CONTROLE DE QUALIDADE DE CÁPSULAS MAGISTRAIS DE METFORMINA MANIPULADAS NO MUNICÍPIO DE SÃO LUÍS-MA

QUALITY CONTROL OF MAGISTRAL METFORMIN CAPSULES MANIPULATED IN THE MUNICIPALITY OF SÃO LUÍS-MA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11527841


Carlos Emanuel Araujo Soares 1; Mércya Carolynne Santos Silva 1; Suiani Carvalho Braz 1; Amanda de Jesus Abreu Rocha1; Lully Gabrielly Silva Alves 2; Izabel Cristina Portela Bogéa Serra 2; Saulo José Figueiredo Mendes 2


RESUMO

O Diabetes mellitus é uma doença ocasionada pela produção insuficiente de insulina, o hormônio responsável por regular os níveis de glicose no sangue. O diabetes tipo 2, ocorre quando os tecidos se tornam resistentes a ação da insulina, associada a uma deficiência na secreção do hormônio pelo pâncreas. Medidas farmacológicas são tomadas para o controle glicêmico, que é essencial. Do grupo das biguanidas, a metformina é um medicamento de primeira linha no tratamento, e pode ser encontrada na forma de comprimidos ou cápsulas manipuladas em farmácias magistrais que são procuradas, devido a sua capacidade de fornecer medicamentos personalizados. Objetivos: Esse trabalho tem como objetivo analisar a qualidade das cápsulas manipuladas de metformina, obtidas em 3 farmácias de manipulação do município de São Luís-MA. Para isso, foi utilizado os testes de controle de qualidade descritos na Farmacopeia Brasileira 6ªed (2019), e os requisitos descritos na RDC 67 de outubro de 2007. Métodos: Para conduzir os testes, utilizou-se um desintegrador, que simula a peristalse intestinal, conforme estabelecido pela Farmacopeia Brasileira 6ª edição (2019), com o objetivo de avaliar o tempo de desintegração das cápsulas dentro do período de 45 minutos. No teste de peso médio, examinou-se o peso de 20 cápsulas preenchidas de cada farmácia, posteriormente pesando novamente as mesmas cápsulas vazias para calcular o peso médio e seus limites de variação. Quanto à análise dos rótulos, foram considerados os requisitos estabelecidos pela RDC 67 de outubro de 2007. Resultados: Os resultados estão dispostos em tabelas referente a cada teste, indicando as conclusões deles. A desintegração apresentou resultados satisfatórios, enquanto o peso médio e a análise de rótulos, apresentaram algumas inconsistências. Conclusão: Os resultados indicam que as amostras de duas farmácias não apresentam desvio de qualidade farmacoterapêuticos, enquanto uma farmácia apresenta desvio de qualidade significativo.

Palavra-chave:  Diabetes mellitus. Farmácia magistral. Euglicemiante.

ABSTRACT

Diabetes mellitus is a disease caused by insufficient production of insulin, the hormone responsible for regulating blood glucose levels. Type 2 diabetes occurs when tissues become resistant to the action of insulin, associated with a deficiency in the secretion of the hormone by the pancreas. Pharmacological measures are taken for glycemic control, which is essential. From the group of biguanides, metformin is a first-line medication in treatment, and can be found in the form of tablets or capsules in specialized pharmacies that are sought after, due to their ability to provide personalized medications.Purpose: This work aims to analyze the quality of compounded metformin capsules, obtained from 3 compounding pharmacies in the city of São Luís-MA. For this, the quality control tests described in the Brazilian Pharmacopoeia 6th edition (2019) and the requirements described in RDC 67 of October 2007 were used.Methods: To conduct the tests, a disintegrator was used, which simulates intestinal peristalsis, as established by the Brazilian Pharmacopoeia 6th edition (2019), with the objective of evaluating the disintegration time of the capsules within a period of 45 minutes. In the average weight test, the weight of 20 filled capsules from each pharmacy was examined, subsequently weighing the same empty capsules again to calculate the average weight and its variation limits. Regarding the analysis of labels, the requirements established by RDC 67 of October 2007 were considered.Results: The results are displayed in tables for each test, indicating their conclusions. The disintegration showed satisfactory results, while the average weight and label analysis showed some inconsistencies.Conclusion: The results indicate that samples from two pharmacies do not present any pharmacotherapeutic quality deviation, while one pharmacy presents a significant quality deviation.

Keywords: Diabetes mellitus. Master pharmacy. Euglycemic.

