A ESPIRITUALIDADE E OS TRANSTORNOS MENTAIS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12667071


Thaíse Rocha Figueiredo Tempone*


Resumo

A espiritualidade é apontada como importante constituinte da qualidade de vida e reconhece-se sua eficácia na terapêutica de muitas doenças. Relaciona-se à busca pela conexão com o sagrado ou transcendente, podendo ou não culminar em hábitos religiosos. Os transtornos mentais resultam do processo de desenvolvimento do indivíduo, dependendo de fatores sociais, genéticos e ambientais, de acordo com a psicopatologia. Dada a influência da espiritualidade no tratamento de diversas doenças, este trabalho buscou relacionar a espiritualidade e os transtornos mentais e, para isso, utilizou-se da obra de diferentes autores, pesquisadas na plataforma Google Scholar, através de uma revisão bibliográfica, uma pesquisa básica e exploratória. Como principais resultados, tem-se a influência positiva da espiritualidade nos tratamento de transtornos mentais, exceto nos de transtornos mentais delirantes, a medicação como meio insuficiente de obtenção de cura e o papel fundamental dos profissionais de saúde na abordagem da espiritualidade durante o cuidado.

Palavras chave: espiritualidade, saúde, transtornos mentais. 

Abstract

Spirituality is identified as an important constituent of quality of life and its effectiveness in the treatment of many diseases is recognized. It is related to the search for connection with the sacred or transcendent, which may or may not culminate in religious habits. Mental disorders result from the individual’s development process, depending on social, genetic and environmental factors, according to psychopathology. Given the influence of spirituality in the treatment of various diseases, this work sought to relate spirituality and mental disorders and, to this end, used the work of different authors, researched on the Google Scholar platform, through a bibliographical review, basic research and exploratory. The main results include the positive influence of spirituality in the treatment of mental disorders, except for delusional mental disorders, medication as an insufficient means of obtaining a cure and the fundamental role of health professionals in addressing spirituality during care.

Keywords: spirituality, health, mental disorders

INTRODUÇÃO

Segundo Panzini (2007) a espiritualidade tem sido apontada como importante constituinte da qualidade de vida. Sabe-se que os profissionais de saúde possuem indicações com comprovações científicas sobre o quanto a abordagem da espiritualidade é eficaz como terapêutica de qualquer doença. Fica evidente a importância da fé e da espiritualidade na saúde física e mental, bem como nas situações estressantes do dia-a-dia.

Dada a sua importância, pode-se definir espiritualidade como uma relação individual com algo considerado superior, divino ou sagrado, desvinculada da religião, que traz ao indivíduo autonomia e um genuíno desenvolvimento interior, sem influência externa (Marques,2010). Trata-se da busca por respostas a questões existenciais, sobre o sagrado ou o transcendente, que pode ou não culminar na prática de rituais religiosos ou na formação de uma comunidade religiosa (Panzini,2007). Vale mencionar que a espiritualidade é uma das dimensões que constituem o ser humano, não se dissociando das dimensões física, sensorial, emocional e mental, portanto a união destas contribuem para a integralidade do ser (Rohr,2011).

Já em relação aos transtornos mentais, para Polanczyk (2009) estes resultam do processo de desenvolvimento do indivíduo e dependem de influências sociais, genéticas e ambientais, segundo a visão da psicopatologia. Isto é, os investigadores dessa ciência convergem quanto à origem dos transtornos mentais no processo de desenvolvimento através da interrelação de dimensões em múltiplos níveis, como as características específicas do indivíduo, que seriam os fatores biológicos, psicológicos e genéticos, características ambientais, como a exposição a eventos estressores e características sociais, que seria a rede de apoio social do indivíduo. 

Para Resende (2014) critérios culturais, mais do que critérios biológicos, definiram os fenômenos comportamentais como transtornos, enquanto que para Candido (2012) não há uma definição clara sobre o que é transtorno mental. Ainda segundo Candido (2012) há um estigma excludente em relação ao portador de doença mental, que precisa ser quebrado como barreira cultural por meio de debates permanentes a respeito do tema.

