O QUE INFLUENCIA NA APRENDIZAGEM ESTUDANTIL?

WHAT INFLUENCES STUDENT LEARNING?

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10983069


Renan Antônio da Silva1


RESUMO

Na obra de Green (2021) (G) sobre educação para todos, vamos estudar o que poderia influenciar a aprendizagem do estudante. Não é possível quantificar tudo que influi na aprendizagem, porque aprendizagem é uma “grandeza” incomensurável. Muitos dos fatores que influem também são nível de motivação. Estatisticamente, recorre-se, entre outros artifícios, a correlações entre variáveis, que podem ser muito ilustrativas, embora isto reduza qualidades a quantidades. Não é só melhor que nada, é um procedimento altamente usado e aceito, desde que não seja mistificado. Estas correlações sustentam que o status socioeconômico do estudante tem muito a ver com sua aprendizagem, embora esta relação nunca seja apenas linear, como aparece na correlação. Intuitivamente sabemos ou imaginamos saber que a pobreza familiar do estudante impacta sua aprendizagem, seja porque comparando alunos ricos e pobres, vemos que mais ricos podem aprender mais, ou comparando as condições familiares de estudo, as mais ricas possuem outros recursos. Não retiramos daí nenhuma certeza. Quantificar qualidades é procedimento usual, mas não podemos perder de vista que praticamos um reducionismo. 

Palavras – chave: Educação; Escola; Ensino; Aprendizagem.

ABSTRACT

In Green’s (2021) (G) work on education for all, we will study what could influence student learning. It is not possible to quantify everything that influences learning, because learning is an immeasurable “greatness”. Many of the factors that influence are also level of motivation. Statistically, among other devices, correlations between variables are used, which can be very illustrative, although this reduces qualities to quantities. It is not only better than nothing, it is a highly used and accepted procedure, as long as it is not mystified. These correlations support that the student’s socioeconomic status has a lot to do with their learning, although this relationship is never just linear, as appears in the correlation. Intuitively we know or imagine that a student’s family poverty impacts their learning, either because comparing rich and poor students, we see that richer students can learn more, or comparing family study conditions, richer students have other resources. We do not derive any certainty from this. Quantifying qualities is a common procedure, but we cannot lose sight of the fact that we practice reductionism.

Keywords: Education; School; Teaching; Learning.

INTRODUÇÃO

Lembra da primeira escola onde começou a carreira docente: prédio antiquado, ventoso, de algumas décadas, três andares de tijolo numa colina ao lado de um lago. Uma autoestrada importante, construída depois, passava perto da escola em sua frente, muito barulhenta. No lado da autoestrada, o ruído era tanto passando pelas janelas de painel único que alguns docentes usavam microfones para serem ouvidos. Considerava-se abater o prédio por conta de matrícula em queda e necessidade de grandes reparos e renovações. A despeito dessa decrepitude, foi aí, numa escola elementar de Seattle em 1986, que começou a vocação. Dentro de momentos do período de voluntário no 4º ano, vendo e ouvindo os alunos, sentindo sua energia, já soube que era seu lugar. Sentia muita paz e regozijo aí dentro – mesmo depois de um dia observando aulas ordinárias; tratando mau comportamento, lágrimas, risadas e delações; ajudando crianças com em suas tarefas; aprendendo a como usar a máquina Ditto (mimeógrafo) – tudo era, assim mesmo, poderoso e confiante; todo momento era valioso. Manteve esta boa disposição pelos próximos 24 anos! 

