis foram listados como fatores que podem levar ao aumento do estresse laboral, aumento do estresse físico e psicológico e prejuízos às suas relações sociais. Estes fatores podem favorecer o adoecimento e trabalhadores doentes reduzem sua produtividade e são mais vulneráveis ao absenteísmo e ausências prolongadas que podem prejudicar o ambiente geral de trabalho (SILVA E FARIA, 2018).

Tratando-se dos trabalhadores de enfermagem, estudos evidenciam que o estresse no trabalho pode influenciar sobremaneira o processo saúde-doença. As cargas de trabalho que compõem o cotidiano desses trabalhadores se traduzem no ritmo de trabalho intensificado, na convivência diária com o sofrimento dos pacientes e familiares e na inadequação dos recursos humanos, físicos e materiais. Tais cargas têm dado ao trabalho de enfermagem atributos de um grande agente estressor, sendo responsável por acidentes, doenças e morte (SILVA et al., 2020).

O estresse, um componente inevitável do processo de viver, é um mecanismo de sobrevivência crucial; contudo para Silva et al (2019) o estresse crônico, culmina no desgaste, com alterações cerebrais que provocam problemas de saúde mental.

Face ao estresse no ambiente de trabalho pesquisas apontam uma correlação entre sintomas psicológicos e sofrimento relacionado ao trabalho, com três modelos conceituais principais: o modelo de adaptação ao estresse, o modelo de controle de demanda e o Burnout. Estudos internacionais mostraram que a síndrome de Burnout ocorre em 50% a 74% dos professores de medicina, enfermeiros e residentes (FABICHAK et al., 2014).

No Brasil, os mesmos autores observaram que a doença atinge 78,4% dos residentes de diferentes especialidades. Seu desenvolvimento está associado ao sofrimento mental, e muitas vezes são diagnosticados como ansiedade e depressão. A incidência desses transtornos é significativa, variando de 28,8% para transtornos de ansiedade e 15% a 18% para transtornos depressivos maiores (JARRUCHE;  MUCCI, 2021).

Os estudos presentes neste trabalho englobam a qualidade de vida da equipe de enfermagem, dividido em diversas esferas de estudo que abrange a equipe de enfermagem, com foco na saúde do trabalhador, na perspectiva das condições de trabalho, e no estilo de vida dos mesmos (JARRUCHE; MUCCI, 2021).

Diante do exposto, este estudo tem por objetivo analisar as produções científicas disponíveis na literatura sobre a qualidade de vida do profissional de enfermagem, identificando os fatores estressores e protetivos que afetam a qualidade de vida de enfermeiros que trabalham na área hospitalar. Surgindo assim, a pergunta norteadora: Como o trabalho de enfermagem na área hospitalar impacta na qualidade de vida destes trabalhadores?

O que justifica este trabalho é a possibilidade dos resultados contribuírem com mais conhecimento para melhora da assistência de enfermagem por meio de levantamento de dados sobre a qualidade de vida dos enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem que atuam na área hospitalar.

2. METODOLOGIA

De acordo Ercole et al (2012) a revisão integrativa de literatura é um método que tem como finalidade sintetizar resultados obtidos em pesquisas sobre um tema ou questão, de maneira sistemática, ordenada e abrangente. É denominada integrativa porque fornece informações mais amplas sobre um assunto/problema, constituindo, assim, um corpo de conhecimento. Deste modo, o revisor/pesquisador pode elaborar uma revisão integrativa com diferentes finalidades, podendo ser direcionada para a definição de conceitos, revisão de teorias ou análise metodológica dos estudos incluídos de um tópico particular. Esse método permite a inclusão simultânea de pesquisa quase-experimental e experimental, combinando dados de literatura teórica e empírica, proporcionando compreensão mais completa do tema de interesse. A variedade na composição da amostra da revisão integrativa em conjunção com a multiplicidade de finalidades desse método proporciona como resultado um quadro completo de conceitos complexos, de teorias ou problemas relativos ao cuidado na saúde, relevantes para a enfermagem.

Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, cuja questão norteadora é: “Como o trabalho de enfermagem na área hospitalar impacta na qualidade de vida destes trabalhadores?”