Dessa forma, nos dois primeiros capítulos do desenvolvimento deste estudo, serão abordados conceitos e linhas de pensamento a respeito da espiritualidade e dos transtornos mentais, e será feita a correlação entre as ambos na seção de Resultados e Discussão, com base em uma pesquisa exploratória e básica, correspondendo a uma revisão bibliográfica, e a hipótese a ser testada é a de que a espiritualidade exerce uma influência positiva no tratamento dos transtornos mentais, tendo-se como problema de pesquisa “Qual é a influência da espiritualidade no tratamento dos transtornos mentais?”.

Discutir a respeito deste tema justifica-se devido à espiritualidade vir ganhando cada vez mais espaço no tratamento de diversas doenças, assim como no caso dos transtornos mentais, e por isso aprofundar os estudos nessa área pode proporcionar a descoberta de novos caminhos, seja na construção da relação com os pacientes ou mesmo na descoberta de novas formas de tratamento e cuidados que auxiliem esses pacientes. Além disso, pode-se citar a produção de novos conhecimentos e maior disponibilidade de informações para a população. 

Metodologia

O presente estudo consiste em uma pesquisa básica de caráter exploratório, tratando-se de uma revisão bibliográfica que visa não só relacionar as variáveis de análise central, mas também apresentar subsídios de informação que possam ser úteis para a transformação da realidade. 

Os resultados serão apresentados de forma qualitativa e a partir de fontes secundárias, utilizando-se o Google Scholar como plataforma de pesquisa para artigos científicos. Foram pesquisados ao todo 27 artigos científicos e 1 site de instituição adequada à abordagem deste trabalho. 

Como critérios de inclusão tem-se os aspectos da espiritualidade que influenciam o tratamento dos transtornos mentais. Os conteúdos pesquisados encontram-se dentro do contexto desta temática e a análise dos resultados será direcionada ao objeto de estudo, de forma que se alcance os objetivos propostos.

Conceitos e aspectos da espiritualidade

A espiritualidade pode ser definida como um conjunto de práticas intrínsecas através das quais o indivíduo busca, pela religião ou não, um significado para a vida e para Deus, sendo mais voltada para o eu e para o transcendente. Já a religião constitui-se de um conjunto de ritos crenças, compartilhados pelas pessoas de um mesmo grupo religioso, enquanto a religiosidade seria a prática institucionalizada da religião (Aguiar e Silva,2021). É necessário fazer a diferenciação desses conceitos, pois, embora sejam trabalhados de forma única na literatura, uma pessoa que não segue uma religião pode ter interesse na conexão espiritual com o transcendente, enquanto que alguém que está inserido em um grupo religioso pode não ter interesse nessa busca (Aguiar e Silva,2021).

Para Esporcatte et al (2020) a espiritualidade pode ser considerada uma busca pessoal para compreender o fim da vida, seu sentido e as relações com o sagrado/transcendente, que podem ou não levar ao surgimento de uma comunidade religiosa. Pode ser entendida como um conjunto de valores mentais, morais e emocionais que norteiam a vida nos relacionamentos intra e interpessoais ou ainda como um aspecto intrínseco da humanidade pelo qual as pessoas buscam uma conexão com o sagrado ao experimentar os relacionamentos consigo mesmas, a família, a natureza e a sociedade.

Da Silva (2022) aponta que, para que a conexão com o sagrado ocorra, são necessários meios como a religião através da fé e a oração, de forma que respondam às perguntas mais íntimas na procura pelo sentido da vida. A autora menciona que, dentro da perspectiva da saúde, a espiritualidade é importante não só para o paciente e seus familiares, mas também para quem está envolvido nos cuidados, para seu autocuidado.

Segundo De Moura (2023) por muito tempo o conceito de espiritualidade foi entrelaçado ao de religiosidade, entretanto, com estudos nos campos biológico, psicológico e social, a espiritualidade tem se dissociado da religião, deixando de ser vista como algo negativo. Isso porque teóricos como Sigmund Freud e Martin Charcot não viam a religião com bons olhos. Porém, não cabe aqui trazer uma conotação negativa para a religião.

Esporcatte et al (2020) define religião como sendo um conjunto organizado de práticas e símbolos que facilitam a conexão do indivíduo com o transcendente e fomentam a compreensão de suas responsabilidades para com a comunidade. Já a religiosidade seria o quanto um indivíduo segue, acredita e pratica uma religião, podendo ou não incluir  participação em templos religiosos.

