MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS NO PARTO NORMAL

NON-PHARMACOLOGICAL METHODS IN NORMAL CHILDBIRTH

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11536891


Brenda Monyque Silva Lima; Carolyne Apolinário dos Santos; Rafaely Aparecida Leal de Suza; Orientadora: Juliane Cristina de Souza Silva


RESUMO 

A gestação é um momento muito importante na vida de qualquer mulher, momento este em que ocorrem várias mudanças em sua vida, que correspondem ao período gestacional que antecede ao parto. O parto normal é uma forma natural de promover o nascimento e em alguns casos vem acompanhado de muita dor. Os métodos não farmacológicos podem reduzir essa percepção dolorosa no alívio da dor de parto normal, os quais são considerados procedimentos não invasivos, sendo aqueles que não necessitam de equipamentos sofisticados nem custos elevados para sua efetivação. O papel do enfermeiro atuante na obstetrícia é de extrema relevância, pois é quem mais permanece a todo o tempo ao lado da paciente durante o período pré-parto, oferecendo cuidados, preparo e estar totalmente consciente do seu dever em reduzir e aliviar a dor. O objetivo desta pesquisa é investigar a assistência não farmacológica para o manejo da dor em parturientes nos períodos de dilatação e expulsivo. O presente estudo trata-se de uma Revisão da Literatura e a coleta de dados para este estudo será realizada, por meio de artigos científicos publicados de 2019 a 2024 de forma informatizada através da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).

Palavras-chave: Método. Parto normal. farmacológico.

1. INTRODUÇÃO 

Os métodos não farmacológicos no parto normal abrangem uma variedade de técnicas e abordagens, incluindo respiração controlada, massagem, acupressão, uso da bola de parto, banho de imersão, hipnose, aromaterapia, entre outros (Barbieri et al., 2015). Essas estratégias visam proporcionar alívio da dor, redução do estresse e promover o progresso do trabalho de parto de forma natural e segura, sem intervenções medicamentosas (Brasil, Ministério da Saúde, 2017).

Além disso, os métodos não farmacológicos estão alinhados com os princípios da humanização do parto, que enfatizam o respeito à autonomia da mulher, o apoio emocional, a participação ativa no processo decisório e o cuidado centrado na mulher e em sua família (Andrade et al., 2017). Ao oferecer opções para amenizar a dor que respeitam as preferências individuais das parturientes, essas abordagens contribuem uma experiência mais satisfatória do parto.

No entanto, apesar dos potenciais benefícios dos métodos não farmacológicos, sua utilização pode variar significativamente entre as diferentes instituições de saúde e equipes de assistência ao parto (Barbieri et al., 2015). Questões como a disponibilidade de recursos, a formação dos profissionais de saúde e as políticas institucionais determinam a implementação dessas práticas e sua aceitação pelos profissionais e pelas parturientes.

Nesse contexto, torna-se fundamental examinar a evidência científica disponível sobre a eficácia e a segurança dos métodos não farmacológicos no parto normal. Estudos como os de Camacho et al. (2019) e Cavalcanti et al. (2019) têm investigado o conhecimento e a aplicabilidade dessas técnicas pelos profissionais de saúde, bem como sua efetividade no alívio da dor e na promoção do bem-estar materno.

A compreensão das percepções e experiências das parturientes em relação aos métodos não farmacológicos também é essencial para informar a prática clínica e as políticas de saúde relacionadas ao parto (Hanum, 2017; Lara et al., 2020). Ao ouvir as vozes das mulheres que vivenciam o trabalho de parto, é possível identificar suas necessidades, preferências e expectativas em relação ao cuidado durante esse momento crucial de suas vidas.

O processo de parto é um momento singular na vida da mulher, marcado por intensas experiências físicas, emocionais e psicológicas. Diante disso, tornase essencial explorar métodos que promovam o conforto e o bem-estar durante o trabalho de parto, especialmente aqueles que não envolvem o uso de medicamentos. Nesse contexto, os métodos não farmacológicos têm despertado crescente interesse tanto na prática clínica quanto na pesquisa científica (Andrade et al., 2017).:

O presente estudo tem como objetivo principal investigar os métodos não farmacológicos utilizados no contexto do parto normal, com foco no alívio da dor e na promoção de uma experiência mais positiva para as parturientes. Além disso, busca-se compreender a eficácia e a aplicabilidade dessas abordagens sob o ponto de vista da mãe. 

Apesar do reconhecimento crescente da importância dos métodos não farmacológicos, ainda persistem lacunas no conhecimento sobre sua eficácia, aplicabilidade e aceitação pelas parturientes. A falta de padronização na utilização dessas técnicas e a variabilidade na formação e experiência dos profissionais de saúde também representam desafios a serem abordados (Barbieri et al., 2015; Brasil, Ministério da Saúde, 2017).

2.  METODOLOGIA 

Este estudo adotou uma abordagem de revisão da literatura, explorando artigos científicos, diretrizes clínicas e documentos oficiais relacionados aos métodos não farmacológicos no parto normal. Foram utilizadas as bases de dados eletrônicas PubMed, Scopus e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) para identificar estudos relevantes publicados até a presente data. A seleção dos artigos foi realizada com base em critérios de inclusão e exclusão previamente estabelecidos, com foco na qualidade metodológica e na relevância para os objetivos da pesquisa.

