ANÁLISE DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E SUAS BARREIRAS ASSOCIADAS ENTRE ESTUDANTES DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DO PIAUÍ

ANALYSIS OF PHYSICAL ACTIVITY LEVEL AND ITS ASSOCIATED BARRIERS AMONG STUDENTS AT A PUBLIC UNIVERSITY IN PIAUÍ

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.11068804


Maximiliano de Souza Zierer1
Lidiane Pereira de Albuquerque1
Kátia Bonfim Leite de Moura Sérvulo1
Regina Maria Sousa de Araújo1


RESUMO

Este trabalho verificou o nível de atividade física de estudantes da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e as barreiras que os levaram a uma prática de atividade física ausente ou insuficiente. Participaram da pesquisa 394 estudantes de ambos os sexos. A coleta dos dados foi feita pelo preenchimento de um questionário contendo doze questões objetivas. Os resultados mostraram que 66% dos estudantes eram sedentários ou insuficientemente ativos, enquanto 34% eram ativos ou muito ativos. Não houve diferenças significativas para a frequência da prática de atividade física entre homens e mulheres. Musculação (44%) e caminhada (41%) foram as atividades físicas mais citadas como prática regular pelos acadêmicos. Para os estudantes considerados sedentários ou pouco ativos, a falta de tempo (54%) e a jornada de estudos extensa (47%) foram as barreiras mais mencionadas para manter uma prática de atividade física. Diante dos riscos à saúde relacionados ao comportamento sedentário ou à prática insuficiente de atividade física, verifica-se a necessidade de reforçar medidas preventivas e educativas que estimulem a prática de atividades físicas, visando à promoção da saúde dos universitários.

Palavras-chave: Universitários; Atividade física; Barreiras.

ABSTRACT

           This work verified the level of physical activity of students at the Federal University of Piauí (UFPI) and the barriers that lead them to absent or insufficient physical activity. The research involved 394 students of both sexes. Data collection took place by completing a questionnaire containing twelve objective questions. The results showed that 66% of students were sedentary or insufficiently active, while 34% were active or very active. There were no significant differences in the frequency of physical activity between men and women. Bodybuilding (44%) and walking (41%) were the physical activities most cited as regular practice by academics. For students considered sedentary or not very active, lack of time (54%) and long study hours (47%) were the most frequently mentioned barriers to maintaining physical activity. Given the health risks related to sedentary behavior or insufficient physical activity, there is a need to reinforce preventive and educational measures that encourage the practice of physical activities, aiming to promote the health of university students.

Keywords: College students; Physical activity; Barriers.

1. INTRODUÇÃO

A prática de atividade física associada a hábitos saudáveis de vida auxilia na promoção e manutenção da saúde física e mental e da qualidade de vida da população (Mello et al., 2005; Zanchetta et al., 2010; Mendes-Netto et al., 2012). Embora exista ampla divulgação dos efeitos positivos da atividade física nos aspectos físico, social e mental, evidências apontam que a inatividade física está entre as dez principais causas de mortalidade, especialmente nas últimas décadas, em que aproximadamente 1/3 da população adulta mundial não atende as recomendações necessárias de atividade física (Pinto et al., 2017). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), um indivíduo considerado insuficientemente ativo não acumula, ao longo de uma semana, o mínimo de 30 minutos diários de atividade física ou não realizar, no mínimo, 150 minutos de atividade física por semana (OMS, 2020).

Diversos estudos evidenciam que a prática regular de atividade física auxilia na prevenção de diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, obesidade, câncer de cólon, câncer de mama, acidente vascular cerebral e osteoporose, além de melhorar a autoestima, a qualidade do sono e de reduzir a ansiedade (Bion et al., 2008; Coelho & Burini, 2009; Klavestrand & Vingård, 2009; Warburton et al., 2006; Vasconcelos-Raposo et al., 2009).