Silva et al (2021) descreve vários conceitos de espiritualidade de acordo com suas aplicabilidades, porém destacam-se as manifestações observadas nas pessoas espiritualizadas, como a fé frente os desafios da vida, cuidado com os pensamentos e sentimentos, preocupação significativa consigo próprio e com os outros, agir ético e moral, consciência do autoconhecimento, busca da harmonia nas relações humanas, força sobrenatural e enfrentamento das perdas com maior facilidade, integrando a espiritualidade na vivência da religiosidade.

Como definição primordial de seu estudo, para Silva et al (2021) a espiritualidade compreende uma das múltiplas dimensões humanas internas que se exteriorizam através de comportamentos, sentimentos e relacionamentos, ligada a um conjunto de convicções e experiências que traduzem o significado da vida. Reflete a relação do humano consigo e com o outro, seu mundo social e natural no aspecto de integralidade da vida, de modo a despertar os sensos de responsabilidade, solidariedade, generosidade, paciência, tolerância, confiança e a autoestima. Distancia do que é nocivo e aproxima de escolhas benéficas e que vivificam. O indivíduo vive os processos da existência com mais harmonia e vai além dos limites físicos e materiais da sua realidade. Inclui-se a crença num ser superior e a elevação para a condição de imortalidade, em busca de conforto e mudanças.

De acordo com Gomes e Bezerra (2020) a espiritualidade é uma dimensão que permeia toda a experiência humana. É representada pela relação do self com algo exterior (Deus, o divino ) e entre as pessoas. A vivência de altos e baixos nos estados de alma cria uma dinâmica que leva ao crescimento espiritual, ao contrário de uma espiritualidade pessoal estática, que não proporciona motivação. Pode-se dizer que a espiritualidade é um instrumento de promoção da saúde, indo além das perspectivas da materialidade nos campos fisiopatológicos e alopáticos do indivíduo. Reflete não só na saúde, mas também na forma de expressão do indivíduo na comunidade e na sua maneira de ver o mundo. Representa uma maneira de as pessoas encontrarem sentido para a vida, seja durante as dificuldades ou doenças, constituindo-se numa potência que deve ser explorada de forma crítica e criativa na formação em saúde.

Pais-Ribeiro (2022) também faz a distinção entre os conceitos de espiritualidade, religião e religiosidade, sendo a espiritualidade um estado mental vivenciado pela maioria das pessoas, que consiste na busca pela compreensão de questões como o fim e o sentido da vida e sua relação com o transcendente. Já a religião seria um conjunto de crenças, práticas e símbolos que auxilia a conexão com o transcendente e a religiosidade o quanto a pessoa acredita, segue ou pratica determinada religião. Afirma também que estes conceitos estão relacionados um ao outro e que, por haver muita semelhança entre espiritualidade e religião, muitas vezes estas se sobrepõem. Segundo o autor, quanto maiores os níveis de espiritualidade, também maiores os níveis de bem-estar geral e satisfação com a vida, satisfação conjugal, menor índice de depressão e suicídio e de abuso de substância.

Apesar disso, para Zonta, Vernaglia e Sória (2020) além de aspectos positivos, muitos pacientes acabam lidando com a espiritualidade de forma negativa, como se sua doença fosse um “castigo de Deus”, aumentando sua raiva, revolta e sofrimento, o que impacta significativamente no tratamento e no prognóstico. Mas é importante deixar claro que esses casos se enquadram na minoria dos pacientes. Há resistência de muitos profissionais na abordagem da religiosidade/espiritualidade, porém esta é requerida pela maioria dos pacientes. Sabe-se que essa abordagem é capaz de auxiliar no tratamento e períodos de internação, proporcionando melhor prognóstico e qualidade de vida. No caso de pacientes psiquiátricos, a vivência da religiosidade/espiritualidade funciona como um alento para vida quando associada ao apoio de sua rede social, tornando-se assim uma aliada dos profissionais de saúde.

Ainda segundo Zonta,Vernáglia e Sória (2020) a abordagem da religiosidade/espiritualidade acompanha uma tendência mundial com influência comprovada no processo saúde/doença e auxílio na profilaxia de diversos transtornos. Percebe-se que os estudos convergem para a espiritualidade como fator protetor para diferentes doenças psiquiátricas, vista como uma aliada no tratamento e melhorando o prognóstico dos pacientes, sendo esta correlação entre espiritualidade e transtornos mentais aprofundada em Resultados e Discussão.