O que nunca teria imaginado para um voluntário jovem, entusiasta e um pouco ingênuo, era quão pouco o sistema de educação pública mudaria ao longo da carreira. Certo, progresso ocorreu pouco a pouco – a percentagem dos estudantes concluintes da escola média aumentara e salas tinham agora computadores e internet, por exemplo – mas amplamente o sistema se arrastou do mesmo jeito o tempo todo. Continuava-se a encarar os mesmos problemas: gaps de desempenho entre estudantes brancos e negros, performance acadêmica medíocre em matemática e ciência, altas taxas de esgotamento docente e financiamento inadequado inconsistente, só para enumerar alguns. Por quê? Um problema é que “soluções” de reforma escolar tendem a seguir abordagem picada, lidando com um pedaço por vez do desempenho acadêmico, como teste padronizado, sem olhar o quadro geral. Há muitas influências entrelaçadas, dentro e fora das escolas, que afetam como os estudantes se desempenham. Por exemplo, era claro para G no primeiro dia de voluntariado no 4º ano em Seattle quantas influências entravam no conjunto das influências sobre aprendizagem: i) o próprio prédio, que era envelhecido e o barulho abusivo da autoestrada; ii) esforços pela integração, incluindo a viagem de ônibus de crianças de minoria no bairro de predominância branca; iii) falta de recursos básicos como papel e livros para todos os estudantes; iv) o direito que, estando em seu último ano de carreira e nunca saía do escritório; v) o estafe que era muito díspar em experiência e atitude – desde docentes de primeira viagem com 25 anos de idade esboçando entusiasmo até veteranos de 30 anos de carreira correndo atrás da aposentadoria e irradiando uma nuvem bisonha; vi) a comunidade dentro da escola, que não existia – salas individuais tinha sua cultura própria, positivas e negativas; vii) os procedimentos de dar nota, que variavam de sala para sala; viii) a ladainha do teste mandatório para todos. 

Ignorar como tais fatores impactam o desempenho acadêmico contribui para a desconexão entre reforma escolar e a realidade do que é vida diária dentro das salas de aula americanas. Por exemplo, imaginemos, por um momento, que estamos como voluntários no 4º ano numa escola como a descrita acima. Todo dia somos responsáveis por encontrar os estudantes e atendê-los, mantendo o mesmo nível para os 30 alunos em cada sala. Há aí um menino vietnamita que vive com a mãe (que não fala inglês) e duas irmãs na Seção 8 de moradia. Seu pai morreu quando era pequeno. Recebe alimentação na escola. Há também uma criança inteligente e em geral feliz, embora em sala frequentemente fala fora de hora, rompendo o fluxo. Luta com leitura e matemática; suas habilidades estão atrasadas em dois anos. Sarah é menina branca que vive com sua mãe e o namorado da mãe num apartamento de um quarto (Sarah dorme no sofá). Vê seu pai esporadicamente. Na escola, aparece muitas vezes de senho carregado, também faz bullying contra colegas e recebe alimentação a preço reduzido. Embora esperta e atlética, não é confiante em si mesma; desempenha-se um pouco abaixo do nível na maioria dos conteúdos. Angela é afroamericana que vive seus pais e um irmão menor numa cada de família única. É muito brilhante, líder positiva na turma, cheia de alegria. Gosta de cantar e parece ter dote musical (embora o programa de música na escola tivesse sido cortado por falta de fundos). Suas habilidades de leitura e matemática estão pelo menos dois ou três anis à frente dos colegas. 

Quanto mais se pensa sobre educação pública em termos das crianças individuais, é fácil ver a complexidade de criar um ambiente onde todos os estudantes tenham as oportunidades e recursos de que precisam para terem êxito. Abordagens simplistas, de uma nota só, para melhorar o desempenho estudantil, como adotar novos livros-texto, vão falhar. Asseguraria um livro novo que Than, Sarah e Angela – crianças com necessidades emocionais e intelectuais e habilidades muito diferenciadas – receberem uma educação bem melhor? Claro, novos livros-textos deveriam chegar, mas precisamos ser realistas sobre o que uma abordagem como esta pode razoavelmente efetivar. G acha poder garantir que não é melhoria certa na performance acadêmica (a despeito das promessas dos editores). Parece estarmos sacrificado o tempo de entender o que afeta o desempenho estudantil em favor de ações, quaisquer ações que podem ser percebidas como melhorando as experiências educacionais – independente de se funciona ou não. Quiçá seja o caso andar mais devagar e examinar tais influências, o que são e como interagem, de sorte que possamos lidar com reforma escolar não só com intenção clara e conhecimento suficiente, mas também com visão de sustentabilidade de longo prazo. 

