INFLUÊNCIA DE FATORES ESTRESSORES NA PREVALÊNCIA DOENÇAS INTESTINAIS FUNCIONAIS EM ESTUDANTES DE MEDICINA 

INFLUENCE OF STRESSOR FACTORS ON THE PREVALENCE OF FUNCTIONAL BOWEL DISEASES IN MEDICAL STUDENTS

INFLUENCIA DE FACTORES ESTRESORES EN LA PREVALENCIA DE ENFERMEDADES FUNCIONALES DEL INTESTINAL EN ESTUDIANTES DE MEDICINA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12793381


Yasmin Soares Vilarinho Félix1; Mayara Ladeira Coêlho2; Conceição de Maria Aquino Vieira Clairet3; João de Jesus Cantinho Júnior4; Alice Lima Rosa Mendes5; Danilo Antonio Giarola6; Klégea Maria Câncio Ramos Cantinho7; Suely Moura Melo8; Caroline Nogueira Paranhos9


RESUMO

Os primeiros relatos de Doenças Funcionais Intestinais (DFI) são de 1940. A caracterização, pelos critérios de Roma IV, engloba 26 patologias. Sua etiologia permanece multifatorial, entretanto, possui associação importante a distúrbios emocionais. E o ambiente universitário médico, especialmente, tende ao desgaste psicológico. Diante disso, o presente estudo objetivou esclarecer a influência de fatores estressores na prevalência de doenças intestinais funcionais em estudantes de Medicina. Para isso, realizou-se um estudo observacional, descritivo, transversal com abordagem quantitativa, através de uma pesquisa aplicada. A pesquisa foi submetida e aprovada pelo CEP com o CAAE número 69149023.0.0000.5211. Coletaram-se os dados por formulário eletrônico (Google Forms®) entre os meses de junho e agosto de 2023, com posterior análise por ferramentas do Excel®. Participaram 164 discentes, com prevalência de 16,4% de doenças intestinais funcionais, como a Constipação Funcional (7%) e a Síndrome do Intestino Irritável (7%). Os portadores tinham, principalmente, entre 20 e 24 anos (44,4%), eram do sexo feminino (81,48%) e estavam no 8º período (25,9%). 55% dos participantes relatam o diagnóstico após ingressarem na faculdade e 66,7% afirmaram algum tratamento, 51% referiram certa piora sintomatológica em momentos delicados da graduação. A prevalência das DIF aumentou com o avançar do curso. Não foi possível associar a graduação médica e essas patologias. Cerca de 45,73% dos participantes possuíam doenças psiquiátricas, como ansiedade (29%) e ansiedade com depressão (8%). 36% receberam esse diagnóstico após início da graduação. O perfil socioepidemiológico foi semelhante ao supramencionado, porém decrescendo em prevalência ao longo do curso. Não foi possível avaliar o curso de Medicina como preditor de DIF. Encontrou-se correlação moderada entre as doenças intestinais funcionais e as psiquiátricas (r=0,33). Apesar disso, são necessárias mais pesquisas para elucidar os fenômenos funcionais intestinais e seus fatores associados na formação médica.            

Palavras-chave: Doenças funcionais do cólon. Intestino. Faculdades de Medicina.

ABSTRACT

The first reports of Functional Intestinal Diseases date back to 1940. The characterization, according to the Rome IV criteria, encompasses 26 pathologies. Its etiology remains multifactorial, however, it has an important association with emotional disorders. And the medical university environment, especially, tends to be psychologically stressful. Therefore, the present study aimed to clarify the influence of stressors on the prevalence of functional intestinal diseases in medical students. For this, an observational, descriptive, cross-sectional study with a quantitative approach was used, using applied research. The research was submitted and approved by the CEP (CAAE 69149023.0.0000.5211). Data were collected using an electronic form (Google Forms®) between the months of June and August 2023, with subsequent analysis using Excel® tools. 164 students participated, with a prevalence of 16.4% of functional intestinal diseases, such as Functional Constipation (7%) and Irritable Bowel Syndrome (7%). Carriers were mainly between 20 and 24 years old (44.4%), were female (81.48%) and were in their 8th period (25.9%). 55% reported the diagnosis after entering college and 66.7% reported some treatment. 51% reported a certain worsening of symptoms at delicate moments during graduation. The prevalence of DIF increased as the course progressed. It was not possible to associate medical degree and these pathologies. Around 45.73% of participants had psychiatric illnesses, such as anxiety (29%) and anxiety with depression (8%). 36% received this diagnosis after starting their degree. The socio-epidemiological profile was similar to that mentioned above, but decreasing in prevalence throughout the course. It was not possible to evaluate the medical course as a predictor of DIF. A moderate correlation was found between functional and psychiatric intestinal diseases (r=0.33). Despite this, more research is needed to elucidate intestinal functional phenomena and their associated factors in medical training.

