ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS COM PARALISIA   CEREBRAL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11550911


Andréa Pamella Frank Martins Mendonça;
Joice de Oliveira Caetano Nepomuceno;
Orientadora: Bruna Ferreira de Macedo


RESUMO 

Introdução: A paralisia cerebral é uma condição neurológica crônica que resulta  de lesões ou desenvolvimento anormal do cérebro em desenvolvimento. Ela  afeta a coordenação motora, o tônus muscular e o movimento, podendo variar  de leve a grave. Nesse contexto, a fisioterapia se destaca como uma abordagem  eficaz no tratamento. Objetivo:Revisar estudos mais recentes com condutas  fisioterapêuticas voltada para reabilitação de crianças e adolescentes com  paralisia cerebral. Método: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura  com estudos relacionados à reabilitação de crianças e adolescentes com  paralisia cerebral, com base no Preferred Reporting Items for Systematic  Reviews and MetaAnalyses. As buscas eletrônicas foram realizadas nas  plataformas PubMed, Scientific Electronic Library Online (SciELO) e LILACS, usando os descritores,“Paralisia Cerebral”, “Criança”, “Fisioterapia” “Equilíbrio”,  “Função da marcha”, em inglês e português. Resultados: Após concluído o  processo de elegibilidade, 5 artigos foram revisados na íntegra, os quais abordavam exercícios em crianças com paralisia cerebral. Houve uma resposta  positiva em relação a habilidades motoras como melhora da marcha, assim como  do equilíbrio e função postural. Conclusão: conclui-se que a prática de exercícios com um plano de tratamento bem elaborado e adaptado às  necessidades individuais, a fisioterapia pode proporcionar melhorias  significativas na funcionalidade e na qualidade de vida dessas crianças. 

DESCRITORES: “Paralisia Cerebral”; “Criança”;”Fisioterapia”, “Equilíbrio”,  “Função da marcha”. 

ABSTRACT 

Introduction: Cerebral palsy is a chronic neurological condition that results from  injury or abnormal development of the developing brain. It affects motor  coordination, muscle tone and movement, and can range from mild to severe. In  this context, physiotherapy stands out as an effective treatment approach.  Objective: To review the most recent studies with physiotherapeutic approaches  aimed at the rehabilitation of children and adolescents with cerebral palsy.  Method: This is a systematic review of the literature with studies related to the  rehabilitation of children and adolescents with cerebral palsy, based on the  Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and MetaAnalyses. Electronic  searches were carried out on the PubMed, Scientific Electronic Library Online  (SciELO) and LILACS platforms, using the descriptors “Cerebral Palsy”, “Child”,  “Fisioterapia” “Balance”, “Function of gait”, in English and Portuguese. Results: After completing the eligibility process, 5 articles were reviewed in full, which  addressed exercises in children with cerebral palsy. There was a positive response in relation to motor skills such as improved gait, as well as balance and  postural function. Conclusion: it is concluded that the practice of exercises with  a well-designed treatment plan adapted to individual needs, physiotherapy can  provide significant improvements in the functionality and quality of life of these  children. 

DESCRIPTORS: “Cerebral Palsy”; “Child”; “Physiotherapy”, “Balance”, “Function  of gait”. 

1-INTRODUÇÃO 

A paralisia cerebral é uma condição neurológica causada por um  desenvolvimento anormal do cérebro ou por danos ocorridos durante o  desenvolvimento, geralmente antes do nascimento, durante o parto ou logo após  o nascimento. Essa condição afeta principalmente a coordenação motora, o  tônus muscular e o movimento, variando de leve a grave em intensidade.  Crianças e adolescentes com paralisia cerebral podem apresentar dificuldades  em manter o equilíbrio, controlar movimentos, além de possíveis problemas na  fala e na deglutição.1-2 