O livro examina as sete maiores influências sobre aprendizagem, onde intersectam e ultimamente como moldam a jornada educacional estudantil. Embora partilhando as experiências com as crianças, estafe e pais, G propicia visão interna do que ocorre nas escolas públicas – desde como livros-textos ditam instrução a como um acultura individual escolar pode afetar o desempenho, até como teste de altas apostas pode ter efeito positivo de mudança, não oferece consertos fáceis. Ao invés, coloca perguntas e partilha estórias para provocar conversas informadas e nuançadas sobre como assegurar a todas as crianças – independente de onde vivem ou de seu background – floresçam nas escolas públicas.

CURRÍCULO: QUAL O SEU SIGNIFICADO? 

A quadra escolar de esporte estava repleta com conversa sobre as seis semanas anteriores da interrupção no verão. Novo ando estava para começar em poucas semanas e os perto de 90 pessoas do estafe de duas escolas elementares se reuniram para conhecerem o novo programa de matemática. Havia uma expectativa de recomeço mais convincente, em meio a esperanças e frustrações. G estava sentado com outros três colegas da mesma escola, conhecida por sua pobreza e baixo desempenho nos testes padronizados. Sra. Wilson ensinava no 6º ano e era seu último ano antes da aposentadora. Tinha personalidade forte e, como ex-presidente sindical, falava alto e reclamava, agora porque sua turma tinha mais meninas que meninos. Sra. Sherman, do 5º ano, com cinco anos de experiência na escola, ainda se sentia insegura na função, com muitos problemas de indisciplina em sala. Reclamava de Jason, sempre fora de seu assento, mexendo com as garotas. Sra. Harkins, outra do 5º ano, com 24 anos de experiência em geral em escolas ricas, tentava manter-se positiva. Havia se credenciado como diretora, mas ainda não tiver chance de exercer. Mas tinha alguma expectativa em matemática, agora com novo programa. E olha para G, que supostamente era parte do novo programa promissor. G disse que não fizera nada de importante, apenas revisto velhos livros. Apostava na proposta nova, mas havia gostado da tentativa anterior. 

À essa altura, G tinha 8 anos de experiência docente. No ano antes, esteve num grupo de docentes que pilotaram novo programa de matemática. National Council of Teachers of Mathematics (NCTM) estava estabelecendo novos padrões para instrução matemática – mais comunicação, experiências diretas práticas, solução de problemas. Sentia que o programa pilotado por ele tinha uma mistura saudável de procedimentos e conceitos. Tinha alguma dúvida sobre o novo programa de matemática sendo apresentado, mas queria manter-se receptivo. Sra. Wilson perguntava a razão da escolha. A resposta vinha de ser uma proposta considerada muito avançada em matemática. G realçou que houve também alguma pressão externa. Sra. Wilson alegou que dois diretores haviam feito muito barulho em torno do programa, levando em conta que seus docentes gostavam. Ocorre que as escolas são diferentes e o que vai bem em uma não precisa ir bem em outra. Por exemplo, na escola mais pobre havia estudantes ELL (Englisch Langague Learners). Sra. Harkins, sempre positiva, dizia estar esperando boa chance, também porque nunca teve sucesso maior com o velho programa. Sra. Wilson parece ignorar o comentário de Sra. Harkins, enquanto insinuava que todo ano se inventa algo novo, para continuar na velharia de sempre. No último ano foi a conversa em torno de disciplina positiva. Antes, foi o novo programa de escrita, uma porcaria. Antes, foi como fazer plano de aula. Agora vem esta loucura de matemática. Não tinha expectativa favorável. O conselho escolar pressiona, mas não teria ideia do que acontece na escola. Tendo de dar todos os conteúdos, uma semana de preparação não lhe parecia suficiente. Em outra parte da quadra esportiva, o representante da editora dos livros de matemática persistia sorrindo, enquanto tentava conversar com professores, tentando montar um ambiente positivo. Um administrador distrital também estava lá para promover o treinamento e elevar o entusiasmo. 

