INCREASE IN CASES OF ANXIETY POST-COVID-19 PANDEMIC IN BRAZIL
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10991963
Elizângela Barbosa de Lima Oliveira1
Dayvane Manuella Pereira Gomes2
Flávio Renato Marques3
Gabriele Caires de Medereiros4
Geane Amorim de Sousa5
Iara Pereira Canal Braga6
Douglas José Angel7
Resumo
É importante analisar o momento que a pandemia da COVID-19 como um estressor multidimensional, sendo virtualmente tóxico para a saúde mental das pessoas. Diante disso, esta pesquisa objetivou evidenciar o aumento da ansiedade pós-pandemia nacionalmente. Realizou-se uma pesquisa de revisão sistemática que é caracterizada por tipo de revisão que se propõe a responder uma pergunta específica de forma objetiva e imparcial. Nesta revisão a busca de artigos foi realizada através de quatro bases eletrônicas: BVS (Biblioteca Virtural em Saúde), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e PubMed. Os critérios de inclusão foram: publicações que apresentavam informações sobre a pandemia, transtorno de ansiedade e COVID-19, relacionadas à saúde mental. Já os critérios de exclusão foram: publicações com informações sobre as repercussões de saúde mental advindas de outras epidemias – a SARS e a MERSM e outros tipos de transtornos mentais, publicações que não respeitassem a delimitação do tema e o objetivo do estudo. Verificou-se que os cuidados de controle adotadas para conter o avanço da doença contribuíram significativamente para elevação exponencial nas taxas do aumento de casos relacionados à ansiedade, uma vez que afasta as pessoas de suas rotinas e convívios sociais.
Palavras-chave: Transtorno de ansiedade. Saúde mental. Pandemia. COVID-19.
1 INTRODRUÇÃO
De acordo com Delardas, et al., 2022, o mundo no início de 2020 sofreu uma das piores pandemias do país a COVID-19, doença causada pelo coronavírus. Foram várias vidas perdidas ao longo dos anos de 2020 até os dias de hoje, o ano mais sofrido para a população que acabou tornando-se uma emergência de saúde pública. Em decorrência das diversas mudanças de rotina e adaptações, começou-se observar que as pessoas estavam sofrendo mentalmente, e adoecendo com crises de ansiedade (Aknin et al., 2021). Uma patologia que não escolhe classe social, e que durante a pandemia e pós pandemia só aumentaram os casos de ansiedade, juntamente com depressão e estresse. Essas três doenças são as mais prevalentes no adoecimento da sociedade (Da Silva & Neto, 2021). De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) as duas patologias mais prevalentes entre a sociedade foram: ansiedade e depressão, em jovens e do sexo feminino (OMS, 2022).
A ansiedade é uma síndrome composta por aspectos emocionais e por reações fisiológicas (BEUVAIS, 1813). CASTILHO, 2000 descreve como um sentimento de temor vago e desagradável, caracterizado por um desconforto ou tensão derivado de uma antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho. A ansiedade foi descrita pela primeira vez no início do século XIX, como uma disfunção da atividade mental (JACOB et al., 1772).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) no primeiro ano da pandemia de COVID-19, a prevalência global de ansiedade aumentou em 25%, de acordo com um SCIENTIFIC BRIEF, 2022, devido esses aumentos em todo mundo, mais de 90% dos países estudados, incluíram apoio psicossocial e saúde mental em seus planos de resposta à COVID-19.
A COVID-19 é uma doença altamente infecciosa e, devido a sua acelerada disseminação em nível mundial, a OMS a divulgou uma pandemia, aonde o sistema global parou e estudou como enfrentar o caos da COVID-19 (TOMIM et al., 2021). Diante deste contexto, este artigo teve como objetivo analisar a influência da pandemia da COVID-19 na saúde mental da população brasileira em geral, verificando os possíveis impactos desencadeadores das alterações emocionais.
O Brasil, assim como a maioria dos países do mundo, tem alcançados altos índices de ansiedade vertiginosamente nos últimos dois anos, pós-pandemia. Vários fatores contribuíram para esse impacto emocional no ser humano, a falta de socialização nas escolas, no trabalho, igrejas, as perdas familiares e o medo da doença e morte, favoreceu o sofrimento psíquico dos brasileiros (LEAHY, 2011). “A elevação nos transtornos ansiosos é uma tendência dos últimos anos, tendo alcançando patamares muito mais apavorantes após a crise sanitária”, afirma o conselho federal de enfermagem, 2022.
