TREINAMENTO RESISTIDO PARA USO NO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL EM IDOSOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA


RESISTANCE TRAINING FOR USE IN THE TREATMENT OF HIGH BLOOD PRESSURE IN OLDERS: A SYSTEMATIC REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11522836


Gabriel Angelo Dantas Brito1,
Gabriel Lustosa Ribeiro Mendes1,
Mauro Fernando Lima da Silva2


RESUMO

As diretrizes atuais recomendam a prática de exercício físico como parte da educação primária e prevenção secundária de doenças cardiovasculares (Rao et al. 2023; Rijal et al., 2024). O objetivo geral deste estudo é visa analisar a amplitude das evidências sobre o potencial de tratamento do treinamento de força em adultos e idosos hipertensos, bem como verificar qual intensidade de carga e volume têm os maiores efeitos. Este trabalho trata-se de uma revisão sistemática, pois buscou-se uma investigação criteriosa com aplicação de métodos explícitos e sistemáticos de busca, avaliação crítica e síntese de informações selecionadas, sintetizando evidências relacionadas a um tema específico. A busca totalizou 53 trabalhos e após a aplicação dos filtros, 27 publicações foram selecionadas. Após observar e análise de: título, resumo, duplicatas e após leitura na íntegra, 8 estudos. Ao final, 6 publicações compuseram a amostra e foram analisadas. Os estudos indicam que programas de exercício, especialmente o treinamento combinado, reduzem significativamente a pressão arterial e melhoram a função endotelial, sendo eficazes na reabilitação cardiovascular. Metas rigorosas de pressão arterial sistólica oferecem proteção superior em idosos hipertensos. Em contraste, intervenções combinadas de vitamina D, ômega-3 e exercício não mostraram melhorias significativas. Em resumo, o exercício bem planejado é eficaz na gestão da pressão arterial e saúde cardiovascular.

Palavras-chave: treinamento resistido, tratamento, hipertensão arterial, idosos

ABSTRACT

Current guidelines recommend physical exercise as part of primary education and secondary prevention of cardiovascular diseases (Rao et al., 2023; Rijal et al., 2024). The overall objective of this study is to analyze the breadth of evidence on the treatment potential of strength training in hypertensive adults and elderly, as well as to determine which intensity and volume have the greatest effects. This work is a systematic review, aiming for a thorough investigation using explicit and systematic methods of search, critical evaluation, and synthesis of selected information, synthesizing evidence related to a specific topic. The search totaled 53 studies, and after applying filters, 27 publications were selected. After reviewing titles, abstracts, duplicates, and full texts, 8 studies were initially selected. Finally, 6 publications were included in the analysis. The studies indicate that exercise programs, especially combined training, significantly reduce blood pressure and improve endothelial function, being effective in cardiovascular rehabilitation. Strict systolic blood pressure targets offer superior protection in hypertensive elderly. In contrast, combined interventions of vitamin D, omega-3, and exercise did not show significant improvements. In summary, well-planned exercise is effective in managing blood pressure and cardiovascular health.

Keywords: resistance training, treatment, high blood pressure, elderly

1 INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é definida como níveis de pressão arterial sistólica aumentados e/ou sustentados acima 140 mmHg e/ou pressão diastólica acima de 90 mmHg1. A hipertensão é uma das principais causas de morte por doenças cardiovasculares e afeta aproximadamente 1 bilhão de pessoas em todo o mundo (WHO, 2018; Omigbodun et al. 2023; Glaubius et al., 2024). Hipertensão arterial sistêmica é uma doença multifatorial e pode ser desencadeada por fatores como sedentarismo, ingestão de alimentos ricos em sódio alimentos, obesidade, consumo de álcool e tabaco (León-Latre et al. 2014; Park, Son, 2024).

O efeito não farmacológico do exercício físico tem a potencial para facilitar alterações hemodinâmicas, aumento da produção de óxido nítrico (NO) e alterações na resistência arterial periférica6. As diretrizes atuais recomendam a prática de exercício físico como parte da educação primária e prevenção secundária de doenças cardiovasculares (Rao et al. 2023; Rijal et al., 2024). No entanto, pouco tem sido discutido sobre a relação dose-resposta efeitos do treinamento de força na prevenção e tratamento da hipertensão arterial.