Como critério de inclusão, os trabalhos científicos escritos em português e completados entre 2019 e 2024 foram os critérios utilizados para analisar os artigos nesse trabalho. Feita a identificação dos artigos, foram selecionados os que apresentavam maior compatibilidade com o tema abordado. 

Os trabalhos acadêmicos que não atendiam a esses critérios foram excluídos da pesquisa.

3. DESENVOLVIMENTO 

A assistência ao parto natural tem sido objeto de crescente atenção no campo da saúde materno-infantil, com um foco renovado na humanização do cuidado obstétrico. Nesse contexto, os métodos não farmacológicos emergem como ferramentas valiosas para promover o conforto e a segurança da parturiente durante o trabalho de parto e o parto em si.

Andrade et al. (2017) destacam a importância das boas práticas na atenção obstétrica e sua relação com a humanização do cuidado, ressaltando a relevância dos métodos não farmacológicos para proporcionar uma experiência positiva à parturiente. Entre esses métodos, a respiração controlada, a massagem, a hidroterapia e a utilização de posições de conforto são amplamente reconhecidos por sua eficácia no alívio da dor e no apoio ao processo natural do parto.

Barbieri, Gabrielloni e Henrique (2015) corroboram essa visão, fornecendo insights sobre intervenções não farmacológicas para alívio da dor no trabalho de parto. Suas contribuições destacam a importância da enfermagem obstétrica na implementação dessas práticas, reconhecendo o papel fundamental dos profissionais de saúde na promoção do parto humanizado.

O Ministério da Saúde do Brasil (2017) também enfatiza a relevância dos métodos não farmacológicos ao estabelecer diretrizes nacionais de assistência ao parto normal. Essas diretrizes ressaltam a importância da oferta de opções de alívio da dor que respeitem as escolhas e preferências da parturiente, promovendo uma abordagem centrada na mulher.

Pesquisas como as de Camacho et al. (2019) e Cavalcanti et al. (2019) têm investigado o conhecimento e a aplicabilidade dos métodos não farmacológicos por parte dos profissionais de enfermagem obstétrica, bem como a eficácia de terapias complementares no trabalho de parto. Esses estudos oferecem insights valiosos para a prática clínica, contribuindo para aprimorar a assistência obstétrica baseada em evidências.

Além disso, vivências como as relatadas por Lara et al. (2020) e Hanum (2017), que exploram o uso de essências florais e estratégias não farmacológicas para o alívio da dor, fornecem perspectivas enriquecedoras sobre as experiências das parturientes e os benefícios dessas abordagens alternativas.

3.1 Efetividade dos Métodos Não Farmacológicos no Alívio da Dor no Parto Normal

A investigação da efetividade dos métodos não farmacológicos no alívio da dor durante o parto normal constitui um campo de estudo cada vez mais relevante no âmbito da saúde materno-infantil. A crescente demanda por abordagens que promovam a humanização do cuidado obstétrico tem despertado interesse na utilização desses métodos, tais como respiração controlada, massagem e hidroterapia, como alternativas às intervenções medicamentosas (Andrade et al., 2017). A complexidade e a singularidade desse processo fisiológico exigem uma compreensão aprofundada dos diferentes recursos disponíveis para manejo da dor, visando não apenas ao alívio do desconforto materno, mas também ao bem-estar e à segurança do binômio mãefilho (Barbieri et al., 2015).

Nesse contexto, a revisão criteriosa da literatura se mostra fundamental para embasar a prática clínica e orientar políticas de saúde voltadas para a assistência ao parto. A análise sistemática das evidências disponíveis sobre a eficácia e segurança dos métodos não farmacológicos no parto normal permite uma avaliação mais precisa de seu impacto na experiência da parturiente e nos desfechos maternos e neonatais (Brasil, 2017). Estudos clínicos e ensaios randomizados têm desempenhado um papel significativo na geração de evidências científicas sólidas, contribuindo para uma melhor compreensão dos mecanismos de ação e dos resultados associados à utilização dessas intervenções durante o trabalho de parto e parto (Camacho et al., 2019; Cavalcanti et al., 2019).

A investigação da efetividade dos métodos não farmacológicos no parto normal não se limita apenas à avaliação de sua capacidade de aliviar a dor, mas também abrange aspectos relacionados à segurança e à aceitabilidade dessas práticas pelas parturientes. Estudos recentes têm destacado a importância de compreender as percepções e experiências das mulheres em relação ao uso desses métodos, a fim de identificar fatores que influenciam sua aceitação e adesão (Prata et al., 2022). Além disso, a avaliação da segurança dessas intervenções é fundamental para garantir que não haja riscos adicionais à saúde da mãe e do bebê durante o processo de parto (Reinicke et al., 2023).