A prática de atividade física está ligada ao estilo de vida escolhido pelo indivíduo e tal hábito varia de acordo com fatores ambientais, sociais, demográficos e culturais que podem desencadear no comportamento individual (Trost et al., 2002). A literatura indica forte consistência entre os hábitos adquiridos na fase da adolescência e a continuidade de prática desses hábitos na fase adulta, especialmente em relação à atividade física (Azevedo et al., 2007). Segundo Silva e colaboradores (2012), é ainda na fase jovem que o indivíduo estabelece grande parte de como será seu estilo de vida e isso acontece geralmente no momento em que os jovens se encontram no universo acadêmico. 

Para os acadêmicos, a universidade é a porta de entrada para a vida profissional ou a prerrogativa para manter o seu emprego. Muitos deles, com a finalidade de obter qualificação profissional, seguem dupla jornada diária (trabalho e estudo) que, por sua vez, pode limitar o tempo livre para se dedicar à vida pessoal e ao lazer, diminuindo o nível da prática de atividade física e comprometendo ainda mais a qualidade de vida (Mendes-Netto et al., 2012; Marin et al., 2020). Atualmente, tem-se observado elevada prevalência de universitários insuficientemente ativos ou com comportamento sedentário, e barreiras, como a falta de tempo livre ou espaço adequado, que parecem contribuir para a baixa adesão destes estudantes à prática regular de atividade física (Alves & Precioso, 2022; Pedroso et al., 2023). Ademais, o ambiente acadêmico pode expor os estudantes a muitas demandas que favorecem a adoção de um estilo de vida acelerado e uma rotina irregular, de forma que os cuidados necessários para a saúde, do ponto de vista da atividade física, podem ficar em segundo plano (Cardoso et al., 2019).

Durante o período universitário, os estudantes adquirem a maior parte dos comportamentos que irão prevalecer durante a sua vida, devido ao aumento de autonomia, da demanda de responsabilidades e da tomada de decisão que os jovens passam a exercer sobre si mesmos. Assim, o estabelecimento de hábitos e de comportamentos saudáveis nesta fase da vida é fundamental, especificamente, os relacionados com a prática regular de atividade física (Buchworth & Nigg, 2004; Irwin, 2007; Han et al., 2008; Sinclair et al., 2005; Vankim et al., 2010; Rodrigues et al., 2008). Os universitários representam o capital nacional e o investimento para o futuro de uma nação sendo, portanto, de grande importância que sejam pessoas com hábitos de vida saudáveis para contribuir para o desenvolvimento de um país (Oliveira, 2010). 

Ademais, estudos afirmam que universitários fisicamente ativos apresentam melhor saúde mental e percepção do estresse, confirmando que o exercício físico atua como meio preventivo contra o estresse ambiental nos estudantes (Bielemann et al., 2007; Taliaferro et al., 2010; VanKim & Nelson, 2013). Ramirez e colaboradores (2018) também constataram que a prática regular de atividade física está relacionada a um maior autoconceito social, acadêmico, emocional e físico, confirmando que os universitários fisicamente ativos demonstram ter uma mentalidade mais positiva. 

No início do ano de 2020, a pandemia do novo coronavírus impactou as dinâmicas de lazer em todo o mundo. Semelhante a outros países, o Brasil sofreu mudanças inevitáveis estabelecidas pelas medidas sanitárias visando controle da propagação do vírus. A diminuição do convívio social ocasionada pelas restrições advindas do distanciamento social, a impossibilidade de utilização dos espaços públicos, fechamento de academias e clubes dificultou diversos grupos sociais a participarem de atividades de lazer, causando efeitos negativos na saúde e no bem-estar dos indivíduos (Matos et al., 2020; Roberts, 2020). Sob a perspectiva da realidade dos universitários, observou-se que as alterações sociais ocasionadas pela pandemia foram bastante significativas, modificando o estilo de vida destes indivíduos. Estudos apontaram que o distanciamento social aumentou a “residencialização” e a “virtualização” do lazer entre os universitários (Matos et al., 2020). Sendo assim, muitos estudantes diminuíram ou interromperam a prática de exercícios físicos elevando a taxa de sedentarismo (Akhtarul et al., 2020). Aliado ao menor nível de atividade física, o confinamento, o isolamento e a menor exposição solar diária resultaram no aumento de sintomas depressivos relacionados ao estresse e à ansiedade (Huckins et al., 2020; Marin et al., 2020).