O exercício físico melhora e mantém a saúde e reduz o risco de doenças crónicas em adultos saudáveis, já que a inatividade física é considerada um dos maiores fatores de risco para doenças crônicas. Altas taxas de inatividade física estão associadas a pessoas com doenças crônicas, demonstrando que programas de atividade física e acompanhamento nutricional são necessários para esses indivíduos, como parte da prevenção de doenças (Zhang, et al., 2024).

As respostas ao treinamento geralmente promovem aumento da frequência cardíaca (FC), aumento do lúmen dos vasos sanguíneos (vasodilatação) do aumento da síntese (NO), aumento do fluxo sanguíneo11, aumento da captação de substratos energéticos (Santos-Silva, 2024). e aumento temperatura corporal13. As respostas crónicas do treino físico a longo prazo promovem adaptações como a diminuição da FC de repouso, redução concomitante da pressão arterial (PA) (Yelavarthy, et al. 2024; Schumacher, et al. 2024), melhoria da eficiência cardíaca16 e aumento do volume máximo de oxigênio (VO2máx) (Thind et al. 2024). As respostas sistemáticas diretamente relacionadas ao exercício físico dependem da carga intensidade, duração e frequência com que é realizada18.

Pesquisas recentes indicam que o treinamento de força tem potencial terapêutico contra a hipertensão arterial (Gambassi et al. 2024; De Oliveira Chaves et al. 2024) entretanto, a dose-resposta do treinamento de força à hipertensão ainda não está clara. Este estudo tem como objetivo examinar sistematicamente ensaios clínicos randomizados (ECR) de longo prazo com a aplicação de protocolos de intervenção, para auxiliar no desenvolvimento de uma prescrição de treinamento mais eficaz para diversas populações com hipertensão arterial. Nossa hipótese é que os efeitos do treinamento de força poderiam estar associados a variáveis ​​que compõem o volume de treinamento e intensidade de desempenho em hipertensos.

Portanto, a presente revisão sistemática visa analisar a amplitude das evidências sobre o potencial de tratamento do treinamento de força em adultos e idosos hipertensos, bem como verificar qual intensidade de carga e volume têm os maiores efeitos. Avaliações anteriores sobre o tema verificaram o efeito do treinamento de força no sangue pressão (Kiernan et al, 2024; De Oliveira Chaves et al. 2024). Contudo, o trabalho atual, além de ser novo, fornece evidências adicionais sobre o efeito da variáveis ​​de treinamento, como intensidade de carga, volume, frequência semanal e idade dos indivíduos. Exercício agudo A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é definida como níveis de pressão arterial sistólica elevados e/ou sustentados acima 140 mmHg e/ou pressão diastólica acima de 90 mmHg1 A hipertensão arterial é uma das principais causas de morte por doenças cardiovasculares e acomete aproximadamente 1 bilhão de pessoas no mundo (León-Latre et al. 2014; Park, Son, 2024). Hipertensão arterial sistêmica é uma doença multifatorial e pode ser desencadeada por fatores como inatividade física, ingestão de sódio alimentos, obesidade, consumo de álcool e tabaco.

2 METODOLOGIA
2.1 Tipo de estudo

Este trabalho trata-se de uma revisão sistemática, pois buscou-se uma investigação criteriosa com aplicação de métodos explícitos e sistemáticos de busca, avaliação crítica e síntese de informações selecionadas, sintetizando evidências relacionadas a um tema específico (Dontato; Dontato, 2019).

2.2 Critérios de elegibilidade

Buscou-se, artigos relacionados aos efeitos do treinamento resistido em programas de tratamento de hipertensão arterial de idosos. Todos os estudos, independentemente da geografia, ano de publicação, status de publicação, estão incluídos, desde que forneçam dados relevantes para esta análise. Foram excluídas as investigações com revisões de literatura, teses e dissertações, e estudos que avaliaram aspectos diagnósticos e terapêuticos sem protocolo detalhado.

2.3 Estratégia de busca e elegibilidade

Foram pesquisados estudos nas bases de dados Science Direct e Pubmed.  Estudos publicados entre 2019 e 2024, livros foram considerados nesta revisão. A estratégia PICO foi usada para ajudar a construir a questão norteadora da pesquisa e a seleção do estudo. A estratégia PICO representa a sigla para População, Intervenção, Comparação e Out come (desfecho) citado por Santos, Pimenta e Nobre, (2007) esquematizado no Quadro 1, logo abaixo.