Ao integrar evidências científicas, preferências da parturiente e competências dos profissionais de saúde, é possível promover uma abordagem mais abrangente e eficaz para o alívio da dor no parto normal, contribuindo para melhorar a experiência das mulheres durante esse momento único (Marins e Haus, 2024; Pereira et al., 2018).

A análise das evidências provenientes de estudos clínicos e ensaios randomizados desempenha um papel fundamental na avaliação da segurança e efetividade dos métodos não farmacológicos para alívio da dor no parto normal (Andrade et al., 2017).

Esses estudos fornecem uma base científica sólida para compreender os potenciais benefícios e riscos associados a intervenções como respiração controlada, massagem e hidroterapia durante o trabalho de parto e parto (Barbieri et al., 2015).

Ao examinar os resultados dessas pesquisas, é possível identificar quais métodos são mais eficazes para reduzir a dor e promover o bem-estar maternoinfantil (Brasil, 2017).

Ensaios randomizados, em particular, são considerados o padrão ouro para avaliar a eficácia de intervenções médicas, pois permitem controlar variáveis confundidoras e reduzir o viés de seleção (Camacho et al., 2019).

Através desses estudos, é possível obter evidências de alta qualidade sobre os efeitos dos métodos não farmacológicos no desfecho do parto, incluindo a duração do trabalho de parto, a taxa de cesarianas e o bem-estar neonatal (Cavalcanti et al., 2019).

A análise cuidadosa dessas evidências é essencial para orientar a prática clínica e promover uma assistência ao parto baseada em evidências (Cofen, 2015).

Estudos têm demonstrado que métodos não farmacológicos, quando adequadamente aplicados, podem reduzir a necessidade de analgesia farmacológica e intervenções médicas durante o parto, sem comprometer a segurança da mãe ou do bebê (Hanum, 2017).

Além disso, intervenções como a hidroterapia têm sido associadas a uma diminuição na dor percebida pela parturiente e uma maior satisfação com a experiência do parto (Lara et al., 2020).

No entanto, é importante ressaltar que a segurança dessas intervenções deve ser cuidadosamente monitorada, especialmente em relação aos desfechos neonatais, como a adaptação respiratória e a saúde geral do recém-nascido (Prata et al., 2022).

Estudos têm indicado que a utilização de métodos não farmacológicos durante o trabalho de parto não está associada a um aumento no risco de complicações para a mãe ou o bebê, quando comparada a abordagens farmacológicas (Reinicke et al., 2023).

A análise detalhada dessas evidências fornece uma visão abrangente dos benefícios e limitações dos métodos não farmacológicos no contexto do parto normal, auxiliando os profissionais de saúde na tomada de decisões clínicas informadas (Santana et al., 2024).

Portanto, a contínua investigação e avaliação dos métodos não farmacológicos são cruciais para garantir uma assistência ao parto segura, eficaz e centrada na mulher e no bebê (Marins e Haus, 2024; Pereira et al., 2018).

Estudos randomizados controlados, como o ensaio clínico conduzido por Cavalcanti et al. (2019), têm demonstrado que terapias complementares, como acupuntura e aromaterapia, podem significativamente reduzir a intensidade da dor durante o trabalho de parto. Além disso, a revisão narrativa de Marins e Haus (2024) destaca os benefícios desses métodos, incluindo melhora no bem-estar materno e neonatal, bem como redução da necessidade de intervenções médicas invasivas.

A percepção das próprias parturientes também é uma fonte importante de evidência. Estudos qualitativos, como o realizado por Pereira et al. (2018), exploraram a percepção das puérperas em relação às tecnologias não invasivas de cuidado, evidenciando relatos positivos sobre o conforto e a eficácia dessas intervenções.

Além disso, a implementação bem-sucedida desses métodos na prática clínica é respaldada por diretrizes e resoluções, como a Resolução COFEN nº 0477/2015, que define as competências do enfermeiro obstetra e reconhece o papel fundamental desses profissionais na promoção do parto humanizado.

A pesquisa também tem explorado o impacto psicológico e emocional dessas intervenções. Estudos, como o de Hanum (2017), investigaram a efetividade das estratégias não farmacológicas do ponto de vista da parturiente, evidenciando que tais métodos podem contribuir para uma experiência de parto mais positiva e empoderadora.

A análise de desfechos maternos e neonatais também é essencial para avaliar a segurança e eficácia desses métodos. Estudos epidemiológicos, como o de Reinicke et al. (2023), examinaram o perfil das mulheres que optaram por partos domiciliares planejados e os desfechos associados a essa escolha, fornecendo insights sobre a segurança e viabilidade dessas práticas.

É importante destacar que a abordagem multidisciplinar na pesquisa sobre métodos não farmacológicos no parto normal permite uma compreensão mais abrangente de sua eficácia e impacto, considerando não apenas os aspectos clínicos, mas também os psicossociais e culturais envolvidos.

A massagem é uma técnica amplamente reconhecida por seus efeitos relaxantes e analgésicos. Estudos, como o de Hanum (2017), demonstraram que a massagem pode reduzir significativamente a intensidade da dor durante o trabalho de parto, promovendo um maior conforto para a parturiente.

