LEVEL OF PHYSICAL ACTIVITY OF ADOLESCENTS AGED 15 TO 18 YEARS IN SANTARÉM
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11062704
Pablo Macambira Silva1; Prof. Dr. Gileno Edu Lameira de Melo2; Prof. Dr. Jose Robertto Zaffalon Junior3; Profª. Ma. Rosângela Lima da Silva4; Prof. Dr. Francivaldo José da Conceição Mendes5; Profª Drª. Juliane Umann Cabreira6; Profª. Drª. Alesandra Negrete Cabreira7
Resumo
A prática de atividade física é recomendada pela Organização Mundial de Saúde, para que os adolescentes se mantenham fisicamente aptos e ativos sendo de aproximadamente sessenta minutos de atividade física por dia, para que possam evitar problemas de saúde e outras complicações no futuro. O objetivo desta pesquisa foi verificar o nível de atividade física entre adolescentes de 15 a 18 anos matriculados na rede estadual de ensino público na cidade de Santarém, PA, Brasil. Foi realizado um estudo descritivo quantitativo em sua versão curta com duas escolas públicas com total de 283 adolescentes, por meio de aplicação do questionário internacional de atividade física (IPAQ). Os resultados apresentam que foram avaliados 283 alunos com idade entre 15 e 18 anos, de ambas as escolas. A escola A teve um total de 143 alunos sendo eles 71 do sexo masculino e 70 do sexo feminino e a escola B 140 alunos totalizando 71 do sexo masculino e 69 do sexo feminino. Constatou-se que 69,2% dos alunos pesquisados têm um NAF ativo, e 31,7% são inativos fisicamente. Conclui-se que examinar os níveis de atividade física de adolescentes estudantes é extremamente importante, pois poucos estudos são encontrados com esse tema, portanto, verificar o nível de atividade física dos adolescentes para desenvolver hábitos saudáveis ajudam a melhorar os resultados de saúde que muitas vezes persistem ao longo da vida.
Palavras-chave: Atividade física. Adolescência. Sedentarismo.
1. INTRODUÇÃO
Os adolescentes fisicamente ativos, apresentam uma menor incidência da maioria das doenças crônicas, esse fato acontece por conta de uma série de benefícios fisiológicos e psicológicos, o que demonstra expressiva associação entre estilo de vida ativo, menor possibilidade de morte e melhor qualidade de vida (Darabas, 2016).
A adolescência é uma fase de mudanças biopsicossociais, trazendo consigo hábitos que podem se consolidar e perdurar por muito tempo, principalmente práticas habituais negativas, relacionadas à alimentação e prática de atividade física. O sofá, smartphone e videogame são mais atraentes para eles do que pedalar, bater bola, correr ou surfar (De Souza, 2019). Silva (2022) afirma que os adolescentes estão cada vez mais adeptos às tecnologias, sendo este um hábito prejudicial à saúde, pois com a ausência de atividade física alguns problemas como a obesidade, diabetes, hipertensão podem aparecer. No Brasil, é frequente o número de adolescentes classificados como sedentários devido ao aumento de horas diárias dedicadas a esses tipos de atividades (Lippo et al. 2010).
Segundo Costa (2021), estudos apontam a associação de quanto mais a pessoa é sedentária, maiores serão os riscos de adquirir: ansiedade, piores comportamentos pró-social e acadêmico, síndrome metabólica, depressão, e doenças cardiovasculares.
De acordo com Ferreira e Andrade (2021), que investigaram a prevalência de excesso de peso e sedentarismo em estudantes brasileiros no ano de 2015, com as idades entre 13 e 17 anos foi observado a predominância do excesso de peso no Brasil de 24,2%, variando de 20,7% na região Nordeste a 27,8% na região Sul. O mesmo autor diz que a prevalência de sedentarismo no Brasil foi de 67,8%, variando de 61,8% na região Norte a 70,3% na região Sudeste.
Dados dos anos 2013-2014 indicaram que mais de 25% dos adolescentes brasileiros não realizavam nenhuma atividade física no tempo de lazer e passam de 50% os que não realizavam atividade física, nos níveis recomendados, de pelo menos 420 min/semana para promoção da saúde (Barbosa, Campos e Lopes 2015).