Quadro 1 – Estratégia PICO

As etapas consistiram em busca sistemática na literatura, análise crítica para inclusão e exclusão de estudos e coleta de variáveis de desfecho (extração de dados), conforme descrito abaixo no quadro 2

QUADRO 2 – Descritores controlados utilizados para construção da estratégia de busca nas bases pubmed e sciencedirect.

2.4 Extração de dados

Os dados coletados foram submetidos a revisados na integra pelos dois pesquisadores responsáveis pela pesquisa, onde foram extraídos os seguintes dados: Título do estudo, Objetivos do estudo, Metodologia/Amostra, Resultados e Conclusão. Tabelas e quadros foram elaborados com o intuito de fazer a comparação entre os estudos incluídos no projeto, para assim concluir a elaboração da síntese de conhecimento.

2.5 Analise dos dados após coleta

Foram pesquisados artigos que avaliaram a relação entre a pouca mobilidade de tornozelo e lesões no joelho. As etapas consistiram em busca sistemática na literatura, análise crítica para inclusão e exclusão de estudos e coleta de variáveis de desfecho (extração de dados), foi realizado uma análise de conteúdo conforme descrito abaixo e como citado por Martens; Brones; Carvalho (2013) Santos (2017).

2.5.1 Extração de Dados:

Extrair dados relevantes de cada estudo selecionado, incluindo características do estudo, intervenções, resultados primários e secundários, tamanho da amostra e métodos utilizados.

Avaliação da Qualidade dos Estudos:

Realizar uma avaliação crítica da qualidade metodológica dos ensaios clínicos, considerando aspectos como randomização, cegamento, alocação e outros elementos que afetam a validade interna dos estudos.

2.5.2 Síntese de Dados:

Realizar uma síntese estatística e qualitativa dos resultados dos estudos incluídos, destacando padrões emergentes, divergências e tendências.

2.5.3 Interpretação dos Resultados:

Interpretar os resultados à luz da pergunta de pesquisa, considerando a consistência dos achados, as limitações dos estudos individuais e a qualidade geral da evidência.

2.5.4 Discussão das Implicações Clínicas:

Discutir as implicações clínicas dos resultados e fornece recomendações para prática clínica futura ou pesquisa adicional, se necessário.

2.5.5 Redação do Relatório:

Elaborar um relatório claro e abrangente que descreva todos os aspectos do processo, desde a formulação da pergunta até a interpretação dos resultados.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

A busca totalizou 53 trabalhos e após a aplicação dos filtros, 27 publicações foram selecionadas. Após observar e análise de: título, resumo, duplicatas e após leitura na íntegra, 8 estudos. Ao final, 6 publicações compuseram a amostra e foram analisadas. A figura 1 (Prisma Flow) descreve o percurso realizado para seleção dos estudos, segundo base consultada.

Conforme os descritores utilizados na pesquisa, identificou-se 21 publicações na Pubmed e 32 no Science Direct. Abaixo encontra-se a figura 1, que expõe de forma esquemática o percurso da estratégia de busca em etapas de aplicação dos filtros no Fluxograma (Prima Flow) 01.

Ao serem compilados e analisados, os estudos selecionados: Schroeder et al., 2019. Bischoff-Ferrari, et al. 2020.Pedralli et al., 2020.Zhang et al. 2021. Costa, Cunha, 2024.Banks et al., 2024; reportam informações de alto nível e de grande relevância, pois, observou-se que os resultados dos ensaios clínicos abordam os efeitos do treinamento resistido ora exclusivos e em outras intervenções (ex: aeróbio e/ou dieta suplementar) sobre a hipertensão arterial sistêmica. Aqui está um resumo dos principais estudos mencionados que estão sintetizados e organizados na Tabela 3, logo abaixo.

TABELA 3 – SÍNTESE DOS ESTUDOS INCLUÍDOS NA REVISÃO.