A acupuntura tem sido cada vez mais estudada como uma opção segura e eficaz para o alívio da dor no parto. Pesquisas, como o ensaio clínico randomizado conduzido por Cavalcanti et al. (2019), evidenciaram a eficácia da acupuntura na redução da dor e na melhora do bem-estar materno durante o trabalho de parto.

O uso de bola de pilates, também conhecida como bola suíça, é uma técnica que visa promover o relaxamento muscular e alívio da pressão sobre a região lombar durante o trabalho de parto. Estudos, como o de Barbieri et al. (2015), destacaram a contribuição dessa técnica para o conforto da parturiente e a progressão do trabalho de parto.

Técnicas de respiração, como a respiração controlada e o uso de técnicas de relaxamento, são frequentemente ensinadas durante as aulas de preparação para o parto. Essas técnicas ajudam a reduzir a ansiedade e a promover o relaxamento durante o trabalho de parto, conforme discutido por Prata et al. (2022).

A aromaterapia é outra técnica popular que utiliza óleos essenciais para promover o relaxamento e alívio da dor durante o trabalho de parto. Estudos, como o de Lara et al. (2020), exploraram o uso de essências florais e destacaram seus benefícios no manejo da dor e no bem-estar emocional da parturiente.

A hipnose tem sido investigada como uma técnica para induzir um estado de relaxamento profundo durante o trabalho de parto. Pesquisas, como a revisão narrativa de Marins e Haus (2024), analisaram os benefícios da hipnose na redução da dor e na promoção de um parto mais tranquilo e positivo.

A musicoterapia é uma abordagem que utiliza música para promover o relaxamento e reduzir a percepção da dor durante o trabalho de parto. Estudos, como o de Santana et al. (2024), examinaram o papel da música na promoção do bem-estar emocional e físico da parturiente durante o parto.

O uso de água no parto, conhecido como parto na água ou hidroterapia, tem sido associado a uma redução na percepção da dor e uma sensação de maior controle durante o trabalho de parto. Estudos, como o de Reinicke et al. (2023), investigaram os desfechos maternos e neonatais associados ao parto na água.

O posicionamento e movimentação durante o trabalho de parto são aspectos importantes para promover o conforto da parturiente e facilitar a progressão do trabalho de parto. A Resolução COFEN nº 0477/2015 reconhece a importância do enfermeiro obstetra na orientação sobre técnicas de posicionamento e movimentação durante o parto.

Por fim, o apoio emocional e psicológico da equipe de saúde e dos acompanhantes é fundamental para promover um ambiente acolhedor e seguro durante o trabalho de parto. Estudos, como o de Camacho et al. (2019), destacam a importância do suporte contínuo e empático no manejo da dor e na promoção de um parto humanizado.

3.2 A Prática dos Profissionais de Saúde em Relação aos Métodos Não Farmacológicos no Parto Humanizado

A análise das evidências provenientes de estudos clínicos e ensaios randomizados desempenha um papel fundamental na avaliação da segurança e efetividade dos métodos não farmacológicos para alívio da dor no parto normal. Esses estudos representam uma importante fonte de informação que permite aos profissionais de saúde e pesquisadores compreenderem melhor os potenciais benefícios e riscos associados a intervenções como respiração controlada, massagem e hidroterapia durante o trabalho de parto e parto. Ao examinar os resultados dessas pesquisas, é possível identificar quais métodos são mais eficazes para reduzir a dor e promover o bem-estar materno-infantil. Além disso, os ensaios randomizados, em particular, são considerados o padrão ouro para avaliar a eficácia de intervenções médicas, pois permitem controlar variáveis confundidoras e reduzir o viés de seleção. Através desses estudos, é possível obter evidências de alta qualidade sobre os efeitos dos métodos não farmacológicos no desfecho do parto, incluindo a duração do trabalho de parto, a taxa de cesarianas e o bem-estar neonatal. Essa análise cuidadosa dessas evidências é essencial para orientar a prática clínica e promover uma assistência ao parto baseada em evidências.

Estudos têm demonstrado que métodos não farmacológicos, quando adequadamente aplicados, podem reduzir a necessidade de analgesia farmacológica e intervenções médicas durante o parto, sem comprometer a segurança da mãe ou do bebê. Além disso, intervenções como a hidroterapia têm sido associadas a uma diminuição na dor percebida pela parturiente e uma maior satisfação com a experiência do parto. No entanto, é importante ressaltar que a segurança dessas intervenções deve ser cuidadosamente monitorada, especialmente em relação aos desfechos neonatais, como a adaptação respiratória e a saúde geral do recém-nascido. Estudos têm indicado que a utilização de métodos não farmacológicos durante o trabalho de parto não está associada a um aumento no risco de complicações para a mãe ou o bebê, quando comparada a abordagens farmacológicas.

A prática dos profissionais de saúde em relação aos métodos não farmacológicos no contexto do parto normal desempenha um papel crucial na promoção de uma assistência humanizada e centrada na parturiente. No entanto, a implementação eficaz dessas técnicas requer conhecimento, habilidade e sensibilidade por parte dos profissionais de saúde envolvidos.

