BOLETIM EPIDEMIOLOGICO DA TUBERCULOSE DO MUNICIPIO DE PALMAS – TOCANTINS, 2001 a 2015

EPIDEMIOLOGICAL BULLETIN ON TUBERCULOSIS IN THE MUNICIPALITY OF PALMAS – TOCANTINS, 2001 to 2015

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.11582416


Dhara Raíssa Calheiros Moreira 1
Orientador: Laercio Pol Fachin 2


Resumo

O Boletim Epidemiológico da Tuberculose do município de Palmas, Tocantins, foi elaborado para documentar e divulgar informações sobre a situação epidemiológica da tuberculose no período de 2001 a 2015. Seus objetivos principais são monitorar novos casos. Os dados abrangem uma população de aproximadamente 280 mil habitantes, segundo o IBGE de 2017, e fornecem informações essenciais que permitem aos gestores sanitários, como a Secretaria Municipal de Saúde, tomar decisões informadas sobre intervenções. A tuberculose é uma doença infecciosa que afeta principalmente os pulmões, sendo um problema significativo de saúde pública no Brasil, associado a raízes sociais profundas. Anualmente, são notificados cerca de 70 mil novos casos e 4,5 mil mortes no Brasil, com o tratamento disponível de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde. Uma análise de dados realizada no DATASUS, SINANNET, mostrou uma queda significativa na taxa de incidência da tuberculose no município entre 2001 e 2015. A doença apresentou uma predominância masculina na maioria dos anos, com diferenças explicadas por fatores sociais como a maior exposição ao risco e a desinformação sobre o tratamento. Dados sobre cor/raça indicam que a maioria dos casos se declara como parda. A distribuição de casos relacionados à escolaridade revela uma concentração entre indivíduos com menor nível educacional, reforçando a relação entre vulnerabilidade social.

Palavras-chave: tuberculose. Palmas. Tocantins. 

1 APRESENTAÇÃO

O Boletim Epidemiológico da Tuberculose do município de Palmas – Tocantins apresenta como objetivos principais:

• Documentar e divulgar as informações da situação epidemiologia no município entre o ano de 2001 e 2015, com acompanhamento das mudanças ocorridas nesse tempo do padrão epidemiológico da tuberculose.

• Possibilitar o monitoramento dos casos novos de tuberculose no município e compreender o cenário epidemiológico do mesmo que favorece ou não a proliferação dessa infecção.

Os dados apresentados nesse boletim epidemiológico fazem referência ao perfil epidemiológico de uma variável da população do município de Palmas, capital do Tocantins, sendo que esta apresenta aproximadamente 280 mil habitantes segundo o IBGE no ano de 2017. A partir deste, pode-se tomar parte da situação dos casos novos de tuberculose na sociedade correlacionando com faixa etária, sexo, escolaridade, outras moléstias, entre outros, permitindo assim que gestores ficam a par da situação da ocorrência da tuberculose, podendo tomar providencias radicais caso seja necessário como um grande quadro de transmissão ou mesmo acompanhar a evolução ou não da doença.

Este boletim epidemiológico, apresenta detalhes de considerável relevância para profissionais da saúde de atenção à saúde e consequentemente ao conhecimento sobre o quadro de saúde da população do município pelos gestores como a Secretaria Municipal de Saúde, visto que caso necessário qualquer tipo de intervenção, faz se forma mais equilibrada e conhecedora, pois este boletim no caso pode ser usado como banco de informações dos casos novos de tuberculose no período estipulado.

2 INTRODUÇÃO

2.1 Tuberculose como problema de saúde pública

A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões. No Brasil, a tuberculose é um sério problema da saúde pública, com profundas raízes sociais. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem 4,5 mil mortes em decorrência da doença. A tuberculose tem cura e o tratamento é gratuito e disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (MS, 2017).