FONTEAMOSTRAOBJETIVOMETODOLOGIARESULTADOS
Schroeder et al., 2019.Sessenta e nove adultos (58±7 anos) com pressão arterial elevada ou hipertensão, sobrepeso/obesidade e estilo de vida sedentário foram randomizados para um dos três programas de exercícios de 8 semanas ou um grupo controle sem exercício.Comparam os efeitos do treinamento aeróbico, de resistência e de uma combinação de treinamento aeróbico e de resistência sobre os fatores de risco de DCV, incluindo PA periférica e central, aptidão cardiorrespiratória (ACR), força muscular, composição corporal, glicemia e lipídios.  Os participantes dos três grupos de exercício tiveram um tempo total de exercício igual, 3 dias/semana (aeróbico: 60 minutos/sessão vs. resistência: 60 minutos/sessão vs. combinação: aeróbico 30 minutos/sessão mais resistência 30 minutos/sessão).O treinamento combinado proporcionou reduções significativas da PA diastólica periférica. Concluindo, entre indivíduos com risco aumentado de DCV, apenas 8 semanas de treinamento combinado podem fornecer benefícios mais abrangentes para DCV em comparação com treinamento aeróbico ou de resistência combinado por tempo isolado.
Bischoff-Ferrari, et al. 2020.-Testar se a vitamina D, o ômega-3 e um programa de exercícios de treinamento de força, isoladamente ou em combinação, melhoraram 6 resultados de saúde entre adultos mais velhos.-Desenho, cenário e participantes Ensaio clínico duplo-cego, controlado por placebo, randomizado fatorial 2 × 2 × 2 entre 2.157 adultos com 70 anos ou mais que não tiveram eventos graves de saúde nos 5 anos anteriores à inscrição e tinham mobilidade suficiente e boa estado cognitivo. Os pacientes foram recrutados entre dezembro de 2012 e novembro de 2014, e o acompanhamento final ocorreu em novembro de 2017.  Intervenções Os participantes foram randomizados para 3 anos de intervenção em 1 dos seguintes 8 grupos: 2.000 UI/d de vitamina D3, 1 g/d de ômega-3 e um programa de exercícios de treinamento de força (n = 264); vitamina D3 e ômega-3 (n = 265); vitamina D3 e exercício (n = 275); vitamina D3 sozinha (n = 272); ômega-3 e exercícios (n = 275); ômega-3 sozinho (n = 269); exercício sozinho (n = 267); ou placebo (n = 270).Principais resultados e medidas Os 6 resultados primários foram alteração na pressão arterial sistólica e diastólica (PA), Bateria Curta de Desempenho Físico (SPPB), Avaliação Cognitiva de Montreal (MoCA) e taxas de incidência (RIs) de fraturas não vertebrais e infecções ao longo de 3 anos. Com base em comparações múltiplas de 6 desfechos primários, são apresentados intervalos de confiança de 99% e P < 0,01 foi necessário para significância estatística.    
Pedralli et al., 2020.-Quarenta e dois participantes (54 ± 11 y, PAS/PAD em repouso 137 ± 9/86 ± 6 mmHg)-Determinamos os efeitos do TA, TR e TC na função endotelial e na pressão arterial sistólica (PAS)/diastólica (PAD) em indivíduos com pré-hipertensão ou hipertensão.-Foram alocados aleatoriamente em TA (n = 14, 40 min de ciclismo, 50–75% de reserva de frequência cardíaca), TR (n = 14, 6 exercícios resistidos, 4 × 12 repetições, 60% da força máxima) e TC (n = 14, 2 × 12 repetições de TR + 20 min de LA). -Todos os participantes realizaram uma sessão de exercícios de 40 minutos, duas vezes por semana, durante 8 semanas. – A função endotelial foi avaliada pela dilatação mediada por fluxo (FMD) da artéria braquial. A pressão arterial foi avaliada por meio de monitorização ambulatorial por 24 horas.-Após 8 semanas de treinamento físico, a pressão arterial foi reduzida em todos os 3 grupos: – Todas as três modalidades de treinamento físico produziram melhorias semelhantes na redução da PAS. -Em conclusão, diferentes modalidades de treinamento físico foram igualmente eficazes na melhoria da função endotelial, mas os impactos na pressão arterial ambulatorial parecem ser variáveis ​​em indivíduos com pré-hipertensão ou hipertensão.