Conceitos e abordagens sobre os transtornos mentais

Segundo Fonseca, Guimarães e Vasconcelos (2008) o conceito de transtornos mentais comuns propõe uma psiquiatrização e uma medicalização da vida. No entanto, este conceito pode ser visto para além do significado medicalizante ao associar-se com variáveis sócio-demográficas, de modo que as pesquisas apontam para suas raízes psicossociais. Os transtornos mentais comuns podem apresentar-se através de múltiplos sintomas como irritabilidade, esquecimento, nervosismo, fadiga, insônia, dores de cabeça e queixas somáticas inespecíficas, caracterizadas como transtornos depressivos, ansiosos ou somatoformes. Portanto, além de queixas inespecíficas, os transtorno mentais comuns também abrangem os quadros depressivos, ansiosos e somatoformes classificáveis nos manuais diagnósticos. Isso significa que parte da população que apresenta transtornos mentais comuns pode precisar de medicação e de um tratamento mais específico, enquanto que a maioria das pessoas que precisa de cuidados não é necessariamente portadora de um diagnóstico encontrado nos manuais.

Já para Alcântara,Vieira e Alves (2022) ainda não existe um consenso a respeito de saúde mental, sendo que o modelo biomédico de saúde insiste em separar o corpo (somático) da mente (psíquico). Dentro do contexto histórico da saúde mental, foi apenas com o fim da Segunda Guerra Mundial que o isolamento do doente mental nas instituições, os chamados manicômios, foi reconhecido como desumano e segregante. Houve a popularização das terapias psicológicas e advento dos psicofármacos, e a compreensão de que o tratamento que esses indivíduos recebiam cerceava sua liberdade culminou no movimento da Reforma Psiquiátrica, que ocorreu em todo o mundo, sendo que no Brasil a reforma se iniciou na década de 1970, junto com a redemocratização do país e a Reforma Sanitária. Assim, o movimento da luta antimanicomial, composto por trabalhadores, familiares, usuários, artistas e políticos envolvidos com a causa resultou no modelo de atenção psicossocial. 

Rompendo com esse modelo antigo e clássico da psiquiatria em que o manicômio era a única resposta ao sofrimento psíquico, o Brasil vem adotando o modelo de assistência domiciliar através do Programa de Saúde da Família, de modo a contribuir para as dinâmicas familiares e atendendo as pessoas de acordo com suas necessidades (Pereira et al ,2007).

Sabe-se que o transtorno mental traz à família intenso sofrimento, o que se agrava pela existência de crenças inadequadas a respeito dos transtornos mentais e influencia o relacionamento familiar e o serviço de saúde prestado. Por isso, a estratégia de atendimento utilizada requer um olhar plural sobre os diferentes contextos, já que o foco do cuidado é pautado por como a família funciona e se relaciona, o que é fundamental para uma assistência de qualidade (Pereira et al,2007).

Pereira et al (2007) traz relatos que conceituam os transtornos mentais em quatro categorias: transtorno mental como noção de loucura, ou seja, expressão da pessoa que não sabe o que faz, irracionalidade permanente; como incapacidade ou impossibilidade de autonomia, de emancipação e autogerenciamento da vida; representação como doença mental, revelando-se uma confusão entre os termos “doente” e “deficiente mental” e a visão do transtorno mental como expressão de sofrimento psíquico intenso, envolvendo o alcoolismo, as drogas e a violência, nem sempre se referindo àquele que estaria no manicômio, mas que muitas vezes “estão em casa” e “não incomodam ninguém”.

Segundo Frota et al (2022) a nosologia dos transtornos mentais regularmente passa por mudanças e transições de paradigmas. Em 1948 a Organização Mundial de Saúde (OMS), na sexta revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-6), incluiu pela primeira vez os transtornos mentais. A Associação Psiquiátrica Americana (APA) publicou, em 1952, a primeira versão do Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-I). Ambas as classificações foram periodicamente revisadas, estando hoje disponíveis o DSM-5 e o CID-11.