Aproximadamente 20% apresentaram excesso de peso e quase 6% dos adolescentes do sexo masculino e 4% do feminino foram classificados como obesos (Brasil, 2012). Com base nessas pesquisas é possível verificar que houve aumento gradual da prevalência de excesso de peso entre os adolescentes brasileiros. Desta forma, ao analisar o nível de atividade física dos jovens, é importante entender a geração em que ele se encontra além disso sempre ter novos estudos com esse tema.
Diante desse contexto, o objetivo desta pesquisa foi verificar o nível de atividade física entre adolescentes de 15 a 18 anos matriculados na rede estadual de ensino público na cidade de Santarém, PA, Brasil. Isto se faz necessário por conta da pouca informação quanto ao Nível de Atividade Física (NAF) dos alunos da cidade de Santarém-PA.
Uma vez identificados os (NAF) dos alunos, as escolas e os pais poderão promover incentivo para esses adolescentes e assim estimular qualidade de vida e bem-estar físico e mental, evitando o aparecimento de doenças crônicas degenerativas, e até podendo aprimorar a qualidade de vida dos jovens.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 ADOLESCÊNCIA
O conceito sobre a adolescência que temos no mundo atual nem sempre existiu. Ariès (1981), levanta em seu estudo a questão da história da criança e da família na sociedade francesa até o século XVIII e o fato da adolescência se confundir com a infância, não havia lugar para a adolescência. O autor aponta a indiferença aos fatores biológicos; a infância não seria limitada pela puberdade porque a ideia de infância estava associada à dependência, só se poderia sair da infância superando ou pelo menos diminuindo a dependência da família.
Definir a adolescência é, de fato, uma tarefa difícil. Muitas instituições, como clínicas psicológicas, academias e formações, como até mesmo pensadores como Freud (1996), Knobel e Aberastury (1981) expõem seus pensamentos sobre esse tema muitas vezes divergentes entre si. Esse fato revela o quão subjetiva essa relação pode ser, tornando a questão dos menores em conflito com a lei uma discussão ainda mais complexa.
Por exemplo, para a Organização das Nações Unidas (ONU), a adolescência é definida cronologicamente e inclui indivíduos entre 15 e 24 anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS), braço das Nações Unidas, confirma a falta de precisão sobre o tema e classifica o período cronológico entre 10 e 19 anos. No Brasil, a Lei da Criança e do Adolescente (ECA) pela Lei 8.069/90 define adolescente como pessoa entre 12 e 18 anos. Em casos excepcionais e se a lei assim o estipular, a adolescência nos termos dos artigos 121.º e 142.º da lei aplica-se até aos 21 anos de idade.
Alves (2020) afirma que a adolescência é uma das fases em que se é necessária uma atenção especial, pois nela ocorre a formação da identidade, conceitos, preconceitos e/ou preceitos, em meio às transformações corporais; como o aparecimento de pelos pubianos, alterações no tom de voz, acne e muitos outros que afetam os aspectos sociais e emocionais.
Portanto, o envolvimento da família é essencial; cuidado, atenção e orientação nos contextos familiar, escolar e sexual. Com isso é necessário acompanhar esta fase tão importante da vida do ser humano, adquirir conhecimento teórico para a sociedade, é necessário para e ajudar a família/escola e o próprio adolescente a viver sua fase da melhor forma possível, respeitando suas características e problemas, pois nesta fase ocorre diversas mudanças corporais, hormonais e mentais.
2.2 A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA
A atividade física quando realizada pelos adolescentes, possibilita diversos benefícios, pois essa prática apresenta um papel de destaque na promoção de saúde, na prevenção de diversas doenças e agravantes à saúde, na melhora da capacidade motora geral, da dor crônica e de outras desordens relacionadas ao sistema musculoesquelético (Corrêa, 2019), essa prática é importante para eles tanto quanto a sociedade em geral. Segundo Benedetti et.al, (2021) a prática de atividade física pode ser conceituada, como qualquer movimento corporal gerado pela musculatura que exija gasto energético acima dos níveis de repouso.