Apesar do aumento do transtorno da ansiedade ser visivelmente constatando na maioria dos estados brasileiros, esse artigo tende a esclarecer o aumento da ansiedade pós-pandemia do COVID 19, a problemática que levam as pessoas a sofrerem desse transtorno de ansiedade. Por fim, verificar na literatura disponível os métodos de auxiliar os pacientes a se recuperarem desse transtorno, seja por terapias ou através de tratamento com medicamentos, com finalidade de buscar a melhor forma de tratamento trazendo qualidade de vida para os pacientes.
Logo, a pergunta que orientou este estudo foi: houve um aumento dos casos de ansiedade pós-pandemia da COVID-19 no Brasil? Diante disso, neste artigo, tem-se o presente estudo o objetivo de evidenciar o aumento da ansiedade pós-pandemia no Brasil. Devido à procura de pessoas a procura de psicólogos e psiquiatras, depois da pandemia, optou-se pelo cumprimento de uma revisão de literatura, considerando-se que essa estratégia se mostra adequada para sistematização de conhecimentos, fornecendo uma perspectiva abrangente e presente sobre determinado tema ainda pouco explorado no país, como a necessidade emergente de discussão sobre o transtorno de ansiedade pós-pandemia da COVID-19.
2 MATERIAL E MÉTODO
Trata-se de um estudo de revisão de literatura, tendo como tema o aumento dos casos de ansiedade pós-pandemia COVID-19 no Brasil. A revisão sistemática é caracterizada por tipo de revisão que se propõe a responder uma pergunta específica de forma objetiva e imparcial. Sendo necessário estabelecer critérios ou sistematização na descrição e desenvolvimento de determinada pesquisa ou assunto, o que possibilita o conhecimento e discussão de novos temas e caminhos teórico-metodológicos, a partir de diversas fontes documentais, além da utilização da subjetividade dos pesquisadores para a seleção e interpretação das informações.
Neste estudo, ao se optar pela revisão de literatura considerou-se a necessidade de mapear o que se tinha produzido até o momento sobre a temática do aumento do transtorno de ansiedade pós-pandemia no Brasil, devido a este fenômeno ser recente e emergente.
A revisão sistemática exige critérios explícitos e sistemáticos para a busca e análise das evidências, e as fontes de dados podem ser predeterminadas ou específicas. Logo, nesta revisão a busca de artigos foi realizada através de quatro bases eletrônicas: BVS (Biblioteca Virtural em Saúde), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e PubMed, selecionadas a partir da experiência na sua utilização pelas autoras. Foram utilizadas as palavras-chave em português e seus correspondentes em inglês: saúde mental/mental health e COVID-19, ansiedade/anxiety, de maneira equivalente nas três bases de dados, com os operadores booleanos “E/AND”, selecionados a partir da sua identificação nos sites dos Descritores em Ciência da Saúde/Medical Subject Headings (DeCS/MeSH). A pesquisa ocorreu no mês de setembro de 2023. Nessa busca, não foram utilizadas limitações, como tipo de estudo, ano e idioma da publicação por se tratar de um contexto recente, ainda com poucas pesquisas finalizadas.
Os critérios de inclusão foram: publicações que apresentavam informações sobre a pandemia, transtorno de ansiedade e COVID-19, relacionadas à saúde mental. Já os critérios de exclusão foram: publicações com informações sobre as repercussões de saúde mental advindas de outras epidemias – a SARS e a MERSM e outros tipos de transtornos mentais, publicações que não respeitassem a delimitação do tema e o objetivo do estudo.
Para garantir a identificação da relevância das produções foi realizada a leitura na íntegra das 31 publicações, com o objetivo de responder à questão norteadora deste estudo. A análise dos resultados ocorreu a partir da organização e da síntese das publicações em um quadro sinóptico, conforme suas características: tipo de publicação, autores, país, amostra, objetivo e principais resultados. Após, prosseguiu-se a análise e a interpretação dos dados, com a leitura dessas sínteses e o agrupamento em temas semelhantes.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A discussão proposta neste estudo está distribuída no Quadro 1, dividida em: autor, ano, título, objetivo e resultados.