1 INTRODUÇÃO

O diabetes mellitus (DM) é uma doença causada pela produção insuficiente de insulina, hormônio responsável por regular a glicose no sangue, transferindo para os tecidos (BRASIL,2022). O Diabetes possui algumas classificações, como diabetes tipo 1 (DM1), que é caracterizado basicamente pela destruição seletiva das células β, localizadas nas ilhotas de Langerhans do pâncreas, causando uma deficiência grave ou total de insulina, e diabetes tipo 2 (DM2) que por sua vez, caracteriza-se pela resistência dos tecidos à ação da insulina associada a uma deficiência na secreção desse hormônio (FUCHS, 2017).

O controle glicêmico é crucial para prevenir complicações em pequena ou grande escala, por isso, medidas farmacológicas e não farmacológicas são adotadas para controlar os índices glicêmicos e melhorar a qualidade de vida das pessoas que possuem diabetes. Em casos de DM1, a insulinoterapia é a mais indicado, onde o tratamento consiste na administração de insulina via subcutânea (MELO, 2023). O tratamento de DM2, consiste no uso medicamentos que auxiliam na liberação de insulina, as sulfoniluréias, e que diminuem as concentrações de glicose decorrentes de sua ação sobre o fígado, como as biguanidas (KATZUNG, 2023).

Do grupo das biguanidas, a metformina é o medicamento de primeira linha no tratamento de DM2, e o mais comumente prescrito para esse tratamento, seja isolado ou em associação a insulina e outras terapias hipoglicemiantes. As principais indicações terapêuticas desse fármaco são: diabetes, e síndrome dos ovários policísticos. Quanto ao seu mecanismo de ação, esse fármaco atua no fígado, inibindo a gliconeogênese e a glicogenólise, além de diminuir a resistência tecidual a insulina (ARAÚJO, 2000). A dose diária não pode passar de 2.000mg, por isso, encontra-se disponível na forma de comprimidos em concentrações de 500mg, 850mg e 1g. Também se pode encontrar na forma de cápsulas, manipuladas em farmácias magistrais (CAZA, 2013).

As farmácias de manipulação são amplamente procuradas pelos pacientes como uma alternativa para aquisição de medicamentos. Isso porque essas farmácias têm a capacidade de fornecer acesso a medicamentos essenciais de forma personalizada, permitindo a escolha da dose adequada e da forma farmacêutica mais orientada para cada paciente, além de oferecer serviços acessíveis (ANFARMAG, 2023). Além de medicamentos, as farmácias de manipulação também são responsáveis ​​pela preparação de suplementos, cosméticos e outros produtos relacionados à saúde. Esses estabelecimentos estão sujeitos a regulamentações que os habilitam a atender às prescrições de diversos profissionais da área da saúde, tais como médicos, cirurgiões dentistas, nutricionistas, farmacêuticos, biomédicos, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e médicos veterinários. Outras vantagens incluem a redução de desperdícios e a prevenção da automedicação. Esses benefícios levaram a um aumento exponencial na busca por esse setor (ANFARMAG, 2021).

A RDC n° 67 de 8 de outubro de 2007, lançada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), estabeleceu essa resolução que dispõe sobre as boas práticas de manipulação de preparações magistrais e oficinais para uso humano em farmácias. Ela destaca a importância de laboratórios de controle de qualidade capacitados para realizar ensaios necessários e outras atividades relacionadas à qualidade do produto manipulado. Qualidade se refere a um conjunto de atributos desejados para um produto, enquanto controle de qualidade são as atividades e operações desenvolvidas que tem o objetivo de garantir a conformidade das matérias-primas, embalagens e produtos acabados, além do monitoramento de todas as etapas do processo de produção (BRASIL, 2007).

As formas farmacêuticas administradas por via oral, em especial as sólidas, são amplamente prescritas na prática médica. Para garantir a dose adequada dos fármacos, é necessário seguir as recomendações apresentadas pelas Farmacopeias e Compêndios Oficiais, que estabelecem limites mínimos aceitáveis ​​e devem ser testados, como a verificação do teor e uniformidade de conteúdo. O controle de qualidade é essencial na produção de cápsulas magistrais, garantindo a segurança, eficácia e confiabilidade desses medicamentos personalizados. Esse processo garante que as cápsulas manipuladas atendam aos padrões rigorosos de qualidade, em conformidade com as diretrizes pelas autoridades reguladoras, visando proporcionar benefícios aos pacientes (BRASIL, 2007). Diante disso, é fundamental que haja uma avaliação da qualidade desses medicamentos dispensados pelas farmácias, verificando se o controle de qualidade, está sendo realizado de acordo com as diretrizes reguladoras, como a RDC 67 de 2007 e a farmacopeia brasileira. Assim, levando a um rigoroso controle na produção, a fim de que os medicamentos dispensados atendam os padrões de qualidade.