A transmissão da TB é direta, de pessoa para pessoa, principalmente através do ar. O tratamento, que dura de seis a nove meses, deve ser feito na Unidade de Saúde da Família, com supervisão da administração dos medicamentos. A TB é considerada um problema global de saúde pública, devido a falta de adesão dos pacientes ao tratamento, aparecimento de cepas multirresistentes e a coinfecção com o vírus HIV. (Nogueira et al., 2011).

A TB é a doença que mais emblematicamente caracteriza a determinação social da pobreza no processo de saúde / doença de uma população. No Brasil é a 3ª causa de mortes por doenças infecciosas e a 1ª causa de mortes dentre as doenças infecciosas definidas dos pacientes com AIDS, portanto é uma doença que requer uma atenção diferenciada pelo sistema de saúde (CGPNCT, 2016).

Devido a sua gravidade foi elaborada uma Estratégia pelo Fim da Tuberculose, que tem como visão um mundo livre da TB: Zero morte, adoecimento e sofrimento por tuberculose e como meta para 2035: 95% de redução do número de mortes por TB e 90% de redução da taxa de incidência de TB. Para isso é necessário: Cuidado integrado, centrado no paciente e prevenção, Políticas arrojadas e sistemas de apoio e Intensificação das pesquisas e inovação (CGPNCT, 2016).

3 REVISÃO LITERÁRIA

3.1 O que é a tuberculose e como chegou às Américas

A tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, que afeta principalmente os pulmões, embora também possa se manifestar de várias maneiras e afetar diferentes órgãos do corpo. Com metabolismo aeróbico, esta bactéria possui um tempo de duplicação que varia de 18 a 48 horas. Trata-se de um parasita intracelular facultativo, com afinidade particular pela infecção de macrófagos. Ele é capaz de permanecer em estado de dormência sem se dividir, o que dificulta a erradicação da doença e favorece a recorrência de infecções antigas subclínicas do ponto de vista clínico. Ela também não é encontrada livre na natureza e é transmitida principalmente por via aérea. Sua infecção geralmente apresenta baixa morbidade e seu crescimento lento contribui para uma manifestação patológica de curso crônico em indivíduos com baixa imunidade. Ele tem uma preferência por colonizar os pulmões, onde encontra condições aeróbicas favoráveis para crescimento e transmissão. Durante a infecção, o bacilo é exposto a vários ambientes, dependendo do estágio e da gravidade da doença, e é capaz de sobreviver em condições extremamente hostis, como dentro do fagossomo de macrófagos. (Veronesi, 2010)

É também uma das doenças mais antigas da humanidade, originada há aproximadamente 150 milhões de anos. Ela tem registros desde tempos antigos, encontrada em múmias egípcias, textos bíblicos hebraicos, registros chineses antigos e estudos de Hipócrates na Grécia antiga. Provavelmente começou afetando animais por meio de uma variante anterior ao Mycobacterium bovis e se espalhou para os humanos pelo consumo de carne ou leite contaminados. Com o tempo, surgiram novas linhagens mutantes, preferindo o pulmão e sendo mais facilmente transmitidas pelo ar. No período colonial, destacou-se a grande epidemia do século XVIII, conhecida como “a grande peste branca”, que afetou quase toda a população europeia, com a urbanização crescente e densidade populacional nas cidades, contribuindo para sua propagação. Essa epidemia durou mais de três séculos e declinou sem intervenção humana direta. (Kozakevich e Silva, 2015)

Em território americano, a disseminação significativa da doença ocorreu devido ao contato prolongado com navegantes e exploradores provenientes do continente europeu. Embora haja registros do M. tuberculosis e do M. bovis entre os incas, datando do ano de 1.100 a.C., o seu pico começou somente no século XX, com o aumento da urbanização e da densidade populacional, refletindo também no Brasil. (Rosemberg, 1997)