A prática da atividade física não faz bem apenas ao corpo, mas também ao cognitivo e aos relacionamentos sociais dos jovens. São diversos os benefícios que as atividades físicas possibilitam ao seu praticante sendo elas: proteger contra doenças crónicas; aumentar a vontade de realizar atividades do cotidiano; estimular o desenvolvimento motor e cognitivo, promover a melhora do metabolismo e da qualidade de vida; ajudar a construir uma melhor autoestima; aumentar a confiança e o autoconhecimento. Todos esses benefícios são constatados em diversas pesquisas como (Da Silva et al. 2021, De Melo et al. 2020).
Nos estudos de Barbosa et al. (2021) e Ferreira et al. (2021) observou que hábitos alimentares aliado com a atividade física impactam positivamente a qualidade de vida dos adolescentes se praticados da melhor forma correta.
Os efeitos da prática da atividade física, são positivos sobre a qualidade de vida dos adolescentes, pois conforme esse hábito corporal se torna uma rotina na vida do jovem, também é notado uma melhora nos hábitos alimentares saudáveis, assim diminuindo vários comprometimentos na juventude, por tal comportamento pode-se diminuir doenças crônicas não transmissíveis como diabetes, hipertensão, obesidade e esteatose, além disso a prática regular de atividade física melhora a autoimagem, onde o adolescente reduz o nível de gordura corporal e fica com um corpo mais harmonioso e bonito com uma boa longevidade, pois Silva (2021) afirma que a prática regular de atividade física proporciona grandes melhoras na redução de gordura corporal e atenua a progressão de doenças evitando-se assim a morbidade e a mortalidade.
Hallal (2007) ressalta que a vida inativa provoca literalmente o desuso dos sistemas funcionais assim, vários órgãos e sistemas entram em um processo de regressão funcional, como a atrofia das fibras musculares, a perda da flexibilidade articular, além do comprometimento funcional de vários órgãos.
Em relação ao emocional dos adolescentes, o estudo de Costa et al. (2021) aponta que um fator que gera o sentimento de felicidade dos jovens é a prática de atividades físicas. Claro que a felicidade tem diversos fatores além de ter uma vida ativa fisicamente, em uma sociedade que é desigual, por exemplo praticar uma corrida na rua, ou um futebol na rua com os colegas pode trazer benefícios para seus praticantes. O mesmo autor ainda destaca que alimentação ruim afeta negativamente a saúde, a autoimagem e as emoções das crianças e adolescentes. Em relação às emoções foram constatadas que o sentimento de felicidade é mais forte em adolescentes praticantes de atividades físicas do que os não praticantes.
Segundo Rauber et al. (2022) destaca que é fundamental estimular os jovens a ter uma vida ativa fisicamente e ter bons hábitos alimentares para que se possa combater a obesidade. Com isso é notório adotar comportamentos saudáveis, dessa forma e reduzindo o envolvimento dos jovens em comportamentos de risco à saúde.
Com base nesses estudos, pode-se verificar a importância da atividade física dos adolescentes, pois traz múltiplos benefícios ao praticante, proporcionando um desenvolvimento integral. Para manter a boa saúde e o bom funcionamento de todos os sistemas do corpo é necessário alimentar-se bem, e manter-se uma alimentação balanceada é preciso manter-se fisicamente ativo. Dessa forma, é necessário incorporar a atividade física na rotina dos adolescentes.
2.3 SEDENTARISMO
O sedentarismo é caracterizado por atividades em que o gasto energético não é elevado acima dos níveis de repouso, que pode ser exemplificado pelo tempo em que o indivíduo permanece na posição sentada ou inclinada, realizando tarefas como assistir televisão, usar o computador, ler um livro ou dirigir (Amorim e Faria, 2012).
O elevado tempo de imobilização do músculo esquelético estimula a produção de lipídeos no fígado, acumula adipócitos na região abdominal, diminui a aptidão cardiorrespiratória, aumenta a resistência à insulina e hiperglicemia. Consequentemente, estimula o surgimento de doenças crônicas como asma, câncer, derrame entre outros (Guimarães et.al,2020).
