NUTRIÇÃO COMPORTAMENTAL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DAS PRINCIPAIS PRÁTICAS NA LITERATURA


BEHAVIORAL NUTRITION: AN INTEGRATIVE REVIEW OF THE MAIN PRACTICES IN THE LITERATURE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12658554


Breno Borges Magalhães1;
Bianca Lopes de Andrade2;
Ana Flávia Machado de Carvalho3;
Amanda Marreiro Barbosa4


Resumo

A Nutrição Comportamental surge como uma abordagem inovadora que vai além da prescrição de dietas, considerando aspectos fisiológicos, sociais e emocionais da alimentação​. O objetivo desta pesquisa é realizar um levantamento teórico das principais práticas psicológicas por trás do conceito da nutrição comportamental na literatura. A metodologia utilizada para esta pesquisa segue as diretrizes do PRISMA de revisão integrativa, explorando artigos nas bases de dados National Library of Medicine (PUBMED), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana em Ciências de Saúde (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line, (MEDLINE), no mês junho de 2024. Com os descritores em saúde (DECS), a estratégia de busca utilizada foi: “Nutrição Comportamental” OR “Behavioral Nutrition” AND “Behavioral Nutrition Techniques” OR “Técnicas de Nutrição Comportamental”. Foram incluídos artigos randomizados, disponíveis na íntegra, nos idiomas inglês e português dos últimos cinco anos. Os estudos revisados mostraram que intervenções baseadas na Nutrição Comportamental, como o automonitoramento e o uso de aplicativos, podem influenciar positivamente os hábitos alimentares. No entanto, os resultados variaram, com algumas intervenções mostrando eficácia limitada a longo prazo ou com estudos obtendo resultados contraditórios à literatura. Desta forma, a nutrição comportamental, embora promissora, ainda enfrenta desafios em termos de evidências científicas robustas. A pesquisa conclui que há uma escassez de estudos indexados nas principais bases de dados e uma necessidade urgente de mais investigações para consolidar a eficácia das técnicas comportamentais na nutrição.

Palavras chaves: Nutrição comportamental. Técnicas comportamentais. Hábitos Alimentares.

Abstract 

Behavioral Nutrition emerges as an innovative approach that goes beyond prescribing diets, considering physiological, social and emotional aspects of eating. The objective of this research is to carry out a theoretical survey of the main psychological practices behind the concept of behavioral nutrition in the literature. The methodology used for this research follows the PRISMA guidelines for integrative review, exploring articles in the National Library of Medicine (PUBMED), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Latin American Literature in Health Sciences (LILACS) and Medical Literature Analysis and Retrieval System online, (MEDLINE), in June 2024. With the health descriptors (DECS), the search strategy used was: “Nutrição Comportamental” OR “Behavioral Nutrition” AND “”Técnicas de Nutrição Comportamental” OR “Behavioral Nutrition Techniques”. Randomized articles, available in full, in English and Portuguese from the last five years were included. The studies reviewed showed that interventions based on Behavioral Nutrition, such as self-monitoring and the use of applications, can positively influence eating habits. However, results varied, with some interventions showing limited long-term effectiveness or studies obtaining results contradictory to the literature. Thus, behavioral nutrition, although promising, still faces challenges in terms of robust scientific evidence. The research concludes that there is a scarcity of studies indexed in the main databases and an urgent need for more investigations to consolidate the effectiveness of behavioral techniques in nutrition.

Keywords: Behavioral Nutrition. Behavioral Nutrition Techniques. Eating Habits.

1. INTRODUÇÃO

Um relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2023) identificou que o padrão de vida cada vez mais sedentário, estressante e maus hábitos alimentares composto de dietas ricas em alimentos ultraprocessados, causam quase três quartos das mortes em todo o mundo por doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), tais como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral e alguns tipos de câncer.