3.2 Epidemiologia

A tuberculose continua sendo um desafio global de saúde, especialmente com o impacto da pandemia de covid-19, que reverteu progressos no controle da doença, segundo a OMS. Estimativas de 2020 apontam para cerca de 9,9 milhões de casos e 1,3 milhão de óbitos por tuberculose, colocando-a como a principal causa de morte por agente infeccioso até 2019, sendo agora ultrapassada pela covid-19. No Brasil, em 2021, foram notificados 68.271 novos casos, com uma queda significativa nas notificações devido aos impactos da pandemia. O país também apresenta uma tendência constante de óbitos por tuberculose, com 4.543 registros em 2020. Diante desse cenário, o Ministério da Saúde elaborou um plano para a segunda fase do Plano Nacional de Controle da Tuberculose, com metas alinhadas aos compromissos internacionais visando a redução da incidência para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e menos de 230 óbitos até 2035. (Ministério da Saúde, 2022)

Segundo os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde, a tuberculose e a AIDS, quando consideradas em conjunto, representam uma calamidade sem precedentes na história da saúde pública. O estado de imunossupressão causado pelo vírus da AIDS cria um ambiente propício tanto para o contágio quanto para o desenvolvimento da tuberculose. Assim, a progressão da infecção para a manifestação clínica da tuberculose é drasticamente diferente entre indivíduos imunocompetentes e aqueles infectados pelo HIV. (Fundação Oswaldo Cruz, 2008)

Nesse cenário, a probabilidade de que a infecção pelo bacilo da tuberculose evolua para a doença ativa em pessoas imunocompetentes é de cerca de 10% ao longo de suas vidas, enquanto chega a ser de aproximadamente 10% ao ano em indivíduos infectados pelo HIV. Além disso, é crucial ressaltar que a tuberculose é a mais prevenível, curável e transmissível de todas as infecções associadas à infecção pelo HIV. Ela é a única doença contagiosa que também é infecciosa, podendo ser transmitida mesmo para indivíduos soro negativos. Essa interseção entre a tuberculose e a AIDS representa um desafio significativo para os sistemas de saúde em todo o mundo, exigindo abordagens multifacetadas e coordenadas para o controle e a prevenção eficazes dessas doenças. (Kozakevich e Silva, 2015)

3.3 Agente etiológico e a fisiopatologia

As micobactérias são organismos bacterianos de forma bacilar e estritamente aeróbios que se destacam por sua resistência ao álcool e ácido, o que lhes confere o título de bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR). Apresentam um crescimento extremamente lento, demandando semanas para a formação de colônias visíveis em meios de cultura sintéticos, e não possuem cápsula, embora sejam fracos em relação à coloração Gram-positiva. Esses microrganismos intracelulares têm afinidade por macrófagos, onde infectam e se reproduzem. Com uma diversidade de mais de 200 espécies, muitas delas vivem em matéria orgânica morta como saprófitas. As mais notáveis em causar doenças em seres humanos são a Mycobacterium tuberculosis e a Mycobacterium leprae, embora outras, como o Mycobacterium aviumintracellulare, também possam desencadear enfermidades em indivíduos com síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) ou outras formas de imunossupressão. Esse grupo de bactérias, devido à sua resistência e capacidade de adaptação, representa um desafio significativo para a saúde pública, especialmente em comunidades vulneráveis. (Greene, 2012)

Em sua essência, as micobactérias são agentes infecciosos de difícil controle e tratamento, dotados de uma série de características que os tornam altamente adaptáveis e resilientes. Além de sua notável resistência ao álcool e ácido, esses organismos possuem um ritmo de crescimento extremamente lento, o que implica em desafios significativos para a detecção precoce e o tratamento eficaz das infecções que causam. Com uma gama diversificada de espécies, muitas das quais vivendo em ambientes saprófitos, sua capacidade de causar doenças em seres humanos varia, sendo a tuberculose e a hanseníase as mais conhecidas. No entanto, é importante reconhecer que outras micobactérias não tuberculosas, como o Mycobacterium avium-intracellulare, também podem representar ameaças, especialmente para aqueles com sistemas imunológicos comprometidos. Portanto, o estudo e a compreensão aprofundados da fisiopatologia e epidemiologia desses microrganismos são essenciais para o desenvolvimento de estratégias eficazes de controle e prevenção de doenças. (Gf e Al., 2014)