Currículo. Termo usado postulando que todos sabem o que é e concorda, como com outros termos também, e logo G aponta para democracia – vivemos nela e poucos saberiam dizer o que é. Currículo se refere a livros-textos, mas é muito mais. Definição comum: “Todos os cursos oferecidos por uma instituição educacional” e “grupo de cursos relacionados, muitas vezes em campo especial de estudo” (The American… 2018). G define como todas as influências sobre a jornada estudantil de educação, algumas planejadas e organizadas, outras não. não está sozinho neste reconhecimento de tantas influências; anos antes, o estado de Washington desenvolveu o modelo SAILS (Standards, Assessment, Instruction and Intervention, Leadership, and System-wide Commitment – é parte de plano abrangente para melhorar a literacia para todos (Office… 2012). Para Green, eis os ingredientes cruciais: i) conteúdo – livros-texto, recursos suplementares e padrões de aprendizagem, que articulam o que estudantes deveriam saber e ser capazes de fazer ao fim de certo ano; ii) instrução – docente; como ensina, como foram formados e se mantêm em formação continuada; são quem tem maior influência nos alunos; iii) avaliação – como se mede aprendizagem; tipos de medidas (formativas, sumativas, testes de capítulos, testes padronizados etc.) – e como os resultados são usados; iv) liderança – quem conduz a jornada e decide?; incluem-se o conselho escolar, superintendentes, diretores de currículo e outros gestores; v) desenvolvimento do estafe – programas de suporte da formação continuada docente; vi) cultura escolar – ambiente dominante na escola, que pode facilitar ou dificultar a vida nela; (G acentua vieses na cultura escolar, sugerindo as discrepâncias de tratamento: o mesmo professor trata alunos brancos com toda elegância, mas faz o inverso com os negros e quer logo saber quanto estão em educação especial); vii) cultura comunitária – interação à volta da escola. 

Revendo a carreira, G atesta que os melhores momentos foram quando a aprendizagem vinha de experiências que estendiam as aulas além da sala, como viagens de campo. Lembra de um em especial, mostrando a natureza interligada dos elementos curriculares e como podem afetar a aprendizagem. No meio dos 1990, a escola estava a pouca distância de SeaTac International Airport. Levou os estudantes do 6º ano para o Aeroporto, para entrevistas passageiros sobre seus voos. A finalidade era aprimorar habilidades orais e escritas em mundo aberto. Antes da saída, G trabalhou conteúdos: questões abertas e fechadas; exercícios de como perguntar e anotar respostas; como escutar com atenção e senso analítico. Para aprovar a saída, tinha de achar apoio dentro e fora da escola. Primeiro, a comunidade. Com um telefonema, United Airlines deu permissão, no satélite sul do aeroporto, onde muitos voos saíam para a orla pacífica, para entrevistas clientes. Parecia que a empresa estava muito satisfeita com a ideia. A cultura da escola também era importante, havendo apoio da direção, por ser ideia criativa diferente. A diretora deu permissão, desde que não pedisse dinheiro. Assim G teve de arrumar um jeito de transportar os estudantes. Usou transporte público, ou ônibus da cidade. Chegando o ônibus, o motorista levou um susto com 28 estudantes entrando, ficado de pé no corredor, na maior algazarra. Mas logo se acalmaram, também estavam na maior expectativa, enquanto se sentavam. Foram até à central de ônibus e depois pegaram outro para o aeroporto.  A turma, sendo observado por G, mostrava reações diferentes e até mesmo alunos facilmente malcomportados se viam nervosos e se comportavam bem. Chegando ao aeroporto, em fila foram até ao trem para chegar ao terminal. Passageiros olhavam surpresos com a turma. No terminal, G lembrou de sorrir e olhar nos olhos, respirar fundo, e falar. Alguns foram direto falar com passageiros; outros viam-se acanhados e precisaram de alguns minutos para se soltarem. Todos começaram a falar. Uma abordou passageira que não quis falar; ficou abalada e acorreu a G, que a acalmou e deixou sentada com ele, observando os outros. Depois, com outro coleta, foi conversar. Ao final, todos fizeram entrevistas. E ainda pediam aos passageiros para mandar um cartão postal para a escola! Voltando à sala de aulas, os estudantes estavam radiantes com a experiência. Depois de uma semana, chegaram alguns cartões postais. Para G, a experiência mostrou a interligação dos vários componentes curriculares e a importância de atividades práticas. Estava claro também que aprender não é função apenas da sala de aula. 

