MOTIVAÇÃO E HUMANIZAÇÃO DA ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA E SUA IMPORTÂNCIA NO CUIDADO COM OS PACIENTES

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12825754


Ana Caroline Ribeiro da Silva Conrado1; Ana Lídia Bastos da Silva1; Joary Francisco da Cruz1; Josiane Rodrigues Barbosa Cavalcante1; Luciene Pereira Bonfim dos Santos1; Marlucia Gomes de Moura Silva1; Maria Helena Oliveira Santos1; Rafael Cavalcante Teixeira1; Sandra de Souza da Cunha.1 Janezeide Carneiro dos Santos Borges.2


RESUMO

O presente artigo tem como objetivo analisar a importância da motivação e humanização da enfermagem na Unidade de terapia intensiva (UTI) e sua importância no cuidado com os pacientes. Trata-se de uma revisão bibliográfica, com característica exploratória e descritiva, onde buscou-se por meio da contextualização literária escrita e análise de artigos, fazer um levantamento bibliográfico. Os resultados e discussão dos estudos mostraram a necessidade de uma relação de confiança entre paciente e profissional de saúde para trazer maior eficácia no cuidado e uma melhor assistência. A motivação profissional da enfermagem e a humanização são elementos essenciais no ambiente de trabalho dos profissionais de saúde, especialmente na terapia intensiva. O trabalho é desafiador e muitas vezes estressante, a motivação é fundamental para manter a excelência no cuidado aos pacientes. Conclui-se o quão importante é envolver medidas técnicas, práticas, humanísticas e ações que envolvam a motivação, principalmente em ambiente de terapia intensiva, ambiente esse que necessita de profissionais capacitados e mais motivados a lidar com pacientes graves no seu cotidiano. Sem dúvida há uma melhora expressiva no envolvimento do profissional em relação ao cuidado ao paciente, levando também a humanização e gerando uma aproximação entre enfermeiro, equipe de enfermagem, equipe de saúde e com o paciente que é melhor tratado e acolhido por todos. Porém é válido enfatizar que não podemos esquecer de cuidar de quem cuida, pois o ambiente laboral sem motivação e sem humanização refletirá no cuidado.

Palavras- chaves: Cuidados de enfermagem. Humanização. UTI.

ABSTRACT

This article aims to analyze the importance of motivation and humanization of nursing in the Intensive Care Unit (ICU) and its importance in patient care. It is a bibliographic review, with exploratory and descriptive characteristics, where it was sought through written literary contextualization and analysis of articles, to make a bibliographic survey. The results and discussion of the studies showed the need for a relationship of trust between patient and health professional to bring greater effectiveness in care and better care. Professional nursing motivation and humanization are essential elements in the work environment of health professionals, especially in intensive care. The work is challenging and often stressful, motivation is essential to maintain excellence in patient care. It is concluded how important it is to involve technical, practical, humanistic measures and actions that involve motivation, especially in an intensive care environment, an environment that needs trained professionals who are more motivated to deal with critically ill patients in their daily lives. There is undoubtedly a significant improvement in the professional’s involvement in relation to patient care, also leading to humanization and generating an approximation between nurses, nursing staff, health teams and the patient who is better treated and welcomed by all. However, it is worth emphasizing that we cannot forget to take care of those who care, because the work environment without motivation and without humanization will reflect on care.

Keywords: Nursing care. Humanization. ICU.

1 INTRODUÇÃO

A motivação e a humanização são elementos essenciais no contexto da terapia intensiva. Os pacientes na Unidade terapia intensiva – UTI frequentemente enfrentam situações de grande estresse e vulnerabilidade devido à gravidade de sua condição médica. Portanto, é crucial que a equipe de saúde, incluindo enfermeiros, médicos e outros profissionais, adotem uma abordagem humanizada e empática no cuidado desses pacientes, pois a segurança do paciente é uma preocupação primordial na UTI e visa contribuir com ações, como, prevenção de infecções, administração adequada de medicamentos, monitoramento constante dos sinais vitais e prevenção de quedas e lesões, sendo essas ações fundamentais para o gerenciamento do cuidado de enfermagem na UTI. Ao integrar, motivação, humanização e a segurança do paciente, a equipe de saúde pode oferecer um cuidado mais abrangente e eficaz. (Oliveira et al., 2014).