As manifestações clínicas da tuberculose são resultado das respostas imunológicas do hospedeiro à infecção pelas micobactérias e seus antígenos. Durante a fase inicial da doença, ocorre a infecção primária, caracterizada pela ativação dos neutrófilos, substituídos posteriormente por macrófagos. Estes macrófagos fagocitam e tentam eliminar os microrganismos, que permanecem viáveis devido ao seu revestimento seroso, enquanto as células T liberam linfocinas para atrair e manter a população de macrófagos ao redor do foco de infecção. A resposta imune desencadeada é do tipo hipersensibilidade tardia, mediada por células, e a relação entre a infecção e a resposta imune é estudada através da tuberculina, uma combinação de proteínas produzidas pelo Mycobacterium tuberculosis. Quando purificada, é chamada de PPD (derivado proteico purificado) e é usada em testes dermatológicos de reatividade para diagnosticar exposição ao bacilo e infecção latente, sendo de grande importância no monitoramento epidemiológico da tuberculose. Esses mecanismos imunológicos complexos e a utilização de testes específicos são essenciais para compreender e diagnosticar adequadamente a tuberculose, permitindo um controle mais eficaz da doença. (Silva, Lima, et al., 2018)

3.4 Diagnóstico

Na maioria dos casos, a infecção primária por tuberculose é assintomática ou leve, podendo causar febre e dor torácica pleurítica ocasional. Geralmente localizada nos lobos médio e inferior, a lesão primária muitas vezes cicatriza espontaneamente, deixando um nódulo calcificado conhecido como lesão de Ghon. Já na forma adulta da doença, os sintomas iniciais são inespecíficos, incluindo febre diurna, sudorese noturna, perda de peso, anorexia, mal-estar e fraqueza. À medida que a doença progride, os pacientes desenvolvem tosse, podendo apresentar ocasionalmente hemoptise maciça. A tosse é o sintoma mais comum, sendo que qualquer indivíduo com tosse por mais de três semanas é classificado como sintomático respiratório e deve ser submetido a investigação para tuberculose. (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 2009)

Para confirmar o diagnóstico, a radiografia de tórax é solicitada em todos os casos suspeitos, embora em até 15% dos casos não haja alterações visíveis. Os achados mais comuns incluem opacidades parenquimatosas, linfonodomegalia, atelectasia, padrão miliar e derrame pleural. A tomografia computadorizada é indicada quando há suspeita de tuberculose e a radiografia de tórax é inconclusiva ou quando a pesquisa de BAAR no escarro é negativa ou inadequada. (Dan, 2018)

A pesquisa de BAAR tem um alto valor preditivo positivo, mas baixa sensibilidade, sendo o método padrão no Brasil a coloração por Ziehl-Neelsen. Durante a infecção primária, o hospedeiro desenvolve hipersensibilidade, evidenciada pela reação positiva à tuberculina, um derivado proteico purificado obtido por fracionamento químico da tuberculina envelhecida. Esse método é utilizado para medir a resposta imune e celular aos antígenos do Mycobacterium tuberculosis (Ferreira e Moraes, 2013)