Keywords: Functional diseases of the colon. Intestine. Medical schools.

RESUMEN

Los primeros informes de Enfermedades Funcionales Intestinales datan de 1940. La caracterización, según los criterios de Roma IV, abarca 26 patologías. Su etiología sigue siendo multifactorial, sin embargo, tiene una asociación importante con trastornos emocionales. Y el ambiente universitario de medicina, especialmente, tiende a ser psicológicamente estresante. Por lo tanto, el presente estudio tuvo como objetivo aclarar la influencia de los factores estresantes en la prevalencia de enfermedades intestinales funcionales en estudiantes de medicina. Para ello se utilizó un estudio observacional, descriptivo, transversal con enfoque cuantitativo, utilizando investigación aplicada. La investigación fue presentada y aprobada por el CEP (CAAE 69149023.0.0000.5211). Los datos fueron recolectados mediante un formulario electrónico (Google Forms®) entre los meses de junio y agosto de 2023, con posterior análisis mediante herramientas Excel®. Participaron 164 estudiantes, con una prevalencia del 16,4% de enfermedades intestinales funcionales, como Estreñimiento Funcional (7%) y Síndrome de Intestino Irritable (7%). Los portadores tenían principalmente entre 20 y 24 años (44,4%), eran mujeres (81,48%) y se encontraban en el 8º período (25,9%). El 55% refirió el diagnóstico después de ingresar a la universidad y el 66,7% refirió algún tratamiento. El 51% refirió cierto empeoramiento de los síntomas en momentos delicados durante la graduación. La prevalencia de DIF aumentó a medida que avanzaba el curso. No fue posible asociar la carrera médica y estas patologías. Alrededor del 45,73% de los participantes padecían enfermedades psiquiátricas, como ansiedad (29%) y ansiedad con depresión (8%). El 36% recibió este diagnóstico luego de iniciar su carrera. El perfil socioepidemiológico fue similar al mencionado anteriormente, pero su prevalencia fue decreciente a lo largo del curso. No fue posible evaluar la evolución médica como predictor de DIF. Se encontró una correlación moderada entre enfermedades intestinales funcionales y psiquiátricas (r=0,33). A pesar de esto, se necesitan más investigaciones para dilucidar los fenómenos funcionales intestinales y sus factores asociados en la formación médica.

Palabras clave: Enfermedades funcionales del colon; Intestino; Escuelas de medicina.

INTRODUÇÃO

Os primeiros relatos de Doenças Funcionais Intestinais datam da década de 1940. Tratava-se de sintomas intestinais variáveis, em indivíduos aparentemente sem lesão estrutural. Os critérios mais aceitos entre os gastroenterologistas para caracterização desses distúrbios são os de Roma, cujo primeiro consenso ocorreu em 1988. O mais recente deles, Roma IV, foi lançado em 2016 e descreve 26 patologias funcionais (Wiley; Chang, 2018).

A relevância das doenças funcionais está relacionada à sua elevada prevalência. Dados de Vila et al. (2018) estipulam prevalência mundial de até 21%. Além disso, seu impacto é expressivo na redução da qualidade de vida dos pacientes. Por isso, estão fortemente associadas ao absenteísmo no trabalho, aos distúrbios do sono e aos elevados custos do tratamento ao sistema de saúde (Curró et al., 2016).

No cenário atual, as queixas funcionais compõem, ao menos, 30% das mencionadas nos consultórios de gastroenterologia. Nesse sentido, sua apresentação clínica é variável e o espectro pode incluir: dor e distensão abdominal, constipação, diarreia, plenitude precoce ou pós-prandial, náuseas e vômitos. As síndromes de maior destaque são: Síndrome do Intestino Irritável (SII), Dispepsia Funcional (DF) e Constipação Funcional (CF) (Black et al., 2020).