Para Victo et al. (2021) apesar dos benefícios da atividade física para adolescentes, 81% do mundo são fisicamente inativos, associando a costumes ruins para adolescente, como de atividade física, comportamento sedentarismo e má alimentação. Legnani et al. (2021) associou nível de atividade física e hábitos alimentares nas escolas, constando que o consumo de guloseimas sem a prática de atividade física, representa uma quantidade significativa de adolescentes com péssima alimentação balanceada, baixo consumo de frutas e verduras uma das dificuldades da falta de alimentação saudável que levam a vários comprometimentos na adolescência.
Os resultados dos estudos de Franco et.al (2022) demonstraram que o nível de atividade física reduziu e o comportamento sedentário se elevou devido ao maior tempo de TV, de videogame e de computador para estudos entre os estudantes de Canaã-MG durante a pandemia do COVID-19. Na pesquisa do mesmo autor, foi observado alto índice de insatisfação corporal por magreza, que reduziu durante a pandemia provavelmente em razão do comportamento sedentário e da inatividade física, sendo que as garotas foram as maiores responsáveis por esta mudança de comportamento. Cesariano e Grigollo (2022) verificaram uma grande frequência de adolescentes com prática de atividade física insuficiente, caracterizando um comportamento sedentário, e apresentam também um número de horas semanais de tempo de tela que ultrapassa os valores recomendados. Com base nesses autores é possível perceber que o grande índice de sedentarismo vem aumentando entre os jovens, e isso é preocupante pois cada vez mais a tecnologia com o passar do tempo evolui, mais os adolescentes ficam dependentes desse recurso tecnológico, assim se tornando mais sedentários.
Desta forma alterar o comportamento sedentário de crianças e adolescentes, por meio da redução do tempo despendido com TV, computador, videogame e demais equipamentos eletrônicos, pode ser um meio de promoção de saúde e prevenção da obesidade e de outras de doenças crônica futura (Silva et.al 2019, Rosa 2019).
3. METODOLOGIA
A abordagem é de cunho descritivo pois segundo Libório e Terra (2015) tem a relação entre grupos de pessoas, fenômenos ou variáveis e esse tipo de pesquisa faz o levantamento, e faz uso de questionários.
Esse estudo se faz quantitativo por se tratar de uma pesquisa social, que utiliza a quantificação na modalidade de coleta de informações no método estatístico conforme autor (Manzato e Santos, 2012) afirma que a pesquisa quantitativa tem como objetivo quantificar um problema e entender a dimensão dele, através de entrevistas questionários etc., onde essas amostras sejam estatisticamente comprovadas.
Em relação ao instrumento de pesquisa foi aplicado o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) versão curta, que se refere a uma técnica de inquérito social que consiste num conjunto de perguntas que são apresentadas às pessoas para obtenção de um conjunto de informações, com perguntas fechadas por facilitarem a análise da informação (Franco et.al, 2021).
O referido instrumento leva em consideração as atividades praticadas por, pelo menos, dez minutos contínuos realizadas na semana anterior por relatos de frequência, intensidade e duração. O IPAQ é um questionário desenvolvido com a finalidade de prover medidas de atividade física. Foi proposto pelo grupo internacional para consenso em medidas de atividade física, constituído sob a chancela da OMS, com representantes de 25 países, inclusive o Brasil. Trata-se de um instrumento que permite estimar o tempo gasto em atividades diárias domésticas, de trabalho, lazer, esporte, transporte e exercício e que teve sua validade e reprodutibilidade averiguadas em diversas situações, sendo recomendado para diferentes grupos etários. O questionário está disponível em duas versões, a curta e a longa. Neste trabalho foi utilizada a versão curta do IPAQ que é composta por oito perguntas abertas, estimando-se o tempo empregado nas atividades físicas e também no tempo gasto sentado (Franco et.al,2021). Originalmente, o IPAQ é apresentado em diferentes idiomas, havendo também em língua portuguesa, o que dispensou a necessidade de sua tradução, ademais o instrumento é classificado padrão-ouro, as quando aplicados em adolescentes com mais de 14 anos, sendo instrumento adequado para fins de acompanhamento das atividades físicas (Guedes, Lopes e Guedes 2005).
O local da pesquisa foi constituído por duas escolas públicas, sendo elas de ensino médio e uma escola de ensino fundamental e médio. A escolha das escolas se deu por conta da facilitação das escolas com a pesquisa.