Em se tratando dos transtornos propriamente ditos, tem-se a ansiedade como manifestação normal de uma transtorno afetivo, encontrada em vários transtornos, que naturalmente permite que o indivíduo fique a tento a perigos, sobreviva a ameaças e se adapte a circunstâncias desconhecidas. Caracteriza-se por um estado de apreensão ou antecipação de acontecimentos desfavoráveis, junto com sentimentos de preocupação, desconforto e tensão. É considerada patológica quando causa prejuízos funcionais importantes (Frota et al,2022).

O Transtorno de Ansiedade Generalizada ou TAG é caracterizado por preocupações excessivas com questões do dia-a-dia. Pessoas com TAG podem apresentar tensão muscular, hiperatividade autonômica, irritabilidade, distúrbios do sono, diarreia, cefaleia, nervosismo, além de respostas exageradas a estímulos, como o barulho. Os sintomas devem estar presentes por alguns meses para diagnóstico. E como características do transtorno do pânico tem-se os ataques recorrentes, inesperados, não relacionados a estímulos ou situações específicas. Um ataque de pânico é um episódio que pode ser acompanhado de palpitações, sudorese, tremores, falta de ar, precordialgia, tonturas, calafrios, ondas de calor e temor da morte. A gravidade dos sintomas é variável e os pacientes têm preocupação com a recorrência e consequência dos ataques, tentando evitar que estes ocorram (Frota et al,2022).

Na agorafobia ocorre temor ou ansiedade quando se utiliza o transporte público, se está em multidões ou sozinho fora de casa. O indivíduo teme ataques de pânico ou sintomas físicos constrangedores. Essas situações são evitadas somente em ocasiões específicas ou enfrentadas, como medo e ansiedade intensos. Muitos acabam abusando do uso do álcool e sedativos (Frota et al,2022)

Caracterizando o transtorno obsessivo compulsivo, para Cunha (2021), de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5,APA,2014) este seria a presença de obsessões e compulsões, sendo as obsessões os pensamentos obsessivos ou imagens intrusivas e indesejadas e as compulsões os comportamentos repetitivos que o indivíduo se sente na obrigação de executar em resposta à uma obsessão ou a regras que devem ser seguidas de forma rígida. Outras características do obsessivo compulsivo são a lentidão na realização das tarefas do dia-a-dia, dúvidas em relação ao que vai acontecer e percepção de responsabilidade elevada. Estes aspectos podem comprometer a vida desta pessoa tanto a nível familiar como social. Existem vários tipos de sintomas e a família é fundamental na evolução do tratamento do indivíduo.

Segundo Bosaipo,Borges e Juruena (2017) o transtorno bipolar é definido como alterações de humor, que envolvem períodos de humor elevado e depressão como polos opostos da experiência afetiva, com sintomas cognitivos, físicos e comportamentais específicos. No transtorno bipolar tipo I a elevação de humor é grave e persistente (mania) e, no tipo II, a elevação do humor é mais branda (hipomania). O especificador “com características mistas” é utilizado quando ocorre simultaneamente sintomas maníacos e depressivos, ainda que sejam vistos como polos opostos do humor. O quadro de Transtorno Ciclotímico caracteriza-se pela alternância entre vários períodos hipomaníacos e depressivos em adultos durante pelo menos dois anos e um ano em crianças, não abrangendo episódio de mania, hipomania ou depressão maior.

Já em relação ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) para a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS-OMS,2024) refere-se a um grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação ou na linguagem e por interesses em atividades que são únicos para o indivíduo e realizadas de forma repetitiva. O TEA começa na infância e tende a permanecer na adolescência e idade adulta. As pessoas com este transtorno tendem a ter outras condições concomitantes, como epilepsia, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), depressão e ansiedade. A função intelectual varia de um comprometimento significativo a níveis superiores. Algumas pessoas com TEA são independentes, enquanto outras precisam de cuidados ao longo da vida. Ressalta-se que são necessárias intervenções psicossociais baseadas em evidências de modo que os pais sejam treinados para cuidar de seus filhos autistas e que isso gere um impacto positivo na qualidade de vida e bem-estar familiar. Assim como nos outros transtornos mentais, as pessoas com TEA são estigmatizadas, sofrendo discriminação e violação dos direitos humanos. Dessa forma, faz-se necessária uma melhora global nos serviços de apoio para esses pacientes.