O período da vida acadêmica é oportuno para promover atividades físicas e para aplicar medidas preventivas ao sedentarismo, à inatividade física e de outros comportamentos de risco. Adicionalmente, a identificação das barreiras para a prática de atividade física na população universitária é de grande importância, pois possibilita o direcionamento de estratégias mais objetivas que vão além das obrigações com as práticas acadêmicas, para que esse público encare uma atividade física como necessidade e que deve se perpetuar além da universidade. 

Assim, o presente trabalho teve como objetivo analisar o nível de prática de atividade física em estudantes universitários da Universidade Federal do Piauí (UFPI), além de verificar as possíveis barreiras associadas.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de uma pesquisa descritiva, transversal, analítica e com abordagem quantitativa. O público-alvo foi composto por graduandos dos cursos de Medicina, Odontologia, Nutrição, Medicina Veterinária, Agronomia, Química e Ciências Biológicas da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Município de Teresina-PI. Participaram do estudo 394 acadêmicos aleatórios, de ambos os sexos, e a amostragem foi calculada com nível de confiança de 95% e o erro amostral de 5%. 

O instrumento escolhido para a coleta dos dados foi um questionário com doze questões objetivas disponibilizado aos estudantes para o preenchimento via link do Google Formulários. A coleta dos dados foi realizada entre os meses de março e dezembro de 2023. Os dados coletados foram armazenados em planilha do Excel 2010 e analisados por meio de estatística descritiva com valores manifestos em média e desvio padrão (DP), considerando o nível de significância de p<0,05. 

O questionário foi enviado aos estudantes após o aceite espontâneo em colaborar com a pesquisa, demonstrado a partir da assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). A pesquisa cumpriu as exigências preconizadas pela Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, sendo anuído pelo Comitê de Ética em Pesquisa Humana (CEP) da referida instituição (66634922.2.0000.5214).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A pesquisa foi realizada com 394 graduandos, sendo 54% do sexo feminino e 46% do sexo masculino com idade média de 23,14 anos (DP ± 5,35). Sobre a percepção do estado da própria saúde, 43% dos estudantes consideraram sua saúde regular, 38% consideraram boa, 12% consideraram ruim, 5% deles consideraram excelente e 2% consideraram péssima (Figura 1).

Figura 1: Percentual da autoavaliação do estado de saúde dos estudantes.

Fonte: Autores, 2023.

Resultados similares aos da nossa pesquisa encontram-se na literatura. Um estudo seccional estratificado apresentou a prevalência de baixo nível de atividade física entre 1.503 estudantes de graduação da Universidade Federal da Paraíba, bem como avaliaram os fatores associados a esta condição. O protocolo da pesquisa foi composto por um questionário de autopreenchimento e uma das perguntas foi sobre a auto-avaliação do estado de saúde. Apenas 2% dos discentes se classificaram como tendo um estado de saúde ruim (Fontes & Vianna, 2009). Similarmente, Mendes-Netto e colaboradores (2012) analisaram as relações entre qualidade de vida, estado nutricional e atividade física de 352 acadêmicos da área de saúde de uma universidade pública no Nordeste. Quando os participantes foram questionados sobre quão satisfeitos estavam com a saúde, 9,7% deles mostraram-se insatisfeitos ou muito insatisfeitos. Bezerra e colaboradores (2020) analisaram, através de uma abordagem quantitativa-descritiva e transversal, o padrão de comportamento sedentário de estudantes de um centro universitário do Cariri cearense. O autores aplicaram um questionário semiestruturado que buscou identificar, dentre outras variáveis, a qualidade do estado de saúde. Dos 120 participantes da pesquisa, menos de 20% deles apresentaram percepções negativas quanto ao estado de saúde.