Quadro 1 – Descrição dos estudos selecionados para compor a presente revisão de literatura.
AUTOR/TÍTULO/ANO | OBJETIVO | RESULTADOS |
GONÇALVES, M. S. et al. Saúde mental em tempos de covid: revisão integrativa da literatura. 2021. | Verificar na literatura os impactos na saúde mental da população no tocante ao isolamento social por meio do Covid19, compreender as características, identificar os transtornos psicológicos e mentais, para o início do tratamento precoce e não agravamento do quadro. | O impacto da pandemia afetou direta e indiretamente a saúde mental das pessoas nos seus aspectos mais extensos, o que significa uma situação de saúde pública preocupante. Leva-se em consideração que toda a população está sofrendo de tensões e angústias. |
Abbas; Athar; Jilani, 2023 | Avaliar o impacto da COVID-19 na saúde física e mental de crianças em idade escolar. | Procedem da pandemia um aumento em outros desafios de saúde mental, além da ansiedade, tais como deficiências escolares, uso exagerado de substâncias, alteração do sono e transtornos alimentares. |
LOBO, L. A. C. Saúde mental e Covid-19: uma revisão integrativa da literatura. | Realizar uma revisão integrativa da literatura sobre saúde mental e pandemias. | Os resultados do presente estudo referem-se à experiência mundial do primeiro ano de pandemia e direcionam um perfil populacional cuja saúde mental está mais vulnerável à Covid-19. Os sintomas psiquiátricos e as psicopatologias mais relatadas nos artigos foram sintomas depressivos, ansiosos, estresse e insônia. |
MOCELIN, L. M. et al. Estudo de prevalência de depressão e ansiedade durante a pandemia do COVID-19. 2022. | Analisar a prevalência de depressão e ansiedade durante o período de pandemia em que vivemos, por meio da metodologia de revisão qualitativa e quantitativa de literatura, a fim de verificar se houve ou não um aumento no número de pessoas com sintomas de depressão e ansiedade. | A prevalência dos sintomas de depressão e ansiedade estiveram mais presentes no dia a dia das pessoas nesse período de pandemia do COVID-19, evidenciando que tais doenças merecem uma maior atenção por parte de todos os profissionais da saúde, haja visto que, não somente pessoas que sofreram diretamente com o vírus adquiriram sintomas de depressão e ansiedade, mas também todos aqueles envolvidos de alguma forma no combate à doença. A pandemia demonstrou particularidades nunca vistas antes, onde muitas pessoas sofreram diversas mudanças e transformações em suas vidas, que podem assim de alguma forma demonstrar tais sintomas de depressão e ansiedade que não possuíam antigamente, muito isso se deve a essa mudança do estilo de vida de cada um. |
SANTOS, K. M. R. Depressão e ansiedade em profissionais de enfermagem durante a pandemia da covid-19. 2021 | Analisar a prevalência de sintomas depressão, ansiedade e fatores associados em profissionais da equipe de enfermagem durante a pandemia da Covid-19. | A ocorrência de sintomas sugestivos de transtornos mentais (ansiedade e depressão) estava relacionada a profissionais de enfermagem do sexo feminino, cor ou raça parda, com renda mensal inferior a 5 salários mínimos que trabalhavam no setor privado, ter sintomas de Síndrome de Burnout e morar com os pais. As ocorrências foram mais acentuadas quando os serviços não apresentavam condições adequadas de trabalho, em especial para o enfrentamento da pandemia de Covid-19. |
PRAXEDES, M. F. S. COVID-19: transtornos mentais mais comuns em profissionais de saúde. | Identificar as produções científicas desenvolvidas sobre os transtornos mentais mais comuns em profissionais de saúde diante da pandemia de Covid-19. | A busca resultou em 44 publicações na base de dados MEDLINE/PubMed, 46 na base BVS e 290 publicações na base de dados Google Scholar, totalizando 380 artigos. Os transtornos mais identificados foram Ansiedade, citado por 11 estudos, Depressão citado em 9 estudos e Estresse presente em 5 estudos, com prevalência média de 27,3%, 22,3% e 20,4%, respectivamente. |