A Unidade terapia intensiva e um ambiente crucial nos hospitais, projetado para fornecer cuidados intensivos e monitoramento contínuo a pacientes em estado crítico ou com condições médicas graves. A UTI é equipada com tecnologia avançada de monitoramento e suporte vital, como ventiladores, monitores cardíacos, bombas de infusão e outros dispositivos médicos especializados. Seu objetivo principal é estabilizar pacientes e fornecer tratamento intensivo para permitir sua recuperação. (Souza et al.,2010)

Diante dessas premissas este estudo tem como objetivo analisar a importância da motivação e humanização da enfermagem na Unidade de terapia intensiva (UTI) e sua importância no cuidado com os pacientes, pois conforme Ribeiro et al. (2017), essas ações contribuem para efetividade e segurança da assistência, e assim os profissionais de saúde podem proporcionar um ambiente de trabalho mais seguro e garantir melhores resultados para os pacientes na UTI e em outros cenários clínicos.

É fundamental que os enfermeiros na UTI se sintam motivados e capacitados a fornecer um atendimento humanizado aos pacientes, colegas de trabalho e outros profissionais de saúde. Essa abordagem ética e comprometida é essencial para garantir a segurança, o bem estar e a satisfação dos pacientes na UTI. Isso envolve não apenas habilidades técnicas e clínicas, mas também uma atitude compassiva, empática e respeitosa em relação aos pacientes e suas famílias (Nascimento et al., 2004).

2 MÉTODOS

O presente estudo trata se de uma revisão bibliográfica, com característica exploratória e descritiva, onde buscou-se por meio da contextualização literária escrita por autores renomados e análise de artigos, um levantamento sobre a motivação e humanização da enfermagem na unidade de terapia Intensiva e sua importância no cuidado com os pacientes. Foram incluídos neste estudo, publicações na língua portuguesa, texto completo na íntegra e gratuitos. Foram excluídos estudos científicos que não responderam os objetivos da pesquisa.

A elaboração do artigo percorreu 06 etapas para se chegar ao resultado esperado, com identificação do tema; estabelecimento de critérios para inclusão; critérios de exclusão; definição das informações colhidas dos estudos selecionados; interpretação dos resultados encontrados; apresentação da revisão/síntese do conhecimento.

RESULTADOS

Para responder esse estudo, foram realizadas buscas nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e utilizado em ambas as bases os descritores de saúde: “motivação”; “humanização”, “terapia intensiva “e “enfermagem” e utilizado o operador booleano AND. Foi realizada uma busca na base de dados BVS, no mês de abril de 2024, por publicações conforme título, resumo e assunto.

Foram incluídos nesse estudo 14 publicações entre os anos de 2001 á 2022, na língua portuguesa, trabalho na íntegra, e excluídos trabalhos pagos.

Tabela 1: Caracterização metodológica dos estudos incluídos nessa revisão.

