REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12820332
Aline Regis De Menezes Pires Sobral
Orientador (a): Ylka Virginia Ribeiro Gomes
Palavras-chave: Angioma. Nevo-aranha, Dermatoscopia
1 INTRODUÇÃO
Telangiectasias representam dilatação de capilares superficiais. Podem ser uma manifestação de traumatismo físico, medicações, anormalidade hormonal, doença autoimune ou distúrbios genéticos. Em geral de origem idiopática. Essa discussão inclui o angioma aracneiforme, angioma serpiginoso, a telangiectasia hemorrágica hereditária (THH), a telangiectasia nevoide unilateral, a telangiectasia essencial generalizada e a ataxia-telangiectasia (Mancini; Knowchuk, 2017).
Angioma aracneiforme ou estelar:
Sinônimos: nevo arâneo, nevo aranha, aranha arterial, telangiectasia aranhosa, aranha vascular (Kane; Nambudiri; Stratigos, 2019).
Pápula central com vasos periféricos telangiectasias irradiando-se. Mais comum na face, na parte superior do tronco e nas mãos; lesões múltiplas não são raras em crianças. Ocasionalmente associado a doença hepática, terapia com estrogênio, gravidez (Mancini; Knowchuk, 2017).
Na diascopia, os vasos, telangiectasias adquirem coloração pálida, e a arteríola central pode pulsar.
Alguns angiomas estelares podem regredir espontaneamente. As lesões são benignas e assintomáticas, mas geralmente ocorrem na face, sendo cosmeticamente angustiante aos pacientes.
Os angiomas estelares são benignos e, portanto, não requerem tratamento. As lesões que constituem um problema cosmético podem ser erradicadas com eletrodissecção, eletrocoagulação ou terapia a laser. Os pacientes devem ser avisados da frequente recidiva das lesões (Kane; Nambudiri; Stratigos, 2019).
2 RELATO DE CASO
Paciente sexo feminino, sete anos de idade, atendida no serviço de dermatologia privado Clínica Plastic A, veio acompanhada por seu genitor que referia surgimento de lesão vermelha no rosto da menor há três meses.
Os pais não consanguíneos, gestação a termo e sem intercorrências, cesariana, pesando 3200 g, desenvolvimento normal, calendário vacinal atualizado.
Ao exame dermatológico:
Lesão formada por pápula central eritematosa medindo cerca de dois milímetros com vasos periféricos irradiando-se para a periferia da lesão.
Realizada a vitropressão e observada coloração pálida dos vasos. Além disso, foi observada com detalhe por aparelho de dermatoscopia digital Derma Tools: a pápula central correspondendo a arteríola central e os vasos irradiando-se para a periferia da lesão. Imagem armazenada para posterior comparação (sobreposição de imagens) em retornos subsequentes da paciente.
A conduta foi expectante e acompanhada por dermatoscopia digital periódica.
Figura 1 – Imagem da dermatoscopia digital, arteríola vista no centro da imagem com vasos finos irradiando-se do ponto central (Fonte: – Arquivo pessoal)
3 DISCUSSÃO
Os autores descrevem um caso de paciente do sexo feminino, sete anos, com queixa de lesão eritematosa em face há 3 meses.
Após história clínica, etiologia, exame físico dermatológico e dermatoscopia foi confirmado um angioma estelar.
Ao exame físico e dermatoscópico foi visto pápula central com arteríolas irradiando-se de cor vermelha, ovalada, pulsátil à palpação que desaparecem à diascopia (pressão leve com lâmina de microscopia).
O angioma estelar ou nevo aranha pode ser originado após um trauma, exposição solar, uso de estrogênio ou de forma idiopática.
O tratamento nem sempre se faz necessário por se tratar de uma lesão benigna.
Quando se opta por realizar o tratamento, pode ser feito terapia a laser, eletrocoagulação ou eletrodeposição.
No paciente do presente relato de caso foi optado por acompanhamento ambulatorial para realização de exame físico e dermatoscópico para avaliar evolução ou regressão da lesão devido a idade do paciente.
A dermatoscopia digital auxilia no diagnóstico rápido e preciso das lesões pigmentares, e não pigmentares diminuindo as exéreses desnecessárias e mantém acompanhamento de forma mais fidedígnas das lesões névias em pacientes pediátricos.
REFERÊNCIAS
AZULAY, R. D. Azulay Dermatologia. 8a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1280p. 2022.
KANE, K. S.-M.; NAMBUDIRI, V. E.; STRATIGOS, A. J. Atlas Colorido e Texto de Dermatologia Pediátrica. 3.Ed. Rio de Janeiro. 654p. 2019.
LAUREANO, A.; FERNANDES, C.; CARDOSO, J. Morfologia e padrões vasculares em dermatoscopia – Parte I. Princípios básicos. Revista SPDV,v.71, n.2, p.183-194, 2014.
MANCINI, A. J.; KNOWCHUK, D. P. Dermatologia Pediátrica: Um Guia de Referência Rápida. 3 ed. Editora: DI Livros Editora LTDA. 768p. 2017.