PRE-ECLAMPSIA: RISK FACTORS AND THEIR CONSEQUENCES IN PREGNANCY
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11187123
Stheffanie Azevedo dos Santos
Rodrigues Ferreira de Souza
Lays Pinho de Souza
Erika Pinheiro Monteiro
Samire Freitas da Costa
Gabrielle Cobos de Aguiar
Adria Medeiros Figueiredo
Danielly Dantas Lima Verde
RESUMO
INTRODUÇÃO: A pré-eclâmpsia é uma doença hipertensiva que é considerada uma das principais causas da morbimortalidade materna, sendo determinada como uma gestação de alto risco por conta da sua evolução no decorrer da 20º semana de gestação e apresenta alterações como presença de proteinúria, cefaleia, pressão arterial elevada e edema. Portanto, ela representa um risco global e que afeta o coração, os rins, pulmão e função hepática. OBJETIVO: caracterizar os principais fatores de risco da pré-eclâmpsia e suas consequências. METODOLOGIA: é uma revisão integrativa da literatura, com pesquisa nas plataformas LILACS, SCIELO, MEDLINE e BDENF. RESULTADOS: foram utilizados 12 artigos para a sua composição final, com interpretações acerca dos riscos e determinações para o futuro. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A pré-eclâmpsia não tem uma uma etiologia definida, mas estudos sugerem que seus principais fatores de risco relacionam-se a hipertensão crônica, diabetes mellitus, obesidade, distúrbios imunológicos e alterações placentárias. Ela causa complicações como lesão renal ou hepática, problemas cardiovasculares e metabólicas, parto prematuro, desconforto respiratório no neonato e óbito. Portanto, os cuidados são essenciais para o seu controle, como monitorar sinais vitais, nutrição, controle laboratorial dos exames, administração de medicações, movimentação fetal, orientação e dar suporte emocional para essa gestante.
Palavras-Chave: Pré-eclâmpsia. Fatores de risco. Gravidez de alto risco.
ABSTRACT
INTRODUCTION: Pre-eclampsia is a hypertensive disease that is considered one of the main causes of maternal morbidity and mortality, being determined as a high-risk pregnancy due to its evolution during the 20th week of pregnancy and presents changes such as the presence of proteinuria, headache, high blood pressure and edema. Therefore, it represents a global risk that affects heart, kidney, lung and liver function. OBJECTIVE: to characterize the main risk factors for pre-eclampsia and its consequences. METHODOLOGY: it is an integrative review of the literature, with research on the LILACS, SCIELO, MEDLINE and BDENF platforms. RESULTS: 12 articles were used for its final composition, with interpretations about the risks and determinations for the future. FINAL CONSIDERATIONS: Pre-eclampsia does not have a defined etiology, but studies suggest that its main risk factors are related to chronic hypertension, diabetes mellitus, obesity, immunological disorders and placental changes. It causes complications such as kidney or liver damage, cardiovascular and metabolic problems, premature birth, respiratory distress in the newborn and death. Therefore, care is essential for its control, such as monitoring vital signs, nutrition, laboratory control of exams, administration of medications, fetal movement, guidance and providing emotional support to this pregnant woman.
Keywords: Pre eclampsia. Risk factors. High-risk pregnancy.
INTRODUÇÃO
A gravidez é um momento único na vida da mulher que gera transformações e mudanças importantes tanto no corpo como na mente. Mas essa fase também pode ser prejudicada pelos eventos adversos que ocorrem durante a gestação, como a mortalidade materna que é um grave problema global e está relacionado principalmente a pré-eclâmpsia e eclâmpsia em países de médio e baixo rendimento (YE et al., 2023).
Os distúrbios hipertensivos no geral afetam 1 em cada 10 mulheres grávidas, eles também são compreendidos pela hipertensão crônica, no qual a hipertensão já estava presente na mulher antes da gravidez ou podem estar relacionados a hipertensão gestacional, que são demonstradas nos valores anormais após a gestação. Mas ambos representam um risco significativo tanto para mãe quanto para o neonato (ORMESHER et al., 2023).