Todavia, os sintomas supramencionados são comuns a diversas outras patologias de causa orgânica. São exemplos: Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), doença celíaca, úlcera péptica e outros. Porém, na maioria dos pacientes com doenças funcionais, não há anormalidades estruturais, o que realoca o paciente para as categorias de desordens funcionais (Black et al., 2020).

Habitualmente, os distúrbios funcionais do intestino não possuem fisiopatologia ou etiologia conhecida. Apesar disso, algumas alterações têm sido identificadas no eixo cérebro-intestino que possam justificar seu surgimento. São exemplos: desarranjos motores, hipersensibilidade visceral e processamento anormal de sinais sensoriais (Karakan et al., 2021). 

Segundo Talley (2020), é fundamental o estudo sobre possíveis gatilhos para o aparecimento dessas patologias. Dentre eles, a dieta desempenha papel crucial, já que os sintomas podem aparecer concomitantes às refeições. Entretanto, há outros: o tabagismo está associado à DF; as atopias e as doenças autoimunes, à SII e à DF. Além disso, podem surgir pós-enterites infecciosas, especialmente por Salmonella

Por conta do eixo cérebro-intestino, as doenças funcionais guardam relação íntima com desordens psicológicas, especialmente ansiedade e depressão. Fora esses, Karakan et al. (2021) destacam: ataques de pânico, comportamento hipocondríaco e somatização. E o cenário de estresse psicológico, exacerbando ou precipitando os sintomas, pode ajudar a diferenciá-las das afecções orgânicas (Talley, 2020). 

Sabendo que há lacunas epidemiológicas consideráveis entre as duas variáveis, questionou-se qual seria a prevalência de doenças intestinais funcionais em estudantes de Medicina de uma Instituição de Ensino Superior (IES) de Teresina, Piauí. Com este estudo, objetivou-se esclarecer a influência de fatores estressores na prevalência de doenças intestinais funcionais em estudantes de Medicina. Ainda, analisar a prevalência dessas patologias entre os estudantes de Medicina, elucidar seu desenvolvimento em indivíduos cursando essa graduação e relacionar a presença de doenças intestinais funcionais com transtornos mentais.

METODOLOGIA

Por envolver seres humanos, a pesquisa foi submetida, analisada e autorizado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP), sob o número CAAE 69149023.0.0000.5211 (Anexo 1). Além disso, foi solicitada a autorização da IES para a realização da pesquisa, para a qual a resposta também foi favorável. Após os procedimentos iniciais mencionados, a pesquisa teve início.

Todos os estudantes incluídos na pesquisa receberam, em seus celulares, o link de acesso ao questionário contendo o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), para concordarem ou não em participar da pesquisa. Após concordarem em participar da pesquisa, foram direcionados para o questionário. 

Tratou-se de um estudo do tipo observacional, descritivo, transversal com abordagem quantitativa, realizado mediante pesquisa aplicada por questionário online, em uma IES de Teresina, Piauí, entre os meses de Junho e Agosto de 2023. Participaram da pesquisa estudantes de Medicina da IES particular escolhida como cenário do estudo, mediante os seguintes critérios de inclusão: idade a partir de 18 anos, cursando do 1º ao 8º período. Pessoas com deficiências intelectuais e com doenças intestinais orgânicas foram excluídas.

Todos os discentes incluídos na pesquisa receberam, em seus celulares, o link para acessar o questionário. Isso foi feito através de plataformas digitais, como o WhatsApp®. Na primeira seção, estava o TCLE. Após concordarem em participar, foram direcionados para a segunda seção do questionário. Caso o participante não aceitasse participar, não conseguia prosseguir para a próxima seção.

A coleta de dados aconteceu através do envio do link que possibilitou o acesso ao questionário (no Google Forms®), via plataformas digitais (WhatsApp®). O questionário realizado tinha perguntas relacionadas aos dados dos participantes (idade, sexo e período) e relativas à prevalência das doenças intestinais funcionais (tipo, tempo de início, tratamento prévio ou atual e associação da piora dos sintomas com eventos do curso de Medicina, inclusive para os que não possuem esse diagnóstico). 

Além disso, foi questionado sobre afecções psiquiátricas, como transtornos de humor e de ansiedade. Não foi contabilizado o tempo para responder às perguntas, ou seja, uma vez acessadas, não havia tempo limite para respondê-las. Porém, só puderam ser respondidos uma única vez. Os formulários não foram identificados com o nome dos participantes e não foram coletados e-mails.