O teste tuberculínico é uma ferramenta amplamente empregada internacionalmente para a triagem da tuberculose, fornecendo uma primeira indicação da exposição prévia ao bacilo tuberculoso ou à cepa vacinal. É importante notar que um resultado positivo não constitui um diagnóstico definitivo da doença, mas sim sugere que o paciente teve contato com o agente infeccioso. Diante das limitações da pesquisa de BAAR em alguns casos, surgiram novas tecnologias, como o Xpert MTB/RIF, um teste molecular rápido realizado no sistema GeneXpert MTB/RIF, capaz de detectar o Mycobacterium tuberculosis e a resistência à rifampicina. Recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2010, o teste foi aprovado no Brasil em 2013 e incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS), fornecendo resultados em aproximadamente 105 minutos, com sensibilidade de 89% e especificidade de 99%. No entanto, é fundamental considerar que a coleta inadequada ou insuficiente de material, como escarro ou saliva, pode representar uma limitação durante a execução do teste. (MFT, et al. 2018)

4 DISCUSSÃO

De acordo com dados coletados no departamento de informática do SUS – DATASUS, através do programa TABNET, referentes ao período de 2001 a 2015, constatamos que Palmas apresentava o seguinte perfil com base em indicadores epidemiológicos e operacionais:

Gráfico 1 – Coeficiente de incidência de Tuberculose do município de Palmas – Tocantins, 2001-2015.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Conforme o gráfico 1, observou que no ano 2001 obteve os dados elevados de taxa de incidência, à medida que os anos passaram, no ano de 2015, ano que finalizamos a pesquisa, houve uma queda nesse número bastante significativo.

Tabela 2 – Distribuição de casos novos de Tuberculose segundo o sexo no município de Palmas – Tocantins, 2001-2015.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Conforme apresentado no Gráfico 2, a distribuição dos casos mostrou com moderada predominância masculina entre os anos de 2001 e 2007, apenas no ano de 2008 os casos de TB foi maior no sexo feminino. Entre o período de 2009 e 2015 houve uma elevada predominância do sexo masculino sobre o feminino.

Isso é explicado pelo fato da população do sexo masculino está mais exposto ao risco; existe uma incidência maior da tuberculose na população privada de liberdade e essa população é na sua maioria do sexo masculinos; tem alimentação mais irregular; fazerem uso de bebida alcoólica; irem menos ao médico e abandonam o tratamento com mais facilidade quando doentes, por falta de informação. Essa diferença tem se mostrado crescente, apontando a maior vulnerabilidade do grupo masculino.

Gráfico 2 – Proporção de casos novos de Tuberculose segundo o sexo, de acordo com classificação operacional no município de Palmas, 2001-2015

Fonte: SINAN-Tuberculose, município de Palmas – Tocantins, 2017

Tabela 3 – Distribuição de casos novos de Tuberculose segundo a raça no município de Palmas – Tocantins, 2001-2015.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Em relação à distribuição de casos segundo cor/raça, verifica-se maior proporção (54,1%) de casos que se declararam como pardos, seguido por brancos (27,5%), pretos (8,7%), amarelos (1,9%) e, por fim, indígenas (0,39%), conforme observado no gráfico 3.

Gráfico 3 – Proporção de casos novos de Tuberculose segundo a raça, de acordo com classificação operacional no município de Palmas, 2001-2015

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Tabela 4 – Distribuição de casos novos de Tuberculose segundo a escolaridade no município de Palmas – Tocantins, 2001-2015.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Em relação à escolaridade dos casos novos de tuberculose 18,36% foram registrados como analfabetos. A distribuição dos casos com ensino fundamental da 1ª à 4ª série se deu da seguinte forma: 14,8% tinham ensino fundamental incompleto e com ensino fundamental completo foram registrados 6,4% dos casos, enquanto que, para ensino fundamental da 5ª à 8ª série, o registro foi de 18,7% com ensino fundamental incompleto e 5,8% com ensino fundamental completo.