O presente estudo investigou a prática semanal de atividade física dos estudantes. Cerca de 31% dos participantes não praticavam nenhuma atividade física (sedentários), 35% praticavam de uma a duas vezes por semana (indivíduos insuficientemente ativos), 17% praticavam três vezes por semana (indivíduos ativos) e 17% praticavam quatro ou mais vezes por semana (indivíduos muito ativos) (Tabela 1). Portanto, foram detectados 66% de discentes sedentários ou insuficientemente ativos e apenas 34% foram classificados como ativos e muito ativos. O nível de sedentarismo também foi considerado alto (65,5%) entre os 281 estudantes da área de saúde da Universidade de Brasília no estudo transversal realizado por Marcondelli e colaboradores (2008). A amostra foi composta, na sua maioria, por indivíduos com condições socioeconômicas elevadas, a partir das quais se esperaria um padrão de atividade física mais elevado.

Claumann e colaboradores (2016) investigaram, através de uma pesquisa descritiva e transversal, a prevalência de comportamento sedentário e os fatores associados em 202 estudantes de uma universidade pública de Santa Catarina. Os resultados apontaram a prevalência de comportamento sedentário elevado no lazer (40,6%) e no estudo/trabalho (29,2%). Os universitários que trabalhavam apresentaram maior envolvimento em atividades sedentárias no lazer. Em relação ao comportamento sedentário no estudo/trabalho, os acadêmicos que trabalhavam e aqueles insuficientemente ativos apresentaram maior comportamento sedentário.

Alves & Precioso (2022) exploraram a relação entre a prática de atividade física, o comportamento sedentário e a percepção de bem-estar de 840 estudantes de uma universidade do norte de Portugal. Os autores observaram que houve diferenças entre o bem-estar dos estudantes em geral, a prática de exercício físico e o comportamento sedentário. Os estudantes com um elevado comportamento sedentário apresentaram uma menor percepção de bem-estar em comparação com os demais níveis de prática de atividade física e comportamento sedentário. Uma possível explicação para a baixa prevalência de atividade física poderia referir-se ao maior número de horas que os alunos passavam sentados.

Outras investigações nacionais e internacionais também mostraram valores elevados de prevalência de sedentarismo ou de inatividade física em estudantes universitários (Antes et al., 2009; Pengpid et al., 2015; Freitas et al., 2016; Moreno-Arrebola et al., 2018; Tavares et al., 2020).

Em relação ao gênero, os resultados não indicaram diferenças consideráveis para a frequência da prática de atividade física (Tabela 1), apesar desta relação ser descrita em diversos estudos como Marcondelli e colaboradores (2008), Guimarães e colaboradores (2017),  Lansini e colaboradores (2017), Alves & Precioso (2022) e Crespo Antepara e colaboradores (2022). Para os resultados do nosso estudo, a semelhança no nível de atividade física entre os gêneros pode ser explicada pela uniformidade do perfil etário da população pesquisada e das atividades exigidas aos discentes, dependente do curso, mas não do sexo.

Tabela 1: Frequência da prática de atividade física semanalmente por gênero.

Freq.= frequência; (n)= número de indivíduos avaliados. Fonte: Autores, 2023.

Em relação às modalidades desportivas mais praticadas pelos universitários da presente pesquisa, musculação (44%) e caminhada (41%) foram as mais desempenhadas (Figura 2). Do mesmo modo, os resultados de Marcondelli e colaboradores (2008) apontaram que, em relação ao tipo de atividade física executada pelos estudantes, o item musculação foi o mais citado (19,8%), seguido da caminhada (14,3%) e do futebol (11,6%). É fato que uma caminhada de três a cinco vezes na semana com duração mínima de 30 minutos traz diversos benefícios diretos à saúde e inversos às doenças cardiovasculares (Takenaka et al., 2016).

Figura 2: Modalidades desportivas mais praticadas pelos estudantes.

Fonte: Autores, 2023.