A população desta pesquisa foi de 693 alunos, sendo que uma escola tem 377 alunos matriculados e a outra tem 316 alunos, ambas somando as turmas de manhã e tarde, sendo eles do município de Santarém. No momento da pesquisa foi possível alcançar um total de 143 alunos da escola A e 140 na escola B.
Para selecionar os participantes foi necessário utilizar as aulas de educação física, onde foi explicado como se deveria responder o questionário, e foi distribuído para cada aluno o IPAQ (versão curta) junto com os documentos :Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) assinado pelos pais e ter assinado o (TALE) Termo de Assentimento Livre e Esclarecido que deveria ser assinado pelo participante. Os participantes tinham um mês para entregar o IPAQ junto com o TCLE e o TALE, para poder serem incluídos na pesquisa. No final da aplicação, foram distribuídos 311 questionários na escola A e 253 na escola B. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, com a identificação:70385723.5.0000.5168.
A análise da pesquisa ocorreu através da planilha Excel da pesquisadora H.L Cheng (2016), que calcula de forma prática se o nível de atividade física: a) Atividade de intensidade vigorosa por pelo menos 3 dias (mínimo de 20 minutos, atingindo um mínimo Atividade física total de pelo menos 150 minutos/semana OU b) 7 ou mais dias de qualquer combinação de caminhada, intensidade moderada ou atividades de intensidade vigorosa atingindo um mínimo de atividade física total de pelo menos 300 minutos/semana. Atividades moderadas: a) 3 ou mais dias de atividade de intensidade vigorosa de pelo menos 20 minutos por dia OU b) 5 ou mais dias de atividade de intensidade moderada e/ou caminhada de pelo menos 30 minutos por dia OU c) 5 ou mais dias de qualquer combinação de caminhada, intensidade moderada ou vigorosa atividades de intensidade atingindo um T mínimo = atividade física total de pelo menos 600 minutos/semana. E atividades de nível baixo onde não se encaixa nem na moderada e nem na vigorosa. Os dados foram analisados através do pacote estatístico BioEstat 5.0.
4. RESULTADOS
Após a realização da coleta de dados realizada nas escolas foi possível encontrar os seguintes dados. Foram avaliados 283 alunos com idade entre 15 e 18 anos, de ambas as escolas. A escola A teve um total de 143 alunos sendo eles 71 do sexo masculino e 70 do sexo feminino e a escola B 140 alunos totalizando 71 do sexo masculino e 69 do sexo feminino.
O gráfico 1 mostra o nível de atividade física da escola A, de acordo com o resultado é possível notar que 47 alunos estão com nível de atividade física baixo, totalizando 32,8%. Em relação ao nível de atividade física moderado, 68 alunos foram identificados com esse nível de atividade, resultando 47,5%. No nível de atividade física Alto apenas 28 alunos estavam nesse nível, convertendo em porcentagem 19,5%.
Gráfico 1– Nível de atividade física da escola A, verificada com o IPAQ.
Fonte: Autor (2023)
O gráfico 2 apresenta os dados colhidos na escola B, onde foi verificado o seguinte resultado: 40 alunos estavam no nível de atividade física baixo, gerando 28,5% dos alunos. Já no NAF moderado 64 alunos se enquadram neste nível, resultando 45,7% dos alunos. Passando para o NAF alto somente resultaram 36 alunos, dando um valor de 25,7 de participantes.
Gráfico 2– Nível de atividade física da escola B verificada com o IPAQ.
Fonte: Autor (2023)
O gráfico 3 retrata uma comparação entre as escolas A e B, na qual é possível verificar a quantidade de alunos por NAF.
Gráfico 3– Comparação do nível de atividade física das escolas A e B.