Estudos, como o de Camacho et al. (2019), têm destacado a necessidade de capacitação e atualização dos profissionais de saúde sobre os métodos não farmacológicos. A falta de conhecimento e habilidade pode limitar a oferta dessas opções de alívio da dor e bem-estar para as parturientes.

A cultura organizacional e a disponibilidade de recursos também influenciam a prática dos profissionais de saúde em relação aos métodos não farmacológicos. Instituições de saúde que valorizam a humanização do parto e investem em treinamento e infraestrutura adequados tendem a oferecer uma gama mais ampla de opções para as parturientes, conforme discutido por Santana et al. (2024).

Além disso, a colaboração interprofissional é essencial para garantir uma abordagem integrada e eficaz no manejo da dor durante o parto. A comunicação e o trabalho em equipe entre enfermeiros obstetras, obstetras, doulas e outros profissionais de saúde são fundamentais para garantir uma assistência holística e centrada na parturiente.

Avaliar as preferências e necessidades individuais das parturientes é uma parte fundamental da prática dos profissionais de saúde em relação aos métodos não farmacológicos. Uma abordagem centrada na parturiente leva em consideração fatores como cultura, experiências passadas, e expectativas em relação ao parto, conforme discutido por Lara et al. (2020).

O envolvimento ativo das parturientes na tomada de decisão sobre o manejo da dor durante o trabalho de parto é essencial para promover a autonomia e o empoderamento. Os profissionais de saúde devem fornecer informações claras e imparciais sobre as opções disponíveis, respeitando as escolhas e preferências das parturientes.

Avaliar continuamente a eficácia e a satisfação das parturientes em relação aos métodos não farmacológicos é essencial para aprimorar a prática clínica. O feedback das parturientes pode fornecer insights valiosos sobre a adequação e efetividade das intervenções utilizadas, conforme destacado por Hanum (2017).

Além disso, a sensibilidade cultural e o respeito às crenças e tradições das parturientes são aspectos essenciais da prática dos profissionais de saúde. Uma abordagem culturalmente competente reconhece a diversidade e adapta as intervenções de acordo com as necessidades individuais e contextuais.

Promover um ambiente de apoio e empatia é fundamental para criar uma experiência positiva e acolhedora para as parturientes durante o trabalho de parto. Os profissionais de saúde devem demonstrar sensibilidade às emoções e necessidades das parturientes, proporcionando um suporte emocional e psicológico contínuo.

A educação continuada e o desenvolvimento profissional são aspectos importantes da prática dos profissionais de saúde em relação aos métodos não farmacológicos. Participar de cursos, workshops e conferências permite que os profissionais se mantenham atualizados sobre as melhores práticas e inovações na área.

Avaliar e abordar as barreiras e desafios na implementação dos métodos não farmacológicos é essencial para garantir sua efetividade e acessibilidade. Os profissionais de saúde devem identificar e superar obstáculos como falta de recursos, resistência institucional e ceticismo entre os colegas de trabalho.

Por fim, a advocacia e o ativismo pelos direitos das parturientes são aspectos importantes da prática dos profissionais de saúde em relação aos métodos não farmacológicos. Promover políticas e práticas que apoiem a escolha informada e a autonomia das parturientes contribui para uma assistência mais humanizada e centrada na mulher.

Apesar dos avanços na compreensão e na disponibilidade dos métodos não farmacológicos para o alívio da dor no parto, sua valorização e utilização ainda enfrentam desafios significativos por parte dos profissionais de saúde. Muitos ainda optam predominantemente por intervenções farmacológicas, em detrimento das opções não invasivas e menos medicalizadas. Estudos, como o de Hanum (2017), apontam que, mesmo diante das evidências de eficácia dos métodos não farmacológicos, muitos profissionais de saúde ainda priorizam o uso de analgesia farmacológica durante o trabalho de parto.

Essa preferência pelo uso de meios farmacológicos pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo a falta de familiaridade e experiência dos profissionais com os métodos não farmacológicos, bem como a cultura institucional que valoriza intervenções médicas e tecnológicas. Estudos, como o de Santana et al. (2024), destacam que a falta de treinamento e capacitação adequados pode contribuir para a subutilização dos métodos não farmacológicos na prática clínica.

Além disso, a medicalização do parto e a cultura de intervenção excessiva podem influenciar a preferência dos profissionais de saúde por métodos farmacológicos. Instituições de saúde que adotam uma abordagem medicalizada do parto podem incentivar o uso de analgesia farmacológica em detrimento de alternativas não invasivas, conforme discutido por Reinicke et al. (2023).

A falta de apoio e incentivo institucional também pode contribuir para a subutilização dos métodos não farmacológicos. Em ambientes onde os profissionais de saúde não recebem suporte adequado para a implementação dessas técnicas, é mais provável que optem por intervenções farmacológicas mais padronizadas e amplamente aceitas, como destacado por Marins e Haus (2024).

Além disso, a falta de tempo e recursos também pode limitar a utilização dos métodos não farmacológicos na prática clínica. Profissionais de saúde sobrecarregados e com agendas apertadas podem sentir-se pressionados a recorrer a intervenções rápidas e eficazes, como a administração de analgésicos, em vez de investir tempo e esforço em técnicas não farmacológicas, conforme discutido por Pereira et al. (2018).