Outro questionamento da nossa pesquisa foram as barreiras que levaram ao grupo de estudantes sedentários ou pouco ativos a uma prática de atividade física ausente ou insuficiente (apenas uma ou duas vezes por semana). O questionário listou dezoito opções, das quais os estudantes puderam escolher várias delas simultaneamente. A falta de tempo (54%) e a jornada extensa de estudos (47%) foram as barreiras mais mencionadas pelos participantes (Tabela 2).

Tabela 2- Frequência e percentual dos motivos que levam os estudantes a não praticar exercícios físicos regularmente.

Fonte: Autores, 2023.

Ao discutir sobre os motivos que levaram à falta de atividade física nos universitários, alguns estudos mostraram que os estudantes, apesar de terem a percepção dos benefícios da prática de atividades físicas, relataram não terem tempo suficiente para executá-las regularmente. No estudo de Marcondelli e colaboradores (2008), os estudantes foram questionados sobre a “razão para não praticar atividade física”. Foram obtidas 132 respostas das quais 66% delas selecionaram a falta de tempo, 21% falta de disposição, 10% falta de dinheiro e 1,5% falta de local adequado. Mielke e colaboradores (2012) analisaram os níveis de atividade física e os fatores associados em 485 estudantes da Universidade Federal de Pelotas. Os resultados apontaram que, embora 86% dos alunos relatassem gosto pela prática de atividades físicas, 60% disseram ter tempo livre para prática.

Pinto e colaboradores (2017) buscaram associar as barreiras percebidas com o nível de atividade física entre estudantes dos cursos de Bacharelado e Licenciatura em Educação Física de Florianópolis. Os resultados apontaram que, em ambos os cursos, a jornada extensa de estudo (Bacharelado = 16,5%, Licenciatura = 30,4%) estava entre as barreiras mais frequentes.

Ainda sobre a discussão dos fatores associados aos níveis de atividade física, Sousa e colaboradores (2013) afirmaram que os menores níveis em universitários de uma instituição pública da Bahia estariam associados à ausência de ambientes adequados para a prática, ou mesmo à falta de organização do tempo destinado às atividades acadêmicas e lazer. No nosso estudo, os acadêmicos responderam que a falta de espaço disponível (15%) e o ambiente inseguro (10%) foram outros dos motivos que afetaram os níveis de atividades físicas.

Sabe-se que o ingresso na universidade representa um momento de adaptação ao contexto acadêmico com incidência de maiores obrigações que incluem horas dedicadas a projetos de extensão, pesquisa e monitoria, estágios obrigatórios, aliados aos horários de aula, contribuindo assim para a falta de tempo disponível para a práticade atividade física. Ainda, em muitos dos casos, os estudantes vivenciam a dupla ou tripla jornada de atividades como trabalho, estudo e família, refletindo-se na limitação de tempo para a prática de atividade física, com maiores probabilidades dos mesmos adotarem um comportamento sedentário (Mielke et al., 2012; Lansini et al., 2017; Tavares et al., 2020).

4. CONCLUSÃO

A partir da análise do nível de atividade física dos acadêmicos, pôde-se verificar que embora a maioria dos participantes tenha considerado o seu estado de saúde como regular ou boa, 66% apresentaram comportamento sedentário ou insuficientemente ativo, condição que coloca essa população em risco de danos à saúde, comprometendo sua qualidade de vida. Dentre as barreiras associadas à prática ausente ou insuficiente de atividade física, a falta de tempo e a jornada de estudos extensa foram as mais relatadas pelos estudantes.

Tendo em vista o crescimento da condição de sedentarismo na população como um todo, é importante investigar o nível de atividade física de universitários para a descrição de aspectos relacionados à saúde desse grupo e que podem servir para a adoção de estratégias e programas de saúde na universidade, como medida preventiva para a adoção de hábitos de vida saudáveis e a melhoria da qualidade de vida.

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1Docente do Departamento de Bioquímica e Farmacologia da Universidade Federal do Piauí