ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PRÉ HOSPITALAR A VÍTIMA COM TRAUMA TORÁCICO 

PRE-HOSPITAL NURSING CARE FOR VICTIM WITH CHEST TRAUMA

ATENCIÓN DE ENFERMERÍA PREHOSPITALARIA A LA VÍCTIMA CON TRAUMA TORÁCICO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12666877


Antônia Diana Rocha Cavalcante1; Bruna Vieira Costa2; Carolina Barros Gouvea Miranda3; Ilceli Sheridan Costa4; Kelly Wanessa da Silva França5; Maria Luziene Brito Pinheiro6; Maria Marrone Medeiros Lima7; Mayara de Nazaré Moreira Rodrigues8; Silvana Paiva Galvão Tocantins9; Thaís Caldas de Sousa Cardoso10


RESUMO  

O trauma torácico é uma das causas mais comuns de morte, correspondendo a 20 a 25% dos casos. Pode ser trauma contuso ou penetrante. Portanto este trabalho apresenta a seguinte pergunta norteadora: “Qual a atuação de enfermagem no atendimento em pacientes submetidos a utilização de dreno de tórax? Objetivo geral: identificar a atuação de enfermagem em pacientes submetidos a drenagem de tórax. Método: Esta pesquisa consiste de uma revisão integrativa da literatura. Resultados: Nas buscas de artigos nas bases de dados e revistas eletrônicas, encontrou- se 12 artigos. Conclusão: A falta de padronização nos protocolos de cuidados de enfermagem e a variação na experiência e habilidades dos profissionais também podem influenciar os resultados dos estudos. Portanto, ao interpretar os resultados desses estudos, é importante considerar suas limitações e a necessidade de mais pesquisas para elucidar completamente a eficácia dos cuidados de enfermagem em pacientes com dreno de tórax.

Palavras-chave: Assistência de enfermagem. Atendimento pré-hospitalar. Traumatismo torácico. 

ABSTRACT

Chest trauma is one of the most common causes of death, accounting for 20 to 25% of cases. It can be blunt or penetrating trauma. Therefore, this work presents the following guiding question: “What is the nursing role in caring for patients undergoing the use of a chest tube? General objective: to identify nursing performance in patients undergoing chest drainage. Method: This research consists of an integrative literature review. Results: In searches for articles in databases and electronic magazines, 12 articles were found. Conclusion: The lack of standardization in nursing care protocols and variation in professionals’ experience and skills can also influence study results. Therefore, when interpreting the results of these studies, it is important to consider their limitations and the need for further research to fully elucidate the effectiveness of nursing care in chest tube patients.

Keywords: Nursing care. Pre-hospital care. Chest trauma.

RESUMEN

El traumatismo torácico es una de las causas más comunes de muerte y representa entre el 20 y el 25% de los casos. Puede ser un traumatismo contundente o penetrante. Por lo tanto, este trabajo presenta la siguiente pregunta orientadora: “¿Cuál es el papel de la enfermería en el cuidado de los pacientes sometidos al uso de un tubo torácico? Objetivo general: identificar la actuación de enfermería en pacientes sometidos a drenaje torácico. Método: Esta investigación consiste en una revisión integradora de la literatura. Resultados: En las búsquedas de artículos en bases de datos y revistas electrónicas se encontraron 12 artículos. Conclusión: La falta de estandarización en los protocolos de atención de enfermería y la variación en la experiencia y habilidades de los profesionales también pueden influir en los resultados del estudio. Por lo tanto, al interpretar los resultados de estos estudios, es importante considerar sus limitaciones y la necesidad de realizar más investigaciones para dilucidar completamente la efectividad de los cuidados de enfermería en pacientes con tubo torácico.

Palabras clave: Atención de enfermeira. Atención prehospitalaria. Traumatismo torácico.

1. INTRODUÇÃO

O trauma torácico é uma das causas mais comuns de morte, correspondendo a 20 a 25% dos casos. Pode ser trauma contuso ou penetrante. A maioria dos pacientes, 85%, pode ser tratada apenas com uma drenagem fechada de tórax, somente 10 a 15% desses pacientes necessitarão de uma toracotomia de emergência (AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS, 2018).