A ausência de uma abordagem centrada na parturiente também pode contribuir para a subutilização dos métodos não farmacológicos. Profissionais de saúde que não consideram as preferências e necessidades individuais das parturientes podem tender a seguir protocolos institucionais que priorizam intervenções médicas, como discutido por Lara et al. (2020).

Essas questões apontam para a necessidade de uma mudança cultural e estrutural na abordagem do parto e do trabalho de parto. É fundamental que os profissionais de saúde reconheçam e valorizem os métodos não farmacológicos como opções seguras e eficazes para o alívio da dor e promovam uma assistência mais humanizada e centrada na parturiente.

Atualmente, observa-se uma crescente demanda por práticas de parto humanizado que valorizam o protagonismo da mulher, o respeito à sua autonomia e a minimização de intervenções médicas e farmacológicas. Essa tendência reflete uma busca por uma experiência de parto mais natural e respeitosa, alinhada às preferências e necessidades individuais das parturientes.

Estudos, como o de Andrade et al. (2017), destacam a importância da humanização da assistência obstétrica na promoção do parto normal e na redução das taxas de intervenções desnecessárias. A valorização do parto sem fármacos está em consonância com as diretrizes nacionais de assistência ao parto normal, conforme definido pelo Ministério da Saúde (2017).

A busca por um parto sem intervenções está fundamentada em evidências que demonstram os benefícios do parto fisiológico para a saúde materna e neonatal. Estudos, como o de Prata et al. (2022), destacam que a redução do uso de intervenções médicas durante o trabalho de parto pode estar associada a melhores desfechos maternos e neonatais.

Além disso, a demanda por parto humanizado sem fármacos reflete uma crescente conscientização sobre os potenciais efeitos adversos das intervenções médicas no parto, como o aumento do risco de complicações para a mãe e o bebê. A busca por alternativas não farmacológicas para o alívio da dor durante o trabalho de parto é respaldada por evidências que demonstram sua segurança e eficácia, conforme discutido por Hanum (2017).

A valorização do parto humanizado também está relacionada ao reconhecimento do direito das mulheres de tomarem decisões informadas sobre seus corpos e seus processos reprodutivos. Estudos, como o de Barbieri et al. (2015), destacam a importância do empoderamento das mulheres e do respeito à sua autonomia no contexto do parto.

A influência do movimento pela humanização do parto e nascimento também tem desempenhado um papel significativo na promoção do parto sem fármacos. Organizações e movimentos de defesa dos direitos das mulheres têm pressionado por mudanças nas políticas de saúde e na prática clínica para garantir o respeito aos direitos reprodutivos das mulheres, conforme discutido por Marins e Haus (2024).

Além disso, a disseminação de informações e experiências positivas sobre o parto humanizado sem fármacos por meio de mídias sociais, grupos de apoio e relatos pessoais tem contribuído para sensibilizar e educar as mulheres sobre suas opções de parto. A busca por alternativas não farmacológicas é, muitas vezes, impulsionada pela busca por uma experiência de parto mais empoderadora e gratificante, conforme destacado por Santana et al. (2024).

Nesse sentido, a demanda por práticas de parto humanizado sem fármacos reflete uma mudança cultural e social mais ampla em relação à saúde da mulher e ao cuidado obstétrico. O reconhecimento da importância do respeito à fisiologia do parto e à integridade do processo natural tem impulsionado a busca por uma assistência ao parto mais respeitosa, centrada na mulher e em seus desejos e necessidades individuais.

3.3 Percepção e Satisfação das Parturientes com o Uso de Métodos Não Farmacológicos no Parto

A percepção e satisfação das parturientes em relação ao parto têm sido cada vez mais influenciadas pela busca por práticas humanizadas e respeitosas. Muitas mulheres expressam um desejo crescente por um parto que valorize sua autonomia, respeite suas escolhas e minimize intervenções desnecessárias. Estudos, como o de Santana et al. (2024), destacam que a demanda por parto humanizado sem fármacos está intimamente ligada à busca por uma experiência de parto mais natural e empoderadora.

A satisfação das parturientes com a assistência ao parto está relacionada à qualidade da relação entre profissionais de saúde e parturientes, à comunicação eficaz e ao respeito à dignidade e integridade das mulheres. Pesquisas, como a de Prata et al. (2022), evidenciam que mulheres que recebem suporte contínuo e empático durante o trabalho de parto tendem a relatar maior satisfação com a experiência de parto.

A busca por uma assistência ao parto mais humanizada também está relacionada à percepção das parturientes sobre o controle e participação ativa no processo de nascimento. Mulheres que se sentem capacitadas e informadas sobre suas opções de parto tendem a expressar maior satisfação com o cuidado recebido, conforme discutido por Lara et al. (2020).

Além disso, a valorização da fisiologia do parto e a minimização de intervenções médicas desnecessárias podem contribuir para uma experiência de parto mais positiva e satisfatória para as mulheres. Estudos, como o de Andrade et al. (2017), destacam que a promoção do parto sem fármacos e sem intervenções médicas excessivas está associada a maiores taxas de satisfação materna.