 Somando-se a isso, a busca incessante por um corpo ideal hipervalorizado nas mídias e redes sociais, contribui para doenças mentais como depressão, ansiedade, distorção de imagem corporal e, é claro, transtornos alimentares, como anorexia e bulimia (Younes et al., 2016; Lira et al., 2017; Copetti; Quiroga, 2018). Gera-se, assim, uma busca desenfreada por dietas rápidas e milagrosas que, por muitas vezes, apenas pioram esses quadros (Seixas et al., 2020; OPAS, 2022). 

Evidencia-se então que o comportamento alimentar está em função de diversos fatores, como aspectos nutricionais, demográficos, econômicos, sociais, culturais, ambientais e psicológicos (Toral; Slater, 2007). Foi neste contexto que Alvarenga et al., (2014) propuseram um olhar para o que chamaram de “Nutrição Comportamental” que, para além de uma nova especialidade dentro da nutrição, seria uma abordagem científica e inovadora pautada não apenas na prescrição de dietas, mas em aspectos fisiológicos, sociais e emocionais da alimentação, além de novas diretrizes na relação do nutricionista (aqui denominado “terapeuta alimentar”) com o seu paciente (Alvarenga, et al., 2019).

Como premissas que baseiam essa nova abordagem, apontam-se o caráter inclusivo, em que todo profissional pode consultar esta fonte para balizar sua prática, a perspectiva da ampliação no modo de atuação do nutricionista, com uma visão biopsicossocial, que defende a comunicação e orientação nutricional não limitada a prescrição de dietas e uma mudança de paradigma em que a discussão sobre a quantidade e frequência do alimento a ser ingerido perpasse por uma análise contextualizada da história desse indivíduo, contemplando os aspectos fisiológicos, culturais, sociais e emocionais da alimentação (Alvarenga, et al., 2019).

Logo, percebe-se que a Nutrição Comportamental possui uma abordagem multiprofissional, envolvendo ciências como a terapia ocupacional, a educação física e principalmente a psicologia (Fernandes, 2019). A psicologia comportamental, ou behaviorismo, traz a sua contribuição para este novo prisma. Para os behavioristas, o comportamento é definido como uma relação entre o indivíduo e seu ambiente, sendo este indivíduo influenciado por três níveis de determinação: o filogenético, que diz respeito a sua herança genética, hereditária; o ontogenético, que seria as vivências idiossincráticas ao longo da vida; e o nível cultural, que é a influência das práticas culturais (Todorov, 2012).

Desta forma, essa abordagem psicológica se relaciona com a proposta da nutrição comportamental ao considerar os diversos contextos que influenciam o padrão comportamental do sujeito, bem como a relevância de considera-los para a promoção de hábitos alimentares saudáveis (Magalhães et al., 2020). Alvarenga et al., (2019) apontam como a nutrição comportamental utiliza-se de ferramentas que considerem aspectos psicológicos, tais como a ideia do comer intuitivo, a atenção plena ao comer (mindful eating), as competências alimentares, a utilização da terapia cognitivo comportamental na nutrição e ferramentas de coaching para garantir mudanças em padrões de alimentação. 

Perante esta nova premissa de estudo e intervenção, se faz necessário compreender quais as principais técnicas que são aplicas na atualidade, bem como avaliar a real aplicabilidade dessas intervenções na população. Assim, objetiva-se com este trabalho realizar um levantamento teórico das principais práticas psicológicas por trás do conceito da “nutrição comportamental” na literatura.

2. METODOLOGIA 

Esta pesquisa foi construída conforme as diretrizes atualizadas do manual Principais Itens para Relatar Revisões Sistemáticas e Meta-Análises (PRISMA, 2020), que consiste em um checklist que orienta como devem ser elaboradas as revisões sistemáticas (Galvão et al., 2022; Page et al., 2022). Como estipulado pelo manual, o problema desta pesquisa foi formulado segundo o mnemônico PICO, onde “P” representa participante ou população, “I” intervenção (ou interesse), “C” contexto e “O” resultados, construindo-se então a questão norteadora: Quais as principais práticas elencadas pela nutrição comportamental na literatura? (Tricco et al., 2018).