TítuloAutores e ano de publicaçãoObjetivoDiscussãoConclusão
O cuidado intensivo oferecido ao paciente no ambiente de Unidade de Terapia Intensiva.BATISTA et al. (2005).compreender o cuidado intensivo oferecido ao paciente no ambiente de Unidade de Terapia Intensiva AdultoA teoria “Sustentando a vida no ambiente complexo de cuidados em Unidade de Terapia Intensiva”, foi delimitada por oito categorias, das quais será focalizada neste artigo a categoria “Cuidando e monitorando o paciente continuamenteo cuidado intensivo requer um cuidado integral com os pacientes, que vai além do cuidado técnico e inclui as dimensões física, 
emocional, espiritual e social do ser humano.
Proposta de protocolo de sepse baseada em uma revisão integrativaPEREIRA (2020).O objetivo deste estudo é propor um protocolo de sepse baseado em uma revisão integrativaAções do enfermeiro
diante do paciente séptico; protocolos clínicos utilizados/desenvolvidos por enfermeiros; impactos do uso do protocolo; e o conhecimento do enfermeiro sobre o manejo do paciente com sepse.
Este estudo poderá contribuir para aprimoramento do conhecimento dos
enfermeiros no tocante à fisiopatologia, tratamento e implementação de estratégias, como protocolos, para o manejo da sepse em sua realidade. Há, ainda, a potencialidade de continuação da pesquisa para validação do protocolo proposto
As Barreiras na Humanização da Assistência de Enfermagem na Unidade de Terapia IntensivaSALVIAN O et al. (2018).O objetivo geral do estudo foi conhecer e descrever as barreiras para enfermagem acerca do processo da humanização em Unidade de Terapia Intensiva; e específicos, descrever o trabalho dos enfermeiros intensivistasA problemática da humanização na UTI é um dos assuntos mais discutidos na atualidade, devido à dificuldade de implantação na assistência.os profissionais precisam entender o “porquê” da ação voltada ao paciente, percebendo o significado da humanização, para isso, é necessário enfatizar a importância dos benefícios trazidos através deste modelo assistencial.
O cuidado intensivo oferecido ao paciente no de unidade de terapia intensivaBACKES (2012).compreender o cuidado intensivo oferecido ao paciente no ambiente de Unidade de Terapia Intensiva Adulto“Cuidando e monitorando o paciente continuamentecuidado intensivo requer um cuidado integral com os pacientes, que vai além do cuidado técnico e inclui as dimensões física, emocional, espiritual e social do ser humano
O Papel do Enfermeiro no Contexto Hospitalar: a Visão de Profissionais de SaúdeBACKES (2008).Analisar as concepções acerca do trabalho do enfermeiro no contexto hospitalar sob o olhar da equipe multiprofissional da saúderelevância do papel do enfermeiro no contexto hospitalar; o enfermeiro líder da equipe; o enfermeiro elemento de ligação e o fazer do enfermeiroA função gerencial foi a que mais especificamente foi percebida pelos sujeitos da pesquisa, principalmente pelas relações e interconexões que se estabelecem em um sistema de cuidados
Unidade de Terapia intensiva: considerações da literatura acerca das dificuldades e estratégias para sua humanizaçãoBOLELA E JERICÓ (2006).humanização em unidades de terapia intensiva relacionada ao paciente adulto, família e equipe de enfermagemprincipais estratégias utilizada s e dificuldades encontradas para sua implementaçãoevidenciando as diversas dificuldades para a implementação do cuidado humanizado, no entanto com poucas sugestões 
viáveis de estratégias para tal.
Recursos Humanos: Retenção de talentos e sua importância nas organizaçõesSOUZA et al. (2011).liderar com 
confiança e determinação
qual o perfil do funcionário ideal requisitado pelas empresas atualmentequais os fatores que podem levar à fuga de talentos em uma empresa bem como sua retenção, sem deixar de levar em consideração o papel do líder nesse processo