Os dados foram organizados em gráficos e em tabelas e analisados mediante ferramentas do Excel®.  A análise dos dados seguiu um padrão de prevalência de cada patologia ou sintoma, assim como da influência positiva ou negativa com os eventos acadêmicos mencionados no questionário. Também foram realizados testes estatísticos para elucidar se houve relação entre as variáveis. 

Quando procura-se analisar o padrão comportamental de variáveis quantitativas, de forma conjunta, no mesmo objeto de estudo, os testes de correlação são muito úteis. Seu significado abrange confirmar que: quando o valor de uma variável aumenta, o valor de outra tende a aumentar; ou, inversamente, reduza-se progressivamente (Miot, 2018).

 No presente estudo, a correlação do tipo linear foi utilizada para associar as doenças intestinais funcionais aos transtornos psiquiátricos. De acordo com o valor R de Pearson, a correlação pode ser classificada de nula a muito forte.

Além disso, para análise da influência dos fatores estressores sobre os sintomas intestinais funcionais, utilizou-se o teste variância (ANOVA – fator único). Optou-se por essa ferramenta, com o intervalo de confiança de 95%, pois caso seja significativa (p<0,05), anula-se a hipótese da homogeneidade, que afirma que as médias dos fatores observados não diferem entre si (Pagotto et al., 2021).

Outro teste aplicado foi o de regressão linear. É uma técnica útil na análise do comportamento de uma variável (Moreira et al., 2020). Nesse sentido, buscou-se avaliar a interferência das doenças intestinais funcionais, assumindo como componente importante o momento do curso em que os participantes estavam. O resultado é uma fórmula matemática associando as variáveis, que forma uma linha de tendência. 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados adquiridos com esse trabalho foram compilados e a partir deles, foi possível construir a Tabela 1 com o perfil socioepidemiológico dos participantes dessa pesquisa.

Tabela 1: Perfil socioepidemiológico dos graduandos de Medicina entrevistados, pertencentes a uma IES particular, dos períodos I ao VIII, de Teresina, Piauí, entre Junho e Agosto de 2023.

Variáveln%
Idade 
15-192113%
20-249357%
25-291610%
30-342012%
35-39127%
40-4521%
Sexo
Feminino11973%
Masculino4527%
Período
1º e 2º3119%
3º e 4º3622%
5º e 6º3320%
7º e 8º6439%
Total164100

Fonte: dados da pesquisa, (2024).

A amostra deste estudo contou com a participação de 164 discentes do curso de Medicina de uma IES particular de Teresina, Piauí. Houve o predomínio de adultos jovens, entre 20 e 24 anos (53%), do sexo feminino (73%) e cursando, em média, entre o 7º e o 8º período (39%). 

A análise dos dados foi organizada dissociada da sequência das perguntas do questionário. A Tabela 2 apresentada a análise por idade, sexo, período dos graduandos de Medicina que são portadores de doenças intestinais funcionais. 

Tabela 2: Perfil socioepidemiológico dos graduandos de Medicina portadores de doenças intestinais funcionais, com e sem seguimento clínico, que cursam entre o I e VIII períodos, de uma IES de Teresina, Piauí, entre Junho e Agosto de 2023.

VariávelN%
Idade  
15-19311%
20-241244%
25-2927%
30-24519%
35-39415%
40-4514%
Sexo  
Feminino2178%
Masculino622%
Período  
1º e 2º311%
3º e 4º726%
5º e 6º622%
7º e 8º1141%
Total27100%

Fonte: dados da pesquisa, 2024.

Observou-se a partir da Tabela 2, a prevalência de 16,4% de doenças intestinais funcionais entre os participantes da pesquisa. Quanto ao perfil socioepidemiológico dos pacientes portadores, percebeu-se a dominância de adultos jovens, entre 20 à 24 anos (44%), do sexo feminino (78%) e cursando, especialmente, entre o 7º e 8º períodos da graduação (41%).

A dominância jovem e feminina entre os portadores, neste estudo, é semelhante aos dados de Spillebout et al., 2019. Sabe-se que cada patologia funcional apresenta sua casuística, porém, algumas delas, como a SII, acometem bastante mulheres jovens. Já a constipação funcional apresenta-se mais nos extremos de idade, com alta prevalência na infância e na senilidade (Shin et al., 2019). Através do Gráfico 1, foi possível avaliar a prevalência de doenças intestinais funcionais em alunos de Medicina no período de junho a agosto de 2023.

