CIRURGIA CARDÍACA MINIMAMENTE INVASIVA: INOVAÇÕES, RESULTADOS E DESAFIOS

MINIMALLY INVASIVE CARDIAC SURGERY: INNOVATIONS, OUTCOMES, AND CHALLENGES

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12768938


SILVA, André Luiz¹


RESUMO 

Introdução: A evolução recente da cirurgia cardíaca destacou-se pelo desenvolvimento das técnicas minimamente invasivas, especialmente as endovasculares, que substituem métodos tradicionais por alternativas menos invasivas e eficazes. Essas técnicas não só reduzem a morbidade e melhoram os tempos de recuperação dos pacientes, como também refletem um avanço significativo no tratamento das doenças cardíacas, essenciais para a saúde global. Objetivos: O objetivo é avaliar as vantagens e desafios dessas técnicas, bem como seu impacto econômico e futuro promissor. Justificativa: A pesquisa se justifica pela relevância de proporcionar tratamentos mais seguros e eficazes para doenças cardíacas, que são a principal causa de mortalidade mundial. Metodologia: Utilizou-se uma Revisão Integrativa da Literatura (RIL), com abordagem quali-quantitativa, abrangendo pesquisas nas bases de dados SciELO, MEDLINE, LILACS, BVSALUD e Google Acadêmico. A seleção incluiu estudos publicados entre 2014 e 2024, em português, inglês e espanhol. Resultados e Discussão: Os estudos indicam que as técnicas minimamente invasivas, como a cirurgia robótica e videoassistida, proporcionam menores incisões, redução na dor pós-operatória e recuperação mais rápida. Essas técnicas mostram-se especialmente benéficas para pacientes de alto risco. No entanto, desafios como a curva de aprendizado acentuada, necessidade de infraestrutura e custos iniciais elevados foram destacados. A comparação com cirurgias convencionais revela que, embora as técnicas minimamente invasivas ofereçam benefícios significativos, a cirurgia aberta ainda é preferível em casos complexos ou emergenciais. A pesquisa aponta para um futuro promissor com a integração de tecnologias emergentes, como a inteligência artificial, para aprimorar ainda mais a precisão e eficácia das intervenções. Conclusão: Conclui-se que, apesar dos desafios, a cirurgia cardíaca minimamente invasiva representa um avanço significativo, proporcionando tratamentos mais seguros e eficazes, com melhorias contínuas e maior adoção prevista devido ao progresso tecnológico.

Palavras-chave: Cirurgia Cardíaca, Técnicas Minimamente Invasivas, Inovações Tecnológicas, Resultados Clínicos, Revisão Integrativa da Literatura

ABSTRACT

Introduction: The recent evolution of cardiac surgery has been marked by the development of minimally invasive techniques, especially endovascular approaches, which replace traditional methods with less invasive and effective alternatives. These techniques not only reduce morbidity and improve patient recovery times but also represent a significant advancement in the treatment of cardiac diseases, crucial for global health. Objectives: The aim is to evaluate the advantages and challenges of these techniques, along with their economic impact and promising future. Justification: The research is justified by the relevance of providing safer and more effective treatments for cardiac diseases, which are the leading cause of global mortality. Methodology: An Integrative Literature Review (ILR) was conducted using a quali-quantitative approach, encompassing research from SciELO, MEDLINE, LILACS, BVSALUD, and Google Scholar databases. Selection criteria included studies published between 2014 and 2024 in Portuguese, English, and Spanish. Results and Discussion: Studies indicate that minimally invasive techniques, such as robotic and videoassisted surgery, provide smaller incisions, reduced postoperative pain, and faster recovery. These techniques are particularly beneficial for high-risk patients. However, challenges such as steep learning curves, infrastructure needs, and high initial costs were highlighted. Comparison with conventional surgeries reveals that while minimally invasive techniques offer significant benefits, open surgery remains preferable in complex or emergency cases. The research points to a promising future with the integration of emerging technologies, such as artificial intelligence, to further enhance the precision and effectiveness of interventions. Conclusion: Despite challenges, minimally invasive cardiac surgery represents a significant advancement, offering safer and more effective treatments with ongoing improvements and increased adoption expected due to technological progress.

Keywords: Cardiac Surgery, Minimally Invasive Techniques, Technological Innovations, Clinical Outcomes, Integrative Literature Review

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a cirurgia Cardiovascular passou por uma notável evolução, com o desenvolvimento e aperfeiçoamento de técnicas menos invasivas, especialmente as técnicas endovasculares. Esta mudança paradigmática no tratamento de doenças cardíacas substitui métodos cirúrgicos tradicionais por opções menos invasivas e altamente eficazes. As técnicas endovasculares proporcionam vantagens significativas, como a redução da morbidade associada a procedimentos invasivos e a melhoria dos tempos de recuperação dos pacientes, beneficiando tanto o bem-estar dos pacientes quanto a eficiência dos cuidados de saúde (Hongyan Lü; Huang; Chen, 2022).

O avanço das técnicas cirúrgicas cardíacas vai além de uma mera conquista técnica; ele reflete um progresso substancial na compreensão das doenças cardíacas e na aplicação de tecnologias inovadoras para seu tratamento. Este desenvolvimento não só transforma a prática médica, mas também redefine os padrões de cuidado, elevando a qualidade e a eficácia do tratamento cardiovascular.

As técnicas minimamente invasivas oferecem uma alternativa mais sólida e eficaz, permitindo uma reabilitação mais ágil e menos dolorosa (Aguiar et al., 2023). Ademais, os avanços contínuos na pesquisa e tecnologia estão expandindo ainda mais o alcance e a eficácia dessas técnicas, tornando-as uma opção viável para um número crescente de pacientes.

O sistema cardiovascular é essencial para a oxigenação e nutrição das células, desempenhando um papel crucial na manutenção da homeostase do corpo humano. Quando ocorrem disfunções nesse sistema, elas se tornam a principal causa de mortalidade em todo o mundo, o que torna a cirurgia cardíaca um campo prioritário para inovações médicas.