Para a realização da pesquisa foram utilizados os descritores: “Qualidade de vida”,  “Trabalho”,  “Enfermagem”,  “Saúde  do  trabalhador”,  “hospitalar “, os quais foram consultados nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Em seguida, foram organizados utilizando os Operadores Booleanos AND e OR através da equação de busca nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Base de Dados de Enfermagem (BDENF) e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e SCIELO. A coleta de dados ocorreu durante o mês de dezembro de 2022.

Os critérios de inclusão   definidos   para   a   seleção foram: artigos científicos que abordassem a qualidade de vida dos profissionais de enfermagem no ambiente hospitalar; publicados no idioma português ou inglês; no período compreendido entre 2015 a 2021; resultantes de pesquisas qualitativas, quantitativas e estudos teóricos; com disponibilidade do texto na íntegra on-line e gratuitamente. E os critérios de exclusão foram: textos incompletos, que não contemplassem os boleanos em estudo.

Por meio de busca eletrônica foram localizados 78 artigos após leitura dos títulos. De acordo com os critérios de inclusão e aspectos   estabelecidos   para   análise, foram   selecionados 9 artigos, que atendiam aos objetivos proposto para esta revisão integrativa, sendo:  dois na BDENF e LILACS, três  na  SciELO,  dois  na    BDENF,  um  na  LILACS,  um  na  MEDLINE. 

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise dos dados consistiu na leitura na íntegra dos artigos que foram selecionados de acordo com os critérios de inclusão e aspectos estabelecidos para análise. Em seguida feito a elaboração do quadro com os dados coletados. Para a análise e interpretação dos dados utilizou-se a análise descritiva, conforme mostra o Fluxograma (Figura 1).

Figura 1. Percurso metodológico para seleção dos artigos.

Fonte: elaborado pelos autores

Os artigos elencados para análise foram caracterizados e dispostos em uma tabela através de uma matriz de síntese, incluindo: título do artigo, autores e ano, objetivo e método, resultados, conclusão e nível de evidência (Quadro I):

Quadro I: Caracterização dos artigos selecionados para a revisão integrativa.