A respeito da esquizofrenia, pode se considerada a mais grave das doenças mentais, pois causa um impacto devastador aos indivíduos por ela afetados, impedindo realizações pessoais e autonomia. Constitui a principal forma de psicose e não existe sintoma patognomônico para todos os pacientes, havendo diferentes fatores etiológicos, bioquímicos e psicossociais que levam a diferentes respostas ao tratamento. Sua causa é desconhecida, pode apresentar sintomas como delírios e alucinações, porém ainda não há um conceito homogêneo, sendo que a investigação quanto ao diagnóstico e abordagens clínicas ainda estão em aberto (Santos,2023).

Para Silva (2016) a esquizofrenia está associada normalmente a sinais e sintomas como alucinações, delírios e desordem do pensamento, intercalados por períodos de remissão, dificuldade de expressão das emoções, apatia e isolamento social. O portador desta síndrome também apresenta problemas cognitivos, como dificuldade de abstração e de aprendizado e déficit de memória. A combinação desses sintomas gera grande sofrimento para o indivíduo e compromete sua vida familiar, profissional  e social.

Assim, tem-se os conceitos dos principais transtornos mentais que acometem a população, percebendo-se o grande sofrimento que podem trazer às pessoas e suas famílias. Em Resultados e Discussão, será abordada a relação da espiritualidade ao tratamento destes transtornos, se há como auxiliar esses pacientes por meio desta, se essa relação é benéfica ou não.

Resultados e Discussão

Este capítulo se inicia com a recapitulação das seções anteriores deste artigo. Primeiramente, vale lembrar que esta pesquisa consiste em uma revisão bibliográfica, sendo os dados obtidos da plataforma Google Scholar e relacionados de acordo com os objetivos de interesse deste estudo. O que se espera descobrir é que a espiritualidade contribua para o tratamento dos transtornos mentais, sendo a indicação e análise dos resultados meios que permitem verificar esta hipótese. Dados os objetivos de apresentar conceitos e ideias a respeito da espiritualidade e dos transtornos mentais, cada um dos capítulos anteriores foram dedicados aos mesmos e cabe aqui fazer a correlação entre a espiritualidade e o tratamento dos transtornos mentais.

Como resultados encontrados, tem-se, no primeiro capítulo, as diferenças entre os conceitos de espiritualidade, religião e religiosidade (Aguiar e Silva,2021;Espocartte,2020) que consistem respectivamente na busca pelo sentido da vida; crença, ritos e hábitos que aproximam e facilitam a conexão com o transcendente e na forma como se pratica a religião. Da Silva (2022) menciona meios de conectar-se com o sagrado através da oração e da fé, que é importante tanto para os familiares e pacientes quanto para os profissionais de saúde. Destaca-se também, segundo Silva (2021) as características de uma pessoa espiritualizada, como a fé diante dos desafios da vida, cuidado com pensamentos e sentimentos e preocupação consigo e com o próximo, além do agir ético e moral. A espiritualidade é identificada como uma das dimensões do ser humano, capaz de distanciar do que é nocivo e aproximar de escolhas benéficas. Traz harmonia e vai além dos limites físicos e materiais. A espiritualidade também é apontada como instrumento de promoção da saúde, de maneira que consegue interferir na visão de mundo de um indivíduo (Gomes e Bezerra,2020).

Segundo o estudo de Zonta, Vernáglia e Sória, detectou-se que numa minoria dos pacientes a espiritualidade pode ter impacto negativo, com aumento da raiva, revolta e sofrimento, porém, na maioria dos casos, a espiritualidade auxilia no período de internação e proporciona melhor qualidade de vida, funcionando como um alento para pacientes psiquiátricos. A abordagem da religiosidade/espiritualidade na relação médico paciente é uma tendência mundial e que tem influência positiva no processo saúde doença, e por isso deve ser valorizada.

Já no segundo capítulo, logo de início é apontado o conceito de transtornos mentais comuns, que aponta para a psiquiatrização e medicalização da vida, ponto de vista que pode ser ampliado a partir das variáveis sócio-demográficas. Os transtornos mentais comuns abrangem desde queixas somáticas inespecíficas até distúrbios que estão presentes nos manuais diagnósticos, e por isso nem todas as pessoas precisam passar por tratamentos específicos (Fonseca, Guimarães e Vasconcelos,2008).