O ensino médio incompleto foi relatado por 14,3% dos casos e 9,9% tinham ensino médio completo, 3,7%, ensino superior incompleto e 7,3%, ensino superior completo. Considerando as proporções apresentadas, a concentração de casos em analfabetos e naqueles com níveis de escolaridade baixos reforça as evidências da reconhecida relação da tuberculose com as populações socialmente vulneráveis e marginalizadas

Gráfico 4 – Proporção de casos novos de Tuberculose segundo a escolaridade, de acordo com classificação operacional no município de Palmas, 2001-2015.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Tabela 5 – Distribuição de casos novos de Tuberculose em gestantes no município de Palmas – Tocantins, 2001-2015.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Em relação aos casos de Tuberculose em mulheres gestantes no período de 2001 a 20015 apenas 3 mulheres afirmaram ter tido tuberculose durante a gestação. A análise dos dados informa que 17,7% não responderam a esse item, 15,36% alegaram que não apresentaram tuberculose durante a gravidez e 66% responderam que esse questionamento não se aplica à sua situação.

Gráfico 5 – Proporção de casos novos de Tuberculose de tuberculose e, gestantes, de acordo com classificação operacional no município de Palmas, 2001-2015

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Tabela 6 – Distribuição de casos novos de Tuberculose segundo a população privada de liberdade no município de Palmas – Tocantins, 2001-2015.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Em relação aos casos de tuberculoses na população privativa de liberdade (PPL) não foi possível a construção do gráfico, pois essa coleta de dados não era feita até o ano de 2013, somente em 2014 esses dados começaram a ser coletados. Em 2014 apenas 2 pessoas relataram não ser portadoras de tuberculose e em 2015 esse número foi de 30 (trinta) pessoas, sendo que apenas uma pessoa informou ser portadora da doença.

A PPL é considerada uma das parcelas da população mais vulnerável ao contágio da tuberculose. A tabela nos mostra uma falha na coleta dos dados .

Tabela 7 – Distribuição de casos novos de Tuberculose segundo ao teste de sensibilidade realizado no município de Palmas – Tocantins, 2001-2015.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Em relação aos casos de tuberculoses no teste de sensibilidade não foi possível a construção do gráfico, pois essa coleta de dados não era feita até o ano de 2012, somente em 2013 esses dados começaram a ser coletados. Em 2013 apenas 2 pessoas eram sensíveis e apenas um realizou o teste, em 2014 somente 1 realizou e em 2015 esse número foi de 11 testes realizados, sendo que apenas uma pessoa informou ser portadora da doença.

Tabela 8 – Distribuição de casos novos de Tuberculose segundo a Baciloscopia 6° mês no município de Palmas – Tocantins, 2001-2015.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Em relação aos casos de tuberculoses na baciloscopia do 6° somente houve um teste positivo no ano de 2004, Isto indica que com o correto tratamento no sexto mês já é esperado a ausência do agente causador da tuberculose.

Gráfico 8 – Proporção de casos novos de Tuberculose segundo a Baciloscopia 6° mês no município de Palmas – Tocantins, 2001-2015.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Tabela 9 – Distribuição de casos novos de Tuberculose segundo o Alcoolismo no município de Palmas – Tocantins, 2001-2015.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Em relação à distribuição de casos segundo o alcoolismo verifica-se que nos anos de 2006, 2009, 2011 obtiveram a mesma quantidade de pessoas que relataram ser alcoólatras. Nos anos de 2002, 2003, 2007, 2008 ,2010, 2012 e 2014 mantiveram –se a mesma proporção. Já nos anos de 2013 e 2015 foi onde os índices tiveram um aumento significativo dos pacientes que relataram ser alcoólatras.

Gráfico 9 – Proporção de casos novos de Tuberculose relacionados ao alcoolismo, de acordo com classificação operacional no município de Palmas, 2001-2015

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Tabela 10 – Distribuição de casos novos de Tuberculose segundo o Tabagismo no município de Palmas – Tocantins, 2001-2015.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

A tabela acima demonstra que no ano de 2015 houve um aumento da incidência de pacientes que relataram ser fumantes em relação ao ano de 2014.