Desde suas primeiras intervenções no século XIX, a cirurgia cardíaca passou por uma notável evolução. A pericardiotomia realizada por Francisco Romero em 1801 marcou o início de uma série de avanços que culminaram na introdução de técnicas minimamente invasivas (MIS). Estas técnicas oferecem diversas vantagens em comparação com a cirurgia aberta tradicional, incluindo tempos de recuperação mais rápidos e menor risco de complicações (de Lima et al., 2021).

A introdução das abordagens cirúrgicas minimamente invasivas (ACMIs) em cirurgia cardíaca representa um avanço revolucionário que visa diminuir o trauma cirúrgico, reduzir a morbidade pós-operatória e melhorar os resultados clínicos (Aguiar et al., 2023). As ACMIs, incluindo cirurgia robótica, videoassistida e sem esternotomia, têm se destacado pela capacidade de reduzir a necessidade de grandes incisões, resultando em menor tempo de recuperação, menor dor pós-operatória e menor tempo de internação hospitalar (Aguiar et al., 2023). Esse progresso é particularmente benéfico para pacientes de alto risco, que muitas vezes não são candidatos ideais para cirurgias abertas devido aos riscos elevados. No entanto, a implementação dessas técnicas também trouxe desafios relacionados a complicações potenciais, como lesões vasculares e maior tempo cirúrgico (Aguiar et al., 2023).

A cirurgia cardíaca minimamente invasiva tem sido impulsionada por avanços tecnológicos significativos. A cirurgia robótica e a videoassistida são exemplos de inovações que permitem uma precisão e controle superiores durante os procedimentos. Essas técnicas utilizam pequenas incisões e instrumentos especializados, permitindo ao cirurgião realizar operações complexas com maior precisão e menor impacto físico no paciente (Abri et al., 2020). A adoção dessas técnicas não apenas melhora os resultados clínicos, mas também contribui para a eficiência dos sistemas de saúde ao reduzir os tempos de internação e os custos associados (de Lima et al., 2021).

Além disso, a cirurgia sem esternotomia, que evita a abertura total do esterno, tem mostrado eficácia em reduzir tanto o tempo de recuperação quanto a dor pós-operatória. Essas abordagens são especialmente vantajosas para pacientes de alto risco, como idosos e aqueles com múltiplas comorbidades, para quem as cirurgias abertas apresentam riscos significativos (Hongyan Lü; Huang; Chen, 2022).

Estudos demonstram uma redução significativa na morbidade e na mortalidades associadas a procedimentos cardíacos invasivos. Além disso, pacientes submetidos a essas técnicas apresentam uma recuperação mais rápida, com menor tempo de internação e menos dor pós-operatória, o que se traduz em uma melhor qualidade de vida (Aguiar et al., 2023).

Apesar dos avanços e benefícios, a cirurgia cardíaca minimamente invasiva apresenta desafios significativos. A curva de aprendizado para essas técnicas é acentuada, exigindo um treinamento especializado e um conjunto de habilidades cirúrgicas específicas. Complicações potenciais, como lesões vasculares e sangramentos, também são preocupações importantes que precisam ser gerenciadas (de Lima et al., 2021).

O futuro da cirurgia cardíaca minimamente invasiva é promissor, com contínuos avanços tecnológicos e melhorias nas técnicas existentes. A pesquisa e o desenvolvimento contínuos são essenciais para superar as limitações atuais e expandir o uso dessas abordagens para uma gama mais ampla de condições cardíacas. A integração de tecnologias emergentes, como a inteligência artificial e a realidade aumentada, promete aprimorar ainda mais a precisão e a eficácia das intervenções cirúrgicas (Abri et al., 2020).

Este trabalho tem como objetivo explorar as inovações, os resultados clínicos e os desafios associados à cirurgia cardíaca minimamente invasiva. Pretende-se avaliar os benefícios e limitações dessas abordagens e discutir as perspectivas futuras para o campo, com ênfase em como os avanços tecnológicos podem continuar a transformar a prática da cirurgia cardíaca.

A pesquisa justifica-se pela crescente necessidade de métodos cirúrgicos mais seguros e eficazes para o tratamento de doenças cardíacas, que são uma das principais causas de mortalidade no mundo. Com o envelhecimento da população e o aumento da prevalência de comorbidades, a demanda por técnicas cirúrgicas menos invasivas, que ofereçam recuperação rápida e menor risco de complicações, torna-se cada vez mais premente. Além disso, o contínuo desenvolvimento tecnológico no campo médico abre novas oportunidades para melhorar os cuidados de saúde e os resultados clínicos dos pacientes, fazendo desta uma área de pesquisa de grande relevância.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 Tipo de Estudo

Este estudo adota uma abordagem de pesquisa metodológica que combina elementos de estudo descritivo quali-quantitativo com uma Revisão Integrativa da Literatura (RIL). A RIL permite uma compreensão abrangente do tema estudado, facilitando a análise de estudos relevantes anteriores e a síntese de múltiplos achados sobre o assunto. Esse método abrange tanto pesquisas quantitativas quanto qualitativas, além de incorporar literatura teórica e empírica, proporcionando uma síntese de conhecimento e a aplicabilidade dos resultados de estudos previamente realizados.

2.1.2 Revisão Integrativa da Literatura

Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura. A RIL é um método abrangente que proporciona uma visão holística do objeto que está sendo estudado e possibilita também a análise de estudos prévios e relevantes. Este tipo de revisão é particularmente útil para consolidar o conhecimento existente e identificar lacunas na literatura. No decorrer do estudo, foi conduzida uma revisão integrativa com o propósito de identificar estudos pertinentes sobre as inovações em técnicas endovasculares e os resultados clínicos em cirurgias cardíacas minimamente invasivas.

2.2 Fontes de dados utilizados

As buscas de pesquisa foram realizadas entre os meses de fevereiro a julho de 2024, através de bases de dados eletrônicas Scientific Electronic Library Online (SciELO), Medical

Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Literatura Latina Americana e do Caribe em Ciências em Saúde (LILACS), Biblioteca Virtual de Saúde (BVSALUD) e base de dados cinzenta (Google Acadêmico e referências bibliográficas). 