Existem diferentes tipos de paralisia cerebral, classificados conforme a natureza  dos movimentos afetados. A forma mais comum é a paralisia cerebral espástica,  caracterizada por músculos rígidos e movimentos espasmódicos. Outras formas  incluem a paralisia cerebral discinética, que envolve movimentos involuntários e  incontroláveis, e a paralisia cerebral atáxica, que afeta o equilíbrio e a  coordenação.3 

As causas da paralisia cerebral são diversas e podem incluir fatores genéticos,  infecções durante a gravidez, asfixia neonatal, complicações durante o parto e  traumas cranianos precoces. É importante notar que a paralisia cerebral não é  uma doença progressiva, o que significa que os danos ao cérebro não pioram ao  longo do tempo, embora os sintomas possam mudar à medida que a criança  cresce e se desenvolve.4-5 

O diagnóstico de paralisia cerebral geralmente é feito nos primeiros anos de  vida, baseado na observação dos atrasos no desenvolvimento motor e em  exames neurológicos detalhados. Testes de imagem, como a ressonância  magnética (RM), podem ser utilizados para identificar anormalidades no cérebro. 

O tratamento da paralisia cerebral é multifacetado e adaptado às necessidades  individuais de cada criança ou adolescente. Inclui fisioterapia, terapia  ocupacional, fonoaudiologia, e, em alguns casos, intervenções cirúrgicas e o uso  de medicamentos para controlar espasmos musculares e outros sintomas. A  abordagem interdisciplinar é fundamental para melhorar a qualidade de vida dos  afetados, promovendo a independência e a inclusão social.5-6 

A fisioterapia é crucial no tratamento de crianças com PC, focando na melhora  da mobilidade, da função motora e da qualidade de vida. Através de técnicas como exercícios terapêuticos, estimulação elétrica funcional e terapia aquática,  a fisioterapia visa promover a independência funcional, reduzir deformidades e  melhorar a participação nas atividades diárias. A intervenção personalizada e  multidisciplinar é essencial para atender às necessidades específicas de cada  criança.6 

2-MÉTODO  

Essa pesquisa trata-se de uma revisão sistemática da literatura, de acordo com as diretrizes PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and MetaAnalyses) sobre atuação fisioterapêutica no tratamento de crianças com  paralisia cerebral. A seleção dos artigos foi feita a partir de busca eletrônica em  três bases de dados. 

 2.1-Busca e identificação dos artigos 

A busca eletrônica foi realizada de fevereiro a maio de 2024. As seguintes bases  de dados foram consultadas: Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem  Online (MedLine/PubMed), Scientific Electronic Library Online (SciELO) LILACS,  utilizando os descritores em inglês e português por meio dos Descritores em  Ciências da Saúde (DeCS): “paralisia cerebral”, “cerebral palsy”,”fisioterapia”  “physiotherapy”, “criança”, “child”, “Equilíbrio”, “Balance”, “Função da  marcha”,“Function of gait”. 

A busca de evidências no PubMed foi realizada a partir do campo de “pesquisa avançada” (advanced search) em que se realizou as buscas utilizando palavras sinônimas por meio do operador OR e relacionando os demais descritores por meio do operador AND. Na biblioteca SciELO e LILACS foi realizada a busca  pela “forma básica” (basic form) pelo título e a combinação de palavras-chave também utilizou o operador AND.  

 2.2-Seleção de evidências  

Para atingir o objetivo proposto, foi elaborada uma pergunta com base na  estratégia PICO (Patient Intervetion Comparison Outcome): Quais são os  desfechos apresentados nos estudos sobre atuação fisioterapêtica em crianças  com paralisia cerebral?  

A busca dos artigos que se enquadraram nos critérios de inclusão foi realizada  de duas formas.Primeiro foram selecionados de acordo com o título e em  seguida os estudos foram lidos e analisados, por fim foram selecionados  artigos que estavam dentro dos critérios da pesquisa, eliminando os demais. 

