ANSIEDADE E DEPRESSÃO NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA ATENÇÃO E CUIDADO

ANXIETY AND DEPRESSION IN CHILDHOOD AND ADOLESCENCE ATTENTION AND CARE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11491018


Arleno dos Santos Raiol¹; Carla Rafiza Araújo Cruz²; Keliane de Nazaré Vale Farias³; Jamilly Karoliny da Silva Miranda4.


Resumo

Entre os problemas que mais ocorrem na infância e adolescência, se destacam; os transtornos mentais; onde a ansiedade e depressão estão no topo da longa lista. Uma vez que na faze proposta, os indivíduos estão mais expostos e vulneráveis a condições mentais. Por conta de muitas situações traumáticas; abandono, violência sexual, violência psicológica, e muitas outras. Podendo ser destacado muitos problemas, como suicídio, drogadição da população jovem, abandono escolar e etc. O apontamento de situações e problemas, dá a visão da necessidade de atenção e cuidado. 

Abstract

Among the problems that most occur in childhood and adolescence, the following stand out: mental disorders; where anxiety and depression are at the top of the long list. Since in the proposed phase, individuals are more exposed and vulnerable to mental conditions. Due to many traumatic situations; abandonment, sexual violence, psychological violence, and many others. Many problems can be highlighted, such as suicide, drug addiction among the young population, school dropout, etc. Pointing out situations and problems gives insight into the need for attention and care.

Resumen

Entre los problemas que más se presentan en la infancia y la adolescencia destacan los siguientes: desordenes mentales; donde la ansiedad y la depresión encabezan la larga lista. Ya que en la fase propuesta los individuos están más expuestos y vulnerables a condiciones mentales. Debido a muchas situaciones traumáticas; abandono, violencia sexual, violencia psicológica y muchas otras. Se pueden destacar muchos problemas, como el suicidio, la drogadicción entre la población joven, el abandono escolar, etc. Señalar situaciones y problemas da una idea de la necesidad de atención y cuidado.

Palavras-chave: Adolescência, Ansiedade, Depressão, Transtornos.

1 INTRODUÇÃO

A adolescência é a fase de múltiplas transformações e mudanças, principalmente as mudanças físicas próprias da puberdade. O adolescente enfrentará necessidades de redefinir-se em relação ao seu corpo, sua sexualidade. O mesmo começará a pergunta-se; quem sou eu? parque sou assim? Essas perguntas deveriam ser respondidas pelos pais ou responsáveis, estabelecendo com o adolescente a atenção e cuidado que lhe são devidas e decisivas na fase em questão: “As crianças ou adolescentes, quando sozinhas, temem que algo possa acontecer a seus pais ou a si mesmas, tais como doenças, acidentes, sequestros, assaltos, etc., algo que os afaste definitivamente deles. Como consequência, apegam-se excessivamente a seus cuidadores, não permitindo seu afastamento” “Estudos retrospectivos sugerem que a presença de ansiedade de separação na infância é um fator de risco para o desenvolvimento de diversos transtornos de ansiedade, entre eles os transtornos do pânico e de humor, na vida adulta” 9

Os traumas estão geralmente ligados a situações sociais, físicas e psicológicas. Outras ainda são; familiar, a violência doméstica, ao abandono dos pais, e principalmente as próprias mudanças corporais dessa fase da vida. Nessa perspectiva, tanto crianças como adolescentes estão vulneráveis a transtornos, doenças e problemas mentais. 

Os maiores índices de doenças mentais, ocorrem principalmente nas fases da infância e adolescência, “metade de todas as a condições de saúde mental começam aos 14 de idade, porém muitos casos não são detectados e tratados” 1. Os Transtornos de Ansiedade (TAs) e a Depressão na infância e adolescência, só recentemente foram classificados nos manuais médicos e reconhecidos como entidades patológicas, e estes são as mais prevalentes entre crianças em idade escolar. Os TAs e Depressão se configuram em questão de saúde pública, as taxas prevalentes são muito altas, e em decorrência da pandemia da Covid-19 ocorrida entre 2020 a 2022, houve um grande aumento de casos.