Os descritores em ciências da saúde (DeCS/MeSH) empregados foram “Cirurgia Cardíaca”, ““minimamente invasiva”, “técnicas endovasculares” e “resultados clínicos”, combinados utilizando o operador booleano “AND”. Essa abordagem permitiu uma busca ampla e abrangente de literatura relacionada ao tema.

2.3 Critérios de Seleção  

Para garantir a inclusão de estudos relevantes e a exclusão de trabalhos inadequados, estabelecemos critérios específicos. Incluímos estudos publicados nos últimos 10 anos, de 2014 a 2024, em português, inglês ou espanhol, oriundos de revistas especializadas na área da saúde, que abordassem diretamente as inovações em técnicas endovasculares e seus resultados clínicos em cirurgias cardíacas minimamente invasivas. Foram excluídos estudos que não estavam alinhados com os objetivos específicos da pesquisa, como aqueles que tratavam de outras condições além da cardiologia, ou que não abordavam a relação entre técnicas endovasculares e resultados clínicos. Também foram excluídos trabalhos com metodologia inadequada ou de baixa qualidade, assim como artigos repetitivos ou redundantes.

A estratégia de seleção dos artigos compreendeu as seguintes etapas: pesquisa nas bases de dados selecionadas, análise dos títulos de todos os artigos encontrados e exclusão daqueles que não se enquadravam no tema, avaliação crítica dos resumos e leitura na íntegra dos artigos previamente selecionados. Após uma revisão criteriosa das publicações, 20 artigos científicos foram inicialmente identificados, dos quais 12 foram excluídos devido aos critérios de exclusão, resultando em um total de 10 artigos científicos considerados na revisão integrativa da literatura. 

Esses critérios foram estabelecidos para garantir a relevância e a qualidade dos estudos incluídos na análise, contribuindo assim para uma compreensão mais completa das inovações e desafios na cirurgia cardíaca minimamente invasiva.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Considerando a primeira etapa deste estudo, foi utilizado termos de busca em base de dados e análise dos títulos, foi selecionado um conjunto inicial de 20 (vinte) artigos. Na fase subsequente, após a exclusão de 2 (dois) artigos duplicados e a avaliação dos resumos com base nos critérios de inclusão e exclusão, restaram 18 (dezoito) artigos. Após a leitura completa, mais 10 (dez) artigos foram descartados, resultando em uma amostra final de 8 (oito) artigos. Desses, 2 (dois) foram encontrados na SciELO, 2 (dois) na LILACS, 2 (dois) na MEDLINE e 2 (dois) na BVS. Para apresentar claramente a elegibilidade dos artigos, foi elaborado um fluxograma conforme ilustrado na Figura 1.

Figura 1 – Fluxograma de elegibilidade e seleção de artigos sobre esta pesquisa. Iatbuna/BA, Brasil, 2024.

Fonte: Autor (2024)

Assim, foram examinados detalhadamente 10 (dez) artigos que discutem a ligação entre inovações, resultados e desafios na cirurgia cardíaca minimamente invasiva. Esses artigos foram selecionados com base em critérios específicos de inclusão e exclusão, garantindo a relevância e qualidade das informações.

Os artigos analisados foram organizados em duas categorias: o primeiro grupo de artigos abordou as inovações técnicas e tecnológicas na cirurgia cardíaca minimamente invasiva, destacando como essas inovações têm melhorado os resultados clínicos e reduzido as complicações pós-operatórias. O segundo grupo concentrou-se nos desafios e limitações enfrentados na implementação dessas técnicas, bem como nas estratégias para superá-los.

A tabela a seguir demonstra de maneira visual os artigos selecionados sobre a relação entre inovações, resultados e desafios na cirurgia cardíaca minimamente invasiva, distribuídos por ano, autores, período de publicação e os principais resultados obtidos.

Tabela 01 – Resumo dos Artigos Selecionados sobre o Diagnóstico Precoce do TEA.

AnoTítuloAutorObjetivoPeriódico de Publicação
2020Cardiopatias: inserção da técnica minimamente invasiva em cirurgia cardíacaAraujo, C. F. C.., et al.Discutir a inserção de técnicas minimamente invasivas em cirurgias cardíacasSaúde Coletiva (Barueri)
2023Abordagens Cirúrgicas Minimamente Invasivas Em Cirurgia Cardíaca: Resultados E ComplicaçõesZBIERSKI, Millena de Lima et al. Avaliar os resultados e complicações das abordagens cirúrgicas minimamente invasivas em cirurgia cardíacaRevista IberoAmericana de Humanidades, Ciências e Educação
2023Cirurgia Cardíaca Minimamente Invasiva: Inovações E Desenvolvimentos RecentesAguiar, C. C., et al.Revisar inovações e desenvolvimentos recentes em cirurgia cardíaca minimamente invasivaBrazilian Journal of Implantology and Health Sciences
2023Cirurgia Minimamente Invasiva Versus Procedimentos Convencionais: Uma Análise ComparativaSilva, S. D. Da; Rêgo, Et Al..Comparar procedimentos minimamente invasivos com convencionais na cirurgia cardíacaBrazilian Journal of Implantology and Health Sciences
2024Avanços em cirurgia cardíaca minimamente invasiva: uma análise crítica das inovações em técnicas endovasculares e resultados clínicosMOURA, F. M. N.; et al.Analisar as inovações em técnicas endovasculares e seus resultados clínicos na cirurgia cardíaca minimamente invasivaBrazilian Journal of Health Review    
2024Recent developments in minimally invasive surgical techniquesGALVÃO, A. A. C. B. et al.Discutir desenvolvimentos recentes em técnicas cirúrgicas minimamente invasivasResearch, Society and Development
2024Impacto da tecnologia de imagem na cirurgia cardíacaDiogo Henrique Candido   Analisar o impacto das tecnologias de imagem na cirurgia cardíacaRevista CPAQV – Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida
2024Cirurgia Cardíaca Convencional X Minimamente Invasiva – Uma Análise Comparativa Em Hospitais Terciários Do Distrito FederalMaria Clara Rocha Zica, Maria Paula Meireles Fenelon, Isaac Azevedo Silva, Helmgton José Brito de SouzaComparar a cirurgia cardíaca convencional e minimamente invasiva em hospitais terciários do Distrito FederalPrograma de Iniciação Científica – PIC/UniCEUB – Relatórios de Pesquisa
Fonte: Autor (2024)

A análise dos artigos selecionados para este estudo fornece uma compreensão aprofundada sobre os avanços, benefícios e desafios das técnicas de cirurgia cardíaca minimamente invasiva (MIS), evidenciando os múltiplos benefícios que essas abordagens trazem tanto para a recuperação dos pacientes quanto para a eficiência dos sistemas de saúde. As pesquisas mais recentes destacam não apenas a eficácia clínica, mas também a diminuição das complicações pós-operatórias e a melhoria na qualidade de vida dos pacientes submetidos a essas intervenções.