As doenças hipertensivas na gravidez estão cada vez mais presentes na saúde materna, elas são representadas por três categorias da evolução da hipertensão. E são: a pré-eclâmpsia, eclâmpsia e a síndrome HELPP, esta última significa a hemólise, enzimas hepáticas elevadas e baixa contagem de plaquetas. Cada uma delas representam uma evolução exarcebada da doença com características próprias, mas estão associadas ao crescimento vascular anormal na interface útero-placentária (WYMORE et al., 2023).
A pré-eclâmpsia é definida como uma doença hipertensiva, que traz a partir da 20º semana de gestação alterações na pressão arterial sistólica igual ou superior a 140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica igual ou superior a 90 mmHg em duas ou mais medidas. Além disso, ela apresenta mudanças na proteinúria e manifestações como dispneia, cefaleia, dor epigástrica e exames laboratoriais alterados (COSTA et al., 2023).
Ela também é conhecida por toxemia, sendo uma complicação relacionada a hipertensão na gravidez com a presença também de edema, danos múltiplos de órgãos, principalmente os rins e o fígado. Na fisiopatogenia do aumento da pressão, ocorre por meio de um processo sequencial de inflamação no corpo, com danos nas células endoteliais vasculares, levando a coagulação extrínseca endógena, resultando na liberação e aumento do tromboxano A2, consequentemente, ocorre alterações hemodinâmicas e a hipertensão (ZHOU et al., 2023).
O seu diagnóstico é verificado conforme as manifestações pronunciadas, como a presença acentuada e elevada de proteinúria, com cerca de 300mg ou mais na coleta de urina em 24horas, podendo ser realizada também com leitura de urina reagente de 2+ ou relação proteína/creatinina na urina (UPCR) de 0,3 ou mais. Esse exame é importante também para outros diagnósticos, como na avaliação da função renal (KARRAR; FOGEL; HONG, 2023).
A morbimortalidade ocasionada por alterações desfavoravéis afeta cerca de 20% das gestações, apresentando em algum momento um risco para a mãe e para o bebê. Apesar da gravidez ser um fenômeno fisiológico, os riscos continuam existindo, prejudicando a evolução saudável e configurando-se como gravidez de alto risco, necessitando de cuidados especializados para o acompanhamento da sua evolução (PEREIRA et al., 2023).
Os dados afirmam que aproximadamente 1,5% a 16,7% das gestantes são afetados pela pré-eclâmpsia em todo o mundo, causando a morte materna de cerca de 60.000 mil mães e provocando o nascimento de 500.000 prematuros a cada ano. Ela é uma doença sistêmica que tem características em duas fases consecutivas, a primeira consiste em uma placentação defeituosa e a segunda ocorre com a sua manifestação a partir da 20º semana de gestação (MODI et al., 2023).
A placentação anormal tem como características a isquemia placentária que pode resultar na má remodelação da artéria e estresse desequilibrado oxidativo placentário, influenciando assim, as células imunes em decorrência da sua descida e afetando diretamente os trofoblastos extravilosos fetais. Ou seja, alterações na placenta tem relação direta com os mecanismos fisiopatológicos que resultam nos eventos adversos durante a gravidez (TIAN et al., 2023).
Atualmente devido aos seus altos índices de óbito, os distúrbios hipertensivos representam a segunda maior causa da mortalidade materna, com consequências significativas após a gestação, tais como: hipertensão crônica, diabetes, doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral isquémico, ou seja, levam a doenças médicas duradouras que comprometem a qualidade da vida da mulher após a gestação (WU et al., 2023).