“As causas da depressão e dos transtornos de ansiedade podem ter origens biológicas, psicológicas e sociais. Alguns fatores considerados de risco, podem contribuir com a incidência dos mesmos na infância e adolescência, tais como: problemas na gestação; histórico familiar de depressão ou transtornos de ansiedade; bullying; abusos e agressões físicas e psicológicas; privação de sono; redução do tempo de presença com os pais; pouca oportunidade de brincar e estar com outras crianças, entre outros” 5.

A ansiedade e depressão, como as principais doenças mentais se desenvolvem em meio as situações traumáticas, vivenciadas por crianças e adolescentes, vivenciados na própria família. Em meio a tudo isso, faz-se necessário a tomada de atitudes de prevenção e promoção da saúde mental, seja em ambiente escolar, governamental ou familiar.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA

Na busca dos dados, há várias relações de causas, que com características próprias são determinantes para condições ansiosas ou/e depressivas: “caracteriza-se por ansiedade excessiva em relação ao afastamento dos pais ou seus substitutos, não adequada ao nível de desenvolvimento, que persiste por, no mínimo quatro semanas. Os sintomas causam sofrimento intenso e prejuízos significativos em diferentes áreas da vida da criança ou adolescente” 9. Dessa maneira a falta de segurança emocional familiar está no topo das condições relevantes a tais condições.

Quando se olha para as situações que potencializam tais condições mentais, se chega aos resultados mais tristes como: o impacto de transtornos mentais, no público jovem, se destaca o suicídio. “Segundo dados da OMS; todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que HIV, malária ou câncer de mama ou guerras e homicídios. Em 2019, mais de 700 mil pessoas morreram por suicídio: uma em cada 100 mortes, o que levou a OMS a produzir novas orientações para ajudar os países a melhorarem a prevenção do suicídio e atendimento (OPAS 2021)” 2

Os dados encontrados são apenas a ponta do ice Berg: Somado aos dados sobre suicídio, há ainda a elevação significativa da violência autoprovocada entre jovens de 15 a 29 anos, como já havia detectado o próprio Ministério da Saúde em boletim epidemiológico divulgado em 2019: “mais de 45% dos casos de autolesão e automutilação no país ocorreram nessa faixa etária na última década. E mais: do total de lesões autoprovocadas, em 2018 (o dado oficial mais recente), 40% foram registradas como tentativas de suicídio”3.

No contexto geral, os dados somados mostram que o problema pode ser ainda maior: “Segundo dados da secretaria de vigilância em saúde divulgado pelo MS em setembro de 2022, entre 2016 e 2021 houve um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos, chegando a 6,6 por 100 mil e de 45% entre adolescentes de 10 a 14 anos, chegando a 1,33 por 100 mil”4. A Partir disso pode ser observado uma faixa etária, onde o foco de problemas é ainda mais relevante.

“No Brasil, cerca de 5% de crianças e adolescentes apresentam sintomas do transtorno de ansiedade”5. Além das condições próprias da ansiedade, muitos também acabam sofrendo com a depressão: “mais de 50% das crianças ansiosas experimentarão um episódio depressivo como parte de sua síndrome ansiosa” 9. tudo se eleva a um gral situacional de questão de saúde pública.

“No DSM, os TAs que são diagnosticados na infância fazem parte da categoria dos transtornos ansiosos, com critérios diagnósticos semelhantes aos encontrados em adultos. De acordo com o manual, são considerados transtornos de ansiedade: ataques de pânico; transtorno de pânico com ou sem agorafobia; fobias específicas e fobia social; transtorno obsessivo-compulsivo; transtorno de ansiedade generalizada; transtorno de estresse pós-traumático; transtorno de estresse agudo; TA devido a uma condição médica, induzido por alguma substância ou sem outra especificação. De todos eles, o único exclusivo da infância e adolescência é o Transtorno de Ansiedade de Separação”5.

Além das situações de vivencia familiar, que são de grande influência no estado de saúde mental, há também as situações em ambientes públicos: Segundo FARIA; “pode-se pensar em um programa de prevenção que tem como objetivo diminuir a ocorrência de quadros de bullyng na escola, dado seu impacto na saúde mental da vítima”6. Quando a criança/adolescentes se depara com o mundo exterior, todas as condições já vivenciadas em casa se potencializam. A escola tem sido para muitos deles, um lugar de castigo ou coisa semelhante.