Gráfico 1: Prevalência de Doenças Intestinais Funcionais entre alunos de Medicina de uma IES particular de Teresina, Piauí, que cursam do I ao VIII períodos, entre junho e agosto de 2023.

Fonte: dados da pesquisa, 2024. 

Nesta pesquisa, as DIF com maior destaque foram a Constipação Intestinal Funcional (7%) e a Síndrome do Intestino Irritável (7%). A Dispepsia Funcional, as Náuseas e Vômitos Funcionais e a Síndrome da Eructação ocuparam lugares semelhantes em prevalência (1%) (Gráfico 1). Não foram relatadas outras patologias funcionais pelos entrevistados além dessas.

Quanto à época do diagnóstico, 29,26% dos participantes receberam-no entre 1 e 3 anos, e 22% com menos de um ano. Quando questionados acerca desse momento, 55% relataram-no posterior ao ingresso na faculdade. Sobre o seguimento clínico, 66,7% dos participantes diagnosticados afirmaram fazer ou já ter feito tratamento e 33,3% negaram intervenção terapêutica.

Na associação que este estudo objetivou elucidar, a que apresenta maior carga literária é a Síndrome do Intestino Irritável. Uma pesquisa transversal de Pedreiras et. al (2013), em Salvador, mostrou que 13,43% dos alunos de Medicina participantes apresentavam sintomas importantes para SII. Inclusive, também com dominância feminina (55,56%) e jovem (± 24,3 anos). E a maioria (77,78%), mesmo sintomática, negou diagnóstico médico de SII.

De forma semelhante, Muñoz et. al (2016) analisou as ocorrências de SII e de CF entre estudantes dos cursos da área da saúde. Foi visto, entre acadêmicos de Medicina, prevalências maiores que a do presente estudo: 14,6% dos participantes com CF e 22,1% com SII. Quanto às outras patologias relatadas, pela escassez de pesquisas associadas, percebeu-se limitação na comparação estatística com a literatura.

Em conjunto, o Gráfico 2 apresenta os resultados acerca da percepção (dos pacientes diagnosticados com DIF) de piora dos sintomas em momentos estressantes da graduação médica. 

Gráfico 2: Percepção relatada de piora dos sintomas gastrointestinais em momentos estressantes do curso de Medicina, em pacientes portadores de DIF, de uma IES particular, dos períodos I ao VIII, entre junho e agosto de 2023.

Fonte: dados da pesquisa, (2024).

Observou-se relação de piora direta em 45% dos casos, 6% de piora relativa, 21% de nenhuma piora e, em 27% das vezes, não se conseguiu avaliar. Pelo teste de variância (ANOVA), percebe-se que os fatores estressores causam diferença na percepção dos sintomas (p = 0,027).

A percepção de piora sintomatológica diante de desafios cotidianos é bem descrita cientificamente. Sabe-se que o estresse mental pode contribuir não só para a gênese, mas também para a cronicidade e para a progressão das DIF (Taylley, 2020). Porém, como a amostra deste estudo foi limitada, não houve substrato suficiente para realizar testes estatísticos que relacionassem a piora do trânsito intestinal de forma objetiva.

Paralelamente, utilizando o teste de Correlação de Pearson, ao associar os distúrbios intestinais funcionais aos transtornos mentais, observou-se uma relação moderada (r= 0,33). Os percentuais estão descritos na Tabela 3. Entende-se que esse padrão segue a literatura já descrita, de que o eixo cérebro-intestino é fundamental na gênese e na progressão dessas enfermidades (Herregods, 2015). 

Tabela 3: Percentuais dos alunos de medicina portadores de afecções mentais e intestinais funcionais, cursando do semestre I ao VIII, entre junho e agosto de 2023.

Fonte: dados da pesquisa, (2024).

Por outro lado, pela regressão linear entre os semestres da graduação e as doenças funcionais, percebeu-se que sua prevalência seguiu um padrão levemente ascendente (Gráfico 3). Em outras palavras, os participantes analisados no início do curso são mais saudáveis (mais perto de 3: “sem doença”), quando comparados aos que estão em semestres mais adiantados (mais longe de 3: “com doença, com/sem tratamento”).

Gráfico 3: Prevalência de Doença Intestinal Funcional (com e sem tratamento) segundo o período do curso de Medicina de uma IES particular, dos períodos I ao VIII, em Teresina, Piauí, entre Junho e Agosto de 2023.