O acompanhamento da gestante torna-se um cuidado necessário, pois gera uma confiança entre paciente e profissional, no qual, elas conseguem compreender cada fase que está passando, gera uma experiência positiva, favorece o diálogo, promove a realização de exames, existe a preparação para o parto, ou seja, através da qualidade do pré-natal é possível diminuir os indicadores de morbimortalidade, causados principalmente pela hipertensão (LIVRAMENTO et al., 2019).
Por isso, a presente pesquisa tem por objetivo principal caracterizar os principais fatores de risco da pré-eclâmpsia, mostrando também as consequências geradas pela sua manifestação e identificando os principais cuidados que os profissionais possam realizar para o seu cuidado.
METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, que é uma pesquisa científica que tem como foco principal analisar artigos, teses ou dissertações já publicados anteriormente, aprofundando o conhecimento sobre a produção e realizando de forma categorizada uma reflexão acerca da problemática pré estabelicida. Assim, esse tema é estudado sobre perspectiva e nova estratégia do novo pesquisador (SANTOS; MOROSINI, 2021).
A revisão é um tipo comum de pesquisa, adotada por muitos pesquisadores que tem o intuito de contribuir para a literatura científica através da perspectiva de outros autores. O ponto principal dela é o levantamento de dados, que deve ocorrer de forma sucinta e rigorosa, encaixando- se diretamente com o objetivo, tema e escolha central da pesquisa. Assim, é possível expor um posicionamento sobre o assunto escolhido (GONÇALVES, 2019).
Esta pesquisa basou-se em alguns pontos para a sua elaboração, iniciando na escolha do tema “Pré-eclâmpsia”, pergunta norteadora “Quais são os principais fatores de riscos para a pré- eclâmpsia?”, nos objetivos com foco em três palavras principais a partir do tema central: Riscos, Complicações e Cuidados (Figura 1).
Figura 1: Fluxograma da triagem inicial da pesquisa.
Posteriormente iniciou-se a pesquisa, com a escolha da metodologia, da pesquisa nos decritores em saúde das palavras- chaves: “Pré-eclâmpsia”, “Complicações na gravidez”, “Gravidez de alto risco”, “Fatores de riscos”. Com diferentes utilizações para a pesquisa geral do assunto.
Outro ponto principal foi a escolha dos artigos que seriam incluídos da pesquisa ou excluídos para realizar a filtragem. Os incluídos foram: que estivessem no idioma português, espanhol ou inglês, disponíveis para leitura, na base de dados selecionada, nos anos entre 2018 a 2023 e que fizessem referência ao objetivo da pesquisa. Já os excluídos foram: anterior ao ano de 2018, artigos pagos, incompletos, com exposição apenas do resumo, sem identificação, repetidos, teses de mestrado, doutorado e monografias.
A pesquisa deu-se a partir dos descritores em saúde nas plataformas disponíveis online como: BDENF (Base de dados de Enfermagem), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), MEDLINE (Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos da América) e SCIELO (Biblioteca Eletrônica Científica Online).
Por meio desses dados iniciou-se a pesquisa geral com a utilização dos descritores e plataformas já mencionados, encontrando um resultado geral de 356 artigos. Após os critérios de filtragem, os resultados diminuiram para 229, destes 86 artigos foram analisados com a sua leitura e foram escolhidos apenas 12 que estavam condizentes com o objetivo da pesquisa central (Figura 2).
Figura 2: Fluxograma da sequência da pesquisa
Fonte: Autores (2023).
RESULTADOS
Através dos 12 artigos selecionados a partir da metodologia, encontra-se a apresentação geral dos principais resultados de cada autor, com abragência do seu artigo e mencionamento do achado principal que contribuiram para esta pesquisa. Assim, eles estão categorizados a partir da numeração de 1 a 12, com o seu título, autor (ano) e achado principal (Tabela 2).
Tabela 2: Estudos selecionados para a pesquisa
Fonte: dados da pesquisa, 2023.