2.3-Critérios de inclusão e exclusão 

 Foram encaminhados para somarização de dados, por meio da leitura e análise  dos artigos na íntegra, estruturados em tabela (Tabela 1), evidências com  amostra composta por crianças e adolescentes com paralisia cerebral, ambos os  sexos, publicadas nos idiomas inglês e português, cujas variáveis apresente desfecho clinico voltado para os benefícios da fisioterapia no tratamento de  crianças com paralisia cerebral. Foram incluídos artigos publicados entre 2014 a 2024. Contudo, artigos encontrados que não cumpriram com esses critérios  foram eliminados. Foram excluídos artigos de revisão bibliográfica, revisão  sistemática, artigos não disponíveis na íntegra, publicados em idiomas que não  inglês e português, artigos anteriores a 2014, estudos com adultos e com  crianças com outros diagnósticos que não paralisia cerebral. 

 2.4-Sumarização dos dados  

 A sumarização dos dados contemplou a extração dos dados a seguir: autores  e ano de publicação das evidências, características da amostra, tipo de avaliação  do papel do fisioterapeuta, e o desfecho é o efeito desse profissional no  tratamento da paralisia cerebral em crianças e adolescentes. 

 2.5-Avaliação da qualidade metodológica 

Os estudos que foram incluídos nesta revisão sistemática foram avaliados e  classificados de acordo com a escala PEDro por meio de 11 perguntas que avaliam a qualidade metodológica (validade interna e informação estatística). Com exceção da primeira pergunta, cada questão respondida de forma positiva valia 1 ponto para a classificação geral final (zero a 10 pontos). Valores de zero a 4 foram considerados de acordo com a escala estudos de baixa qualidade; 5 e  6, de qualidade média; e de 7 a 10, de alta qualidade. 

 Tabela 1: Evidências selecionadas com descrição do tipo de estudo, método de   pesquisa e desfecho encontrado. 

Fonte: As autoras, 2024 

3-RESULTADOS 

Após a busca em cada base de dados foram identificados 368 estudos, sendo 250 artigos achados na base de dado PubMed, 69 na LILACS e 49 artigos na  Scielo. Não foi realizado busca manual. Foram excluídos 310 estudos por nao  abordarem as contribuições da fisioterapia na paralisia cerebral. Após a leitura  de títulos e resumos 58 artigos foram selecionados. Posteriormente, foi  investigado a existência de duplicidade, encontrado 12 artigos duplicados e 5  artigos da área da farmácia/ enfermagem, sendo removidos. Ainda, constatou se que 36 artigos coletados abordaram a temática, mas não apresentam  conteúdo pertinente para este estudo sendo excluídos. Concluído o processo de  elegebilidade, 5 artigos foram incluídos na avaliação de qualidade metodológica,  foram lidos na íntegra e respeitam totalmente os critérios estabelecidos para  realização desse estudo, assim integraram esta revisão sistemática (Figura 1).  Os artigos que integraram esta revisão sistemática estão apresentados na tabela  1. 

A escala PEDro (Tabela 2) foi empregue para a avaliação metodológica. Diante disso, todos os artigos que compuseram esta revisão sistemática foram avaliados e classificados a partir dos critérios estabelecidos. Todos os estudos obtiveram qualidade metodológica alta. 

 Figura 1: Fluxograma da seleção de evidências baseado nas diretrizes do PRISMA

 Fonte: As autoras, 2024 

 Tabela 2: Avaliação metodológico de acordo com a escala PEDro. 

Fonte: As autoras, 2024.