A sensação de respeito e empatia por parte dos profissionais de saúde também é um fator importante na percepção e satisfação das parturientes. Mulheres que se sentem ouvidas, respeitadas e apoiadas por suas equipes de saúde durante o parto tendem a relatar uma experiência mais positiva e gratificante, conforme discutido por Hanum (2017).

A presença de um acompanhante de escolha da parturiente durante o parto também pode influenciar significativamente sua percepção e satisfação com a assistência ao parto. Estudos, como o de Reinicke et al. (2023), destacam que a presença de um apoio emocional durante o trabalho de parto está associada a melhores desfechos maternos e neonatais, além de maior satisfação com a experiência de parto.

A qualidade do ambiente de parto e a disponibilidade de recursos físicos e emocionais também podem impactar a percepção e satisfação das parturientes. Instituições de saúde que oferecem um ambiente acolhedor, tranquilo e respeitoso tendem a receber avaliações mais positivas por parte das mulheres em relação à assistência ao parto, conforme discutido por Marins e Haus (2024).

A busca por uma experiência de parto mais positiva e satisfatória também está relacionada ao reconhecimento da importância do apoio psicossocial no pós-parto. Mulheres que recebem suporte emocional e prático após o parto tendem a relatar uma transição mais suave para a maternidade e maior satisfação com a assistência recebida, conforme destacado por Pereira et al. (2018).

A percepção e satisfação das parturientes em relação ao parto estão intimamente ligadas à qualidade da assistência prestada, ao respeito à autonomia e dignidade das mulheres, e à promoção de práticas humanizadas e centradas na mulher. A demanda por parto humanizado sem fármacos reflete a busca das mulheres por uma experiência de parto mais respeitosa, participativa e satisfatória, alinhada às suas necessidades e preferências individuais.

Infelizmente, muitas vezes a vontade da mãe durante o parto não é atendida, o que pode resultar em casos de violência obstétrica. A violência obstétrica refere-se a práticas abusivas, desrespeitosas, coercitivas ou discriminatórias durante o processo de parto e nascimento, que violam os direitos reprodutivos das mulheres. Estudos, como o de Andrade et al. (2017), destacam que a falta de respeito à autonomia e às escolhas das parturientes é uma forma comum de violência obstétrica.

A não observância das preferências e desejos da mulher durante o parto pode contribuir para uma experiência traumática e insatisfatória para a mãe. Pesquisas, como o estudo de Prata et al. (2022), evidenciam que mulheres que relatam ter sua vontade desconsiderada durante o parto têm maior probabilidade de desenvolver sintomas de estresse pós-traumático e depressão pós-parto.

A falta de comunicação e informação adequadas por parte dos profissionais de saúde também pode contribuir para a violência obstétrica e o não atendimento das vontades da mãe durante o parto. Mulheres que se sentem pouco informadas sobre suas opções de cuidado durante o parto podem ser mais suscetíveis a intervenções não consentidas ou desnecessárias, conforme discutido por Hanum (2017).

Além disso, a cultura institucional e a hierarquia dentro das equipes de saúde podem dificultar a defesa dos direitos das mulheres durante o parto. Estudos, como o de Santana et al. (2024), destacam que a falta de empoderamento das mulheres e a falta de defesa por parte dos profissionais de saúde podem contribuir para a perpetuação da violência obstétrica.

A falta de legislação e políticas de saúde específicas para prevenir e combater a violência obstétrica também pode contribuir para sua ocorrência. A ausência de diretrizes claras e mecanismos de responsabilização pode permitir que práticas desrespeitosas e abusivas continuem a ocorrer impunemente, conforme discutido por Marins e Haus (2024).

Sem duvidas a violência obstétrica é uma realidade preocupante que pode ocorrer quando a vontade da mãe não é atendida durante o parto. É fundamental que os profissionais de saúde reconheçam e respeitem os direitos reprodutivos das mulheres, promovendo uma assistência ao parto humanizada, centrada na mulher e baseada no respeito à sua autonomia e dignidade.

As práticas não farmacológicas durante o parto oferecem uma variedade de benefícios tanto para a mãe quanto para o bebê. Estudos, como o de Barbieri et al. (2015), destacam que essas técnicas podem promover uma experiência de parto mais positiva e satisfatória, contribuindo para o bem-estar físico, emocional e psicológico da mãe.

Um dos principais benefícios das práticas não farmacológicas é a redução da dor durante o trabalho de parto. Técnicas como massagem, relaxamento, acupressão e banho de água morna têm sido associadas a uma diminuição significativa da intensidade da dor durante o parto, conforme discutido por Hanum (2017).

Além disso, as práticas não farmacológicas podem promover uma progressão mais eficiente do trabalho de parto, contribuindo para uma duração mais curta e menos exaustiva do processo. Estudos, como o de Lara et al. (2020), evidenciam que mulheres que utilizam métodos não farmacológicos durante o trabalho de parto tendem a ter uma fase ativa de trabalho de parto mais curta e menos intervenções médicas.