DISCUSSÃO
Através da pesquisa surgiram duas categorias para a exploração do assunto, a primeira baseia-se nos principais fatores de riscos para a pré-eclâmpsia. E a segunda categoria as consequências dessa patologia e implicâncias para o seu cuidado pelos profissionais.
Categoria 1: Fatores de risco
A pré-eclâmpsia é uma doença multissistêmica com etiologia desconhecida, mas existem hipóteses a respeito da sua manifestação, como a ocorrência do estresse oxidativo provocado por hipóxia, excesso de substâncias inflamatórias, danificação do endotélio e alterações glomérulares. Dentre as exarcebações, estão os fatores predisponentes, tais como: obesidade, síndrome metabólicas, diabetes pré-gestacional, lúpus, hipertensão crônica, doenças responsáveis pela resposta inflamatória basal crônica e alteração placentária (PERAÇOLI et al., 2019).
Os estudos sugerem existir uma associação entre a pressão intra-abdominal e a hipertensão, levando ao quadro de pré-eclâmpsia, podendo ser classificada ainda por uma “doença venosa secundária” devido a compressão de veias e diminuição do fluxo sanguíneo. Sendo associado principalmente aos fatores genéticos, imunológicos, fatores como desequílibrio pró- angiogênico e antiangiogênicos placentário e mudança de parceiros entre as gestações (JAYASUNDARA; GOONEWARDENE; DASSANAYAKE, 2023).
Na progressão da pré-eclâmpsia podem ser observados algumas alterações comuns que estão relacionadas aos fatores de risco, como presença abundante de exossomos, ou seja, uma característica na gestação, assim como, as citocinas e vesículas extracelulares que levam a ativação imunitária, causando a cascata de sequência para a inflamação. Em relação aos genes, um estudo na China identificou os hsa-miR-675-5p, hsa-miR-3614-5p e hsa-miR-615-5p como pontenciais para a sua patogênese e possíveis biomarcadores (NING; TAO, 2023).
Os distúrbios na tolerância imunológica é um dos principais fatores de risco para a sua ocorrência. Após um estudo realizado na China sobre esse processo, eles identificaram a presença de macrófagos inflamatórios, células NK disfuncionais e TVEs associadas à fibrose inflamatória. Demonstrou também que HLA-F, um gene, facilita a tolerância imunológica através da promoção da função das células EVT e do aumento da secreção de citocinas imunorreguladoras pelas células NK (LUO et al., 2023).
A asma também vem sendo considerada como um fator de risco para a pré-eclâmpsia, pois ela associa-se ao desencadeamento de alergia na gestante, ou seja, ela configura-se como uma fator predisponente para a presença de irritação alérgina, ocasionando um aumento da resposta imunológica. Assim, além de uma triagem simples, é possível averiguar e combinar os fatores de risco com a ocorrência da pressão arterial média, índice pulsátil arterial uterino, níveis séricos maternos de fator de crescimento placentário e proteína plasmática A (SANDE et al., 2023).
Ela pode ser classificada de acordo com o tempo de gestação em semanas, sendo a ≤34 semanas, associada ao comprometimento do desenvolvimento placentário e má circulação. E na tardia, ≥34 semanas, a inflamação, comprometimento endotelial e síndromes metabólicas. Assim, a identificação dos riscos baseia-se em suposições de fenômenos que se repetirão, por isso, a nuliparidade, histórico familiar ou histórico anterior, idade ≥40 anos, doenças autoimunes e síndrome do anticorpo antifosfolípide são riscos para a sua ocorrência (PERAÇOLI et al., 2019).
De acordo com essa informação, na Noruega, as grávidas tiveram mais prevalência de diabetes tipo 1, diabetes tipo 2, doença renal crônica, hipertensão crônica e a artrite reumatóide foi mais fortemente associada à pré-eclâmpsia de início precoce do que à pré-eclâmpsia de início tardio, ou seja, o componente imunológico é um grande fator a ser considerado independentemente se for de ínicio precoce ou tardia (SANDE et al., 2023).