O trauma é caracterizado por lesões que envolvem diversas regiões anatômicas, gera um grande impacto na sociedade, e isso tem sido a principal causa de óbito e internação hospitalar. O traumatismo torácico tem se destacado em virtude de fatores vinculados a urbanização, e pelo aumento da violência urbana. Constitui uma das mais importantes causas de morbimortalidade na população adulta jovem, pois suas vítimas, quando sobrevivem, apresentam um tempo prolongado de hospitalização (PADOVANI C et al., 2017).

Na última década, o trauma ocupava o terceiro lugar em causas de mortes no Brasil, os dados mostraram 150 mil óbitos e 450 mil pacientes com sequelas por ano. Segundo números do Ministério da Saúde referentes ao Sistema Único de Saúde, foram registradas 86.563 internações decorrentes do trauma até o mês de dezembro de 2016 (DATASUS, 2016).

Diversas causas, tais como traumas, atos cirúrgicos e doenças pleurais podem provocar acúmulo de gás ou líquido na cavidade pleural, de forma a alterar o sistema pressórico, determinando condições patológicas como o colapso pulmonar e insuficiência respiratória de intensidade variável (CIPRIANO FG, DESSOTE LU, 2011).

Nessas situações clínicas, principalmente nos casos de trauma torácico, a toracotomia com drenagem tubular em sistema fechado está indicada. O objetivo da drenagem torácica é remover o acúmulo de líquido ou ar alojado na cavidade pleural, possibilitando a reexpansão pulmonar e o restabelecimento da pressão subatmosférica do espaço para evitar complicações (NISHIDA G, et al., 2011).

O trauma torácico é muito prevalente em nosso meio, seja por contusão ou perfuração por arma branca ou de fogo. Está associado a um alto índice de mortalidade podem chegar a 25% do total de mortes por trauma. Esforços empregados para diminuir essa mortalidade como campanhas de prevenção de acidentes são de extrema importância. Outro aspecto fundamental são os cuidados com os pacientes vítimas de trauma torácico e que necessitam de um dreno torácico como forma de tratamento.

Por fim, o estudo pode inspirar novas pesquisas e investigações científicas, incentivando o desenvolvimento de intervenções ainda mais eficazes e personalizadas para pacientes com diferentes perfis clínicos.

O enfermeiro por possuir o conhecimento científico adequado, deverá saber identificar possíveis complicações secundárias a esse evento cirúrgico, esse devendo intervir de forma diretamente bem como realizar os cuidados no momento da inserção assistindo o médico na manutenção e monitorização do sítio de inserção, dreno, sistema e no selo de água (MEIRELES, 2016). Portanto este trabalho apresenta a seguinte pergunta norteadora: “Qual a atuação de enfermagem no atendimento em pacientes submetidos a utilização de dreno de tórax?

O objetivo geral dessa pesquisa é identificar a atuação de enfermagem em pacientes submetidos a drenagem de tórax. Bem como contextualizar sobre os aspectos conceituais. Elencar as principais complicações do dreno de tórax, apresentar as contraindicações e expor sobre os cuidados de enfermagem em paciente com uso de dreno de tórax.

2. METODOLOGIA

Esta pesquisa consiste de uma revisão integrativa da literatura consubstanciada por meio da análise do conhecimento e das evidências relatadas sobre o assunto abordado em tela. A pesquisa integrativa é um levantamento, seleção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisado, em livros, revistas, jornais, boletins, monografias, teses, dissertações, material cartográfico, entre outros. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com o material já escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto (LAKATOS; MARCONI, 2010). 

A realização da pesquisa passa por etapas a serem seguidas como: delimitação do tema e questão norteadora, estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão de estudo, definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados, análise dos conteúdos abordados, interpretação dos resultados e síntese do conhecimento. Considerando a questão norteadora e os objetivos do estudo, os dados foram coletados nas bases eletrônicas: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); Scientific Eletronic Library On-line (SCIELO) e Google acadêmico (GOOGLE SCHOLAR).