4-DISCUSSÃO 

Szturm, T, et al 2022 7 nesse estudo 20 crianças com diagnostico de paralisia  cerebral com idade entre 4 e 8 anos, foram avaliadas através da escala de  equilibrio pediátrica onde consiste em 14 itens, que incluem ficar em pé, virar e  alcançar para frente. Medida da função motora grossa (GMFM-88) é uma  ferramento feita para avaliar uma mudança na função motora grossa em crianças  com PC, ultilizaram subtestes de pé e caminhada, corrida e salto. Teste clinico  modificado de interação social em equilibrio um avaliação computadorizada do  equilibrio de dupla tarefa, incluem: fica em superficie fixa do chão e depois em  uma almofada por 30 segundos de olhos abertos ou fechados enquanto realizam  uma tarefa visomotor e uma tarefa de jogo cognitivo visual que envolvia o  rastreamento de um alvo visual que se movia horizontalmente em uma tela de  computador durante vários ciclos. Durante 12 semanas ambos grupos receberam 3 sessões de fisioterapia por semana com duração de 45 minutos, essas crianças foram dividas em grupo controle (GC) que recebeu programa de  equilibrio fisioterapêutico convencional e grupo experimental (GX) que recebeu  programa de treinamento de equilibrio DT baseado em jogo. As crianças do GX  demonstraram maiores melhorias nas medidas de equilíbrio PBS, GMFM e DT  em comparação com as crianças do GC. 7 

Chaovalit , S, et al 2021 8 apresentam um protocolo onde avalia e trata 38  crianças com PC com idades entre 4 e 12 anos, classificada no Sistema de  Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS) níveis III e IV. Foram avaliados a medida de independência para criança, teste de sentar-levantar  cinco vezes e modificado indice de tensão do cuidador. Distribuiram em 2 grupos, em grupo controle (GC-19) e grupo experimental (GX-19) ambos grupos  receberam fisioterapia de rotina por 30 minutos, onde consiste no treinamento da  marcha e equilibrio com dispositivo auxiliar órtese que a criança usava. O grupo  GX recebeu 30 minutos de treinamento de sentar e levantar com foco em três  fases: repetir o sentar e levantar com deslocamento de peso, pé colocação. O grupo GC recebeu 30 minutos de aplicação de compressas quentes e  alogamentos de membros inferiores. O tratamento teve duração de 6 semanas,  cinco vezes por semanas, sendo 2 sessões realizadas com fisioterapeutas e 3  sessões realizadas em casa com seus cuidadores. Concluindo que sentar e  levantar em crianças paralisia cerebral resultaram em pequenas melhorias no autocuidado e mobilidade, ao mesmo tempo que reduz a tensão do cuidador.8 

Ghafar, A, e al 2021 9 desenvolveram um ensaio clínico onde 36 crianças com  diplegia espástica, nível I ou II no Sistema de Classificação da Função Motora  Grossa (GMFCS), foram distribuidas em 3 grupos, grupo controle (GC) ,  bandagem combinada (BC) e órteses de tornozelo e pé (OTP). Foram avaliados os parâmetros espaço-temporais da marcha por meio do sistema GAITRite antes  e após a aplicação das intervenções. O grupo OTP recebeu um cronograma do uso de órtese por 6 a 12 horas por dia, sendo os pais instruidos como usar e observar as áreas de sobrepressão na pele, usando uma meia longa e lisa por  baixo. O grupo BC recebeu a ténica de bandagem combinada por um  fisioterapeuta que foi feita em ambos os pés por 28 dias, 24 horas por dia e  trocada a cada 4 dias. Além disso continuaram com a fisioterapia convencional  por 4 semanas, 1 hora , 3 vezes por semana, já o grupo controle continuou  somente com a fisioterapia convencional. Os resultados mostraram que  bandagem combinada e uma alternativa eficaz a órtese de tornozelo e pé para  melhorar os parâmetros espaço-temporais da marcha em curto prazo em  combinação a fisioterapia convencional.9 