Zhang et al. 2021.-Pacientes chineses de 60 a 80 anos de idade com hipertensão a uma meta de pressão arterial sistólica de 110 a menos de 130 mm Hg (tratamento intensivo) ou a uma meta de 130 a menos de 150 mm Hg. Hg (tratamento padrão). Tratamento padrão. Durante um período médio de acompanhamento de 3,34 anos, eventos de desfecho primário ocorreram em 147 pacientes (3,5%);A meta apropriada para a pressão arterial sistólica reduzir o risco cardiovascular em pacientes idosos com hipertensão permanece incerta.O desfecho primário foi um composto de acidente vascular cerebral, síndrome coronariana aguda (infarto agudo do miocárdio e hospitalização por angina instável), insuficiência cardíaca aguda descompensada, revascularização coronariana, fibrilação atrial ou morte por causas cardiovasculares.-Dos 9.624 pacientes selecionados para elegibilidade, 8.511 foram incluídos no estudo; 4.243 foram designados aleatoriamente para o grupo de tratamento intensivo e 4.268 para o grupo de tratamento padrão. -Após 1 ano de acompanhamento, a pressão arterial sistólica média foi de 127,5 mm Hg no grupo de tratamento intensivo e 135,3 mm Hg no grupo de tratamento padrão. -Durante um período médio de acompanhamento de 3,34 anos, eventos de desfecho primário ocorreram em 147 pacientes (3,5%)
Costa, Cunha, 2024.-O tamanho mínimo da amostra foi determinado com base em estudo anterior publicado pelo nosso grupo de pesquisa. Foi estimado o tamanho de 30 indivíduos, utilizando nível de significância de 5%, poder de 80%, e diferença de 5mmHg na pressão arterial-Avaliar os efeitos de uma sessão de treinamento de força no comportamento pressórico de idosos hipertensos. Métodos: Este é um protocolo de ensaio clínico cruzado e randomizado.-Sistólica, que após serem incluídos no estudo, serão submetidos a uma bateria de exames, a fim de delinear seu perfil físico-funcional e metabólico, e serão alocados em dois protocolos: CP (protocolo controle) e EP (protocolo experimental). -Sessão controle, sem exercício, e o EP que consiste em uma sessão de treinamento de força, utilizando método supersérie. -A pressão arterial será medida antes dos protocolos, imediatamente após (minuto 0) e nos minutos 15, 30, 45 e 60 após. Os indivíduos realizarão o outro protocolo, apresentando o desenho cruzado.-A realização deste estudo obtenhamos o efeito hipotensor bem como contribuamos para a compreensão dos efeitos do treinamento de força pelo método supersérie sobre os níveis de pressão arterial em idosos hipertensos, e sua real prática aplicabilidade.
Banks et al., 2024.Vinte e seis adultos MA/O (54 ± 6 anos; 16 mulheres/10 homens) com E/S1H envolvidos em 9 semanas de RET de 3 dias/semana (n = 13) ou um controle sem exercício (Con; n = 13) .-Examinaram o efeito de uma intervenção RET de 9 semanas de acordo com as diretrizes atuais de exercícios para indivíduos com E/S1H na pressão arterial periférica e central em repouso, função endotelial vascular, rigidez arterial central, função autonômica e inflamação em adultos de meia-idade e idosos (MA/O) com E/S1H não tratada.As medidas pré e pós-intervenção incluíram PA sistólica periférica e central (PAS e PASc) e PA diastólica (PAD e PADc), dilatação mediada por fluxo (FMD), velocidade da onda de pulso carotídeo-femoral (cfPWV), sensibilidade barorreflexa cardiovagal (BRS), cardíaca débito cardíaco (DC), resistência periférica total (TPR), variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e proteína C reativa (PCR).O RET causou reduções significativas na PAS {alteração média ± O com E/S1H juntamente com o aumento da função vascular periférica e a diminuição da TPR sem afetar a função cardiovagal ou a rigidez arterial central
Fonte: Própria, (2023).