COSTA et al. (2009).compreender            como os profissionais da enfermagem (enfermeiros e técnicos) percebem a política de humanização no cenário de uma UTI e sua importância nesse processoA coleta dos dados ocorreu por meio de entrevista estruturada. Da análise emergiram aspectos referentes a elementos e características que definem a humanização, bem como questões facilitadoras e dificultadoras presentes no processoa empatia, o respeito e a valorização constituem elementos fundamentais e que o profissional de enfermagem acredita fazer a diferença no processo de humanizar
Humanização e Processos comunicacionais : reflexões sobre a relação entre o profissional de saúde e o usuárioMARTINS (2001).contribuir para as reflexões a respeito dos processos comunicacionais para os trabalhadores do Sistema Único de Saúdeaspectos relativos à problemática da comunicação nos serviços de saúderelacionamos             a competência comunicativa     com a formação e desenvolvimento de atitudes. São tecidas recomendações para os processos de sensibilização/capacitaçã o dos trabalhadores do SUS
Papel dos enfermeiros gestores e supervisores na implementação do modelo de supervisão clínicaMAIA (2021).obter mais 
conhecimentos conjugando estas duas áreas
o papel dos enfermeiros gestores e supervisores na implementação do modelo, de modo a reunir um conjunto de princípios que facilitem o seu papel.o gestor é um elo importante na implementação do modelo de supervisão, cujo papel desempenhado se concentra em quatro domínios das suas competências Papel dos enfermeiros gestores e supervisores na implementação do modelo de supervisão clínica
Motivação da Equipe de EnfermagemVALE (2011).compreender a 
motivação da equipe de enfermagem
condições de trabalho, entrosamento da equipe, valorização, capacitação e salário como fatores motivadoresa essência da motivação é presente no grupo de profissionais investigados, cabendo aos gestores de saúde à intervenção em fatores higiênicos que desmotivam esta categoria profissional
Trabalho e formação docente na educação profissionalMOURA (2022).auxiliar a formação dos professores que atuam na Educação Profissional dada a importância fundamental que tem o trabalho formativo do professor nesse âmbito educacionalformação de docentes da educação profissional e tecnológica deve ser implementada de forma que esteja envolvida com o fortalecimento do pensar crítico, criativo, com uso e entendimento da tecnologia comprometida com o socialo trabalho, a educação, a escola, a formação e o trabalho docente, especialmente no campo da educação profissional, considerando a realidade vigente – e suas contradições – e o que se quer buscar como utopia a ser alcançada
Percepções de profissionais de saúde sobre a humanização em unidade de terapia intensiva adultoSANCHES (2016)Compreender a percepção dos profissionais de saúde quanto ao cuidado humanizado em uma Unidade de Terapia Intensiva Adulto (UTI)Os profissionais de saúde apresentaram dificuldades em emitirem uma definição clara e objetiva para o conceito de humanizaçãoO estudo 
possibilitou a realização de uma reflexão baseada no conceito amplo da humanização, articulado com as dificuldades 
cotidianas que os profissionais encontram em sua aplicabilidade, evidenciando um distanciamento entre a teoria e prática.
A Humanização da
Assistência na Unidade de Terapia Intensiva na Visão dos Usuários
SAMPAIO et al. (2008)Analisar as percepções de pacientes em pós-operatório de cirurgia cardíaca no que diz respeito à humanização da assistência no período de internação na Unidade de Terapia Intensiva, ao atendimento e ao trabalho dos profissionais de saúdeA atenção, paciência, pronta- assistência e competência dos profissionais,os profissionais da instituição buscam, de forma humanizada e através de pronto atendimento e cuidado, amenizar esse momento delicado e sofrido para os pacientes
e seus familiares.
Fonte: Elaborado pelas autoras, conforme dados das pesquisa (2024).