Legenda: 
Eixo Y – Doença Intestinal Funcional (diagnóstico e seguimento): 1 – Sim, e faço/já fiz tratamento; 2- Sim, mas não faço tratamento; 3- Não possuo. 
Eixo X – Período do Curso matriculado: do 1 ao 8.

Fonte: dados da pesquisa, (2024).

Nesta pesquisa, não foi possível associar, estatisticamente, a graduação médica aos distúrbios intestinais funcionais.  Por não envolver estudantes que não cursaram Medicina e, portanto, sem possibilidade comparativa, o estudo ficou comprometido. Pois, ao contrastar uma amostra com ela mesma, sempre haverá 100% de relação.

Na amostra analisada, a maioria (71%) não apresentou diagnóstico de distúrbios orgânicos do trato digestivo (Tabela 4). Entretanto, dos 29% dos participantes, sobressaem-se a DRGE, isoladamente, com 10%; a Intolerância à lactose, com 7%; e a combinação dessas, com 4%. Nas pesquisas relacionadas, a DRGE de fato se destaca entre os graduandos de Medicina (Silva et al., 2021).         

Tabela 4: Prevalência de Doenças Gastrointestinais Orgânicas entre estudantes de Medicina de uma IES particular de Teresina, Piauí, dos períodos I ao VIII, entre os meses Junho e Agosto de 2023.

Doença Gastrointestinal Orgânican%
Doença do Refluxo Gastroesofágico1610%
Doença do Refluxo Gastroesofágico, Doença Inflamatória Intestinal11%
Doença do Refluxo Gastroesofágico, Gastrite por H Pylori, Intolerância à lactose, Doença Inflamatória Intestinal11%
Doença do Refluxo Gastroesofágico, Intolerância à lactose74%
Doença do Refluxo Gastroesofágico, Intolerância à lactose, Esofagite Eosinofilica11%
Doença Inflamatória Intestinal42%
Gastrite por H Pylori42%
Gastrite por H Pylori, Intolerância à lactose11%
Gastrite por H Pylori, Intolerância à lactose, Doença Inflamatória Intestinal11%
Intolerância à lactose117%
Não possuo11771%
Total164100%

Fonte: dados da pesquisa, (2024).

Um estudo realizado por Silva et al. (2021) evidenciou alta prevalência de sintomas de DRGE entre estudantes de Medicina do estado do Maranhão. Inclusive com dados superando a população geral. E com apresentações típicas (como regurgitação ácida, 12,6% e pirose 16,3%) e atípicas (como tosse 16,3% e rouquidão 4,7%). No Tocantins as estatísticas evidenciaram presença de pirose semanal em até 47,3% dos entrevistados (Meireles et. al, 2014).

As doenças supramencionadas, como a DRGE, são classificadas como doenças orgânicas, isto é, com causa estrutural definida. Apesar disso, semelhante às doenças funcionais, os fatores emocionais podem influenciar no seu processo de desenvolvimento. Ainda, pode haver sobreposição de doenças funcionais aos distúrbios orgânicos, como a Dispepsia Funcional e a DRGE (Herregods 2015; Pimentel, 2019).

Paralelamente, em relação aos transtornos psiquiátricos, os participantes sabidamente enfermos representaram parte expressiva da amostra – 45,73%. No perfil descritivo desses estudantes, disposto na Tabela 5, a maioria era adulto jovem (56% tinham entre 20-24 anos), do sexo feminino (84%) e cursava os dois anos do ciclo clínico (58% estavam matriculados entre o 5º ao 8º período, média: 6º).

Tabela 5: Perfil socioepidemiológico dos acadêmicos entrevistados portadores de transtornos psiquiátricos, com e sem seguimento clínico, em uma IES de Teresina, Piauí, entre os meses de Junho e Agosto de 2023.

Variáveln%
Idade 
15-191115%
20-244256%
25-29912%
30-24811%
35-3957%
40-4523%
Sexo
Feminino6384%
Masculino1216%
Período
1º e 2º1723%
3º e 4º1520%
5º e 6º1925%
7º e 8º1216%
Total75100%

Fonte: dados da pesquisa, (2024)

Nesta pesquisa, as patologias psiquiátricas mais evidentes foram, em ordem decrescente: o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG – 29%), isoladamente, o TAG combinado ao Transtorno Depressivo (8%) e o Transtorno Depressivo isolado (5%). Quando questionados acerca do momento do diagnóstico, 36% afirmaram tê-lo recebido após o ingresso na faculdade de Medicina o que está representado na Tabela 6.