CENÁRIO ANIMADOR

Quando adultos discutem reforma educacional, é difícil manter a confiança e otimismo, como se viu na viagem ao aeroporto. G não perdeu a esperança de uma educação equitativa, também porque há muita gente pensando nisso, sobretudo em como contribuir com os alunos mais marginalizados. Assim como sempre é o caso ter objetivo claro para cada aula ou viagem de campo, precisamos de objetivo claro para a reforma. Em geral falamos de mudar, para desviar o assunto e não precisarmos mudar. Estamos nos enganando ao acreditarmos demais nos testes padronizados, porque tratamos a todos de igual, sendo todos tão diversos. As necessidades de cada qual são muito diferentes e a escola trata a todos de modo superficial. 

CONCLUSÃO

Parece-me haver um pouco de americanice na visão de G, no sentido de empurrar entusiasmo com pouca base, contentando-se com fumaça, ao invés do fogo. A insistência no lado positivo pratica a sonsice de achar que pensando positivo isto torna a vida mais positiva. Na escola isto nunca funcionou, porque é preciso ir muito além de pensar positivo. Mas, por outras, suas ideias são interessantes, mais centradas na vida real, em particular porque trabalha em escola pobre e com muita diversidade interna. A ideia mais interessante até agora é a visão das influências sobre a aprendizagem, em geral amarrotadas apenas na sala de aula, sacralizando a aula. Aprendizagem é impactada por inúmeros fatores que gostamos de soterrar, como a própria pobreza dos alunos, da escola, a falta de condições de trabalho, a má organização escolar, a gestão do sistema da escola pública etc. De fato, é terrivelmente pobre a expectativa de aprendizagem na escola, reduzida a um ritual de sala de aula, facilmente alienado e alienante. Os resultados no desempenho atestam veementemente a falha gritante. Uma educação equitativa precisa cuidar da condição própria de cada aluno, cuidando de suas necessidades específicas. Quem vem de ambiente muito pobre, tem déficits enormes que não podemos ignorar. Estar na mesma sala com outros não significa nada. Um estudante pode ver-se logo tão atrasado, deslocado, sem entender nada, e isto só vai afastando do desempenho esperado. 

REFERÊNCIAS

GREEN, M.R. 2022. Education for All: Tales from the classroom and the pursuit of equitable reform. B.C. Allen Publishing. 

OFFICE OF SUPERINTENDENT of Public Instruction. 2012. Washington State Comprehensive Literacy Plan: Birth to Grade 12. June. 

THE AMERICAN heritage dictionary online. 2018. Curriculum – https://ahdictionary.com/word/search.htmol?q=curriculum&submit.x=48&submit.y=17 


1 Docente Permanente (orientador de mestrado e doutorado) no Programa de Pós – Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade na Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Doutor em Educação Escolar (UNESP). Publicou mais de 100 artigos científicos. E-mail: renan@ufscar.br. Lattes iD: http://lattes.cnpq.br/5491042310888384. Orcid iD: http://orcid.org/0000-0003-1171-217X.