BARROS, M. A.; et al. Relato de tristeza, depressão, nervosismo, ansiedade e problemas de sono na população adulta brasileira durante a pandemia de COVID-19. 2020 | Analisar a frequência de tristeza, nervosismo e alterações do sono durante a pandemia de COVID-19 no Brasil, identificando os segmentos demográficos mais afetados. | De 45.161 brasileiros respondentes, verificou-se que, durante a pandemia, 40,4% (IC95% 39,0;41,8) se sentiram frequentemente tristes ou deprimidos, e 52,6% (IC95% 51,2;54,1) frequentemente ansiosos ou nervosos; 43,5% (IC95%41,8;45,3) relataram início de problemas de sono, e 48,0% (IC95% 45,6;50,5) problema de sono preexistente agravado. Tristeza, nervosismo frequentes e alterações do sono estiveram mais presentes entre adultos jovens, mulheres e pessoas com antecedente de depressão. |
Lueger- Schuster; Zrnić; Lotzin, 2022. | Obter insights sobre a dinâmica da saúde mental e enfrentamento, considerando diferentes características da pandemia em diferentes ondas de avaliação. | As circunstâncias mais elevadas de ansiedade e depressão foram observadas na análise após a pandemia. Onde foi possível verificar e confirmar que houve um aumento significativo na proporção de participantes em situação de risco para depressão provável no estudo realizado pós-pandemia, assim como houve um elevado substancial na prevalência de transtorno de ansiedade generalizada. |
4 DISCUSSÃO
Nesta revisão sistemática, os resultados indicam elevada prevalência de ansiedade nas pessoas, independente ser da saúde ou não, pois observou-se que durante e após a pandemia da COVID-19, houve um aumento do número de casos confirmados e mortes pela COVID-19 no mundo, sendo assim, a Organização Mundial de Saúde (ONU) realizou medidas de abrangência para diminuição do pico de transmissão do vírus, por meio de algumas medidas, dentre elas o distanciamento social, lockdown e uso obrigatório de máscaras. Essas medidas, favoreceu vários gatilhos nas pessoas, onde foi constatado que os sentimentos depressivos e ansiosos apresentaram impacto psicológico, observou-se que durante e após a pandemia da COVID-19, evidenciou o aumento da procura por profissionais ligados ao quadro de ansiedade (ALVES, F. R. F et al., 2022).
Generoso, J. S., et al (2021) relata que a pandemia da COVID-19 teve um impacto negativo na saúde mental da população e na autonomia funcional dos indivíduos, e trata-se de um problema de amplitude global. Há estudos publicados que descrevem que manifestações psiquiátricas podem ser desencadeadas pela ação direta do vírus no Sistema Nervoso Central e, por via indireta, mediada por mecanismos vinculados à resposta imune ao vírus. O quadro de ansiedade está associado com a COVID-19, vinculado ao medo de entrar em contato com pessoas contaminadas, objetos dentre outras formas de contaminação da patologia.
Para Nascimento (2020), durante a pandemia de COVID-19, houve um aumento significativo na prevalência de problemas de saúde mental, incluindo ansiedade e depressão. O isolamento social e o medo da doença são apenas algumas dos motivos pelas quais muitos indivíduos estão apresentando sintomas de ansiedade e depressão.
A bibliografia mostra o desenvolvimento de sintomas de ansiedade e pressões psicológicas nas pessoas causadas pela pandemia, com aumento de estresse psicológico incluído às situações de emergências e crises que, por sua vez, requerem o desenvolvimento de estratégias de orientação, atenção e tratamento à saúde mental dos envolvidos (ZWIELEWSKI et al., 2020).
Para Novaes et al, (2020) a prevalência de ansiedade foi de 57,50% revelando uma sociedade extremamente abalada pelo medo, pelas expectativas negativas de futuro, pelas incertezas, pela falta de contato presencial de amigos e parentes, pela necessidade de home office e pela necessidade abrupta de adaptação a um “novo normal” totalmente imprevisto cujo acontecimento nenhuma mente humana poderia prever.
De acordo com Moreira et al, 2020 o outro estudo com 7.143 indivíduos indicou que 0,9%, 2,7% e 21,3% sentiram a ansiedade grave, moderada e leve, concomitante. Possuir parentes ou conhecidos infectados constitui um fator de perigo para o aumento da ansiedade, assim como morar em áreas urbanas ou com os pais e ter estabilidade de renda familiar configuram-se como fatores protetivos a elevação dos níveis de ansiedade.