Tabela 6: Prevalência de Distúrbios Psiquiátricos e de seus subtipos entre estudantes de Medicina, dos períodos I ao VIII, de uma IES particular de Teresina, no Piauí, entre os meses Junho e Agosto de 2023. 

Distúrbio psiquiátricoN%
Transtorno de Ansiedade Generalizada4729%
Transtorno de Ansiedade Generalizada e outros64%
Transtorno Depressivo 53%
Transtorno Depressivo + Transtorno de Ansiedade Generalizada138%
Outros21%
Nenhum9155%
Total164100%

Fonte: dados da pesquisa, (2024)

Essas patologias parecem acometer globalmente os acadêmicos de Medicina. Um estudo egípcio, com 700 alunos, evidenciou 73% de prevalência de ansiedade e 65% de depressão (Fawzy e Hamed, 2017). No Brasil, Sacramento et. al (2021), evidenciaram, em 35,5% dos participantes o diagnóstico de ansiedade e, em 32,8%, o de depressão nessa população.

Entende-se que discentes de medicina estão mais sujeitos a estados psicológicos mais precários, se comparados às pessoas da mesma idade. São elencados os “sentimentos de solidão” e o “de ser moralmente desrespeitado” como fatores associados. Ainda, a separação do núcleo familiar, pois no Brasil é comum a migração dos discentes para outras regiões em detrimento da graduação (Ribeiro et al.,2020).

Assim como neste trabalho, a ocorrência desses distúrbios segue a prevalência maior no sexo feminino. Porém, em relação às variações de distribuição de acordo com o estágio do curso, os estudantes dos dois anos clínicos compuseram a maior parte do escore afetado. Segundo a literatura, os anos pré-clínicos têm menos escores depressivos que o restante (Fawzy e Hamed, 2017).

O Gráfico 3 traz uma regressão feita entre distúrbios psiquiátricos e os períodos (1 a 8) de Medicina. Observou-se que a linha de tendência se aproxima do número 3 (sem doença) à medida que os semestres passam. Em outras palavras, discentes de períodos mais avançados apresentam uma ligeira diminuição da prevalência de distúrbios psiquiátricos, se comparados aos dos primeiros anos da graduação. 

Gráfico 3: Prevalência de Distúrbio Psiquiátrico (com e sem tratamento) segundo período do curso de Medicina, de uma IES particular, entre os períodos I ao VIII, em Teresina, Piauí, entre os meses de Junho e Agosto de 2023.

Legenda: 
Eixo Y – Distúrbio psiquiátrico (diagnóstico e seguimento): 1 – Sim, e faço/já fiz tratamento; 2- Sim, mas não faço tratamento; 3- Não possuo. 
Eixo X – Período do Curso matriculado: do 1 ao 8.

Fonte: dados da pesquisa, (2024).

Nesse cenário, são muitas as hipóteses acerca da causalidade do fenômeno mencionado. Brunfentrinke (2021) destacou, nos primeiros anos: as avaliações geralmente frequentes e superpostas que requerem estudo contínuo de conteúdos novos excessivos e a limitação do tempo por pressões do curso comumente interfere nas oportunidades de lazer e interação com familiares e amigos. 

Porém, a autora supramencionada defende que cada fase da graduação guarda sua forma de impacto mental específico. Além dos primeiros anos, posteriormente, seria o sofrimento de pacientes e familiares e as atitudes, por vezes ambíguas, de profissionais no cotidiano. E, ao final, os fatores são compostos pela responsabilidade durante os plantões e pelos pacientes e o estresse com as provas para a Residência Médica (Brunfentrinke, 2021). 

Uma pesquisa conduzida por Costa et al. (2020) traz outra perspectiva. Aparentemente, os estudantes dos primeiros anos de fato são sobrecarregados teoricamente, mas, parece haver um mecanismo adaptativo.  Sugerem o desenvolvimento de estratégias pessoais para conviver com os fatores estressantes, com maior resistência ao longo do tempo e queda das prevalências posteriormente.