A partir da falta de promoção e prevenção vem a necessidade de tratamento: “As intervenções farmacológicas são necessárias quando os sintomas são graves e incapacitantes, embora estudos controlados documentando seu uso sejam limitados. O uso de antidepressivos tricíclicos, como a imipramina, mostra resultados controversos. Os benzodiazepínicos, apesar dos poucos estudos controlados que avaliam a sua eficácia, são utilizados para ansiedade antecipatória e para alívio dos sintomas durante o período de latência dos antidepressivos” 9.

“A necessidade de cuidados em saúde mental deve ser definida a partir de uma avaliação ampla, envolvendo a criança ou adolescente, pais ou responsáveis e, se for o caso, outras instituições. Os profissionais de saúde mental farão uma análise do problema, em todas as suas variáveis, para construir um Projeto Terapêutico Singular, envolvendo a criança ou adolescente e seus familiares. A estratégia de atendimento poderá envolver, sempre que necessário, outros recursos e parceiros intersetoriais como a escola, o serviço de assistência social, conselho tutelar, operadores da justiça etc.” 1.

3 METODOLOGIA 

O presente artigo trata-se de uma revisão específica da literatura, o mesmo e apresenta se como síntese de conhecimento e análise de estudos na pratica, proporcionando conhecimento e torno ao assunto abordado por este trabalho literário.

Nos métodos de pesquisas utilizados, foram realizados estudos em artigos publicados no período de 2019 a 2024. Como bases de dados científicos foram usados Portal de Periódicos Eletrônicos de Psicologia (PePSIC), Organização Pan-Americanas de Saúde (OPAS), Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Os artigos considerados pertinentes foram lidos na íntegra, a fim de excluir os artigos fora do tópico ou com algum design fora dos critérios estabelecidos de inclusão. Após a escolha dos artigos, as seguintes informações foram extraídas de cada artigo: autor, ano de publicação, número de pacientes submetidos à pesquisa, tempo de seguimento, metodologia aplicada e resultados.

Como critérios de inclusão, foram determinados que: artigos disponíveis da integra, em português e que estejam de acordo com a temática pesquisada. Quanto aos critérios de exclusão: artigos encontrados com duplicidade nas bases de dados e estiverem incompletos ou/e desconformidade com o tema abordado.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

A falta de atenção, desprezos, brigas, mortes, fome, medo e outros, causam situações de transtornos mentais. A saúde mental precária na adolescência prenuncia uma série de comportamentos de alto risco, entre os quais estão a autolesão, o uso de tabaco, álcool e outras substancias, os comportamentos sexuais de risco e a exposição a violência, cujos efeitos persistem e tem graves implicações ao longo de toda a vida.

Tanto a ansiedade quanto a depressão são doenças que afetam o psicológico. Nas estatísticas são umas das principais patologias relacionadas aos transtornos que acometem as crianças e adolescentes. Em estudos são apontados dados de: “10% a 20% das crianças e adolescentes apresentam problemas mentais” 1. Portanto é a faixa etária que necessita de auxilio e apoio de responsáveis como lhes é assegurado por lei: “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária” 8

“Considera-se que a prevenção universal constituiu um progresso civilizacional, pelo seu caráter equitativo que permite o acesso de todas as pessoas a intervenções que podem elevar a qualidade de vida, a saúde e o bem-estar. Dessa forma, entende-se que a promoção de saúde é um extremo de um contínuo de intervenções, cujo objetivo é o aumento de competências para lidar com as situações adversas e promover um desenvolvimento positivo” 1.

Para tanto são extremamente necessários, as atitudes de prevenção e promoção da saúde. Que serão desde programas, leis, conscientização dos responsáveis em relação as situações de vulnerabilidades as condições que podem causar determinadas doenças mentais. São atitudes de enfrentamento ao abandono, a todo tipo e situações de violência; “pensar em outra estratégia para lidar com essa problemática configurou-se como um desafio urgente, uma vez que o funcionamento dos sistemas de saúde baseados na remediação e reabilitação vinham apresentando altos custos e baixa resolutividade” 6

5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto cada dado desenvolvido, analisado, leva a conclusão de que os TAs e Depressão estão entre os maiores problemas em crianças e adolescentes como em; “estudos epidemiológicos brasileiros apontam que 10 a 20% das crianças e adolescentes apresentam algum tipo de transtorno mental” 6.