Para esta revisão, foram pesquisados artigos no mês de junho de 2024, nas bases de dados National Library of Medicine (PUBMED), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana em Ciências de Saúde (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line, (MEDLINE). Utilizou-se os descritores em ciência da Saúde – (DeSC) e indexadores – Medical Subject Headings – (MeSH) considerando as palavras-chave: “Nutrição Comportamental”; “Técnicas de Nutrição Comportamental” e seus respectivos termos na língua inglesa: “Behavioral Nutrition”; “Behavioral Nutrition Techniques” com os operadores booleanos: “AND” e “OR”. Desta forma, a estratégia de busca ocorreu assim: “Nutrição Comportamental” OR “Behavioral Nutrition” AND “Behavioral Nutrition Techniques” OR “Técnicas de Nutrição Comportamental”.

Como critérios de inclusão, adotou-se artigos randomizados, integralmente disponíveis e condizentes com o estudo, nas línguas em inglês e em português e publicados nos últimos cinco anos. Os critérios de exclusão foram: artigos duplicados, pesquisas não finalizadas, trabalhos que fossem revisões, monografias, dissertações ou capítulos de livros e artigos fora do escopo do trabalho. 

Foram encontrados 41 artigos na totalidade, 3 artigos nas bases de dados SciELO, 2 artigos na PubMed, 2 artigos na LILACS, e 34 artigos na MEDLINE. Após leitura dos títulos, 33 artigos foram excluídos por estarem fora do espoco e 3 artigos por estarem duplicados. Após leitura de resumos, aplicou-se os critérios de inclusão e exclusão, e os artigos foram reduzidos a 0 na base de dados SciELO, 0 artigos na base PubMed, 2 na LILACS e 1 na MEDLINE (Figura 1). 

Figura 1: Fluxograma Prisma – levantamento, triagem e elegibilidade dos artigos

Fonte: elaboração própria (2024)

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES 

Os artigos elegíveis para compor este trabalho foram sucintamente categorizados na tabela abaixo quanto à referência, título e objetivo (Tabela 01). 

Tabela 01: Artigos categorizados quanto autor/ano, objetivo, metodologia

Autor(es)/ AnoObjetivoMetodologia
Duarte; Queiroz, (2020)A pesquisa teve como objetivo propor e avaliar um programa cognitivo-comportamental de educação nutricional para mulheres com excesso de peso e identificar fatores que interferem na adesão.Estudo qualiquantitativo quase-experimental, do tipo pré/pós-teste com grupo controle não equivalente, na qual ao Grupo Experimental (GE) foi aplicado o programa de educação nutricional semanal em grupo pautado no modelo cognitivo-comportamental e ao Grupo Controle (GC) o aconselhamento nutricional individual, mensal conforme o protocolo padrão do ambulatório.
Seixas et al. (2020).Este artigo busca contextualizar a Nutrição como ciência e seu desenvolvimento num contexto social em que o neoliberalismo opera como sistema de gestão da vida política, econômica e social.Reúne elementos teóricos relativos à noção de comportamento extraídos do campo da psicologia a fim de contribuir para o aprofundamento das reflexões acerca da emergência de técnicas baseadas em teorias do comportamento, tais como a Nutrição Comportamental.
Sanjeevi et al., (2019)Essa pesquisa visa examinar se havia viés de relato diferencial da ingestão de frutas e vegetais em 6, 12 e 18 meses de acompanhamento em jovens com diabetes tipo 1 participando de um ensaio clínico randomizado de uma intervenção comportamental.Os participantes de idades entre 8,0 e 16,9 anos com diagnóstico de diabetes tipo 1 há pelo menos 1 ano, foram divididos em grupo tratamento e grupo controle. Os participantes registraram sua alimentação por um período de 3 dias no início do estudo, e novamente aos 6, 12 e 18 meses. A partir desses registros, foi calculada a quantidade de frutas e vegetais ingerida diariamente, medida em porções.