Critérios de inclusão: foram utilizados os artigos científicos referentes a assistência de enfermagem; ao atendimento pré-hospitalar e Traumatismo torácico, escritos em português, publicados no período de 2016 a 2023, resultantes de pesquisas primárias quantitativas, qualitativas e estudos teóricos e com acesso on-line em texto completo.

Os critérios de exclusão adotados foram: artigos científicos sem o acesso online, escritos em outros idiomas que não os selecionados para o estudo, que não apresentavam texto completo e que não respondiam à questão norteadora.

Nas buscas de artigos nas bases de dados e revistas eletrônicas, encontrou- se 12 artigos. A seleção das produções compreendeu duas etapas: a 1ª a partir da inclusão do título com o resumo e a 2ª, a partir de leitura do artigo na íntegra.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quadro 1- Distribuição dos artigos quanto ao título, autores, ano, tipo de estudo e objetivo

Fonte: Autores, 2024. 

O trauma de tórax pode ser desfecho de uma lesão única ou em agregação com diversas lesões e tais podem ser considerados como fechado ou penetrante. O trauma torácico fechado acontece pertinente a compressão imediata ou por pressão positiva transgredida a parede do tórax. No trauma de tórax do tipo penetrante ocorre quando um agente estranho adentra a parede torácica (MEDEIROS, 2019).

As lesões podem ser categorizadas conforme a velocidade. Deste modo, as lesões chamadas de arma branca são vistas como de baixa velocidade, visto que acaba uma curta área no contorno da lesão, comumente consequentes de facas e canivetes, porém podem causar contusão pulmonar e tamponamento cardíaco, hemotórax em agregação com hemorragia de grande volume e de forma contínua. No que se trata às lesões por arma de fogo, tais são classificadas como baixa, média e alta velocidade, tendo sua variação conforme o distanciamento na qual a arma foi disparada, o seu calibre bem como o tamanho da bala e sua estrutura (MEDEIROS, 2019).

Podemos dividir os tipos de trauma como fratura de costela, hemotórax, ruptura traumática de aorta, tórax instável, pneumotórax, contusão pulmonar, contusão miocárdica, tamponamento cardíaco, ruptura diafragmática e traqueobrônquica (RAMOS, 2017).

 A drenagem torácica é realizada através da inserção de um dreno dentro do espaço pleural com a finalidade de reexpansão rápida e contínua dos pulmões, a drenagem resulta geralmente na evacuação completa de sangue e ar, além de permitir o reconhecimento precoce de sangramentos intratorácicos contínuos, que sugestiona a exploração cirúrgica do ferimento. Nem todos os líquidos que devem ser drenados, os líquidos límpidos e estéreis podem ser realizados punções, no entanto coleções purulentas e o sangue (hemotórax), implicam obrigatoriamente na realização de drenagem, independente do seu volume, com o intuito de conter tanto o quadro infeccioso como para prevenção de complicações, relacionadas com a irritação e consequente espessamento pleural, com possível encarceramento pulmonar no futuro. Outros líquidos que devem ser drenados são: a linfa (quilotórax), e os derrames neoplásicos (SERRANO, 2018). 

Tratando das contraindicações ao processo de drenagem de tórax, são pequenas e de causa plena, contudo as pertinentes compõem os distúrbios de coagulação do modo que cause o aumento do tempo de protrombina (TP), tempo de tromboplastina parcial (TTP), bem como trombocitopenia, que possibilita ser corrigidas antes mesmo a drenagem (MEIRELES, 2016).

Podemos descrever o sistema de drenagem torácica por sua composição onde possuímos o dreno de tórax, suas conexões intermediárias e extensões, o frasco selo de água (COSTA, 2018).