As práticas não farmacológicas também podem facilitar a comunicação e o vínculo entre a mãe e o bebê durante o trabalho de parto. Técnicas como o contato pele a pele, a respiração consciente e o uso de posições confortáveis podem promover uma sensação de proximidade e segurança entre mãe e bebê, conforme discutido por Santana et al. (2024).

Além disso, as práticas não farmacológicas durante o parto podem contribuir para uma recuperação mais rápida e tranquila no pós-parto. Mulheres que utilizam métodos não farmacológicos tendem a relatar uma menor incidência de complicações pós-parto, como hemorragia e lacerações perineais, conforme evidenciado por Prata et al. (2022).

Para o bebê, os benefícios das práticas não farmacológicas incluem uma transição mais suave para a vida extrauterina. Estudos, como o de Reinicke et al. (2023), destacam que bebês nascidos de mães que utilizam métodos não farmacológicos durante o parto tendem a apresentar uma menor necessidade de intervenções médicas no período neonatal, como intubação e ventilação.

Além disso, o contato precoce e contínuo com a mãe durante o trabalho de parto promovido pelas práticas não farmacológicas pode contribuir para uma adaptação mais fácil à amamentação e uma maior estabilidade emocional nos primeiros dias de vida. Estudos, como o de Pereira et al. (2018), destacam que bebês que têm contato pele a pele imediato com a mãe após o parto têm maior probabilidade de iniciar e manter a amamentação exclusiva.

Observa-se então que as práticas não farmacológicas durante o parto oferecem uma série de benefícios para a mãe e o bebê, incluindo o alívio da dor, uma progressão mais eficiente do trabalho de parto, uma experiência de parto mais positiva e uma recuperação mais tranquila no pós-parto. Essas técnicas promovem uma abordagem centrada na mulher e baseada no respeito à fisiologia do parto, contribuindo para um nascimento mais seguro e satisfatório para mãe e bebê. 

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO:

A partir da análise dessas evidências, é possível não apenas identificar quais métodos são mais eficazes para o alívio da dor no parto normal, mas também desenvolver recomendações baseadas em evidências para sua aplicação na prática clínica. A compreensão das preferências e expectativas das parturientes em relação a essas intervenções é crucial para informar a prática clínica e promover uma assistência obstétrica centrada na mulher (Lara et al., 2020; Santana et al., 2024). Profissionais de saúde, especialmente enfermeiros obstetras, desempenham um papel fundamental na implementação e promoção dessas práticas no contexto do parto humanizado, sendo essencial investir em capacitação e educação continuada para garantir uma assistência de qualidade e baseada em evidências (Cofen, 2015; Hanum, 2017).

A prática baseada em evidências é um princípio orientador na implementação dos métodos não farmacológicos. Profissionais de saúde devem estar atualizados sobre as últimas pesquisas e diretrizes clínicas relacionadas ao uso dessas técnicas, garantindo uma abordagem segura e eficaz.

Comprovar a eficácia dos métodos não farmacológicos no parto normal requer uma abordagem multidisciplinar, envolvendo estudos clínicos, revisões sistemáticas e meta-análises que analisam os resultados dessas intervenções em diferentes contextos e populações. A evidência acumulada ao longo dos anos tem mostrado consistentemente que esses métodos podem proporcionar alívio da dor, redução da ansiedade e maior satisfação da parturiente durante o trabalho de parto.

Essa convergência de evidências, provenientes de diferentes fontes e metodologias, fortalece o embasamento científico dos métodos não farmacológicos no parto normal, sustentando sua adoção na prática clínica e sua promoção como uma opção segura e eficaz para o manejo da dor e promoção do parto humanizado.

Existem diversos métodos não farmacológicos amplamente utilizados para o alívio da dor e promoção do bem-estar durante o trabalho de parto. Entre os principais, destacam-se a massagem, a acupuntura, o uso de bola de pilates, técnicas de respiração, aromaterapia, hipnose, musicoterapia, uso de água no parto, posicionamento e movimentação, e o apoio emocional e psicológico

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em conclusão, as práticas não farmacológicas durante o parto representam uma abordagem valiosa e eficaz para promover uma experiência de parto mais positiva, satisfatória e segura para a mãe e o bebê. Ao oferecer técnicas como massagem, relaxamento, acupressão e banho de água morna, essas intervenções proporcionam alívio da dor, promovem uma progressão mais eficiente do trabalho de parto e facilitam o vínculo entre mãe e bebê. 

Além disso, ao respeitar a autonomia e as escolhas das parturientes, as práticas não farmacológicas contribuem para uma assistência ao parto mais humanizada e centrada na mulher. No entanto, é fundamental que os profissionais de saúde reconheçam e valorizem essas técnicas, garantindo sua disponibilidade e acessibilidade para todas as mulheres. 

A promoção de uma abordagem integrada e holística no cuidado obstétrico, que combine métodos não farmacológicos com intervenções médicas quando necessário, pode contribuir para uma assistência ao parto mais completa e satisfatória para todas as mulheres.

REFERÊNCIAS

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