AutoriaTítuloAnoObjetivoMetodologiaProcedimento MetodológicoResultadosCategoria
Silva et al.Fatores relacionados a resiliência em trabalhadores de enfermagem no contexto hospitalar2020Investigar o nível e os fatores relacionados à resiliência em trabalhadores de enfermagem no contexto hospitalar.Estudo TransversalAplicação de um questionário individual, seguindo um roteiro semiestruturado contendo variáveis sociodemográficas e laborais, além da Escala de ResiliênciaO nível de resiliência dos trabalhadores de enfermagem se apresenta moderado a elevado. A idade mostrou-se determinante na resiliência, assim como o tempo de trabalho na profissão e na instituição.Atenção Hospitalar
COSTA, Thaviane; ARAJO, Maria.Qualidade de vida do Enfermeiro no trabalho e os reflexos no desenvolvimento profissional 2014Avaliar a qualidade de vida no trabalho (QVT) dos trabalhadores de enfermagem.Estudo DescritivoLevantamento bibliográfico a partir da temática ´´Qualidade de vida no trabalho´´.os profissionais de enfermagem sofrem de estresse pela sobrecarga de trabalho, insatisfação, e pela baixa remuneração e falta de reconhecimento pelo trabalho realizado.Atenção Hospitalar e Atenção Básica
SOUZA, Cristina; SILVA, Silmar; COSTA, Maria.Estresse ocupacional no ambiente hospitalar: revisão das estratégias de enfrentamento dos trabalhadores de Enfermagem.2018Identificar as estratégias de enfrentamento do estresse ocupacional dos trabalhadores de Enfermagem no ambiente hospitalar.Estudo DescritivoLevantamento Bibliográfico a partir da pergunta norteadora: ´´ “Quais estratégias de enfrentamento do estresse ocupacional os trabalhadores de enfermagem utilizam no ambiente hospitalar?”.A impossibilidade de excluir o estresse no cotidiano do profissional de Enfermagem evidencia a importância de se buscar estratégias de enfrentamento dele, na tentativa de conter o dano emocional causado nos trabalhadoresAtenção Hospitalar
PALHARES, Valéria; CORRENTE, José; MATSUBARA, BeatrizAssociação entre qualidade do sono e a qualidade de vida de profissionais de enfermagem que trabalham em turnos.2014Analisar a associação entre a qualidade do sono e a qualidade de vida dos profissionais de enfermagem segundo organização do trabalho.Estudo TransversalAplicação de um questionário padrão entre os indivíduos sorteados, seguido pela associação das variáveis e avaliação delas através do coeficiente de correlação Sperman.O trabalho noturno foi associado com prejuízo importante de pelo menos um componente da qualidade do sono. O prejuízo da qualidade do sono também se associou com o sexo feminino. Houve também, correlação estreita entre a qualidade de vida e qualidade do sono.Atenção Hospitalar
SPILLER, Andréia; DYNIEWICZ, Ana; SLOMP; MariaQualidade de vida de profissionais da saúde em hospital universitário.2008Identificar a Qualidade de Vida de Enfermeiros, Nutricionistas e Fisioterapeutas de um hospital universitário.  Estudo QualitativaEstudo Exploratório realizado através de entrevistas com os trabalhadores que responderam a um questionário estruturado e uma ficha de Informações Sobre o Respondente. Foi utilizado o Programa Statística for Windows para análise do material.O ambiente de trabalho influencia a QV dos profissionais, podendo desencadear estresse, irritabilidade e desmotivação. Os descontentamentos de profissionais com o trabalho repercutem inevitavelmente nos seus relacionamentos.    Atenção Hospitalar
BIANCHI, EstelaEnfermeiro hospitalar e o stress2000Verificar o nível de stress para os enfermeiros que atuam em unidades abertas e fechadas da instituição hospitalar e caracterizar os estressores na atuação desses enfermeiros.Estudo QuantitativoAplicação de um questionário adaptado contendo dados de identificação e levantamento de atividades estressantes para o enfermeiro seguindo a escala de Likert. A análise dos dados se deu através da padronização do escore para cada enfermeiro e para cada área de atuação usada no estudo.O stress está presente na atuação do enfermeiro em instituições hospitalares. Os enfermeiros de unidades abertas apresentaram maior índice de stress em relação àqueles que atuavam em unidades fechadas. Há necessidade de investimento do enfermeiro, preocupado com sua atuação, da instituição hospitalar e dos cursos de graduação e pós-graduaçãoAtenção Hospitalar
BIANCHI, EstelaEnfermeiro hospitalar e o stress2000Verificar o nível de stress para os enfermeiros que atuam em unidades abertas e fechadas da instituição hospitalar e caracterizar os estressores na atuação desses enfermeiros.Estudo QuantitativoAplicação de um questionário adaptado contendo dados de identificação e levantamento de atividades estressantes para o enfermeiro seguindo a escala de Likert. A análise dos dados se deu através da padronização do escore para cada enfermeiro e para cada área de atuação usada no estudo.O stress está presente na atuação do enfermeiro em instituições hospitalares. Os enfermeiros de unidades abertas apresentaram maior índice de stress em relação àqueles que atuavam em unidades fechadas. Há necessidade de investimento do enfermeiro, preocupado com sua atuação, da instituição hospitalar e dos cursos de graduação e pós-graduaçãoAtenção Hospitalar
RIBEIRO, Eduarda, et alQualidade de vida no trabalho de enfermeiros de instituições hospitalares da rede pública 2021Analisar a qualidade de vida no trabalho (QVT) dos enfermeiros de instituições hospitalares da rede públicaEstudo QuantitativoAplicação de dois questionários de autopreenchimento, sendo um com questões sociodemográficas e o outro estruturado relacionado à avaliação da QVT. O instrumento TQWL-42 foi desenvolvido e validado com o objetivo de avaliar a QVT, com base nos moldes dos instrumentos WHOQOL. Foi realizada a análise do banco de dados e a estatística descritiva.A QVT dos enfermeiros da rede pública de saúde, apontam que os aspectos disposição física e mental, capacidade de trabalho, autoestima, feedback, relações interpessoais, autonomia, tempo de lazer, recursos financeiros, segurança de emprego, variedade da tarefa, identidade da tarefa, autoavaliação da QV foram citados como satisfatório. Já os aspectos serviço de saúde e assistência social, tempo de repouso, desenvolvimento pessoal e profissional, liberdade de expressão, benefícios extras, jornada de trabalho, condições de trabalho e oportunidade de crescimento, foram citados como insatisfatóriosAtenção Hospitalar

Fonte: Elaborado pelos autores.