Gráfico 10 – Proporção de casos novos de Tuberculose relacionados ao tabagismo, de acordo com classificação operacional no município de Palmas, 2001-2015

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Tabela 11 – Distribuição de casos novos de Tuberculose segundo ao teste de sensibilidade realizado no município de Palmas – Tocantins, 2001-2015.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Em relação aos casos de tuberculoses no teste de sensibilidade não foi possível a construção do gráfico, pois essa coleta de dados não era feita até o ano de 2012, somente em 2013 esses dados começaram a ser coletados. Em 2013 apenas 2 pessoas eram sensíveis e apenas um realizou o teste, em 2014 somente 1 realizou e em 2015 esse número foi de 11 testes realizados, sendo que apenas uma pessoa informou ser portadora da doença.

Tabela 12 – Distribuição de casos novos de Tuberculose segundo a Baciloscopia 6° mês no município de Palmas – Tocantins, 2001-2015.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Em relação aos casos de tuberculoses na baciloscopia do 6° somente houve um teste positivo no ano de 2004, e nos demais anos não tiveram teste positivo, portanto não foi possível a construção do gráfico.

Tabela 13 – Distribuição de casos novos de Tuberculose segundo o Alcoolismo no município de Palmas – Tocantins, 2001-2015.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Em relação à distribuição de casos segundo o alcoolismo verifica-se que nos anos de 2006, 2009, 2011 obtiveram a mesma quantidade de pessoas que relataram ser alcoólatras. Nos anos de 2002, 2003, 2007, 2008 ,2010, 2012 e 2014 mantiveram –se a mesma proporção. Já nos anos de 2013 e 2015 foi onde os índices tiveram um aumento significativo dos pacientes que relataram ser alcoólatras.

Gráfico 13- Proporção de casos novos de Tuberculose relacionados ao alcoolismo, de acordo com classificação operacional no município de Palmas, 2001-2015

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Tabela 14 – Distribuição de casos novos de Tuberculose segundo o Tabagismo no município de Palmas – Tocantins, 2001-2015.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

A tabela acima demonstra que no ano de 2015 houve um aumento da incidência de pacientes que relataram ser fumantes em relação ao ano de 2014.

Tabela 15 – Casos novos de TB diagnosticados com AIDS, segundo residência no município de Palmas, nos anos de 2001 – 2015

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Conforme os dados apresentados na tabela sobre os casos novos de tuberculose diagnosticados com AIDS no período entre 2001 a 2015, observa-se que no ano de 2013 a 2015 foi constatada a maior quantidade de casos novos de TB diagnosticado com AIDS no município de Palmas-TO, o que evidencia que durante todo esse período desde 2001 ocorreu um aumento de casos de AIDS relacionado à tuberculose. Dessa forma, a partir do ano de 2003 teve certo equilíbrio em relação aos novos casos de TB, variando entre 1 caso a 5 casos. Entretanto, foi em 2007 o maior número de casos de tuberculose em Palmas que não foi diagnosticado com AIDS, perfazendo a partir desse ano uma queda de casos do qual em 2007 eram 35 e já em 2015 foram 24.

Esses dados apresentados, demonstram que o município de Palmas se tem um trabalho assertivo quanto a prevenção da tuberculose para quem é portador do vírus da AIDS, pois portadores desta síndrome apresenta, sem um tratamento satisfatório, uma imunidade bastante baixa, incapacitando o organismo do mesmo de se defender contra infecções oportunistas como a tuberculose. Assim, normalmente é esperado que fosse encontrado mais casos diagnosticados com ambas as infecções do que casos novos de tuberculose em pessoas que não apresentem a síndrome da imuno deficiência adquirida.

Isso demonstra um bom funcionamento da equipe de atenção básica do SUS deste município, através da busca ativa dos pacientes. Mostra também a capacidade de rápido diagnóstico da TB pelos profissionais da atenção secundária, em seus pacientes.