Reforçando os estudos nesta mesma linha de pesquisa mostrada até aqui, Leppich, et al (2022) estudaram a relação, o aumento dos escores de ansiedade, do total dos profissionais amostrados, 50,7% apresentaram sintomas de ansiedade, predominando o grau leve (26,8%). Manifestam-se frequentemente características de medo e de ansiedade excessivos e disfunções comportamentais relacionadas (APA, 2014).
Logo, os dados levantados por Ramírez-Ortiz et al., 2020, confirmam que existem diversos fatores que podem contribuir para manifestações ansiosas e depressivas em indivíduos, ambos podem ser destacados uma reação ao estresse. Compreender -se que a falta de controle nessa conjuntura é constante, pois em muitos casos o contexto impossibilita que o indivíduo saiba o tempo preciso em que a crise será solucionada. Este sentimento de incerteza, como também os limites impostos pelas medidas preventivas, havendo a chance de alterações nos planos futuros de modo drástico, além da separação brusca do ambiente social ou familiar do indivíduo, se tornam catalisadores firmes para o aparecimento de sintomas ansiedade.
Diante de diversos casos de ansiedade durante e pós pandemia, foram recomendadas estratégias de prevenção e tratamento de ansiedade no âmbito da COVID, dentre eles os conhecidos jogos, nomeados como CoPE-It, que são instrumentos de fácil manejo e que comprovam a redução do isolamento, considerado como atividade eficaz no comando de distúrbios ansiosos. Uma outra tática foi o desdobramento do programa de telemedicina consagrado ao encaminhamento ou triagem inicial em circunstâncias de consultas não urgentes preexistentes, revisadas sob medida de parâmetros clínicos e de risco para o comprometimento da saúde mental (MOREIRA et al. 2020).
Outro estudo apontou resultados semelhantes e observaram que cerca de 40,4% dos brasileiros se sentiram deprimidos ou tristes, e cerca de 52,6% se sentiram ansiosos ou nervosos durante o período da pandemia. Este estudo também constatou que a sensação de tristeza e depressão, bem como a sensação de ansiedade e nervosismo foi, aproximadamente, duas vezes mais prevalente no sexo feminino (BARROS et al, 2020).
Os autores Abbas et al. (2023) e Korkut et al. (2022) partilham conclusões semelhantes sobre os efeitos psicológicos da pandemia. Aos autores citados acima observarão que houve uma crescente lista de desafios na saúde mental além da ansiedade, como ausências escolares, uso exagerado de medicação, alteração no padrão do ciclo do sono e elevado transtornos alimentares, todos esses fatores sugerem que a pandemia impactou não apenas a ansiedade, mas também outras áreas do bem-estar mental da população.
De acordo com Lueger-Schuster et al. (2022) os níveis elevados de ansiedade e depressão estudados após a pandemia, contribuem para uma geração de impactos psicológicos, mesmo após o término da etapa mais aguda da crise, considera-se a necessidade do período pós-pandemia para desenvolver estratégias de apoio psicológico para a sociedade doente.
5 CONCLUSÃO
O trabalho proporciona a semelhança entre a pandemia covid-19 a qual sugere o desenvolvimento nos indivíduos dos transtornos de ansiedade. Assim, percebeu-se que as restrições de contato físico exigidas pela organização mundial de saúde durante meses, reorganizações não somente em ambientes profissionais, mas também nos âmbitos familiar e social, resultaram em menor convívio entre amigos e familiares e este isolamento é sugestivo na literatura como um possível preditor de sofrimento e sintomas de ansiedade e de depressão.
Verificou-se que os cuidados de controle adotadas para conter o avanço da doença contribuíram significativamente para elevação exponencial nas taxas do aumento de casos relacionados à ansiedade, uma vez que afasta as pessoas de suas rotinas e convívios sociais.
REFERÊNCIAS
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1Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário Uninorte.
e-mail: elizangelamedicina@gmail.com;
2Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário Uninorte.
e-mail: dayvanemanuella23@gmail.com;
3Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário Uninorte.
e-mail: flaviorenatomarques@yahoo.com.br;
4Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário Uninorte.
e-mail: gabriele.medeiros@hotmail.com;
5Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário Uninorte.
enf.geane@hotmail.com
6Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário Uninorte.
e-mail: enf.iaraluc@gmail.com;
7Docente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário Uninorte.
e-mail:douglas.angel@uninorteac.com.br