Para melhor compreensão dos resultados apresentados no estudo os mesmos foram organizados em categorias conforme os principais fatores estressores e protetivos que afetam a qualidade de vida dos profissionais de enfermagem no Brasil, os quais apresentam-se listados como: fatores sentimentais e emocionais (100%), fatores assistenciais (50%), fatores associados a segurança (40%) e fatores associados a exposição (60%).

Dentro dos fatores assistenciais foram englobados: diminuição da produtividade e da qualidade do serviço, baixo salário mensal, descanso inapropriado; os fatores associados a segurança consideraram a falta dos equipamentos de proteção individual e contaminação enquanto que a categoria fatores associados a exposição englobaram violência física e psicológica, assédio moral, procedimentos de riscos. Já na categoria fatores sentimentais e emocionais ficaram elencados:  a depressão, a ansiedade, o estresse, a síndrome de Burnout, o cansaço físico e emocional.

4. DISCUSSÃO

No tocante a qualidade de vida no ambiente de trabalho Lobo e Oliveira (2015) referem que o trabalho de enfermagem se não for bem gerido e ofertar aos profissionais garantias de descanso, gratificação justa e condições de trabalho, pode acarretar adoecimento, sendo esse de cunho tanto físico, quanto psicológico, o que pode afetar a qualidade de vida (QV) dos profissionais de enfermagem.

Os nove estudos foram utilizados para o norteamento deste estudo de revisão da literatura integrativa, que permitiu realizar uma análise dos dados referente à qualidade de vida dos profissionais de enfermagem no ambiente de trabalho hospitalar, e seus agravos estressores e protetivos que afetam a qualidade de vida dos profissionais de enfermagem. 

O ano de 2018 foi o ano com maior número de publicações, com dois artigos publicados; e a base de dados Scielo foi o periódico com maior número de artigos utilizados nesta revisão, tendo publicado todos os nove artigos.

Após a leitura e análise dos artigos os resultados apresentados que tiveram maior apresentação foram os elencados na categoria fatores sentimentais e emocionais. Sendo seguido pela categoria fatores assistenciais que que foi contemplada em 6 artigos, posteriormente veio a categoria associada a fatores de exposição em 5 artigos e por fim a categoria fatores associados a segurança que apareceu em 4 artigos. 

4.1 Fatores sentimentais e emocionais

A enfermagem destaca-se como uma das profissões com maior risco para desenvolver estresse, à medida que expõe os profissionais a inúmeros fatores que geram estresse no ambiente de trabalho, dos quais se destacam os aspectos de organização e administração do sistema de trabalho e da qualidade das relações humanas (COSTA et al., 2019).

Os profissionais da enfermagem estão frequentemente sujeitos, ainda, a fatores estressores, como condições inadequadas de trabalho, jornadas prolongadas, excesso de tarefas, ambiente físico inadequado, entre outros. Os diversos agentes estressores existentes no ambiente de trabalho agem individualmente em diferentes proporções, conforme a estrutura psicológica e física do profissional (RUBACK et al., 2018).

Cabe ressaltar que o estresse pode comprometer a saúde do trabalhador, ocasionando vários sintomas físicos, como aumento da sudorese, tensão muscular, taquicardia, hiperatividade, náuseas, cefaleia e dores no estômago. Pode, ainda, gerar doenças psíquicas, como problemas no relacionamento interpessoal, baixos níveis de desempenho, absenteísmo, presenteísmo, acidentes e insatisfação, e doenças físicas, como problemas cardiovasculares, o que acarreta alterações no ambiente de trabalho (JACQUES et al,. 2019).

A partir do exposto, deve-se atentar para o fato de que os profissionais de enfermagem que atuam no ambiente hospitalar estão suscetíveis ao estresse ocupacional, fato referido por diversos autores como por exemplo Lobo e Oliveira (2015). Em sua prática, exige-se dedicação no desempenho de suas funções, aumentando a probabilidade de ocorrência de desgastes físicos e psicológicos e do estresse ocupacional (RIBEIRO, 2020).