Além disso, a constante inovação tecnológica, como o aprimoramento das técnicas endovasculares e o uso avançado de tecnologias de imagem, tem sido crucial para o avanço da cirurgia cardíaca minimamente invasiva. A literatura analisada reforça a importância de continuar investindo em pesquisa e desenvolvimento para expandir ainda mais os benefícios dessas técnicas, tornando-as acessíveis a uma gama mais ampla de pacientes e consolidando seu papel como padrão de cuidado em cardiologia.  Estes artigos, publicados entre 2020 e 2024, oferecem uma ampla gama de perspectivas e dados sobre o impacto das inovações em cirurgia cardíaca. A seguir, discutimos os resultados em detalhes, organizados por subtemas que emergiram da revisão dos artigos.

3.1 Avanços Tecnológicos em Cirurgia Cardíaca Minimamente Invasiva

Os artigos analisados destacam a rápida evolução das técnicas e tecnologias aplicadas em cirurgias cardíacas minimamente invasivas. Moura et al. (2024) apontam que os avanços em técnicas endovasculares, como a angioplastia e a implantação de stents, têm revolucionado a prática cirúrgica cardíaca. Esses procedimentos são menos invasivos, resultando em uma recuperação mais rápida e em menos complicações pós-operatórias para os pacientes. Com a diminuição do trauma cirúrgico e do tempo de hospitalização, os pacientes podem retornar às suas atividades normais com maior rapidez, o que é um grande benefício tanto para os indivíduos quanto para o sistema de saúde como um todo.

Além dos avanços em técnicas específicas, a introdução de novas tecnologias, como a imagem de alta resolução e sistemas de navegação avançados, tem permitido aos cirurgiões realizar procedimentos com maior precisão e segurança. Candido (2024) enfatiza que essas inovações tecnológicas fornecem uma visão detalhada e em tempo real do campo cirúrgico, auxiliando na identificação precisa de estruturas anatômicas e na execução de intervenções complexas com uma margem de erro significativamente reduzida. Essa precisão aumentada é crucial para minimizar riscos e melhorar os resultados clínicos.

Zbierski et al. (2023) exploraram especificamente as complicações e os resultados das abordagens cirúrgicas minimamente invasivas. Eles observaram que, embora essas técnicas sejam geralmente associadas a melhores desfechos, ainda existem desafios significativos, como a necessidade de equipamentos especializados e uma curva de aprendizado acentuada para os cirurgiões. Esses fatores podem influenciar diretamente os resultados dos procedimentos, indicando a importância de treinamento contínuo e investimentos em tecnologia. A capacitação dos profissionais de saúde é essencial para maximizar os benefícios dessas novas abordagens.

Araujo et al. (2020) discutem a inserção de técnicas minimamente invasivas em cirurgias cardíacas no contexto brasileiro, ressaltando que a adaptação dessas tecnologias à realidade local é um passo crucial para a sua efetiva implementação. Eles destacam a importância de políticas públicas e iniciativas governamentais que apoiem a modernização dos centros cirúrgicos e a formação de profissionais capacitados. Esse suporte institucional é vital para garantir que os avanços tecnológicos não fiquem restritos a centros de excelência, mas que sejam disseminados amplamente, beneficiando uma maior parcela da população.

A comparação entre procedimentos minimamente invasivos e convencionais, conforme Silva et al. (2023), revela que, além da recuperação mais rápida, os pacientes submetidos a técnicas menos invasivas experimentam menos dor e necessitam de menos medicamentos analgésicos no pós-operatório. Essas vantagens são particularmente significativas para pacientes idosos ou com comorbidades, que podem enfrentar riscos mais elevados em cirurgias tradicionais. A abordagem minimamente invasiva, portanto, representa um avanço não apenas técnico, mas também humano, centrado na melhoria da qualidade de vida dos pacientes.

As inovações tecnológicas também estão impulsionando o desenvolvimento de novos materiais e dispositivos utilizados em cirurgias cardíacas. Galvão et al. (2024) discutem como materiais biocompatíveis e dispositivos implantáveis de última geração estão sendo desenvolvidos para melhorar os resultados a longo prazo dos pacientes. Esses avanços incluem stents que liberam medicamentos para prevenir a reestenose e válvulas cardíacas artificiais que mimetizam mais de perto o funcionamento das válvulas naturais. Tais desenvolvimentos são resultado de intensa pesquisa e colaboração entre engenheiros biomédicos e cirurgiões.

Por fim, o impacto das tecnologias de imagem, como ressaltado por Candido (2024), não pode ser subestimado. A utilização de tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM) de alta resolução permite um planejamento cirúrgico detalhado e a execução de procedimentos guiados por imagem, que são fundamentais para o sucesso das intervenções minimamente invasivas. Essas tecnologias não apenas aumentam a segurança e a eficácia das cirurgias, mas também proporcionam uma experiência mais tranquila e menos invasiva para os pacientes, que podem visualizar e compreender melhor os procedimentos aos quais serão submetidos.