Wieczorek, E, M, et al 2020 10 nesse estudo 45 crianças com paralisia cerebral  classficada como nível I e II na Classificação da Função Motora Grossa  (GMFCS), com idade entre 6 e 12 anos. Foram dividas em grupo I (15), grupo II  (15) grupo controle (15), e avaliadas pela escala de avaliação (SAS) avaliação da postura e função de partes individuais do corpo das crianças. Ambos os  grupos receberam sessões de equoterapia de 30 minutos, duas vezes por  semana (grupo I), uma vez (grupo II), durante 12 semanas. As sessões foram  realizadas de acordo com as necessidades e habilidades das crianças, alguns  exercicios como manter posição de cavalheiro, inclinar para frente e tocar na  orelha, levantar as mãos, entre outros. Ao comparar os resultados da escala SAS  nota que as crianças melhoraram em quase todas as categorias entre as  crianças que participaram da equoterapia. No grupo I houve melhoras  sginificativas no controle da posição da cabeça , função dos braços e controle do  tronco no grupo II no controle do tronco.No final do estudo metade das crianças  avaliadas apresentaram controle muito bom da posição do tronco. No grupo II e  controle a melhora não foi tão visivel.10 

Fosdahl, M, A, et al 2019 11 apresentaram um estudo com 37 crianças com  paralisia cerebral classificadas pelo Sistema de Classificação da Função Motora  Grossa I–III. Separadas em grupo intervenção (17) que recebeu um programa de  exercicios por 16 semanas (3 vezes por semanas), sendo 2 vezes com  fisioterapeuta e 1 vez por semana com cuidadores, um programa de exercicios  resisitido progressivo focado em extensores e nas extremidades inferiores e  alongamentos de isquiotibiais, seguido por um programa de manuntenção de 16  semanas (1 vez por semana), o grupo comparação (20), recebeu cuidados  habituais do fisioterapeuta. A função da marcha foi avaliada por análise  tridimensional da marcha (3DGA); cinemática do joelho, quadril e pélvica no  plano sagital, comprimento e velocidade do passo, Índice de Desvio da Marcha  (GDI) e teste de caminhada de seis minutos (TC6) nas 0, 16 e 32 semanas. No  final desse estudo não houve diferenças estatisticamente significativas entre o  grupo de intervenção e o grupo de comparação para qualquer um dos  parâmetros da marcha medidos às 16 e 32 semanas. 11 

Com base nos artigos analisados a fisioterapia apresenta diversas alternativas  no tratamento de crianças com paralisia cerebral em diferente níveis, quatros dos  artigos trazem a importância no controle de tronco, equilíbrio e marcha, assim como Szturm, T, et al 2022 7 combinou a fisioterapia convencional a programa  de exercicios de dupla tarefa baseados em jogos com objetivo de melhora no  equilíbrio e dupla tarefa; Wieczorek, E, M, et al 2020.10 mostra a equoterapia na  influência da postura e função corporal das crianças, no grupo de estudo I foram  notadas diferenças estatisticamente significativas na avaliação do controle da  posição da cabeça, função dos braços (em ambos os casos, p = 0,012) e controle  do tronco (p = 0,005) e no grupo de estudo II na avaliação do controle do tronco.  A equoterapia tem uma influência positiva na postura corporal, esses dois  estudos voltados para o controle de tronco trouxe bons resultados. 7,10 

As intervenções foram similares em alguns objetivos, com uma variabilidade  sobre características temporais da sessões e protocolos. O programa de  exercícios de dupla tarefa baseados em jogos trouxe uma maior adesão ao  tratamento relatado pelo cuidador, as crianças demonstraram dificuldade em  realizar jogos enquanto trabalhava o equilíbrio. O Grupo experimental  demonstrou melhora significativa na Escala de Equilíbrio Pediátrico (PBS),  Medida da Função Motora Grossa-88 (GMFM) e dupla tarefa (DT) baseado em  jogos em comparação ao grupo controle. Essa técnica foi 100% eficaz a curto  prazo com melhor adesão da criança ao tratamento, os pais pretendem da  continuidade ao tratamento com jogos virtuais, mais estudos é necessário para  resultados a longo prazo, Szturm, T, et al 2022.7 

Três métodos diferentes foram aplicados para mensurar a melhora da marcha e  função motora em PC, uma das intervenções aplicados não trouxe resultados  positivos, onde Fosdahl, M, A, et al 201911 combinou um protocolo de  alongamento e exercício resistido progressivo não melhorou a função da marcha. 