Dentre os fatores de risco de modo geral, podem ser classificados também de acordo com a gravidade, como as de alto risco, que apresentam principalmente doença hipertensiva anterior a gestação, hipertensão crônica, diabetes mellitus, doença renal crônica e doença autoimune. E nas que são considerados de risco moderado, como ser primípara, idade avançada, índice de massa corporal superior a 35kg/m2 ou seja, obesidade, intervalo entre gestações superior a 10 anos e histórico familiar (MAGEE et al., 2023).
Dados de uma pesquisa em Fortaleza mostraram que as gestantes tiveram como os principais fatores de risco a primiparidade, hipertensão crônica instalada, diabetes mellitus e obesidade. Autores relatam que existem dificuldades financeiras no Brasil para triagem em larga escala, dificultando a sua investigação, mas é possível categorizar as características maternas mais predominantes, investigando nas consultas do pré-natal (FERREIRA et al., 2019).
Na Nigéria, a composição dos fatores de riscos foram similares, pois houve a pressão arterial elevada, anemia moderada ou grave, diabetes/pré-diabetes e obesidade, como os principais resultados para a sua ocorrência nas pacientes. Em relação a gestantes nessa localidade,
infelizmente muitas dessas gestantes não tinham conhecimento básico a respeito da sua condição, incapacitando os possíveis cuidados que deveriam ser realizados para a sua não progressão (OGBOYE et al., 2023).
Resultados em uma pesquisa na Colômbia demonstraram a pré-eclâmpsia como um distúrbio hipertensivo com mais evidência, mas sem relatos de mortes neonatais. E com os fatores de riscos associados ao nível socioeconômico de médio a baixo, os distúrbios de peso foram relevantes, com a presença da obesidade, histórico de hipertensão crônica, hipotireoidismo, história pessoal ou familiar. Já a idade, nuliparidade e origem étnica não foram tão relevantes, pois 63,8% eram multíparas (ROMERO et al., 2022).
Categoria 2: Consequências e cuidados
A pré-eclâmpsia e as demais síndromes hipertensivas configuram-se como um dos principais fatores de risco para morbimortalidade materna e fetal. Nas suas principais complicações estão ao avanço para a convulsão, lesão renal aguda, edema pulmonar, hipertensão grave, eventos cerebrovasculares e lesão hepática. E nas comorbidades ao longo prazo, elas têm risco aumentado para doenças cardíacas, metabólicas e cerebrovasculares (MA’AYEH; CONSTATINE, 2020).
Além disso podem desenvolver insuficiência renal, acidente vascular cerebral, eclâmpsia, coma, cegueira, descolamento precoce da placenta, infarto agudo do miocárdio, ascite, parto prematuro, insuficiência cardíaca, edema pulmonar, coagulopatia e insuficiência hepática (PERAÇOLI et al., 2019). Para os neonatos, eles têm riscos de restrição de crescimento, síndrome do desconforto respiratório, etinopatia da prematuridade, enterocolite necrosante, atraso no desenvolvimento neurológico e morte (MA’AYEH; CONSTATINE, 2020).
No estudo realizado no Rio Grande do Norte sobre os desfechos perinatais foi constatado que houve baixo óbito neonatal, 48,8% nasceram pré-termo ou com idade gestacional em média de 37 semanas e mais da metade nasceu com baixo peso, 21% estavam com APGAR compatível com anoxia moderada e 20,4% necessitaram de reanimação. Dentre as suas complicações o mais provável foi o desconforto respiratório e a hipoglicemia (CASSIANO et al., 2020).
O objetivo principal para o cuidado generalizado é evitar as complicações, por isso, a sua identificação no pré-natal é importante pois configura-se um evento que necessita de cuidados mais especializados para a sua compreensão. Resultando em recomendações necessárias e encaminhamento para as clínicas que possam atender essas gestantes, dentre elas é o uso da aspirina em doses baixas para as gestantes que são consideradas de alto ou médio risco (MAGEE et al., 2023).