Schroeder et al., 2019 apresentaram um estudo que teve desenho randomizado de 69 adultos maduros com pressão arterial elevada ou hipertensão para diferentes programas de exercícios por 8 semanas. O treinamento combinado (aeróbico + resistência) mostrou reduções significativas na pressão arterial diastólica periférica. Concluiu que o treinamento combinado pode fornecer benefícios mais abrangentes para doenças cardiovasculares em comparação com treinamento isolado.

Já em Bischoff-Ferrari et al., 2020, estudaram 2.157 adultos mais velhos e onde investigou-se os efeitos da vitamina D, ômega-3 e treinamento de força, isolados ou em combinação, em 6 resultados de saúde ao longo de 3 anos. Os resultados primários incluíram alterações na pressão arterial, desempenho físico, avaliação cognitiva, taxas de fraturas e infecções. Apesar de ter sido apontado redução na PAS As intervenções não mostraram benefícios significativos em relação aos desfechos avaliados em todos as variáveis investigadas.

Em Pedralli et al., 2020; os pesquisadores estudaram 42 idosos participantes com pré-hipertensão ou hipertensão e comparou os efeitos do treinamento aeróbico, resistido e combinado na função endotelial e na pressão arterial. Após 8 semanas de treinamento, todos os grupos mostraram redução na pressão arterial, com melhorias semelhantes na pressão arterial sistólica.

Zhang et al., 2021; trouxe um estudo que randomizou pacientes idosos com hipertensão para diferentes metas de pressão arterial sistólica e avaliou os desfechos cardiovasculares ao longo de 3,34 anos. Os resultados mostraram que a meta de pressão arterial apropriada para reduzir o risco cardiovascular em pacientes idosos com hipertensão permanece incerta.

Para Costa & Cunha, 2024; um protocolo de ensaio clínico que visou avaliar os efeitos de uma sessão de treinamento de força no comportamento pressórico de idosos hipertensos, estudo ainda está em fase de execução mas que em dados preliminares já publicados afirma que a busca contribui para a compreensão dos efeitos do treinamento de força sobre a redução pressão arterial em idosos hipertensos.

Banks et al., 2024; em um estudo que envolveu 26 adultos de idade avançada e com excesso de peso/obesidade e hipertensão não tratada, mostrou que após 9 semanas de treinamento resistido, observou-se reduções significativas na pressão arterial sistólica, aumento da função vascular periférica e diminuição da resistência periférica total.

Os estudos analisados mostram uma consistência nos benefícios do treinamento físico (aeróbico, resistência e combinado) na redução da pressão arterial e melhoria da função endotelial, com variações dependendo das metodologias e populações estudadas. Estudos de Schroeder et al. e Pedralli et al. destacam a eficácia do treinamento combinado, enquanto os achados de Zhang et al. e Banks et al. enfatizam a importância de metas rigorosas de pressão arterial e treinamento de resistência para o controle da hipertensão.

A pesquisa de Costa e Cunha se diferencia ao investigar os efeitos agudos do treinamento de força, sugerindo implicações práticas para o manejo da pressão arterial em idosos hipertensos. Em contraste, Bischoff-Ferrari et al. não encontrou resultados significativos, em todas as variáveis indicando a complexidade dos fatores que afetam a resposta ao treinamento e suplementos em idosos. os estudos analisados demonstram uma variedade de abordagens na utilização do treinamento resistido para a reabilitação cardiovascular e controle da pressão arterial.

Os programas de exercício, variando entre aeróbico, resistido e suas combinações, apresentaram reduções significativas na pressão arterial, com destaque para os benefícios do treinamento combinado na redução da pressão arterial diastólica e melhoria da função endotelial. O estudo focado em metas rigorosas de pressão arterial sistólica revelou que estratégias mais agressivos proporcionam uma proteção cardiovascular mais robusta em idosos hipertensos.

A pesquisa explorando os efeitos agudos do treinamento de força evidenciou um efeito hipotensor imediato, salientando sua aplicabilidade prática para o controle da hipertensão. Em contraste, a investigação de intervenções combinadas de vitamina D, ômega-3 e treinamento de força não demonstrou melhorias significativas, refletindo a complexidade das respostas individuais em populações idosas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por fim, pode concluir que, As diretrizes atuais recomendam o exercício físico para prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares. Este estudo analisa o potencial do treinamento de força em adultos e idosos hipertensos, focando na intensidade e volume mais eficazes. Trata-se de uma revisão sistemática que avaliou 53 estudos, selecionando 6 publicações finais. Os resultados mostram que programas de exercício, especialmente o treinamento combinado, reduzem significativamente a pressão arterial e melhoram a função endotelial, sendo eficazes na reabilitação cardiovascular. Metas rigorosas de pressão arterial sistólica oferecem maior proteção em idosos hipertensos, enquanto intervenções combinadas de vitamina D, ômega-3 e exercício não demonstraram melhorias significativas. Em resumo, o exercício bem planejado é eficaz na gestão da pressão arterial e na saúde cardiovascular. Em resumo, os achados sugerem que, mais pesquisas sejam realizadas com desenhos de intervenções de exercício em intensidade não abordadas nos trabalho já citados para assim se possa atingir metas cada vez mais rigorosas com benefícios superiores.

REFERÊNCIAS

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1Discentes do Curso Superior de Bacharelado em Educação Física do Centro Universitário Santo Agostinho Campus SEDE

2Docente do mesmo curso e Orientador da pesquisa; e-mail: maurolima@unifsa.com.br