Os indivíduos que passa pelo procedimento de drenagem pleural esse são direcionados para se internar em apartamentos ou enfermarias a depender do estado clínico dele. Os setores como sala de trauma e observação cirúrgica esses são os que possui muitos profissionais circulando assim pode facilitar a um risco de incidência da contaminação e posteriormente infecção desses indivíduos internos. Já na enfermaria eles ficam sob os cuidados da enfermagem, onde é realizado a avaliação física, troca de curativo no local da inserção do dreno, monitoramento do selo de água, realização de curva de sinais vitais, administração de medicamentos, mudança de decúbito, balanço hídrico e outros cuidados conforme a necessidade do indivíduo (MEDEIROS, 2019)

A equipe de enfermagem é responsável por orientar e prestar esclarecimentos ao doente e familiares, auxiliar o médico durante a inserção do dreno de tórax, garantir que a experiência seja segura e confortável para o paciente, prevenir intercorrências clínicas, realizar curativos pós-cirúrgicos, monitorar circuito de drenagem e o seu débito, além de manter-se capacitado e atualizado acerca das novas técnicas e avanços científicos para garantir uma assistência de enfermagem de qualidade aos pacientes com dreno de tórax as prescrições de enfermagem são de papel fundamental neste processo, pois reduz a ansiedade do paciente e promove a colaboração destes e dos seus familiares durante o período de internação, focando no retorno as atividades de vida diária o mais breve possível (ASSIS et al., 2017). 

A importância da correta manipulação do dreno caracteriza-se por intervenções de enfermagem como manter o frasco de drenagem abaixo do nível do tórax, clampear os drenos quando estiverem acima do nível do tórax e mantê-los dessa maneira no menor tempo possível, manter o sistema de drenagem no nível vertical, higienizar as mãos antes e após inserção do dreno, realizar troca do curativo a cada 24 horas ou quando necessário, monitorar sinais e sintomas de pneumotórax, realizar a limpeza ao redor do dreno com solução fisiológica a 0,9%, utilizar gaze com soro, secar e ao redor realizar a limpeza com álcool a 70%, utilizar clampes não traumáticos, monitorar através da radiografia o posicionamento do dreno, tempo de troca dos frascos de drenagem torácica e trocar os frascos de sistema de drenagem sempre que necessário; realizar ordenha quando indicado orientar o paciente e a família sobre a necessidade de cuidados com o dreno; evitar a oclusão do frasco. Em relação à ordenha e à utilização de clampes ainda há uma escassez de pesquisas, demonstrando se pode ou não ser realizada (HASSELMANN, 2021). 

Presumindo o parecer da câmara técnica Nº 001/2016 CTLN/COFEN, cabe ao enfermeiro adotar medidas de prevenção e oferecer orientação à equipe de enfermagem e os familiares nos cuidados na manutenção dos drenos torácicos. Acrescenta-se também que o profissional enfermeiro possui conhecimento para a retirada de drenos torácicos em drenagem estabilizada e sob prescrição médica, identificando desta maneira, que a ação profissional deve ser pautada pela Sistematização de Assistência a Enfermagem (SAE) e enriquecida por protocolo institucional (ALMEIDA et al., 2018).

Outros cuidados gerais compreendem, confirmar se o dreno está livre de tração ou pinçamento, data e hora da troca da água destilada no frasco coletor, marcação da altura da água destilada (2cm) no selo d’água, posição do frasco coletor em relação ao piso/fixado na cama ou suporte, bem como nível do tórax (OLIVEIRA et al., 2021).

No que se refere à resposta do paciente ao uso do dreno, o instrumento permite confirmar orientação quanto ao uso, presença de dor e o padrão respiratório. Tal instrumento permite sistematizar a assistência de enfermagem, nos cuidados relativos a pacientes críticos que utilizam o dreno torácico. Ademais, para além do uso adequado do instrumento, o registro em prontuário pode indicar se a assistência de enfermagem foi prestada de forma segura ao paciente (HASSELMANN, 2021).

Fica claro que que observa aspecto e qualidade de drenagem, manter uma boa fi cção do dreno, manter o frasco abaixo do nível do tórax, manter cabeceira elevado são uns dos cuidados de enfermagem prioritários para manter boas práticas de enfermagem na assistência ao paciente com dreno de tórax. Em suma, as maiores recomendações para os cuidados são: Cuidados gerais com o dreno de tórax, no transporte e cuidados ao retirar o dreno (TANAKA et al., 2021).

Através de programas implantados para a melhoria da qualidade de vida do paciente, temos diversas manobras que podem ser utilizadas para o processo de cuidados com o paciente que possui um dreno torácico, como por exemplo a reabilitação pulmonar com a fisioterapia respiratória, analgesia para ajudar no controle da dor desse paciente entre outras (OLIVEIRA et al., 2020).