Fonte: elaboração própria (2024)

A ação de se alimentar é um fator inato e fundamental para a sobrevivência humana, contudo, cada vez fica mais claro o quanto esse comportamento é atravessado por fatores biopsicossociais, haja vista que o hábito de comer passa a ter cunho social, econômico, político, religioso e cultural nas sociedades (Cavalcante et al., 2012; Andrade et al., 2021). Essas construções simbólicas acerca do comportamento alimentar podem ser observadas a partir das relações, cognições e afetos que as pessoas estabelecem com o hábito de se alimentar. A relação do ato de alimentar-se com aspectos fisiológicos, sociais e emocionais é o objeto de estudo da nutrição comportamental (Cunha et al., 2022).

Considerando que os padrões alimentares não se limitam apenas tomadas de decisões pessoais e descontextualizadas, a nutrição comportamental destaca a relevância de profissionais da nutrição utilizarem de intervenções para além de promoção de dietas restritivas (Neto; Backes, 2022). A principal premissa pontuada pela Nutrição Comportamental para novos hábitos alimentares é o “comer intuitivo”, compreendido como um ato de se alimentar com atenção plena, consciente, ficando atento as sensações do alimento e mudanças fisiológicas, tais como a percepção de saciação (Figueiredo, 2023). 

Seixas et al, (2020) em seu artigo criticam severamente as práticas do “Mindful Eating” e o “Comer intuito”. Segundo as autoras, tais práticas são um “arremedo de teoria, descontextualizados dos campos teóricos e limitados a uma visão prática”. Ainda segundo elas, tais “ferramentas” constituem-se apenas de uma resposta a uma lógica mercadológica neoliberal responsável por uma pseudociência que busca resultados imediatos travestidos de “liberdade” ou “autoconhecimento”, mas que na verdade seria apenas um aprisionamento e autovigilância do sujeito a cada passo, no caso, a cada mordida.

Por outro lado, Katcher, Suminski e Pacanowski (2022) em seu estudo randomizado sobre eficácia de intervenção alimentar intuitiva, identificaram que essa estratégia pode ajudar a reduzir a restrição alimentar e aumentar a apreciação corporal e a alimentação intuitiva em mulheres estudantes universitárias, apesar de não haver diferenças significativas entre o grupo controle e o grupo de intervenção as análises intra individuais apresentaram revelaram melhorias favoráveis ​​na restrição alimentar e na alimentação intuitiva. 

Premissas semelhantes foram identificadas no estudo encontrado no levamento deste artigo. Duarte e Queiroz (2020) concluíram em seu estudo quase experimental, que o modelo cognitivo comportamental voltado para a intervenção nutricional não mostrou resultados significativos quanto a dados antropométricos ou bioquímicos. No entanto, evidenciou-se impactos positivos em dados qualitativos e quantitativos, averiguados em entrevistas e questionários, quanto à relação do participante com a comida e seu padrão de vida, que é justamente um dos objetivos propostos pela Nutrição Comportamental (Duarte; Queiroz, 2020). 

Os resultados dos autores favorecem na compreensão dos fatores facilitadores e desfavorecedores para o processo de perda de peso e mudanças de hábitos alimentares. Como facilitadores, foram elencados o planejamento de metas realistas e mudanças graduais de comportamentos, a conscientização da importância de atividade física, evitação de dietas restritivas e permissão para comer em situações especiais, além disso, apoio social e abertura para tirar dúvidas.

 Esses resultados estão em consonância com a literatura, haja vista que tais fatores são determinantes para uma mudança real e sustentável de comportamentos adaptativos relacionados a alimentação (Lima; Souza, 2021; Soares et al., 2023). Além disso, ajuda no debate à proliferação de dietas ‘milagrosas’ e restritivas como forma de garantia de qualidade de vida, bem-estar físico, mental e social. Aumenta a discussão acerca de como a cultura reforça meios adoecedores e ineficazes de emagrecimento, focando em resultados imediatos e exacerbado para enquadre de padrões sociais (Araújo Leite; Oliveira Freitas, 2021). 