Diante do exposto, esta pesquisa visa avaliar a qualidade da produção de cápsulas magistrais do euglicemiante metformina, obtidas em três farmácias de manipulação do município de São Luís/MA. Para isso, foram realizados os testes de peso médio, desintegração e análise de rótulos conforme a Farmacopeia Brasileira 6ªed e a RDC 67 de outubro de 2007.

2 MÉTODOS

2.1 Aquisição das cápsulas

As cápsulas manipuladas de metformina, na concentração de 850mg, foram obtidas em três diferentes farmácias de manipulação (1, 2 e 3), com o objetivo de analisar a qualidade. Os testes de qualidade foram realizados no laboratório de controle de qualidade da Farmácia de Manipulação Dra. Terezinha Rêgo, da Universidade Ceuma.

2.2 Análise de rótulo

A análise dos rótulos foi realizada conforme as exigências estabelecidas pela RDC 67 de outubro de 2007, que dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias. Os rótulos são elementos importantes na comunicação entre os produtos e os consumidores, pois trazem informações claras e necessárias para que o consumidor saiba exatamente que produto está sendo consumido, sendo mais relevante ainda quando se trata de medicamentos. Sobre os rótulos, as exigências são: nome do prescritor, nome do paciente, número de registro da formulação no Livro de Receituário, data da manipulação, prazo de validade, componentes da formulação com respectivas quantidades, número de unidades, peso ou volume contido, posologia, identificação da farmácia, C.N.P.J da empresa, endereço completo da farmácia onde o medicamento foi manipulado e nome do farmacêutico responsável técnico com o respectivo número do Conselho Regional de Farmácia.

2.3 Peso médio

As determinações do peso médio foram realizadas de acordo com o alvitrado pela Farmacopeia Brasileira 6ªed. (2019). Para a realização do teste, foram pesadas em uma baçança analítica, 20 cápsulas de metformina individualmente. Depois, foi removido o conteúdo de cada uma e limpas adequadamente, de forma que não restasse nenhuma matéria prima sólida. Após a limpeza das cápsulas, elas retornaram para a pesagem individual. A determinação do peso do conteúdo de cada cápsula foi encontrada pela diferença de peso entre as cápsulas cheias e vazias. A tolerância de variação estabelecida pela Farmacopeia Brasileira é de até duas cápsulas fora dos limites, conforme a Tabela 1. O peso do conteúdo não deverá ultrapassar o dobro da porcentagem dos limites de variação, seja acima ou abaixo, senão será reprovado. O peso médio foi estabelecido através da equação 1.

Equação 1:

n representa o número de unidades pesadas.

Conforme o Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira, o cálculo do Desvio Padrão Relativo (DPR) deve expressar seus resultados em porcentagem (%), não podendo exceder 4%. A fórmula utilizada para esse cálculo é demonstrada pela equação 2.

Equação 2:

DP é referente ao desvio padrão relativo e PM é peso médio.

Tabela 1 – Critérios de avaliação da determinação de peso para formas farmacêuticas sólidas em dose unitária.

Formas farmacêuticasPeso médio  Limites de variação
Cápsulas duras e molesmenos que 300 mg 300 mg ou mais± 10,0% ± 7,5%
Fonte: Tabela adaptada da Farmacopeia Brasileira 6ªed. (2019)

2.4 Desintegração

Para realização do teste, foram utilizadas seis cápsulas de cada formulação. No desintegrador, aparelho usado para realizar o teste, foram postas 6 cápsulas individualmente em 6 tubos nos cestos do aparelho, onde foram imergidas em água destilada em temperatura de 37 ± 1 ºC, permanecendo em movimento constante durante 45 minutos. Logo após, foi observado os cesto e tubos para identificar se as cápsulas foram totalmente desintegradas ou restando apenas fragmentos insolúveis de consistência mole.

3 RESULTADOS

3.1 Rotulagem

A RDC 67 de 2007 discorre sobre as informações necessárias que os produtos manipulados devem conter nos rótulos. A tabela 2 mostra os resultados encontrados.