4.2 Fatores assistenciais

A intensificação do trabalho, instituída em meados dos anos de 1970/1980 é um processo global, que envolve as mais diversas categorias profissionais. Autores como Kubicek, Paškvan e Korunka (2015) a definem como um construto multifacetado, caracterizado pela necessidade de trabalhar mais rápido e cumprir prazos mais apertados, por uma redução do tempo ocioso e pela necessidade de realizar várias tarefas de trabalho, simultaneamente.

Pina e Sortz enfatizam que, a intensificação do trabalho está implicada em práticas de exploração como o prolongamento da jornada, o aumento do ritmo de trabalho e a administração por estresse e, ao mesmo tempo, de expropriação do saber do trabalhador. Esses processos determinam uma pluralidade de agravos à saúde e na manifestação do desgaste e do sofrimento difuso dos trabalhadores (PINA & STORZ, 2014).

Estudo de Souza et al (2017), aponta repercussões do neoliberalismo na organização e no processo de trabalho da equipe de enfermagem no âmbito hospitalar, verificando-se inadequações na estrutura física, nos recursos humanos e materiais, que afetavam a qualidade da assistência. Além disso, a intensificação do trabalho leva ao uso de metodologias laborais menos seguras e, consequentemente, traz complicações de ordem musculoesquelética e riscos psicossociais. Isso se dá porque os trabalhadores estão mais propensos a ignorar e bloquear sistemas de segurança para trabalhar mais rápido e manter a produtividade (BUNNER, PREM & KORUNKA, 2018).

4.3 Fatores associados a segurança

Em se tratando da assistência à saúde nos hospitais brasileiros, acredita-se que os erros e suas consequências são consideravelmente maiores devido à precariedade dos serviços prestados, à falta de dimensionamento adequado de pessoal, à carga horária excessiva e à má remuneração dos profissionais. Entretanto, estratégias simples e efetivas podem prevenir e reduzir riscos e danos nestes serviços, por meio do seguimento de protocolos específicos, associadas às barreiras de segurança nos sistemas e à educação permanente. (BELELA et al,.2020).

Instituições hospitalares têm incorporado tal ponto de vista com o objetivo de oferecer assistência de excelência, diminuir custos e assegurar a satisfação à clientela. Buscando instituir a segurança nas organizações de saúde enquanto processo cultural, promovendo maior consciência dos profissionais quanto à cultura de segurança, compromisso ético no gerenciamento de risco com consequente aquisição de segurança para si e para a clientela atendida, suprindo a lacuna existente no aspecto da segurança do paciente (CLARO et al,. 2021).

Tal lacuna pode ser constatada no processo assistencial, em que merece destaque a ocorrência crescente de eventos adversos (EAs), ou seja, de danos não intencionais que resultam em incapacidade temporária ou permanente e/ou prolongamento do tempo de permanência na instituição ou morte, como consequência de um cuidado de saúde prestado (ROQUE et al,. 2020).

Os eventos adversos são comumente associados ao erro humano individual, mas devem-se considerar como desencadeadores as condições de trabalho, os aspectos estruturais e a complexidade das atividades desenvolvidas. As situações que predispõem ao risco de eventos adversos incluem avanço tecnológico com deficiente aperfeiçoamento dos recursos humanos, desmotivação, falha na aplicação da sistematização da assistência de enfermagem (SAE), delegação de cuidados sem supervisão adequada e sobrecarga de serviço (BECCARIA et al,. 2020).

4.4 Fatores associados a exposição

Segundo Souza et al (2018) os profissionais de enfermagem realizam suas tarefas e passam a maior parte da jornada de trabalho em pé, carregando equipamentos pesados ​​que demandam energia, e por vezes sem a utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI). Silva et al (2011) corroboram com o autor acima relatando que a falta de tempo para se preparar para o atendimento também contribuem para o aparecimento de doenças ocupacionais e riscos ocupacionais.

Costa (2014) complementa ressaltando a importância de os profissionais estarem sempre atentos aos riscos à sua saúde, para que possam prevenir a exposição, bem como se anteciparem aos riscos da exposição apresentados.