Pode-se citar ainda a falta de consenso a respeito do conceito de saúde mental e a separação entre corpo e mente realizada pelo modelo biomédico de saúde. Foi relatado também um contexto histórico em que houve a reforma psiquiátrica e a luta antimanicomial, que culminaram no modelo de assistência psicossocial. O Brasil tem adotado a assistência domiciliar através do Programa Saúde da Família, estratégia que requer saber lidar com os diferentes contextos, por ser baseada no funcionamento e relacionamento familiar (Pereira et al,2007).

Há a conceituação de transtorno mental em quatro categorias, como noção de loucura ou irracionalidade, incapacidade ou impossibilidade de autonomia, representação como doença mental e expressão de sofrimento psíquico intenso (Pereira et al,2007), e posteriormente a conceituação de ansiedade como sentimento natural diante dos perigos, sobrevida a ameaças, adaptação e apreensão, classificada como patologia quando traz prejuízos funcionais significativos (Frota et al,2022).

São descritos outros Transtorno de Atenção Generalizada, Transtorno do Pânico, Agorafobia, Transtorno Obsessivo Compulsivo, Transtorno Bipolar, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Esquizofrenia, cada um com suas particularidades, sintomas e tratamentos específicos (Frota et al,2007;Cunha 2021;OPAS-OMS,2024;Santos,2023;Silva,2016).

Como análise destes resultados, partindo-se da premissa de que a espiritualidade é uma forma de promover saúde, subentende-se que seja uma maneira de auxiliar nos sintomas apresentados pelos transtornos descritos, como, no caso do transtorno obsessivo compulsivo, auxiliar a ter controle sobre os pensamentos intrusivos e indesejados e controle sobre os comportamentos repetitivos (Gomes e Bezerra,2020;Cunha,2021).

Pode-se dizer ainda que, através da oração e da fé, do cultivo da conexão com o transcendente, é possível desenvolver características que fortalecem o indivíduo perante os sintomas dos transtornos. O cuidado com os pensamentos e os sentimentos e a visão positiva diante do que se enfrenta na vida já são capazes de harmonizar a mente e trazer melhor qualidade de vida ao paciente (Da Silva,2020). Em contrapartida, existe uma minoria de pacientes que pode ter seu sofrimento aumentado, ou seja, ocorre um impacto negativo da espiritualidade (Zonta,Vernáglia e Sória,2020). Em pacientes psicóticos, existem os chamados delírios religiosos, que são habitualmente acompanhados por outros sintomas e comportamentos da doença mental. Esses delírios estão em continuidade entre as crenças normais de indivíduos saudáveis e as crenças fantásticas de indivíduos psicóticos (Koenig,2007).

Por outro lado, sabe-se que há evidências que indicam que as pessoas se tornam mais religiosas quando estão doentes e que a religião frequentemente auxilia essas pessoas a lidar com situações de alto estresse psicológico. No caso das doenças mentais graves, numerosos estudos também informam a influência positiva de um envolvimento religioso não-delirante (Koenig,2007).

Para Reinaldo e Santos (2016) pesquisas apontam o envolvimento religioso como benéfico para a saúde física, mental e para a longevidade. Porém também aborda o lado negativo, ligado ao fanatismo, mortificações, opressão e uso inadequado dos serviços de saúde. Toda vivência religiosa possui seu sistema de crenças, e é preciso avaliar se interfere de maneira positiva ou não na vida das pessoas com transtornos psiquiátricos, até para intervir, se necessário, sendo a família e os líderes religiosos parceiros importantes na rede de apoio social do paciente.

De acordo com Oliveira e Junges (2012) na interelação entre saúde mental e religiosidade/espiritualidade é importante perceber o quanto a segunda oferece recursos para o enfrentamento de questões estressantes da vida, proporcionando melhor nível de saúde. Os resultados só são negativos quando há uma quebra da integração interna, sentimento de revolta, raiva, dúvidas e confusão no sistema de crenças. O fato de essa interrelação ser positiva e favorecer a saúde mental do indivíduo vai depender da forma como ele lida e interpreta em seu contexto de vida com essa experiência. É importante para o profissional de saúde reconhecer a espiritualidade como dimensão do indivíduo e considerá-la na sua relação com o paciente, que deve ser visto como um ser biopsicosociospiritual.