Os avanços tecnológicos em cirurgia cardíaca minimamente invasiva representam uma evolução significativa que combina precisão técnica com benefícios humanos palpáveis. A contínua inovação e o investimento em formação profissional são essenciais para que essas técnicas se consolidem e se tornem acessíveis a todos, transformando o cuidado cardiovascular e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

3.2 Benefícios Clínicos das Técnicas Minimamente Invasivas

Os benefícios clínicos das técnicas minimamente invasivas são amplamente documentados nos artigos analisados. Araujo et al. (2020) destacam que essas técnicas resultam em menores incisões, menos dor pós-operatória e tempos de recuperação significativamente reduzidos em comparação com a cirurgia aberta tradicional. Estes benefícios são particularmente evidentes em pacientes de alto risco, como idosos e aqueles com múltiplas comorbidades, que podem não ser candidatos ideais para cirurgias mais invasivas (Aguiar et al., 2023). A redução das complicações pós-operatórias também contribui para um menor uso de medicamentos analgésicos, o que é especialmente importante para pacientes com condições crônicas que já requerem múltiplos medicamentos.

Além das vantagens diretas para os pacientes, os benefícios clínicos das técnicas minimamente invasivas se estendem ao sistema de saúde como um todo. Galvão et al. (2024) ressaltam que essas técnicas não só melhoram a qualidade de vida dos pacientes, mas também reduzem a necessidade de internações prolongadas e de cuidados intensivos, aliviando assim a pressão sobre os recursos hospitalares. A redução no tempo de hospitalização e na incidência de complicações pós-operatórias tem implicações significativas para a eficiência do sistema de saúde, proporcionando economias substanciais em custos de tratamento (Metzger et al., 2021). Essa eficiência é fundamental em um contexto de recursos limitados e crescente demanda por serviços de saúde.

Metzger et al. (2021) apontam que a adoção de técnicas minimamente invasivas também promove uma recuperação mais rápida, permitindo que os pacientes retomem suas atividades diárias e profissionais em um período de tempo mais curto. Isso não só melhora a qualidade de vida dos indivíduos, mas também tem um impacto positivo na produtividade econômica. A recuperação acelerada é particularmente benéfica para pacientes que desempenham papéis ativos na força de trabalho, contribuindo para a sustentabilidade econômica e reduzindo o impacto financeiro das doenças cardiovasculares nas famílias e na sociedade.

Além disso, as técnicas minimamente invasivas têm demonstrado ser mais seguras em termos de complicações infecciosas, conforme documentado por Zbierski et al. (2023). As menores incisões e o menor tempo de exposição dos tecidos internos ao ambiente externo durante a cirurgia minimizam o risco de infecções hospitalares, que são uma preocupação significativa em procedimentos cirúrgicos. A segurança aumentada dessas técnicas resulta em uma menor necessidade de intervenções adicionais e tratamentos prolongados, o que, por sua vez, contribui para a satisfação geral dos pacientes e a confiança nas opções de tratamento oferecidas.

Em suma, os benefícios clínicos das técnicas minimamente invasivas são amplos e profundos, abrangendo desde a melhoria direta da experiência e recuperação dos pacientes até impactos positivos no sistema de saúde e na economia. Araujo et al. (2020) e Aguiar et al. (2023) enfatizam que a adoção dessas técnicas representa um avanço significativo na prática cirúrgica, alinhando-se com as melhores práticas de cuidado centrado no paciente. A continuidade da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico é essencial para expandir esses benefícios e garantir que um número crescente de pacientes possa se beneficiar das inovações em cirurgia cardíaca minimamente invasiva.

3.3 Desafios e Limitações

Apesar dos avanços e benefícios significativos, as técnicas minimamente invasivas em cirurgia cardíaca enfrentam vários desafios que precisam ser superados para sua ampla implementação. Moura et al. (2024) discutem a necessidade de treinamento intensivo para cirurgiões e equipe médica, uma vez que a proficiência nessas técnicas exige habilidades específicas e experiência prática. A curva de aprendizado pode ser um obstáculo significativo, especialmente em instituições de saúde menores ou em regiões com menos recursos. O treinamento contínuo e a prática supervisionada são essenciais para garantir que os profissionais adquiram a competência necessária para realizar esses procedimentos com segurança e eficácia.

Moreira e Celullari (2011) enfatizam a importância de infraestrutura adequada, incluindo a disponibilidade de equipamentos de alta tecnologia e suporte técnico. A falta de tais recursos pode limitar a adoção dessas técnicas, especialmente em países em desenvolvimento. A infraestrutura adequada não se limita apenas aos equipamentos cirúrgicos, mas também abrange sistemas de imagem avançada e ferramentas de navegação que são cruciais para a realização de procedimentos minimamente invasivos. A ausência dessas tecnologias pode comprometer a precisão das cirurgias e aumentar o risco de complicações.

Além disso, a necessidade de um acompanhamento rigoroso e protocolos de manutenção dos equipamentos é fundamental para garantir a segurança e eficácia dos procedimentos. Equipamentos de alta tecnologia requerem manutenção regular e calibração para funcionar corretamente. Falhas nesse aspecto podem resultar em imprecisões durante a cirurgia, colocando em risco a vida dos pacientes. Portanto, a implementação de protocolos de manutenção rigorosos e a formação de equipes de suporte técnico são vitais para o sucesso das técnicas minimamente invasivas (SILVA et al., 2019).

Outro desafio significativo é o custo associado às técnicas minimamente invasivas. Enquanto essas técnicas podem resultar em economias a longo prazo devido à redução no tempo de hospitalização e nas complicações pós-operatórias, o investimento inicial em treinamento, equipamentos e infraestrutura pode ser substancial. Este fator pode ser particularmente limitante para instituições de saúde com orçamentos restritos ou para sistemas de saúde pública em países de baixa e média renda. Estratégias de financiamento e parcerias público-privadas podem ser exploradas para mitigar esses custos e facilitar a adoção dessas tecnologias (CARVALHO et al., 2022).

A aceitação dos pacientes também pode representar um desafio. Embora muitas pessoas possam preferir procedimentos minimamente invasivos devido à recuperação mais rápida e menor dor pós-operatória, a falta de informação e a desconfiança em relação a novas técnicas podem influenciar suas decisões. É crucial que os profissionais de saúde forneçam informações claras e compreensíveis sobre os benefícios e riscos associados às técnicas minimamente invasivas, ajudando os pacientes a tomar decisões informadas sobre seu tratamento (FERREIRA et al., 2020).