Cores azul escola A / Cores verdes escola B
Fonte: Autor (2023)
5. DISCUSSÃO
De acordo com os resultados, foi possível verificar que a quantidade de participantes das escolas A e B foi similar, tanto na quantidade geral, quanto no nível de atividade física, totalizando 143 participantes na escola A e 140 na escola B. A maior parte da amostra dos adolescentes analisados foi classificada com o NAF moderado e vigorosa totalizando 196 alunos, resultando 69,2% dos indivíduos ativos e 87 resultando 30,7% no NAF baixo, com base no IPAQ versão curta. Coincidindo com o resultado de os participantes serem ativos nos estudos de (Brasilino; Stiegler; Zawadzki, 2019; e Coutinho; Mascarenhas; Smouter, 2019) onde maior parte da amostra estava com nível alto de atividade física. Um ponto importante é que a quantidade de alunos com baixo NAF nas escolas é superior à de alunos com NAF vigoroso.
Quando comparados com estudos de (Magalhães; Azevedo; Mendonça (1997) e Araújo et.al (2010) dados da população de adolescentes do Brasil, os resultados mostram que a prevalência de excesso de peso e comportamentos sedentários foram maiores nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde essas regiões apresentam maior grau de desenvolvimento socioeconômico, em comparação com as regiões Norte e Nordeste. Segundo Werneck et.al (2018), as diferenças regionais nos ambientes urbanos e as estruturas das cidades, incluindo as infraestruturas para a prática de atividade física, estão entre os fatores que contribuem para as desigualdades no comportamento sedentário entre as diferentes regiões do país.
Além disso, conforme observado nos estudos de (Dias et.al.2014; Hallal, Gonçalves, Vitótia.2006 e Ferreira et.al 2018) no Brasil, as pessoas com pior condição socioeconômica apresentam uma menor prevalência nos comportamentos sedentários, e maior prática de atividade física mensurada por meio do deslocamento ativo. Com isso fica evidente o porquê da região norte os melhores índices de jovens com NAF acima dos outros estados, isso se deve a questão socioeconômica, onde a grande maioria dos jovens precisam ajudar em casa, se deslocar de pé para escola, trabalho fora as atividades de casa que muitos fazem para ajudar os pais.
Apesar dos dados obtidos apontaram positivamente a predominância do NAF dos adolescentes, é necessário ter mais estudos relacionado a esse tema como diz Lima et al. (2019) que em seu trabalho, foi verificado quais regiões do país se realizou o levantamento do nível de atividade física dos adolescentes, e a região do Norte não teve nenhuma obra encontrada.
Além disso com o avanço das tecnologias os jovens os que mais utilizam ela, isso pode gerar sedentarismo assim reduzindo o NAF dos adolescentes Silva (2022). E também podendo aumentar o desuso dos sistemas funcionais, assim vários órgãos e sistemas entram em um processo de regressão funcional, como a atrofia das fibras musculares, a perda da flexibilidade articular, além do comprometimento funcional de vários órgãos (HALLAL, 2007).
Comparando o nível das escolas A e B é possível dizer que a escola B tem um índice de atividade física maior que A. Essa afirmativa é possível por conta que a escola A tem 96 alunos ativos e a escola B tem 100, levando em consideração os alunos do NAF moderado/alto, enquanto comparado às escolas no NAF baixo a escola A tem 47 alunos e a B 40. Dessa forma, os dados expostos na figura 4 são positivos, pois 69,2% dos participantes apresentam um nível de atividade física adequado, classificado como Suficientemente Ativo.
A escola B teve o melhor índice de alunos ativos, e as aulas de educação física nesta escola eram de esportes, principalmente as turmas do terceiro ano. Com base no que foi observado na pesquisa o conteúdo das aulas eram vôlei e futsal, onde havia um grande índice de alunos presentes participantes. Já na escola A muitos quando as modalidades eram vôlei e futebol alguns alunos diziam que não gostavam da modalidade e ficavam de fora da aula. Com base oliveira et.al (2020) a escolha destes conteúdos deve por dois motivos, o primeiro sendo a mídia que influencia os professores e o segundo é a limitação de materiais e espaços adequados. Em relação aos materiais para as aulas de educação física, ambas as escolas não tinham. A incerteza nos materiais e infraestruturas, para o desenvolvimento das aulas de educação física nas escolas é um dos maiores desafios da nossa região, tendo como resultado direto a diminuição do entusiasmo dos alunos da educação básica em participarem das atividades propostas pelos professores (Prandina; Santos, 2016).