Acerca da limpeza, a maior parte dos estudos aborda sobre essa prática e que a mesma deve ser realizada por meio de técnica asséptica, com gaze, limpeza no primeiro momento com soro fisiológico a 0,9% e, após, álcool a 70%. Entretanto, no sistema de padronização Nursing Interventions Classifi cation (NIC), essa limpeza deve ocorrer ao redor do local da inserção do dreno, seguindo o protocolo da instituição (ALMEIDA et al., 2018).

A Troca de curativo deve ser realizada pela equipe de Enfermagem avaliando sua frequência e seu aspecto, ressaltando que a troca deve ocorrer de 24 a 48 horas após a inserção do dreno. Enquanto tem- se na Nursing Interventions Classifi cation (NIC) que a troca deve ocorrer de 24 até 72 horas após a inserção do dreno ou quando houver a necessidade, conforme o protocolo institucional (HASSELMANN, 2021).

Sobre a intervenção remoção do dispositivo o parecer 001/2016 do COFEN, afirma que enfermeiro está apto para a remoção do dispositivo de drenagem mesmo sendo uma prática exercida muitas vezes por outro profissional (ALMEIDA et al., 2018)

Devido à ausência de padronização em relação ao manejo com dreno torácico, há muitas variações em relação a prática clínica. Foi identificado que o enfermeiro é o principal agente na tomada de decisão em relação a substituição e manipulação do dreno torácico, assim como a monitoração da quantidade e aspecto da drenagem (CAVALCANTI et al., 2021).

As consequências do manuseio inadequado do dreno torácico podem ser graves, até mesmo fatais, entretanto, não há consenso a respeito da padronização dos cuidados necessários, o que motivou o desenvolvimento do presente estudo. O manejo com o dreno torácico é baseado em protocolos institucionais, políticas individuais com variação entre os profissionais (PANTOJA et al., 2021).

Cabe mencionar ainda que, é dever do enfermeiro, também, capacitar a equipe técnica no auxílio aos cuidados com drenos de tórax: troca de selo de água, aferição do débito e curativo, sobre base teórica da SAE com vistas à segurança do cliente. Nesse sentido, a abordagem do técnico de enfermagem frente aos cuida- dos com drenos fica restrita ao quadro clínico do paciente, ao protocolo institucional e a necessidade do setor. Nos casos não amparados pelo conselho/protocolo institucional, o técnico fica responsável por auxiliar e prestar assistência de baixa complexidade e cuidados assistidos ao paciente de média complexidade (ALMEIDA et al., 2018).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 

A atuação de enfermagem em pacientes submetidos à drenagem de tórax é essencial para garantir a eficácia do procedimento e a segurança do paciente. Os enfermeiros desempenham um papel vital na preparação, monitoramento e cuidado pós-drenagem. Eles preparam o paciente, monitoram atentamente durante o procedimento, garantem o funcionamento adequado do sistema de drenagem e fornecem cuidados pós-procedimento, incluindo monitoramento contínuo, analgesia e orientação para o paciente e família. Seu foco é garantir que o paciente esteja informado, confortável e seguro durante todo o processo, minimizando complicações e promovendo uma recuperação eficaz.

Compreendendo a complexidade do manejo de drenos de tórax, é crucial destacar as principais complicações associadas, como pneumotórax iatrogênico, hemorragia, infecção e deslocamento do dreno. Além disso, é importante considerar as contraindicações, que podem incluir distúrbios de coagulação, infecção local grave e condições hemodinâmicas instáveis. No entanto, ao fornecer cuidados de enfermagem para pacientes com drenos de tórax, a ênfase recai na vigilância constante, monitoramento rigoroso dos sinais vitais, observação de qualquer alteração no volume ou na qualidade do líquido drenado e na prevenção de complicações, como infecções relacionadas ao procedimento. A educação do paciente e da família sobre os sinais de alerta, os cuidados com o dreno e as restrições de atividades é fundamental para promover uma recuperação segura e eficaz.