A pesquisa contínua é necessária para abordar as limitações atuais e melhorar as técnicas minimamente invasivas. A inovação tecnológica deve ser acompanhada por estudos clínicos rigorosos que avaliem a segurança, eficácia e resultados a longo prazo dessas técnicas. Além disso, a colaboração internacional entre instituições de pesquisa e profissionais de saúde pode acelerar o desenvolvimento de novas abordagens e a disseminação de melhores práticas. O apoio governamental e institucional à pesquisa e ao desenvolvimento é essencial para garantir que as técnicas minimamente invasivas continuem a evoluir e a beneficiar um número crescente de pacientes (ALMEIDA et al., 2023).

3.4 Diferença entre Técnicas Minimamente Invasivas X Cirurgia Convencional

A comparação entre as técnicas minimamente invasivas e a cirurgia cardíaca convencional é um tema recorrente na literatura médica. Zica et al. (2020) realizaram uma análise comparativa que mostrou que, embora as técnicas minimamente invasivas ofereçam inúmeros benefícios, a cirurgia convencional ainda é considerada a melhor opção em casos complexos ou emergenciais. A decisão sobre qual técnica utilizar deve ser baseada em uma avaliação cuidadosa de cada caso individual, considerando fatores como a gravidade da condição do paciente e a disponibilidade de recursos. Este enfoque individualizado é crucial, pois procedimentos emergenciais ou com complicações anatômicas severas frequentemente requerem a abordagem mais invasiva para garantir resultados mais previsíveis e seguros.

Silva et al. (2023) conduziram um estudo que comparou diretamente os resultados de cirurgias convencionais e minimamente invasivas em pacientes submetidos a procedimentos cardíacos. Eles descobriram que, embora as técnicas minimamente invasivas sejam associadas a uma recuperação mais rápida e menos complicações pós-operatórias, a cirurgia convencional pode oferecer melhores resultados em termos de resolução de problemas complexos e de longo prazo. Essa análise destaca a importância de uma abordagem personalizada no tratamento de doenças cardíacas, onde a escolha da técnica cirúrgica deve ser adaptada às necessidades específicas de cada paciente, levando em consideração fatores como idade, comorbidades e a natureza da doença cardíaca.

Além das considerações clínicas, é importante também avaliar os aspectos econômicos e logísticos envolvidos nas duas abordagens. Segundo Galvão et al. (2024), as cirurgias minimamente invasivas, apesar de requererem um investimento inicial maior em equipamentos e treinamento especializado, podem resultar em economias substanciais a longo prazo devido à redução do tempo de hospitalização e menor incidência de complicações. Em contrapartida, a cirurgia convencional, apesar de frequentemente ser mais acessível em termos de custo inicial, pode gerar maiores despesas relacionadas à recuperação prolongada e ao tratamento de complicações pós-operatórias.

Outra questão relevante é a aceitação e satisfação do paciente. Estudos indicam que muitos pacientes preferem técnicas minimamente invasivas devido ao menor tempo de recuperação e à redução da dor pós-operatória (Ferreira et al., 2020). No entanto, é essencial que os pacientes sejam bem informados sobre os riscos e benefícios de ambas as abordagens. Uma comunicação clara entre médicos e pacientes é fundamental para garantir que as expectativas sejam realistas e que a decisão final seja bem fundamentada.

Por fim, a constante evolução tecnológica pode alterar a balança entre as técnicas minimamente invasivas e a cirurgia convencional. Inovações como a robótica e a melhoria dos sistemas de imagem continuam a expandir as possibilidades e a eficácia das cirurgias minimamente invasivas (Almeida et al., 2023). Portanto, é crucial que os profissionais de saúde se mantenham atualizados com as últimas pesquisas e desenvolvimentos tecnológicos para oferecer o melhor cuidado possível aos seus pacientes. Em última análise, a escolha entre a cirurgia minimamente invasiva e a convencional deve ser feita de maneira individualizada, levando em conta todos os fatores relevantes e sempre visando o melhor resultado possível para o paciente.

3.5 Impacto Econômico e Sustentabilidade das Técnicas Minimamente Invasivas

A sustentabilidade econômica das técnicas minimamente invasivas é um aspecto crucial discutido nos artigos revisados. Metzger et al. (2021) afirmam que a redução nos tempos de internação hospitalar e a menor necessidade de cuidados intensivos resultam em economias significativas para os sistemas de saúde. Esses benefícios econômicos são particularmente relevantes em contextos de recursos limitados, onde a eficiência do uso dos recursos de saúde é crucial. A menor permanência hospitalar não só libera leitos mais rapidamente para outros pacientes, como também reduz os custos associados a complicações pós-operatórias, o que é um grande alívio para as finanças dos sistemas de saúde.

No entanto, Aguiar et al. (2023) alertam que os custos iniciais de implementação dessas técnicas podem ser altos, devido à necessidade de equipamentos especializados e treinamento adequado para a equipe médica. Eles sugerem que investimentos iniciais em infraestrutura e formação são essenciais para garantir a viabilidade a longo prazo das técnicas minimamente invasivas. Além disso, políticas de saúde que incentivem a adoção dessas técnicas podem ajudar a superar as barreiras financeiras e logísticas. É necessário um planejamento estratégico que considere não apenas o investimento inicial, mas também os retornos financeiros a médio e longo prazo, assegurando que os benefícios econômicos sejam percebidos ao longo do tempo.

Para abordar esses desafios, estratégias de financiamento inovadoras e parcerias público-privadas podem ser exploradas. Essas parcerias podem ajudar a dividir os custos iniciais e a disseminar o uso de tecnologias avançadas de forma mais ampla e equitativa. Além disso, a criação de programas de treinamento especializados pode assegurar que os profissionais de saúde adquiram as habilidades necessárias para utilizar as novas tecnologias de maneira eficaz. A disseminação de conhecimento e a formação continuada são cruciais para a implementação bem-sucedida e sustentável das técnicas minimamente invasivas, garantindo que a qualidade do atendimento seja mantida.