Nos gráficos de distribuição, os padrões parecem seguir direções opostas. Sobre as doenças intestinais, a linha de tendência parece se distanciar do estado saudável, à medida que os períodos avançam; já nos transtornos psiquiátricos, parece se aproximar. Poderia ser reflexo da tolerância mental ao estresse crônico, defendida por Costa et. al (2020), com escape para desenvolvimento de novas patologias funcionais?

Destinou-se a última pergunta do questionamento aos participantes sabidamente hígidos, para distúrbios psiquiátricos e para intestinais. Buscou-se avaliar o percentual de distribuição de sintomas durante momentos estressantes da graduação. Na pergunta, foram colocados, em conjunto, como exemplos: o OSCE (tradução do inglês Objective, Structured, Clinical Examination), as provas, os seminários e outros. As respostas estão elencadas no Gráfico 4.

Gráfico 4: Distribuição de sintomas aferidos durante momentos estressantes da graduação de Medicina, em participantes hígidos, de uma IES particular, que cursam, entre o I e o VIII períodos, em Teresina, Piauí, entre os meses de Junho e Agosto de 2023.

Fonte: dados da pesquisa, (2024).

Percebeu-se que, mesmo em discentes sem o diagnóstico de doenças intestinais funcionais ou de transtornos psicológicos, os sintomas dessas patologias estão altamente presentes em momentos delicados da faculdade de acordo com os itens do Gráfico 4. Destacaram-se: a ansiedade (76,2%), os distúrbios do sono (62,8%), a diarreia (37,2%), a tristeza ou a melancolia (31,7%) e a dor abdominal (29,9%).

As altas prevalências aqui encontradas de sintomas psiquiátricos e intestinais funcionais, em estudantes sem diagnóstico, não dissonam da literatura, como supramencionado. Atrelado a isso, há o subdiagnóstico das DIF, possivelmente pelo mecanismo fisiopatológico complexo e pela sobreposição à outras patologias (Fernandes, 2022; Pedreiras et al., 2013).

Em acréscimo, convém salientar algumas limitações desta pesquisa. Entre elas, a composição da amostra. Entende-se que as possibilidades estatísticas poderiam ser diferentes, se tivessem sido utilizadas casuísticas mais variadas. Ademais, o tipo de estudo transversal não acompanha os estudantes ao longo da graduação, impossibilitando o detalhamento de relação causal mais fidedigna. A exclusão dos alunos do internato (9º ao 12º períodos) provavelmente também impactou na limitação desse estudo.

CONCLUSÃO

Encontrou-se influência significativa dos fatores estressores nos sintomas de doenças intestinais funcionais em estudantes de Medicina. Porém, houve baixa prevalência de doenças intestinais funcionais na amostra analisada. Contudo, entre os portadores, predominaram jovens, do sexo feminino, com diagnóstico após o ingresso na graduação e matriculados em períodos avançados. Não foi possível associar seu desenvolvimento ao curso de Medicina. Em adição, encontrou-se correlação moderada entre as doenças intestinais e as psiquiátricas. 

Diante do exposto, entende-se que são necessárias mais pesquisas para elucidar os fenômenos funcionais intestinais e os fatores associados na academia médica. Assim como o direcionamento de políticas internas na IES, com o intuito de valorizar a ocorrência das patologias funcionais na graduação e acolher os estudantes afetados.

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1ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4096-7956, Centro Universitário Unifacid Wyden, BrasilE-mail: yasminsoaresfelix@gmail.com;
2ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8084-5964, Centro Universitário Unifacid Wyden, BrasilE-mail: mayaralcoelho@gmail.com;
3ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5889-8149, Centro Universitário Unifacid Wyden, BrasilE-mail: vieira_conceicao@yahoo.com.br;
4ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7025-3845,Centro Universitário Unifacid Wyden, Brasil,  E-mail: cantinhojr@hotmail.com;
5ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1960-9647,Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil, E-mail: alice_lima_@hotmail.com;
6ORCID: https://orcid.org/0009-0001-9159-5964, Centro Universitário Unifacid Wyden, Brasil, E-mail: dgiarola6@gmail.com
7ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1685-5658,Centro Universitário Unifacid Wyden, Brasil, E-mail: professoraklegea@gmail.com;;
8ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9996-0850.Centro Universitário Unifacid Wyden, Brasil.  E-mail: suelymelo6@gmail.com;
9ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2882-5277.vCentro Universitário Unifacid Wyden, Brasil. E-mail: dracaroline.pediatra@gmail.com


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