O que pode explicar essa diferença de interesse dos alunos é a metodologia que cada professor aplicava nas aulas. Sendo que o professor da escola A deixava as aulas mais livres e o professor da escola B tinha um direcionamento das aulas. Para Oliveira et.al (2020) é importante verificar quais metodologias e conteúdo são mais atraentes para os alunos, para que se tenha um maior índice de participantes possíveis, assim aumentando o NAF dos estudantes.
Esse trabalho tem importância para a sociedade pois vai contribuir para novos estudos relacionado ao NAF. no começo da pesquisa foi acertado com a direção das escolas e com os professores de educação física, que seria devolvido uma devolutiva desta pesquisa, independente do resultado, assim cada escola poderia realizar planejamentos adequados para cada situação encontrada, podendo informar os pais dos resultados ou mesmo palestras com o intuito de discutir o tema.
6. CONCLUSÃO
Após a análise sobre o nível de atividade física para os adolescentes, pode-se identificar que adolescentes estudantes de duas escolas do município de Santarém, a maioria dos adolescentes são ativos. Apesar de dados positivos, mais de 30% dos adolescentes estavam com o NAF baixo, pode se apontar que as causas são diversas, entre elas: o sedentarismo na vida desses indivíduos, levando a obesidade e a não socialização do adolescente com outros indivíduos e essa não interação já se liga aos fatores determinantes para a prática onde o principal fator é o motivacional.
Verifica-se que vários são os benefícios da prática de atividade física regular para adolescentes, entre esses, há melhora no condicionamento físico e prevenção do surgimento de patologias. Portanto é de máxima importância à criação de estratégias por parte dos professores de educação física no âmbito escolar, incentivando a interação de todos com a prática de atividades físicas e exercícios físicos sistematizados e, além disso, mostrar a importância de ser fisicamente ativo, para que mesmo fora da escola, esses adolescentes se sintam motivados e tenham uma maior relação com um estilo de vida ativo.
Ser um indivíduo ativo fisicamente, possibilita diversos benefícios como promoção da saúde em geral por exemplo, reduz sintomas de estresse e ansiedade, melhora a qualidade do sono, melhora o aprendizado, reduz sintomas de depressão, previne e reduz a mortalidade por doenças crônicas como hipertensão e diabetes, melhora a força, o equilíbrio e a flexibilidade, proporciona socialização.
Com isso, esse estudo abre possibilidades a estudos futuros, relacionados a prática de atividade física dos adolescentes da região norte, podendo estar atrelado com o tempo de tela, ou se as aulas de educação física são atraentes para os alunos e como a relação nutricional pode melhorar a qualidade de vida desses jovens. Outra possibilidade seria palestras sobre as atividades físicas nas escolas pesquisadas.
Dessa forma, este estudo demonstra claramente o importante papel da atividade física, no incentivo e motivação dos adolescentes para a adoção de hábitos saudáveis junto com a influência positiva dos pais, que incentivam seus filhos a praticarem essas atividades.
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1Discente do Curso de Graduação em Educação Física da Universidade do Estado do Pará. Campus XII – Santarém e-mail: pablomacambira1778@gmail.com
2Docente do Curso de Graduação em Educação Física da Universidade do Estado do Pará. Campus IX – Altamira. Doutor em Ciências da Reabilitação. e-mail: gileno.edu@uepa.br
3Docente do Curso de Graduação em Educação Física da Universidade do Estado do Pará. Campus IX – Altamira. Doutor em Ciências da Reabilitação. e-mail: jrzaffalon@uepa.br
4Docente do Curso de Graduação em Educação Física da Universidade do Estado do Pará. Campus IX – Altamira. Mestra em Ensino em Saúde na Amazonia. e-mail: rosangela.silva@uepa.br
5Docente do Curso de Graduação em Educação Física da Universidade do Estado do Pará. Campus IX – Altamira. Doutor em Geografia. e-mail: francivaldo.edfisica@gmail.com
6Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Doutora em Enfermagem. e-mail: juumann86@gmail.com
7Docente e orientadora do Curso de Graduação em Educação Física da Universidade do Estado do Pará. Campus XII – Santarém. Doutor em Ciências da Reabilitação. e-mail: Alesandracabreira2009.0@gmail.com