Sanjeevi et al., (2019) em sua pesquisa discutem como os erros de medições pelos pacientes sobre suas dietas alimentares interferem no registro e acompanhamento adequado das eficácias das intervenções dietéticas feitas pelos profissionais. Também apresentam a lacuna de ensaios clínicos randomizados (ECR) para avaliação do efeito dessas medições nos tratamentos. Com isso, os autores conduziram um ECR com jovens diagnosticados com diabetes tipo 1 há no mínimo 1 ano, com idades médias de 8,0 e 16,9 anos, subdivididos em grupo controle e grupo experimental. O grupo experimental recebeu orientações baseadas na nutrição comportamental, bem como seus familiares, e ambos registraram suas dietas no início do estudo e aos 6, 12 e 18 meses da pesquisa, sendo tanto submetidos à coleta de sangue para avaliação biológica e comparação dos dados.

Os resultados mostraram que as orientações nutricionais e o acompanhamento pelos pais levaram ao aumento do consumo de frutas e vegetais entre os participantes do grupo experimental, em comparação com o grupo controle, no início do estudo e aos 6 meses. Contudo, ao longo dos meses subsequentes, as mudanças entre os grupos não foram significativas em nenhum deles (Sanjeevi et al., 2019). A relevância deste estudo destaca a necessidade de avaliações científicas e objetivas sobre aspectos importantes das intervenções de nutrição comportamental. Afinal, de acordo com Krukowski, Denton e König (2024), o automonitoramento e o feedback são algumas das estratégias fundamentais desse modelo de intervenção.

  Por outro lado, um estudo randomizado e controlado com grupo experimental e grupo controle avaliou a eficácia de um miniaplicativo como ferramenta de automonitoramento para alimentação saudável, aplicando orientações personalizadas que não eram focadas em restrições alimentares ou contatos físicos com nutricionistas, sendo estes mediados pelo aplicativo. Os resultados comprovaram a eficácias do automonitoramento e consciência para mudanças de hábitos alimentares (Liu et al., 2024).

A nutrição comportamental surge como resposta às intervenções tradicionais na nutrição, que centralizavam o sucesso da aplicação de intervenções nos pacientes, muitas vezes em enfoque restritivo à alimentação e também desconsiderando aos aspectos biopsicossociais envoltos na alimentação (Fernandes; Fernandes; Barbosa, 2019).  Contudo, por ser uma vertente em ascensão, se faz necessário mais pesquisas com rigor metodológico e científico, pois os resultados ainda são insípidos ou por vezes contraditórios. 

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fica evidenciado a baixíssima existência de fontes indexadas nas principais bases de dados, o que sugere uma escassez de conteúdos científicos relevantes dentro do tema da Nutrição Comportamental. Nota-se também que o tema aparentemente não é pacificado entre os pesquisadores, inclusive havendo forte discrepância entre a validade e a eficácia dos métodos construídos. Observa-se que as técnicas cognitivo-comportamentais voltadas para a nutrição são as únicas citadas nos estudos revisados e, estas, não apresentam fortes evidências antropométricos ou bioquímicas, embora demonstre impacto positivo no aspecto nutricional e emocional dos participantes. É, portanto, de suma urgência maiores pesquisas dentro desta área.

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 1Discente do Mestrado de Biotecnologia e Atenção Básica de Saúde do Centro Universitário Unifacid Wyden e-mail: brenoborgesmagaglaes@hotmail.com;
2Discente do Mestrado de Biotecnologia e Atenção Básica de Saúde do Centro Universitário Unifacid Wyden e-mail: bilopesandrade@gmail.com;
3Docente do Programa de Mestrado de Biotecnologia e Atenção Básica Saúde do Centro Universitário Unifacid Wyden. Doutora em Engenharia Biomédica (UNIVAP). e-mail: anaflaviaparaibana@hotmail.com;
4Docente do Programa de Mestrado de Biotecnologia e Atenção Básica de Saúde do Centro Universitário Unifacid Wyden. Doutora em Fisiologia (PPG Ciências Fisiológicas/UFSC). e-mail: amanda.marreiro@unifacid.edu.br