Salimena et al (2016) relata sobre a insuficiência da medicação para a cura e define a espiritualidade como uma das principais fontes de inspiração e de autotranscendência do ser humano, que permite nutrir esperanças para uma vida nova. A espiritualidade mostrou-se muito importante na vida dos entrevistados em seu estudo, sendo um fator que auxilia na recuperação da saúde e suaviza o sofrimento dos portadores de transtornos mentais. Para essas pessoas, Deus dá forças, ânimo para suas atividades e suporte para suas dificuldades. A espiritualidade os auxilia em suas necessidades psicossociais e no convívio com suas limitações, o que corrobora seu benefício para o equilíbrio emocional e consequentemente para a saúde mental.

Reforça-se a importância de se reconhecer a espiritualidade como estratégia de enfrentamento e de identificação das carências individuais do paciente, de maneira que o profissional de saúde possa oferecer um tratamento da forma mais holística possível (Guerreiro,2011).

Dessa forma, como análise da correlação entre espiritualidade e transtornos mentais, pode-se inferir que existe um grande benefício da primeira no tratamento destes transtornos (Reinaldo e Santos,2016), com exceção de situações mais graves, como nos transtornos mentais delirantes, nos quais os pacientes nutrem crenças fantásticas (Koenig,2007), podem desenvolver fanatismo e uso inadequado dos serviços de saúde (Reinaldo e Santos,2016). Na maioria dos casos, há uma interrelação positiva entre a espiritualidade e transtornos mentais, que depende da forma de lidar e interpretar do indivíduo em suas experiências (Oliveira e Junges,2012). 

A medicação é insuficiente para a cura e pode-se corroborar que a espiritualidade é um dos meios mais utilizados pelos pacientes como forma de nutrir esperanças e como fonte de inspiração, como suporte para as dificuldades, ânimo para realizar as atividades, enfim, é uma forma de adquirir forças frente às circunstâncias da vida (Salimena et al,2016). E é imprescindível que os profissionais de saúde reconheçam a dimensão espiritual em seus pacientes, pois esta é uma forma de agregar valor ao tratamento, visualizando o indivíduo de maneira mais integral.

A hipótese de que a espiritualidade auxilia no tratamento dos transtornos mentais foi, em parte corroborada, com a ressalva de que pacientes gravemente acometidos podem apresentar essa relação de forma negativa, necessitando ainda mais de apoio de sua rede social e familiar.

Conclusão

Com este trabalho, espera-se ampliar os conhecimentos a respeito da espiritualidade e dos transtornos mentais, fazendo com que a interrelação entre ambas tenha mais visibilidade na comunidade científica e traga indícios que se relacionam ao quanto a espiritualidade pode ser benéfica ou não no tratamento dos transtornos mentais.

Como principais resultados tem-se a influência positiva da espiritualidade no tratamento dos transtornos mentais, com exceção dos casos mais graves, como transtornos delirantes, além da insuficiência da medicação como forma de obtenção da cura; o papel imprescindível da espiritualidade no dia-a-dia das pessoas e a necessidade de os profissionais de saúde acatarem a dimensão espiritual de seus pacientes, para que o tratamento seja o mais completo possível.

Conforme dito em Resultados e Discussão, a hipótese foi corroborada, com uma ressalva de que, no caso de pacientes com doença mental muito grave, a espiritualidade pode trazer uma repercussão negativa, porém trata-se de uma minoria dos pacientes.

Pode-se sugerir novas abordagens de pesquisa, com aprofundamento da correlação entre espiritualidade e cada transtorno mental em específico, de forma a ampliar o conhecimento a respeito do tema e proporcionar aos profissionais de saúde arcabouço teórico e informativo que os capacite no momento de lidar com seus pacientes, além de promover saúde fazendo com que esse conteúdo chegue até a população e seja útil na vida das pessoas.

Referências

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*Graduada em Biomedicina pela Universidade Estácio de Sá e Mestranda do Programa de Pós    graduação de Ciências da Saúde da Ivy Enber Christian University