3 DISCUSSÃO
3.1 O Cuidado multiprofissional na Unidade de Terapia Intensiva -UTI

A Unidade de Terapia Intensiva Utiliza de tecnologias avançadas de monitoramento para acompanhar de diagnóstico, prognóstico e a resposta dos pacientes ao tratamento. Isso inclui monitoramento hemodinâmico invasivo, oximetria de pulso, pressão arterial invasiva, capnografia, ventilação mecânica, aparelho de ultrassonografia, entre outros, que permitem uma detecção precoce de complicações e ajustes rápidos no plano de tratamento, porém todas essas tecnologias dependem da avaliação e do conhecimento dos profissionais de saúde e deve estar atrelada ao cuidar humanizado (Sanches, 2016).

O cuidado na UTI geralmente é prestado por uma equipe multidisciplinar que inclui médicos intensivistas, enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeutas, farmacêuticos, assistentes sociais e outros profissionais de saúde. Essa abordagem colaborativa permite uma gestão abrangente e coordenada da condição do paciente e deve ser avaliada como um todo e não separada. Desenvolver e implementar protocolos padronizados e multiprofissional para o manejo de condições comuns na UTI, como sepse, insuficiência respiratória aguda, trauma e outras emergências médicas, ajudam a garantir uma abordagem consistente e baseada em evidências para o tratamento, reduzindo erros médicos e melhorando os resultados dos pacientes (Pereira 2020; Salviano, 2018).

A integração de cuidados humanizados na UTI, que reconhece a importância do apoio emocional, comunicação eficaz e respeito à dignidade do paciente e de suas famílias, contribui para reduzir o estresse e a ansiedade dos pacientes e colegas de trabalho, pois promover a comunicação aberta e transparente e envolver equipe e familiares no processo de cuidado traz resultado positivos no cuidado á saúde do paciente e dos profissionais de saúde (Backes, 2012).

3.2 Os benefícios da motivação e humanização da enfermagem: Resultados no cuidado ao paciente.

Os enfermeiros tem papel importante nas organizações hospitalares que garantem a gestão eficaz dos recursos e a prestação de serviços de saúde, os enfermeiros estão na linha de frente tem múltiplas atividades, coordena, supervisiona e presta assistência direta ao paciente. O cuidado da enfermagem é essencial para garantir a qualidade da assistência, como também promover a eficácia das práticas de enfermagem e criar um ambiente de trabalho positivo e produtivo para toda a equipe (Maia et al., 2021; Backes et al., 2008).

A motivação na equipe de Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva contribui para o desenvolvimento de um trabalho positivo na recuperação física e emocional dos pacientes. Essa motivação precisa está alinhada entre enfermeiro e pacientes, pois quando os pacientes estão motivados a se envolver em terapias, exercícios e outras atividades de reabilitação, podem experimentar uma recuperação mais rápida e eficaz, durante a internação e após a alta hospitalar. A motivação desempenha um papel crucial nesse contexto, incentivando os enfermeiros a se dedicar e se especializar (Vale et al., 2011; Bolela et al., 2006).

A especialização nesse campo também é crucial, pois os enfermeiros precisam de habilidades específicas para lidar com os desafios únicos apresentados pelos pacientes em estado crítico. O aumento na quantidade de profissionais que buscam essa especialização mostra um reconhecimento da importância e da complexidade do trabalho realizado nas UTIs. No ambiente de terapia intensiva, profissionais da saúde, em destaque a enfermagem precisam estar motivados a lidar com pacientes graves no seu cotidiano, e quando se trabalha motivado sem dúvida há uma melhora expressiva no envolvimento do profissional em relação ao cuidado ao paciente, levando também a humanização pois gera a aproximação do enfermeiro com a equipe de enfermagem, e com o paciente que é melhor tratado e acolhido por todos (Batista et al., 2005; Souza et al., 2011)

Ainda conforme os autores acima, o ambiente laboral deve estar de acordo com as normas de saúde e segurança no ambiente de trabalho, melhorando a ergonomia, aplicação dos conceitos de saúde, alternância de atividades para mudança de posturas, política de humanização, pausas no trabalho, mobiliário adequado e instalações conforme os conceitos de segurança e saúde laboral, com ações de prevenção ao assédio moral e sexual e outros meios que podem fortalecer a motivação do trabalhador e melhorar a qualidade de vida do mesmo.

Vale salientar que se faz necessário proporcionar um ambiente laboral humanizado para enfermagem e acredita-se que este através da humanização, poderá construir ferramentas para prestar por um atendimento humanizado ao paciente, levando em consideração seus valores, esperanças, aspectos culturais, queixas frequentes e preocupações. O trabalho do enfermeiro é fundamental com sua visão ampla e reflexão e contribui para o planejamento de suas ações (Martins et al., 2001; Sampaio, et al 2008).