A função da marcha foi avaliada por análise tridimensional da marcha (3DGA);  cinemática do joelho, quadril e pélvica no plano sagital, comprimento e  velocidade do passo, Índice de Desvio da Marcha (GDI) e teste de caminhada de  seis minutos (TC6) nas 0, 16 e 32 semanas. As crianças do grupo controle e  experimental não demonstraram melhora na intervenção apresentada. 11 

Estudos de Ghafar, A, e al 20219 comparou a eficácia da bandagem combinada  e órteses de tornozelo e pé em pacientes com PC. Houve aumentos significativos  na velocidade de caminhada, comprimento do passo, comprimento da passada, duração do suporte e duração do suporte único esquerdo dos grupos de órtese  de tornozelo e pé e bandagem combinada em comparação com os valores pré intervenção. Outra intervenção abordada por Chaovalit, S, et al 2021 8foi a  técnica de sentar e levantar, crianças com PC apresentam dificuldade em  locomoção e mobilidade, exercícios de sentar e levantar combinado com a  fisioterapia convencional mostrou que o autocuidado do grupo sentar-levantar  aumentou 2,2 unidades (intervalo de confiança [IC] de 95%, e a mobilidade  aumentou 2,2 unidades (IC 95% 1,4–3,0) em comparação com o grupo controle. Essa intervenção resultaram em pequenas melhorias na locomoção e mobilidade  assim cuidadores relatam reduzir tensão nos cuidados dessas crianças. 8,9 Todos os estudos apresentam avaliações e intervenções utilizadas com crianças e adolescentes com paralisia cerebral, evidenciaram melhoras significativas no  tratamento, exceto um estudo. Essa revisão sistemática provê a base para  pesquisas futuras sobre a importância da implementação e efetividade do  tratamento fisioterapêutico em crianças com PC. Pesquisas adicionais utilizando  a mesma temática são importantes.  

5-CONCLUSÃO 

A paralisia cerebral em crianças e adolescentes é uma condição neurológica  complexa que impacta significativamente a vida dos afetados e de suas famílias.  Embora exista diversas formas para reabilitar crianças e adolescentes com  paralisa cerebral, a fisioterapia convencional é a pratica mais utilizada sendo  muito eficaz no tratamento , outras abordagens como bandagem combinada,  órtese de tornozelo e pé, equoterapia, treinamento com auxilio de jogos virtuais  são técnicas que trazem resultados positivos quando combinados com a  fisioterapia convencional. Assim destacamos que a atuação fisioterapêtica na  paralisia cerebral traz benefícios na qualidade de vida com redução de dores e  desconfortos associados a espasticidade, melhora nas habilidades motoras  como realizar atividades do cotidiano (marcha, equilibrio, função postural),  prevenção de contraturas , deformidades e outros problemas de saúde  associado a imobilidade. Com um plano de tratamento bem elaborado e  adaptado às necessidades individuais, a fisioterapia pode proporcionar melhorias  significativas na funcionalidade e na qualidade de vida dessas crianças,  promovendo a independência e a inclusão social desses indivíduos. 

 6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

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10.Wieczorek, E, M, Zaborszczyk, E, D, Synder, M, Borowski, A. A influência da  equoterapia na postura corporal na posição sentada em crianças com paralisia  cerebral. Internacional J. Meio Ambiente. Res. Saúde Pública 2020, 17, 6846 [Acessado em 15 de abril de 2024]. Disponível em: doi:10.3390/ijerph17186846 

11.Fosdahl, M, A, Jahnsen, R, Kvalheim, K, Holm, I. Efeito de um alongamento e  força combinados. Programa de treinamento sobre função da marcha em crianças  com Paralisia Cerebral, GMFCS Nível I e II: Um Randomizado Teste controlado.  Medicina 2019, 55, 250; [Acessado em 15 de abril de 2024]. Disponível em:  doi:10.3390/medicina55060250 


7- ANEXO- Copy Spider