As limitações dos estudos sobre a atuação de enfermagem em pacientes com dreno de tórax podem incluir questões relacionadas à metodologia, como o tamanho da amostra, o desenho do estudo e a possibilidade de viés de seleção. Além disso, a heterogeneidade dos pacientes e das condições clínicas pode dificultar a generalização dos resultados. Outras limitações podem envolver a falta de controle de variáveis ​​confundidoras, a dificuldade em estabelecer uma relação causal devido à natureza observacional de muitos estudos e a possível subjetividade na avaliação de desfechos.

A falta de padronização nos protocolos de cuidados de enfermagem e a variação na experiência e habilidades dos profissionais também podem influenciar os resultados dos estudos. Portanto, ao interpretar os resultados desses estudos, é importante considerar suas limitações e a necessidade de mais pesquisas para elucidar completamente a eficácia dos cuidados de enfermagem em pacientes com dreno de tórax.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Raquel Constantino et al. Intervenção de enfermagem: cuidados com dreno torácico em adultos no pós-operatório. Rev Rene, v. 19, p. 1-8, 2018. 

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ASSIS, Larissa Lourenço Campos de et al. Proposta de protocolo para assistência de enfermagem ao paciente com dreno de tórax. 2017.

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CIPRIANO FG, DESSOTE LU. Drenagem pleural. Revista FMRP-USP. Medicina (Ribeirão Preto). 2011, 44 (1): 70-8.

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HASSELMANN, Barbara Nino Ornellas et al. Boas práticas de enfermagem na utilização de dreno de tórax: revisão integrativa. Global Academic Nursing Journal, v. 2, n. Sup. 2, p. e173-e173, 2021. 

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Maria de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica, 7. Ed. São Paulo: Atas, 2010.

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MEIRELES, Luís Filipe de Sousa. Cuidados de enfermagem à pessoa vítima de traumatismo torácico. 2016. Tese de Doutorado.

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TANAKA, Ana Karina Silva da Rocha et al. Cartilha de orientações sobre cuidados em Sala de Recuperação Pós-Anestésica. 2021.


1Bacharel em Enfermagem da Faculdade de Teologia, Filosofia e Ciências Humanas Gamaliel. Tucuruí- Pará. Especialista em Saúde Publica. Auditoria em Enfermagem. Urgência e Emergência. Email: antonia.diana@outlook.com;
2Bacharel em Enfermagem da Faculdade de Teologia, Filosofia e Ciências Humanas Gamaliel. Tucuruí- Pará. Email: b.v.costa23@gmail.com;
3Bacharel em Enfermagem da Faculdade de Teologia, Filosofia e Ciências Humanas Gamaliel. Tucuruí- Pará. Especialista em Gestão de Saúde Pública. Email: carolbarrosg@hotmail.com; 
4Bacharel em Enfermagem da Faculdade de Teologia, Filosofia e Ciências Humanas Gamaliel. Tucuruí- Pará. Email: ilcelisheridan1609@gmail.com; 
5Bacharel em Enfermagem da Faculdade de Teologia, Filosofia e Ciências Humanas Gamaliel. Tucuruí- Pará. Email: kellywanessa1987@hotmail.com; 
6Bacharel em Enfermagem da Faculdade de Teologia, Filosofia e Ciências Humanas Gamaliel. Tucuruí- Pará. Email: mlucybrito@gmail.com; 
7Bacharel em Enfermagem da Faculdade de Teologia, Filosofia e Ciências Humanas Gamaliel. Tucuruí- Pará. Especialista em Enfermagem do Trabalho. Email: marroneliima@hotmail.com;  
8Bacharel em Enfermagem da Faculdade de Teologia, Filosofia e Ciências Humanas Gamaliel. Tucuruí- Pará. Especialista em Urgência e Emergência. Email: maymoreirarodrigues@gmail.com; 
9Bacharel em Enfermagem da Faculdade de Teologia, Filosofia e Ciências Humanas Gamaliel. Tucuruí- Pará. Email: silvanapgalvão@gmail.com; 
10Bacharel em Enfermagem da Faculdade de Teologia, Filosofia e Ciências Humanas Gamaliel. Tucuruí- Pará. Email: thaisccardoso28@gmail.com