Para Costa et al (2009) é importante aderir uma política de humanização, principalmente em hospitais que atendem ao SUS (Sistema Único de Saúde) para que o paciente se sintam melhor acolhido, sendo esta atuação voltada para o paciente internado e também abarque seus familiares e toda a equipe de saúde, pois essa inter- relação efetiva e afetiva gerará um melhor cuidado e valorização e respeito ao paciente e com melhor atendimento e cuidado na promoção da saúde, de forma que prima-se pela dignidade do ser humano, considerando-o como um ser com medos e receios e que está exposto em ambiente hospitalar e por isso deve ter seus direitos, resguardados a partir da humanização da assistência.

E para o profissional de enfermagem garantir essa assistência humanizada, cujos resultado serão positivos tanto para a enfermagem que trabalha 24 horas na assistência, quanto para o paciente, precisa está sempre em busca de educação continuada, ampliando seus conhecimentos teóricos e práticos a fim de se capacitar para solucionar de maneira interdisciplinar os problemas críticos de sua realidade de trabalho. Com isso os gestores de saúde, devem ofertar, treinamentos e capacitar sua equipe com a finalidade de dar início o mais rápido possível à assistência, observando e garantindo qualidade nos serviços de saúde prestados (Moura, et al., 2022).

Na literatura sobre cuidados de saúde, há artigos que fornecem proposições e descrições sobre atitudes gerenciais e esforços para melhorar a segurança e a qualidade, e estes salientam sempre a motivação e humanização. Tais sugestões e recomendações perspicazes para as ações dos enfermeiros e seus gestores é preponderante para o hospital melhorar a qualidade do atendimento ao paciente em sua organização e na UTI tais estratégias são ainda mais imprescindíveis e essenciais para promover a segurança do paciente incorporando práticas eficientes na assistência direta e/ou indireta gerando a promoção da saúde do paciente (Moura, et al., 2022; Costa et al.,2009).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No gerenciamento da qualidade dos serviços prestados em UTI, os pacientes são o centro do trabalho, e por isso a preocupação deve estar voltada aos mesmos, uma vez que qualquer ação feita erroneamente pode gerar danos e consequências desastrosas. Para isso o enfermeiro deve estar sempre pautado em conhecimento científico e técnico, e desenvolver habilidades que visam resolver os problemas de saúde. Porém é válido enfatizar que não podemos esquecer de cuidar de quem cuida, pois o ambiente laboral sem motivação e sem humanização refletirá no cuidado. Com isso espera que os gestores possam oferecer uma infraestrutura adequada, com conforto para seus funcionários, escala flexíveis, plano de carreira, dentre outros conforme o Conselho Federal da Enfermagem e está na lei do trabalhador, lembrando que humanizar é ir além do que está no script.

Conclui-se o quão importante é envolver medidas técnicas, práticas, humanísticas e ações que envolvam a motivação, principalmente em ambiente de terapia intensiva, ambiente esse que necessita de profissionais capacitados e mais motivados a lidar com pacientes graves no seu cotidiano. Sem dúvida há uma melhora expressiva no envolvimento do profissional em relação ao cuidado ao paciente, levando também a humanização e gerando uma aproximação entre enfermeiro, equipe de enfermagem, equipe de saúde e com o paciente que é melhor tratado e acolhido por todos.

REFERÊNCIAS

BACKES, MT. O cuidado intensivo oferecido ao paciente no ambiente de Unidade de Terapia Intensiva. Esc. Anna Nery, v. 16, n. 4, p. 689-966, 2012.

BACKES, M. S., SOUSA, F. G. M., & ERDMANN, A. L. (2008). O papel do enfermeiro no contexto hospitalar: a visão de profissionais de saúde. Ciência, Cuidado e Saúde, v. 7, n. 3, p. 319-326, 2008.