Além dos benefícios econômicos, a sustentabilidade também envolve a capacidade dos sistemas de saúde de adaptar-se continuamente às inovações tecnológicas e às mudanças nas práticas clínicas. Isso inclui não apenas a atualização constante dos equipamentos e técnicas, mas também a adaptação dos currículos de formação médica para incluir essas novas abordagens. A longo prazo, a integração de técnicas minimamente invasivas pode levar a um sistema de saúde mais eficiente, capaz de fornecer cuidados de alta qualidade de maneira mais econômica e sustentável. A pesquisa contínua e a avaliação de custo-benefício são essenciais para garantir que essas técnicas permaneçam viáveis e benéficas tanto para os pacientes quanto para os sistemas de saúde.

3.6 Inovação e Futuro das Técnicas Minimamente Invasivas em Cirurgia Cardíaca

Os artigos analisados discutem extensivamente o futuro das técnicas minimamente invasivas em cirurgia cardíaca, destacando a importância da inovação contínua e da pesquisa para o aprimoramento dessas técnicas. Moura et al. (2024) e Candido (2024) enfatizam que o desenvolvimento de novas tecnologias, como a robótica e a inteligência artificial, tem o potencial de revolucionar a prática cirúrgica. Essas tecnologias prometem proporcionar maior precisão e personalização nos tratamentos, permitindo que os procedimentos sejam ajustados de acordo com as necessidades específicas de cada paciente. A robótica, por exemplo, pode melhorar a destreza e a precisão dos cirurgiões, enquanto a inteligência artificial pode auxiliar no planejamento cirúrgico e na tomada de decisões intraoperatórias.

Os avanços em tecnologias de imagem, como a ressonância magnética (RM) e a tomografia computadorizada (TC), também desempenham um papel crucial na evolução das técnicas minimamente invasivas. Essas tecnologias permitem um planejamento cirúrgico mais detalhado e uma execução mais precisa, minimizando os riscos e melhorando os resultados (Candido, 2024). A capacidade de visualizar estruturas anatômicas com alta definição antes e durante a cirurgia possibilita intervenções mais seguras e eficazes. Além disso, o desenvolvimento de novos métodos de imagem, como a imagem de fusão e a imagem em 3D, está contribuindo para a melhoria dos desfechos cirúrgicos e para a redução do tempo operatório.

A pesquisa contínua e o desenvolvimento de novas ferramentas e métodos são essenciais para expandir os benefícios das técnicas minimamente invasivas a um número maior de pacientes. Segundo Moura et al. (2024), a colaboração entre instituições de pesquisa, empresas de tecnologia e profissionais de saúde é fundamental para acelerar o progresso e a implementação dessas inovações. A criação de centros de excelência em cirurgia minimamente invasiva, onde novas tecnologias podem ser testadas e aperfeiçoadas, é uma estratégia promissora para promover o avanço constante dessa área. Além disso, é importante que os currículos de formação médica sejam atualizados regularmente para incluir treinamento em novas tecnologias e técnicas.

Por fim, a inovação nas técnicas minimamente invasivas em cirurgia cardíaca não se limita apenas aos aspectos tecnológicos. A abordagem holística ao cuidado do paciente, que inclui a personalização do tratamento e a integração de cuidados pré e pós-operatórios, também é fundamental para o sucesso dessas técnicas. A pesquisa futura deve focar não apenas no desenvolvimento de novas tecnologias, mas também na otimização dos protocolos de cuidado e na melhoria da experiência do paciente. A combinação de avanços tecnológicos com uma abordagem centrada no paciente tem o potencial de transformar significativamente a prática da cirurgia cardíaca minimamente invasiva, oferecendo tratamentos mais seguros, eficazes e personalizados para um número crescente de pacientes.

A revisão dos artigos selecionados destaca os avanços significativos nas técnicas de cirurgia cardíaca minimamente invasiva e seus impactos positivos nos resultados clínicos e na qualidade de vida dos pacientes. No entanto, também revela desafios importantes que devem ser abordados para otimizar a adoção e a eficácia dessas técnicas. A necessidade de treinamento especializado, infraestrutura adequada e inovação contínua são fatores cruciais para o sucesso das técnicas minimamente invasivas.

O futuro das técnicas minimamente invasivas em cirurgia cardíaca parece promissor, com a expectativa de que novas tecnologias e abordagens continuem a melhorar os resultados e a eficiência dos tratamentos. A literatura sugere que, com investimentos adequados em pesquisa e desenvolvimento, bem como em políticas de saúde que incentivem a adoção dessas técnicas, será possível expandir seus benefícios a um número maior de pacientes, melhorando a saúde cardiovascular global e a sustentabilidade dos sistemas de saúde.

4 CONCLUSÃO

Os estudos analisados revelam uma clara tendência de evolução e adoção das técnicas minimamente invasivas em cirurgia cardíaca. Os avanços tecnológicos, como a introdução de técnicas endovasculares e o uso de tecnologias de imagem de alta resolução, têm desempenhado um papel fundamental na transformação da prática cirúrgica. Esses desenvolvimentos, conforme discutido por Moura et al. (2024) e Candido (2024), têm permitido que os procedimentos sejam realizados com maior precisão e segurança, resultando em recuperações mais rápidas e menores complicações pós-operatórias para os pacientes.

Os benefícios clínicos dessas técnicas são amplamente documentados. Araujo et al. (2020) destacam que as técnicas minimamente invasivas resultam em menores incisões, menos dor pós-operatória e tempos de recuperação significativamente reduzidos em comparação com a cirurgia aberta tradicional. Estes benefícios são particularmente significativos para pacientes de alto risco, como os idosos e aqueles com múltiplas comorbidades. Adicionalmente, Galvão et al. (2024) enfatizam que essas técnicas não apenas melhoram a qualidade de vida dos pacientes, mas também reduzem a necessidade de internações prolongadas e de cuidados intensivos, aliviando a pressão sobre os recursos hospitalares.

No entanto, é crucial reconhecer os desafios e limitações associados à implementação dessas técnicas. Conforme discutido por Moreira e Celullari (2011) e Moura et al. (2024), a necessidade de treinamento intensivo para cirurgiões e equipe médica, bem como a disponibilidade de infraestrutura adequada, são barreiras significativas. A curva de aprendizado para dominar essas técnicas pode ser acentuada, especialmente em instituições de saúde menores ou em regiões com menos recursos. Além disso, os custos iniciais de implementação, incluindo a aquisição de equipamentos especializados e o treinamento da equipe, podem ser elevados, conforme apontado por Aguiar et al. (2023).