Tabela 2: Análise de conformidade e não conformidade dos rótulos

RequisitosFarmácia 1Farmácia 2Farmácia 3
Nome do prescritorConformeConformeConforme
Nome do pacienteConformeConformeConforme
Número de registroConformeNão conformeNão conforme
Data da manipulaçãoConformeConformeConforme
Prazo de validadeConformeConformeConforme
Componentes da formulação com respectivas quantidadesConformeConformeConforme
Número de unidadesConformeConformeConforme
Peso ou volume contidoNão se aplica*Não se aplica*Não se aplica*
PosologiaConformeConformeConforme
Identificação da farmáciaConformeConformeConforme
CNPJConformeConformeConforme
Endereço completoConformeConformeConforme
Nome do farmacêutico responsável com o número do CRF  Conforme  Conforme  Conforme
* esse requisito não é exigido em cápsulas duras.

3.2 Peso médio

A tabela 3 mostra os resultados do peso médio obtido das 3 farmácias analisadas. Os gráficos 1, 2 e 3 mostram os resultados da pesagem de todas as cápsulas pesadas. Os testes foram executados de acordo com a Farmacopéia Brasileira 6ªed (2019).

Tabela 3: Peso médio das cápsulas manipuladas de Metformina.

AmostrasPeso médio (g) (± limite de variação)Maior peso encontrado (g)Menor peso encontrado (g)DPR (%)
  11,033 (+ 1,110 e 0,955)1,110  0,955  4,12%  
  21,028 (+ 1,105 e 0,950)  1,080  0,935  4,06%
  30,905 (+ 0,972 e 0,837)    1,079  0,823  8,07%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2024

Gráfico 1: Resultados amostra 1.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2024

Gráfico 2: Resultados amostra 2.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2024

Gráfico 3: Resultados amostra 3.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2024

3.3 Desintegração

De acordo com a Farmacopeia Brasileira 6ªed, o tempo máximo permitido para a desintegração completa das cápsulas é de 45 minutos. Qualquer resultado que ultrapasse esse limite será considerado como reprovação. Os resultados do teste de desintegração estão expostos na Tabela 5.Parte superior do formulário

Tabela 5: Tempo de Desintegração das cápsulas.

AmostrasTempo de desintegração
       Farmácia 114 min e 33 seg
       Farmácia 209 min e 13 seg
       Farmácia 311 min e 10 seg
Fonte: Elaborado pelo autor, 2024.

4 DISCUSSÃO

A análise dos rótulos das três farmácias de manipulação revelou que as farmácias 2 e 3 apresentaram uma não conformidade, a falta de número de registro. A ausência desse número deve ser considerada uma não conformidade muito imporante, uma vez que o registro é essencial para garantir a legalidade e a rastreabilidade dos produtos manipulados. A falta do número de registro pode levantar questionamentos sobre a origem e a qualidade dos medicamentos, colocando em risco a segurança e a confiança dos pacientes.
Os equívocos na administração de medicamentos representam um dos principais desafios na área da saúde. A inadequada rotulagem dos medicamentos, é reconhecida como um risco significativo de confusão, administração incorreta e prejuízos ao paciente (ACEVES-GONZALEZ et, 2024). A RDC 67 de 2007 estabelece as diretrizes para a manipulação e a rotulagem de produtos farmacêuticos, o não cumprimento dessas normas compromete a qualidade dos serviços prestados e promove a falha na comunicação entre o produto e o consumidor. É crucial que as farmácias estejam em conformidade com as exigências, para assegurar a transparência e a segurança dos produtos fornecidos aos pacientes.

Na análise de peso médio, as farmácias 1 e 2 apresentaram resultados satisfatórios quando comparadas com o padrão de qualidade estabelecido pela Farmacopeia, entretando a farmácia 3 apresentou graves desvios de qualidade. Os resultados ultrapassaram o limite de variação, que possui uma tolerância de até duas cápsulas, além do limite de reprovação, excedendo o dobro do percentual de variância. Esse resultado indica uma falha séria no processo de manipulação das cápsulas, representando um risco para a saúde dos pacientes. Esses valores indicam piores resultados quando comparados a cápsulas de captopril 25mg, que também foram manipuladas no município de São Luís-MA. Nessa análise, os resultados obtidos foram satisfatórios e sem desvio de qualidade, apresentando melhor desenvoltura (SILVA, 2023).  É de suma importância que os processos da farmácia passem por rigorosos controles de qualidade, uma vez que esses resultados podem indicar diversas causas, como erros de pesagem, falhas no processo de manipulação, ou equipamentos sem manutenção, resultando em risco para a saúde do paciente, como superdosagens ou doses insuficientes, que não são capazes de causar os efeitos esperados.