No entanto, Santos et al (2011) suscita sobre a necessidade de a instituição provedora da assistência promover condições de trabalho adequadas para toda a equipe de enfermagem; como políticas de prevenção, que visam proporcionar assistência à saúde adequada. Para Santos et al (2011) nos locais em que há o suporte administrativo em que os gestores implementam essas políticas; as relações interpessoais e a conscientização da divisão do trabalho de forma uniforme acabam por proporcionar qualidade de vida e no trabalho, o que por conseguinte reduz o índice de adoecimento e absenteísmo. Nos resultados fornecidos por Silva e Farias (2018) constatou-se também que as cargas de trabalho enfrentadas pelos profissionais de saúde são elementos interagentes que levam a processos de desgaste, perda total ou parcial da capacidade física e mental, evidenciados por todo o processo biopsicológico.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo permitiu analisar os nove artigos sobre a temática e constatar que o local de trabalho apresenta uma série de riscos à saúde dos profissionais enfermeiros que interferem na qualidade de vida no local de trabalho, os quais podem ser evitados ou reduzidos por diversas medidas preventivas.

Os artigos apontam que os funcionários enfrentam riscos no local de trabalho porque o ambiente oferece riscos biológicos, físicos e químicos, entre outros. Que a ética do trabalho criada em condições inadequadas, aliada à redução de pessoal, relações trabalhistas conflitantes no local de trabalho, tende a gerar estresse profissional e esses fatores se somam às responsabilidades dos enfermeiros, levando a níveis mais elevados absenteísmo, desgaste físico e emocional.

Conforme analisado pode-se concluir que os profissionais da enfermagem são acometidos com diminuição da sua qualidade de vida por diversos fatores, estando entre eles os apresentados.

Sendo importante repensar as estruturas da organização de saúde na perspectiva do trabalhador, que são determinadas com sucesso no dia a dia por muito trabalho e que devem ser a área de foco das intervenções de saúde.

Repensar as políticas protetivas podem proporcionam à equipe de enfermagem melhores condições de trabalho, que promovam ambiente e saúde adequados. E a gestão da qualidade facilitaria a implementação de políticas, além de um relacionamento interpessoal e de segregação no trabalho da mesma forma, reduzindo os índices de absenteísmo e doenças.

As limitações do estudo foram à pequena quantidade de publicações referentes à temática proposta, escassez de amostras que aprofundaram números e desenvolvimento específico do tema. Contudo, é compreensível devido ao novo cenário vivenciado e com atualizações a cada instante, para contornar estas limitações do estudo. No entanto, este estudo pode auxiliar para próximas pesquisas quanto ao tema.

REFERÊNCIAS

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1 https://orcid.org/0000-0002-9801-2821, Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG. Unidade Divinópolis/MG;  lisgont76@gmail.com 

2 https://orcid.org/0000-0001-8490-8355; renatakiss2010@gmail.com

3 https://orcid.org/0000-0001-6656-8166; jojosoares218@gmail.com

4 https://orcid.org/0000-0003-2236-7009; Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG. Unidade Divinópolis/MG; fernanda.silva@uemg.br

5 https://orcid.org/0000-0002-3750-4873; Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG. Unidade Divinópolis/MG; karla.quadros@uemg.br

6 https://orcid.org/0000-0002-0289-2378; Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG. Unidade Divinópolis/MG; maila.oliveira@uemg.br

7 https://orcid.org/0000-0002-9056-6782; Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG. Unidade Divinópolis/MG; joao.melo@uemg.br

8 https://orcid.org/0000-0002-4772-4968; Universidade Federal de São João Del Rei – UFSJ.Campus Centro Oeste Dona Lindu; rayssa_nr@ufsj.edu.br

9 https://orcid.org/0000-0002-4428-7686; Universidade Federal do Pernambuco- UFPE; quadrosthiago@hotmail.com

10 https://orcid.org/0000-0001-8950-7219; Centro Universitário Maurício de Nassau- UNINASSAU; arion.reisdorfer@gmail.com

11 https://orcid.org/0009-0001-4880-971X; Centro Universitário Maurício de Nassau- UNINASSAU; juliadinizfquadros@gmail.com