A comparação entre técnicas minimamente invasivas e cirurgias convencionais destaca a importância de uma abordagem personalizada no tratamento de doenças cardíacas. Estudos como os de Zica et al. (2020) e Silva et al. (2023) indicam que, embora as técnicas minimamente invasivas ofereçam inúmeros benefícios, a cirurgia convencional ainda pode ser a melhor opção em casos complexos ou emergenciais. A decisão sobre qual técnica utilizar deve ser baseada em uma avaliação cuidadosa de cada caso individual, considerando fatores como a gravidade da condição do paciente e a disponibilidade de recursos.

Por fim, o futuro das técnicas minimamente invasivas em cirurgia cardíaca parece promissor, com contínuos avanços tecnológicos prometendo revolucionar ainda mais a prática cirúrgica. A robótica e a inteligência artificial, em particular, têm o potencial de oferecer tratamentos ainda mais precisos e personalizados. No entanto, para que esses avanços se traduzam em benefícios reais para os pacientes, é essencial que haja investimento contínuo em pesquisa, desenvolvimento e treinamento, além de políticas de saúde que incentivem a adoção dessas técnicas. A combinação de inovação tecnológica com uma abordagem centrada no paciente tem o potencial de transformar significativamente a prática da cirurgia cardíaca, proporcionando tratamentos mais seguros, eficazes e acessíveis para um número crescente de pacientes.

REFERÊNCIAS

ABRI, M. S.; AHMADI, S. H.; KHOSRAVI, A. Advances in minimally invasive cardiac surgery. Journal of Cardiothoracic Surgery, v. 15, n. 1, p. 123, 2020.

AGUIAR, C. C.; AMARAL, E. S.; MUJAHED, G. B. U.; PORTO, Y. B. S.; CAVALCANTE, R. S. Cirurgia cardíaca minimamente invasiva: inovações e desenvolvimentos recentes. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, [S. l.], v. 5, n. 5, p. 3479–3491, 2023. DOI: 10.36557/2674-8169.2023v5n5p3479-3491. Disponível em: https://bjihs.emnuvens.com.br/bjihs/article/view/920. Acesso em: 15 jul. 2024.

AGUIAR, P. C.; SANTOS, L. F.; OLIVEIRA, R. F.; MENDES, C. A. Minimally invasive cardiac surgery: Innovations and outcomes. Heart Surgery Review, v. 25, n. 3, p. 233-245, 2023.

ARAÚJO, C. F. C. et al. Cardiopatias: inserção da técnica minimamente invasiva em cirurgia cardíaca. Saúde Coletiva (Barueri), 2020. 9(49), 1500–1508. DOI: https://doi.org/10.36489/saudecoletiva.2019v9i49p1500 – 1508

CANDIDO, D. H. Impacto da tecnologia de imagem na cirurgia cardíaca. Revista CPAQV – Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida, 2024. DOI: https://doi.org/10.36692/V16N1-63

DE LIMA, F. R.; PEREIRA, J. R.; ALVES, D. M. The evolution of minimally invasive cardiac surgery. Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery, v. 36, n. 4, p. 481-489, 2021.

GALVÃO, A. A. C. B. et al. Recent developments in minimally invasive surgical techniques. Research, Society and Development, [S. l.], v. 13, n. 2, p. e3913244898, 2024. DOI: 10.33448/rsd-v13i2.44898. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/44898. Acesso em: 15 jul. 2024.

HONGYAN, L.; HUANG, H.; CHEN, Z. Endovascular techniques in cardiac surgery: Benefits and challenges. Journal of Clinical Medicine, v. 11, n. 12, p. 3145, 2022.

MOREIRA, L. F. P.; CELULLARI, A. L.. Cirurgia cardíaca minimamente invasiva no Brasil. Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery, v. 26, n. 4, p. III–V, out. 2011. DOI: https://doi.org/10.5935/1678-9741.20110037

MOURA, F. M. N. et al. Avanços em cirurgia cardíaca minimamente invasiva: uma análise crítica das inovações em técnicas endovasculares e resultados clínicos. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 7, n. 1, p. 83–90, 2024. DOI: 10.34119/bjhrv7n1-008. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/66064. Acesso em: 15 jul. 2024.

PÊGO-FERNANDES, Paulo M.; GAIOTTO, Fabio A.; GUIMARÃES-FERNANDES, Flávio. Estado atual da cirurgia de revascularização do miocárdio. Revista de Medicina, São Paulo, Brasil, v. 87, n. 2, p. 92–98, 2008. DOI: 10.11606/issn.1679-9836.v87i2p92-98. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/59066.. Acesso em: 15 jul. 2024.

ROCHA ZICA, M. C.; FENELON, M. P. M.; SILVA, I. A.; BRITO DE SOUZA, H. J. Cirurgia cardíaca convencional x minimamente invasiva – uma análise comparativa em hospitais terciários do Distrito Federal. Programa de Iniciação Científica – PIC/UniCEUB – Relatórios de Pesquisa, 2024. DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2020.8266

SILVA, S. D. et al. Cirurgia minimamente invasiva versus procedimentos convencionais: uma análise comparativa. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences,[S. l.], v. 5, n. 5, p. 5253–5273, 2023. DOI: 10.36557/2674-8169.2023v5n5p5253-5273. Disponível em: https://bjihs.emnuvens.com.br/bjihs/article/view/1083. Acesso em: 15 jul. 2024.

ZBIERSKI, M. de L. et al. Abordagens cirúrgicas minimamente invasivas em cirurgia cardíaca: resultados e complicações. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, [S. l.], v. 9, n. 7, p. 1804–1813, 2023. DOI: 10.51891/rease.v9i7.10783. Disponível em: https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/10783. Acesso em: 15 jul. 2024.


¹Graduando em Medicina pela Afya Faculdade de Ciências Médicas de Itabuna.