No ECA podemos encontrar as observações estabelecidas em forma de lei que asseguram o direito à criança e ao adolescente: “Art. 7º A criança e ao adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência” 8. O descumprimento dessas observações afeta de maneira significativa a cada indivíduo, que tem direito aos cuidados citados.

Na busca de enfrentamento, resolução e prevenção, há a necessidade de; “ações de promoção à saúde ajudam no desenvolvimento da resiliência, capacidade determinante para que possam lidar bem com situações difíceis e adversas da infância e adolescência” ¹.

“Deve haver uma sintonia entre a escola, os pais e o terapeuta quanto aos objetivos, conduta e manejo do tratamento. As intervenções familiares objetivam conscientizar a família sobre o transtorno, auxiliá-la a aumentar a autonomia e a competência da criança e reforçar suas conquistas” 9

REFERÊNCIAS

  1. FUNDAÇÃO ABRINQ. Saúde mental na infância e adolescência. Disponível em: https://fadc.org.br/sites/default/files/2021-09/ebook-saude-mental-2021. Acessado em 08 de maio de 2024
  1. OPAS. Uma em cada 100 mortes ocorre por suicídio, revelam estatísticas da OMS. 17 de junho de 2021. Disponível em: https://www.paho.org/pt/noticias/17-6-2021-uma-em-cada-100-mortes-ocorre-por-suicidio-revelam-estatisticas-da-oms. Acessado em 15 de maio de 2024. 
  1. SAÚDE-BRASIL, MALU DELGADO. A preocupante alta de suicídios entre jovens brasileiros. 01 de outubro de 2021. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/apreocupante-alta-de-suic%C3%ADdios-entre-jovens-brasileiros/a-59374207. Acessado em 18 de março de 2024.
  1. CFM. Setembro amarelo: CFM participa de campanha de prevenção ao suicídio. 08 de setembro de 2023. Disponível em: https://portal.cfm.org.br/noticias/setembro-amarelo-cfm-participa-de-campanha-de-prevencao-ao-suicidio/. Acessado em 15 de maio de 2024.
  1. NEUROSABER. Depressão e ansiedade na infância e adolescência. 17 de abril de 2020. Disponível em: https://institutoneurosaber.com.br/depressao-e-ansiedade-na-infancia-e-adolescencia/. Acessos 28 de maio 2024.
  1. FARIA, Nicole Costa; RODRIGUES, Marisa Cosenza. Promoção e prevenção em saúde mental na infância: implicações educacionais. Psicol. educ., São Paulo, n. 51, p. 85-96, dez. 2020. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-69752020000200009&lng=pt&nrm=iso. Acessos em 21 maio 2024.  https://doi.org/10.23925/2175-3520.2020i51p85-96.
  1. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Depressão na infância e adolescência. 08 de agosto de 2024. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/userupload/21999cDocCientDepressaonainfanciaeadolescencia. Acessado em 27 de maio de 2024.
  1. ECA. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm. Acessado em 31 de maio de 2024.
  1. FERNANDO R. ASBAHR. Transtornos ansiosos na infância a adolescência: aspectos clínicos e neurobiológicos. Abril de 2024. Disponível em: https://www.scielo.br/j/jped/a/pqwnF9Bd83TVpKVYWNDwY4C/#. Acessado em 21 de março de 2024.

1Acadêmico de enfermagem arlenosantosraiol@gmail.com
https://orcid.org/0009-0002-3470-3620
2Acadêmica de enfermagem carlarafiraaraujocruz@gmail.com
https://orcid.org/0009-0000-2236-7899
3Acadêmica de enfermagem Kellyanavale2@gmail.com
https://orcid.org/0009-0002-3971-444
4Enfermeira Jamillymiranda854@gmail.com
https://orcid.org/0009.0001-1226-042X