Ela não tem um cura exata, mas na expulsão da criança melhora os indicativos para a gestante, porém, resulta em parto prematuro iatrogênico. Atualmente para a sua prevenção é utilizado a aspirina, que é um antiinflamatório não esteroidal, com os seus componentes ele consegue neutralizar a evolução da pré-eclâmpsia. Estudos recentes procuraram outros remédios para o seu uso como as estatinas, metformina e esomeprazol, mas são necessários mais pesquisas para a sua inclusão de fato no cuidado (MA’AYEH; CONSTATINE, 2020).
A aspirina é um medicamento seguro para a gestante e com o seu uso de baixas doses auxilia no tratamento e prevenção de sequelas. E é extremamente econômico e amplamente distribuido nos serviços de saúde. Assim, os profissionais de saúde exercem um papel fundamental na identificação precoce da pré-eclâmpsia e no cuidado através da educação em saúde (FERREIRA et al., 2019).
As intervenções recomendadas que podem resultar na redução do risco de desenvolvimento de pré-eclâmpsia são o uso de ácido acetilsalicílico (AAS) e suplementação de cálcio. Assim como o uso de sulfato de magnésio para os casos de eclâmpsia iminente, mantendo o controle da pressão arterial, monitorar sinais e sintomas de uma evolução da doença para eclâmpsia, monitorar as alterações laboratoriais como hemograma, função renal, hepática e monitorar crescimento fetal (PERAÇOLI et al., 2019).
O cuidado geral para a gestante é o acompanhamento de cada fase independente se é uma gravidez de baixo ou alto risco, mas essa última opção representa um fator essencial para diminuir a ocorrência de morbimortalidade no mundo. Assim, além dos cuidados com medicamentos, é possível realizar algumas orientações, como a respeito da nutrição e alimentação adequada, pois muitas dessas gestantes estão na categoria de obesidade ou acima do peso, prevalencendo a ocorrência da pré-eclâmpsia e demais doenças (OGBOYE et al., 2023).
Outras recomendações é a respeito da identificação dos principais sintomas, como presença de edema, dor epigástrica, escotomas, cefaleia, elevação da proteinúria e células hepáticas. E os cuidados baseiam-se também na escolha da alimentação, na administração dos medicamentos, preparo para a coleta de exames, verificação dos movimentos fetais, monitorar valores séricos e eletrólitos, dar suporte emocional através do dialógo, ofertando espaço de acolhimento e esclarecendo as suas dúvidas (SANTANA et al., 2019).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pré-eclâmpsia atualmente configura-se em uma manifestação exarcebada de alterações hipertensivas que ocorrem no corpo da mulher durante uma gestação, por isso, um dos principais fatores de risco diz respeito a presença de hipertensão crônica ou nos casos de família. Além disso existem outros fatores bastante comum, como a diabetes mellitus, problemas identificados na placenta para suporte na gestação e o componente imunológico por muitos autores consideram como um fator predominante.
Assim, um achado dessa pesquisa e implicações para o futuro é a abrangência dessa problemática imunológica, pois na sua interpretação é possível determinar todos os componentes que modificam durante a pré-eclâmpsia e configurar um possível padrão pré-estabelecido, ou seja, encontrar a causa raiz e identificar precocemente os casos antes da sua manifestação, que ocorre a partir da 20º semana.
Em relação as suas consequências a mulher pode desenvolver insuficiência cardíaca, edema pulmonar, lesão renal e eventos de comorbidades cardiovasculares ou metabólicas que tem implicações para o restante da vida. E para os neonatos, o parto prematuro e problemas no seu desenvolvimento, tendo características de desconforto respiratório presente. Assim os cuidados são essenciais para a sua não progressão, como administração de medicamentos, controle rigoroso dos sinais vitais, orientações e se necessário internação para controle absoluto da sua evolução.
REFERÊNCIAS
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