Nos resultados do desvio padrão relativo, as amostras 1 e 2 mostraram resultados semelhantes, mas dentro do percentual aceitável estabelecido pela Farmacopeia Brasileira. Entretanto, a farmácia 3 excedeu o limite aceitável, indicando deficiências no processo de manipulação, o que afeta diretamente a qualidade dos produtos farmacêuticos. Ultrapassar os 4%, é um alerta para a necessidade de correção nos processos de manipulação.

A tabela 5 nos mostra que os resultados obtidos do teste desintegração das farmácias 1, 2 e 3 atendem os quesitos estabelecidos pela Farmacopeia. Através da análise do tempo de desintegração, entende-se que o medicamento, após ser administrado, consegue se fragmentar em tempo hábil, para sua dissolvição e absorção, dando início a sua ação farmacoterapêutica. Comparando aos resultados da análise de desintegração das capsulas de metformina, realizada em Montes Claros-MG, onde apresentaram resultados satisfatórios, enfatiza-se a importância do teste para avaliar a biodisponibilidade do fármaco no organismo (MELO, 2019).

5 CONCLUSÃO

Após analisar os resultados dos testes realizados, podemos concluir que as cápsulas de metformina manipuladas nas farmácias 1, 2 e 3, foram aprovadas no teste de desintegração, atendendo os requisitos estabelecidos pela Farmacopeia Brasileira 6ªed. Na análise de rótulos, as farmácias 2 e 3 não atenderam todas as caracterizações estabelecidas pela RDC 67 de outubro de 2007. Ambas não possuíam os números de registro, em contrapartida, a farmácia 1 atendeu todos os requisitos estabelecidos. No teste de peso médio, as farmácias 1 e 2 apresentaram resultados satisfatórios, atendendo de maneira integral os padrões de qualidade estabelecidos pela Farmacopeia Brasileira. Por outro lado, a farmácia 3 aprensendou desvios de qualidade expressivos, ultrapassando os limites de variação estabelecidos, possuindo 7 cápsulas variantes, excedendo até o dobro do percentual de variação.

Desse modo, podemos afirmar que as farmácias 1 e 2 não apresentaram desvios de qualidade que interfiram na farmacoterapia dos seus pacientes, indicando sucesso em seus processos de manipulação, resultantes em produtos farmacêuticos de qualidade. Porém, a farmácia número 3, com base em seus resultados, foi reprovada no teste de qualidade, apresentando desvios significativos que podem interferir diretamente na farmacoterapia de seus pacientes, indicando a necessidade de uma ação corretiva nos processos de manipulação dos seus produtos farmacêuticos.

REFERÊNCIAS

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1 Graduando em Farmácia. Universidade Ceuma. Rua Anapurus, 1, Renascença II, São Luís – MA, CEP: 65075-120. E-mail: ceasemanuel@gmail.com

1 Graduanda em Farmácia. Universidade Ceuma. Rua Anapurus, 1, Renascença II, São Luís – MA, CEP: 65075-120. E-mail: mercyacss@gmail.com

1 Graduanda em Farmácia. Universidade Ceuma. Rua Anapurus, 1, Renascença II, São Luís – MA, CEP: 65075-120. E-mail: 1suyanny1@gmail.com

1 Graduando em Farmácia. Universidade Ceuma. Rua Anapurus, 1, Renascença II, São Luís – MA, CEP: 65075-120. E-mail: amandaabreuuh@gmail.com

2 Mestre em Biologia Microbiana (BAS/UNICEUMA). Universidade Ceuma. Rua Anapurus, 1, Renascença II, São Luís – MA, CEP: 65075-120. E-mail: Lully021481@ceuma.com.br

2 Doutora em Biotecnologia (RENORBIO/UFMA). Universidade Ceuma. Rua Anapurus, 1, Renascença II, São Luís – MA, CEP: 65075-120. E-mail: izabogea@uol.com.br

2 Doutor em Biotecnologia (PPG-BIONORTE/UFAM). Universidade Ceuma. Rua Anapurus, 1, Renascença II, São Luís – MA, CEP: 65075-120. E-mail: saulo.mendes@ceuma.br