BATISTA, Anne Aires, VIEIRA. Maria Jésia, CARDOSO. Normaclei C. dos S, CARVALHO. Gysella. Fatores de motivação e insatisfação no trabalho do enfermeiro. Rev Esc Enferm USP. v. 39, n. 1, p. 85-91, 2005.

BOLELA, Fabiana; JERICÓ, Marli de Carvalho. Unidades de terapia intensiva: considerações da literatura acerca das dificuldades e estratégias para sua humanização. Escola Anna Nery, v. 10, p. 301-309, 2006.

COSTA, Silvio Cruz; FIGUEIREDO, Maria Renita Burg; SCHAURICH, Diego. Humanização em Unidade de Terapia Intensiva Adulto (UTI): compreensões da equipe de enfermagem. Interface (Botucatu), Botucatu , v. 13, supl. 1, p. 571-580, 2009 .

MARTINS, Maria Cezira Fantini Nogueira. Humanização Das Relações Assistenciais: a. Casa do Psicólogo, 2001.

MAIA, Ana Catarina da Silva. Papel dos enfermeiros gestores e supervisores na implementação do modelo de supervisão clínica. 2021. Tese de Doutorado, 2021.

MOURA, Dante Henrique. Trabalho e formação docente na educação profissional. 2022.

NASCIMENTO, E. R. P. D., & TRENTINI, M. O cuidado de enfermagem na unidade de terapia intensiva (UTI): teoria humanística de Paterson e Zderad. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 12, p. 250- 257, 2004.

OLIVEIRA, R.M; LEITÃO, I; SILVA, L; FIGUEIREDO, S; SAMPAIO, R.L; GONDIM, M. M. Estratégias

para promover segurança do paciente. Esc Anna Nery, v.18, n. 1, p. 122-129, 2014.

PEREIRA, Deborah Mara da Rocha et al. Proposta de protocolo de sepse baseada em uma revisão integrativa. 2020.

RIBEIRO et al. Relatos de vida e fotografia de pacientes sedados em UTI: estratégia de humanização possível?. Rev electrónica trimestral de enf., v. 16, n. 47, p. 56, 2017.

SAMPAIO, A.P.; MAGALHÃES, M.S. A humanização da assistência na Unidade de Terapia Intensiva na visão dos usuários. RBPS, 2008.

SANCHES, Rafaely de Cassia Nogueira et al. Percepções de profissionais de saúde sobre a humanização em unidade de terapia intensiva adulto. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, v. 20, n. 1, p. 48-54, 2016.

SALVIANO, Isabel Cristina de Barros Salviano et al. As barreiras na humanização da assistência de enfermagem na unidade de terapia intensiva. Revista de Trabalhos Acadêmicos-Universo Salvador, v. 2, n. 4, 2018.

SOUZA, R.M. Retenção de Talentos e sua Importância na Gestão de Recursos Humanos. 29 f. Monografia (Especialização em Recursos Humanos – Gestão de Pessoas e Competências). Centro Universitário Filadélfia, Unifil. Londrina, Pr., 2011.

SOUZA, Kátia Maria Oliveira de; FERREIRA, Suely Deslandes. Assistência humanizada em UTI neonatal: os sentidos e as limitações identificadas pelos profissionais de saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, p. 471- 480, 2010.

VALE, Célio Mendes. Praticando a motivação na equipe de Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva contribuindo para o desenvolvimento de um trabalho eficaz. Web artigos, 2011.


1Acadêmicas do Curso de Enfermagem do centro Universitário Mauricio de Nassau Barreiras/UNINASSAU. E-mail: sandracunhaenfermagem@hotmail.com

2Professora do Curso de Enfermagem do Centro Universitário São Francisco de Barreiras – UNIFASB/UNINASSAU.E-mail: borgesjane674@gmail.com

Autora correspondente : Sandra de Souza da Cunha