Gráfico 15 – Percentagem de casos novos de TB diagnosticados com AIDS

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Tabela 16 – Casos de TB com HIV, segundo residência no município de Palmas, nos anos de 2001-2015.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Diante da tabela acima, observamos que os casos de tuberculose com HIV entre 2001 a 2015, revelam uma quantidade maior nos casos de tuberculose em pacientes que não portam o HIV. Isso é explicado devido a proporcionalidade , temos mais pessoas não portadoras deste vírus residindo na cidade, logo mais casos. Como podemos constatar no gráfico abaixo.

Gráfico 16 – Percentagem de casos novos de TB com HIV

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Tabela 17 – Casos novos de TB por faixa etária infantil, segundo residência no município de Palmas, no ano de 2001-2015.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Na tabela acima observa-se que no ano de 2002 e 2004 foram os que obteve a maior quantidade de casos de tuberculose em menores de 15 anos. Em relação às demais , o ano de 2013 foi o de maior expressão com novos casos.

Gráfico 17 – Percentagem de casos novos de TB segundo faixa etária.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Tabela 18 – Casos novos de TB em população de rua, que reside no município de Palmas, no ano de 2001-2015.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Ao analisar a tabela , fica claro que até 2012 não era feita a coleta deste dado. Ela também nos mostra um dado social , a tuberculose aparece significativamente entre os moradores de rua.

Tabela 19 – Casos novos de TB que ingressaram por transferência, no município de Palmas, nos anos de 2006-2015.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Na tabela acima, destaca-se as transferência para o município de Palmas , nela podemos constatar que não há relevância na percentagem total de casos na cidade , ou seja os maiores acometidos são os próprios residentes de Palmas.

Tabela 20 – Casos novos de TB de TDO realizado, segundo residência no município de Palmas, nos anos de 2001-2015.

Os dados da tabela acima indicam uma melhora na quantidade de pacientes acompanhados diretamente no município de uma forma geral. Mostrando mais uma vez a melhora na atenção básica da cidade.

Gráfico 19 – Percentagem de casos novos de TB de TDO realizado.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Tabela 20- Casos novos de TB de TDO realizado, segundo institucionalizações no município de Palmas, nos anos de 2001-2015.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Os dados apresentados na tabela e no gráfico que correlacionam o tratamento diretamente observado com a institucionalização, mostra o descaso com essa parcela da população nos levando a uma análise contraditória quê uma das populações mais vulneráveis à infecção é a que menos tem seu tratamento observado.

Gráfico 20 – Percentagem de casos novos de TB com TDO realizado, segundo institucionalizações .

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Tabela 21- Casos de TB em situação de encerramento, realizado no município de Palmas – TO, nos anos de 2001 a 2015.

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

Fonte: Dados do Departamento de informática do SUS (DATASUS) SINAN-NET, 2017

A tabela nos mostra dados relacionados principalmente a cura, abandono ou falecimento. A linha que nos fala da cura indica grande eficácia do tratamento, quando realizado de forma adequada, é visível também uma queda na incidência de abandono entre 2006 e 2013. quando levamos em consideração a tabela 19, que nos mostra a realização de TDO crescente neste mesmo período.

5 CONCLUSÃO

Lidar com a tuberculose continua sendo um desafio. Apesar das reduções nos coeficientes de incidência e de mortalidade, a doença ainda é endêmica e se concentrando em grandes centros urbanos como Palmas. As implicações dos indicadores operacionais mostram a melhoria dos serviços oferecidos à pacientes acometidos com tuberculose e podem nortear as estratégias planejadas.

Os percentuais de desfecho de tratamento hoje alcançados mostram a grande importância do TDO. Entretanto, é necessário a ampliação da promoção a testes de HIV, e uma melhora à realização de cultura de escarro, que aumenta a identificar a tuberculose ativa e ajuda a mediar a resistência dos fármacos juntamente com o antibiograma. Esses são os degraus necessários para a clínica no controle da doença.

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1 Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário CESMAC
2 Docente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário CESMAC